História Seven Days (SD) - Supercorp - Chapter XII: Taste in men.

Terra

Pov Alex

A verdade é que eu tive uma noite horrível. Talvez, talvez alguns pesadelos sobre Kara nunca mais voltando... não foi a melhor das noites, mas eu não estava sozinha. Kelly me segurou do jeito que sempre fez, e do jeito que sempre esperei que ela fizesse. Eu amo tanto essa mulher! E amo ainda mais o fruto de tudo isso. Tenho certeza que o calor em minha perna está saindo de uma mãozinha. Abri os olhos e o sorriso foi inevitável.

— Vem aqui...— chamei Esme e ajudei ela a subir na cama.

Desde o início eu soube que ela ficaria no meio da cama. Eu acho que uma das coisas que ela mais gosta de fazer é ter Kelly e eu a cercando. E por mencionar Kelly... ela virou assim que sentiu a movimentação.

— É isso que eu chamo de bom dia!— ela sorriu.

Eu não tenho palavras para colocar aqui o tanto que ter essa família me deixa feliz. Veja bem, estou em um local péssimo, sentindo saudade de Kara e morrendo de medo que ela e Lena nunca mais voltem. Mas, ao mesmo tempo, eu tenho essas pessoas incríveis ao meu lado. Essa onda de amor me faz ter esperança.

— Hoje é sábado, é dia de panqueca no café da manhã!— Esme disse animada assim que percebeu ter toda atenção em si.

Kelly me olhou, talvez preocupada por causa do outro assunto, e eu fiz um sinalzinho com a cabeça, mostrando que está tudo bem. Esme não merece ser afetada. Bom... enquanto eu conseguir deixá-la fora disso, eu o farei.

— Parece que teremos panquecas.— Kelly suspirou "vencida".— Eu realmente poderia usar alguma ajuda...— ela murmurou ao levantar e na mesma hora Esme saltou da cama.

— EU!

Kelly se assustou e eu ri.

— É, pequena, é você quem vai ajudar mesmo.— falei ainda sorrindo e levantei.

Eu esqueci de falar que hoje tenho que passar pelo desprazer de ver Maxwell e Lillian NO MESMO LUGAR. Tipo, já não é o bastante tê-los separados?

E foi bem aí que meu ódio por Lex aumentou novamente. As coisas que ele nos faz passar... minha vontade ainda é de, acidentalmente, o matar.

— Será que você consegue fazer a melhor panqueca desse mundo?— perguntei para Esme.

— Mas semana passada foi a melhor do mundo...— ela me olhou confusa.

— Eu acho que você consegue fazer ainda melhor. Já viu seus poderes na cozinha?— rebati.

Os poderes dela = mexer e derrubar a massa da panqueca E, NÃO MENOS IMPORTANTE, decorar a panqueca. 

— Você vai se surpreender, mama.— e assim ela me deixou para trás.

Kelly, ainda no quarto, me olhou.

— É a primeira vez que ela...— apontei para a porta.—...me chamou de mãe...

Kelly sorriu.

— Eu ouvi, mama.

•♦•♦•♦•

Ganori

Três dias depois

Pov Kara

Lena está dormindo comigo há três dias, desde quando o frio chegou. E sinceramente? Não poderia estar melhor. Eu acho que finalmente estamos indo para algum lugar aqui. Se ela me odiava, esse ódio caiu bastante. E eu não poderia estar mais feliz. E não, não dormimos de conchinha.

Mas tirando isso, Luke nos contou sobre a virada de um período para o outro... é uma festança. E adivinha quem está cortando papeis decorativos e arrumando flores? Sim, eu mesma, Kara Danvers. Mas poderia ser pior, e não, eu não estou rindo ao lembrar que Lena está na cozinha agora ajudando em alguma comida que não entendi o nome. Qual é? Ela já tentou cozinhar para nós e definitivamente não deu certo... pelo menos não aquela receita. O ponto é que ela está no pior lugar agora. 

E rindo disso, resolvi sair do quarto e checar a situação impossível dela.

Para minha surpresa Lena e Luke estavam sozinhos na cozinha. De costas, completamente envoltos em seus próprios mundinhos.

— Ei, vocês!

Recebi os olhares e minha vontade de rir voltou.

— Lena é cruel na cozinha?— me aproximei.

— E-

— Experimenta isso aqui — ela cortou Luke e me chamou.— eu não faço ideia do nome.

Andei até ela, receosa. Lena colocou um pedaço de sei lá o que na minha boca e me olhou na expectativa de uma resposta positiva. Eu não sei o que é, mas se ela está me dando, eu aceito.

