História Seus Lábios - Pedaços

  Pedaços  

  A primeira vez que Severus entrou pela porta do Grimmould Place, depois da volta do Lorde das trevas, ele estava banhado em sangue. Ele entrou em passos arrastados, e qualquer pessoa que o visse naquele momento se assustaria. E mais uma vez, depois de tantos anos, ele desejava que aquele sangue fosse dele.  

   Snape olhou para as mãos cheias de sangue, ele caiu sentado na escada, esperando que ninguém decidisse sair bem nesse momento do quarto. Ele não queria que ninguém o visse daquela forma, mas principalmente ele. Aquele Black idiota. 

   Naquele dia havia tido mais um dos ataques a aldeias trouxas. O Lorde parecia ter algum tipo de prazer pessoal em ver Severus matar trouxas a sangue frio com as próprias mãos. O Mestre de poções se sentia cada vez mais quebrado por dentro.  

- Você está péssimo! – Severus ergueu os olhos surpreso por não ter sentido ele chegando.  

- Black. – Falou irritado.  

- Quantos foram dessa vez? 10? 15? – Sirius o olhava, mas não havia nada naquele olhar apagado.  

- O que você quer? – Sirius foi na direção dele, e Severus ergueu o rosto confuso. Ainda mais quando Sirius parou bem próximo dele. – O que pensa que... 

   Severus se calou ao sentir os lábios do outro cobrirem os seus. Ele ficou momentaneamente sem reação. Ele fechou os olhos entreabrindo os lábios de vagar, sentindo a língua alheia invadir seus lábios, procurando por mais contato.  

   O beijo não durou muito, uma vez que Sirius se afastou o olhando. 

- Quanta hora para isso. - Falou enquanto se levantava.  

- Não tive coragem antes. - Sirius falou constrangido.  

- Eu estou sujo de sangue.  

- Venha, deixe-me te ajudar a se limpar. 

- Black... 

- Por favor Severus. - Sirius falou olhando para ele, Snape pegou a mão estendida e foi puxado para seu quarto. 

... 

    Severus saiu da banheira completamente nu, deixando Sirius constrangido, que tentava não mostrar isso. Ele andou na direção do Black e pegou a toalha, Sirius então olhou para o corpo dele. Seu corpo estava cheio de cicatrizes, tanto antigas quanto recentes. Isso fez ele se perguntar o que eles faziam durante os ataques e fora deles.  

  Severus vendo que ele encarava suas cicatrizes pegou um roupão e se cobriu, fazendo Sirius o olhar nos olhos.  

- Nos duelamos as vezes. - Falou enquanto saia do banheiro, Sirius o seguiu. - Para ver quem é o melhor em duelos.  

- Isso... é ridículo. 

- Eu não perdi ainda. - Falou em um tom sombrio, o gosto amargo de ser o melhor duelista do lorde, nada daquilo era glorioso. - É por esse motivo que o Lorde gosta de me manter por perto.  

- E por que você não perde uma vez? - Perguntou confuso, se era para se livrar da constante presença do Lorde, perder era no mínimo sábio, pensou Sirius.  

- Você não vai gostar de saber o que acontece com quem perde. - Falou sombrio e o Black sentiu um arrepio. - Lucius ainda não superou. - Snape então acabou de vestir suas roupas e suspirou. - Se bem que vencer é quase tão pior quanto.  

- O que acontece? - Perguntou e Snape o olhou, seus olhos sem vida pareciam mostrar coisas horríveis.  

- Você passa a noite com Grayback. - Falou e sentiu o nojo o tomar. 

- E o que acontece com quem vence? - Perguntou e viu todo o brilho dos olhos dele sumir.  

   Severus nunca respondeu aquela pergunta a ele. E Sirius não sabia se ele realmente queria saber.  

- Black? - Sirius ergueu os olhos, olhando para ele. - Vem aqui. 

  Ele caminhou até o professor de poções, que estava sentado na beirada da cama. Quando chegou bem perto, Severus segurou sua mão e o puxou, ele começou com beijos pela mão, enquanto puxava mais ele.  

  Sirius então se abaixou e os lábios voltaram a se encontrar mais uma vez. Quanto temo desejou sentir aqueles lábios, Severus se perguntou. Ele afastou os lábios e olhou para o rosto dele. Ele deu um pequeno sorriso, que fez Sirius se sentir surpreso. Logo em seguida o pocionista voltou a beijar ele. 

    Ele puxou Sirius para a cama. Os beijos se tornando mais quentes e longos, Severus deixou os lábios e desceu para o pescoço, beijos ao longo do pescoço e embaixo da orelha. Ele parou de repente, olhou para os olhos cinzas que estavam ficando nublados de prazer.  

- Me desculpa, eu não consigo pensar nisso agora. - Falou se deitando ao lado, Sirius se virou e escorou o rosto em uma mão.  

- Está tudo bem, temos tempo. 

  Será que temos, o pensamento correu pela mente dos dois.