— Lena — eu paguei com a língua. Literalmente.— isso tá muito bom! O que é isso?— perguntei olhando para o balcão no qual ela estava ajudando Luke, inclusive quero mais. Tentei pegar outro pedaço, mas ela me deu um tapinha na mão.

Lena olhou para Luke, já que ela não fazia ideia do nome.

— Isso é tam'akaki— Luke respondeu.— Feito de plantas e plantas e... plantas. E ela fez sozinha, viu?

— Eu não sou um terror na cozinha.— Lena me olhou com pontinhos de vitória nos olhos.— Aquela foi a única vez, Kara.

— Mas é que foi muito ruim, fiquei traumatizada.— confessei sem intenção de ser rude.

Foi tenebroso.

Lena me olhou e eu tenho certeza que poderia morrer agora.

— Pensei que combinamos de esquecer aquela noite horrível.— Lena me deu as costas.

— Não é porque você queimou a lasanha e colocou fogo em uma panela que aquela noite foi ruim...— murmurei.

Luke, que ainda estava ali, segurou o riso. E eu percebi pelo jeito que ele mexeu os ombros.

— E a vez que você assou exatamente 45 bolos e todos deram errado?— ela voltou a me olhar. Novamente com pontinhos de vitória nos olhos.

— Em minha defesa — levantei.— não tenho defesa.

— Vocês moram juntas?— Luke perguntou rindo.— O tanto de problema doméstico é preocupante.

— Não, mas tem semanas que ficamos juntas.— respondi calma.

— Esqueceu dos finais de semana.— Lena completou.

— Semanas e finais de semana? Por que não moram juntas de uma vez?— Luke nos olhava bem confuso.

— Porque às vezes ela recebe companhias desagradáveis.— respondi bem calma.

Lena me olhou e eu juro que ela queria revirar os olhos.

— Kara me pegou uma vez apenas beijando — ela me olhou para ter certeza que Luke entenderia como beijo o que eu chamo de engolir.— uma pessoa qualquer e nunca mais entrou sem bater. Eu diria que foi uma lição.— e agora ela riu de mim. 

Luke me olhou. Se eu entendi? Não.

— Uma vez eu também já peguei meus pais tran-

— Nós estávamos nos beijando.— Lena o cortou.

— Como eu estava dizendo — Luke a olhou bem incisivo.— não foi agradável não... eu entendo a Karinha.

— Karinha?— Lena perguntou.

— Gostou? Inventei agora.— Luke sorriu todo feliz e eu acabei sorrindo também.

— A lição de hoje é que eu jamais moraria com você.— olhei para Lena.— E seu gosto para homem é péssimo.— confessei.

Antes eu não teria essa coragem. Obrigada Ganori por me dar forças para falar algumas verdades.

— Você realmente esqueceu que era apaixonada pelo James?— Lena deixou de ajudar Luke para fofocar comigo no meio da cozinha. Essa é a nossa amizade. Se não fosse Luke fofocando junto, claro. 

— Sim. O meu gosto para homem também é péssimo. Se formos parar para pensar, eu nunca acertei um.— eu sou tão ruim nisso.

— Você seria cobiçada aqui em Ganori. Isso é, se você saísse daqui alguma hora. Quero ver na hora da festa. Nós vamos sair e você nem vai poder negar.— Luke me olhou tão... esse moleque tá aprontando. Eu sinto.

— Você por acaso está tentando desencalhar a minha amiga, Luke? Ela com certeza não precisa de um ganoriano.— Lena o olhou. Eu não consegui entender o que ela estava sentindo. Talvez Luke sentisse.

— Isso é fácil para você, Lena.— Luke cruzou os braços.— Você já pegou o olhar do Koch. É a vez da loirinha.

— Ei! Eu estou aqui!— e com certeza não sou invisível.— E que história é essa que aquele cara tá de olho nela? Ele não está à altura dela.— nenhum homem está e eu só estou falando a verdade. Ok, talvez o Jack fosse o eleito... se ele não tivesse ido embora depois de prometer o mundo para ela. Foi sobre isso aquela janta que mencionamos, ela queimou a lasanha e incendiou a panela depois de levar o famoso fora. 

Jack foi louco? Óbvio. 

— Se ele chegasse à minha altura, seria um homem pequeno. E eu não sei se gostaria muito disso.— Lena me corrigiu do jeito mais infantil possível e eu me calei.

— Tá vendo, Luke? Eu tento ressaltar a magnificência dela, mas tudo o que ela faz é tirar sarro. Pois bem, Lena... Koch, nesse caso, realmente não está à sua altura. Aproveite.

Pov Lena

Sim, Kara deixou a cozinha. Sério, o que aconteceu aqui? Luke me olhou e eu tenho certeza que ele sabe o que aconteceu.

— Você não está louca. Ela ficou com ciúmes.