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História Sex Angel (jikook) - Vinte


Escrita por: evyamaze

Capítulo 20 - Vinte


Park Jimin mantinha-se com os olhos fechados. Sentia sua pele ser suturada com lentidão, mesmo que parte da dor já não estivesse presente devido à anestesia local que havia recebido. Recebia o décimo ponto, e suspirava pesadamente, enquanto os olhos de Jungkook, inchados e vermelhos, mantinham-se presos sobre o seu corte que era tratado.

A mão menor se mantinha presa à dele. Acariciava a palma maior que a sua com ternura, enquanto ouviam as reclamações constantes de Hoseok.

— Como o porteiro simplesmente deixou com que ele entrasse lá? Quanta irresponsabilidade!

— Eu liberei a entrada do entregador, Hobi. Vai ver ele apenas se atrapalhou… — respondeu, encostando-se no travesseiro atrás de si, sentindo o médico finalizar, limpando e pondo um extenso curativo logo depois.

— Prescreverei alguns antibióticos para você tomar. Os pontos deverão ser removidos com sete dias, então espero que retorne e avaliaremos como foi a recuperação. — o profissional falou, vendo o Park assentir, ainda encostado.

— Isso ficará cicatriz? — Choa perguntou preocupada.

— Isso é o de menos, Choa, pelo amor de Deus! — Jimin ralhou, mas olhou o curativo sobre sua costela.

— Você é um bailarino, Park Jimin, deve ter essa preocupação, quando é o seu corpo que transmite sua arte! — ela disse, sobressaindo com sua voz, tão autoritária quanto Park Boram, sua mãe.

— Uma marca não é nada. Ao menos estou vivo! — ralhou, negando e se erguendo com cuidado, tendo o apoio de Jungkook para o fazer, vendo-o fungar e buscar sua camisa, pondo em si com todo cuidado do mundo.

— Vou assinar sua liberação, só um minuto. — o médico se afastou, buscando a ficha de Jimin logo na recepção ao lado.

— Você conhece quem fez isso? — Hoseok perguntou. Jimin olhou-o outra vez, aquela era a terceira vez que perguntava aquilo, e como em todas às vezes, Jungkook apenas negou com a cabeça, não olhando-o, por se sentir inteiramente culpado. — Você tem certeza disso?

— Ele não sabe, Hobi. — o Park falou, vendo-o buscar seus sapatos e calça-los.

— Mas eu não acredito! — Hoseok falou, arqueando as sobrancelhas. — Porque ele não diz uma palavra sequer?

— Me desculpe. — Jungkook pediu, baixo e se erguendo, parando ao lado do Park.

Hoseok olhou-o por longos segundos, até suspirar pesadamente, sentindo-se culpado pelo modo em como tratou-o. Claramente o mais velho estava tão abatido quanto Jimin. Senão pior.

— Me desculpe. — o Jung pediu, fechando os olhos e jogando os cabelos vermelhos para trás, negando quando olhou-os outra vez. — mas precisamos saber quem é esse que fez isso. No prédio há câmeras de segurança, o rosto dele com certeza foi gravado.

Jimin assentiu, buscando a liberação, junto a receita de alguns remédios que precisaria tomar, com o médico, e agradeceu. Sua irmã se afastou um pouco, atendendo seu celular que não parava de tocar, e quando já estava pronto para ir, sorriu, sentindo Jungkook passar o braço por seus ombros e lhe segurar firmemente, segurando sua mão livre para assim ajudar-lhe a andar.

— Não se culpe por nada. — Jimin sussurrou-lhe, encarando os olhinhos brilhantes, enquanto assentia. — você ainda pode ficar comigo hoje?

— Eu não posso… e se ele aparecer?

Jungkook sentia seu coração doer. Era como se uma bomba tivesse explodido dentro de si outra vez. Jongin nunca lhe deixaria viver em paz. Viver feliz. Mas parecia doer ainda mais porque ele não queria deixar o Park, mesmo que desde o início, esse era o seu plano inicial.

Não queria deixá-lo quando sabia que lhe machucaria tanto quanto ficar.

— Jimin. — Choa chamou baixo. Ergueu o celular, demonstrando sua feição assustada. — é o papai…

Jimin suspirou e negou, mas ela apenas balançou o celular em sua direção, como se dissesse: se você não atender, ele virá até você.

Sem saída, buscou o aparelho e sentou-se na beirada da maca.

Suspirou outra vez, preparando-se mentalmente para falar com a pessoa que menos queria naquele momento.

— Oi…

— O que aconteceu? — a voz grave e autoritária soou como um raio. Jimin engoliu em seco, por mais que negasse, seu pai ainda conseguia-lhe colocar medo com bem pouco.

— Se você está ligando, é porque já sabe. — falou, encolhendo as pernas.

— Até mesmo em um momento assim você é rude?

— Aprendi com você. O que quer? — fez bico, vagando o olhar por todos os lados, apenas para desfocar seu nervosismo.

— Eu lhe avisei, Jimin. Eu avisei! — o homem gritou do outro lado. — Por Deus, você quer morrer!

— Você deveria estar gritando com outra pessoa. Você sabe quem fez isso! Tentaram me matar e eu sou o culpado? — o menor também gritou, seu pai conseguia tirar seu sossego facilmente.

As mãos pequenas já tremiam. O coração palpitava e a cólera lhe sucumbia.

Hoseok arregalou os olhos, prestando atenção no que o outro havia dito. Jimin com certeza sabia quem havia feito aquilo, mas apenas estava protegendo alguém.

E obviamente esse alguém era o Jeon.

Os olhos felinos do ruivo fitaram o moreno, encarando-o como se quisesse tirar palavras daquele que ainda se mantinha quieto e em silêncio.

— Você é o culpado porque eu te avisei! Você agora vê o quão grave é isso? O quão ruim é você ficar com a merda desse garoto?

Jimin afastou o celular, fechando os olhos, tomando mais um pouco de controle para apenas não encerrar a ligação. Não estava a fim de ouvir o sermão outra vez.

— Ouça bem, lhe direi apenas uma vez. — o homem soou mais calmo, entretanto, apenas sua voz estava mais baixa. Se pudesse vê-lo, notariam seu rosto vermelho, sua gravata aberta e suas mãos tremidas. Estava assustado acima de tudo. — Você nunca mais irá falar com esse tal Jungkook, entendeu? Não vai mais sequer cruzar com ele naquela universidade!

— Você não pode me forçar a nada, eu sou adulto!

— A PORRA DE UM ADULTO IRRESPONSÁVEL! Você quer morrer?

— Sinceramente, papai, eu não quero ouvir mais nada disso. E me ouça agora, eu irei até à delegacia, darei o nome do seu cliente, e se você defender-lhe, você que nunca mais me verá. Estou cansado, eu sou uma pessoa, mereço respeito também!

A ligação foi findada com ódio. A respiração do Park tornava-se irregular. As veias em seu pescoço saltavam e sua coloração tornava mais coralina.

— Fica calmo. — Choa buscou o celular e sentou ao lado do irmão. — o papai é um idiota…

Jimin travou a mandíbula. Seus olhos eram incapazes de fitarem qualquer coisa com exatidão. Entretanto, olhou para Jungkook, vendo-o sair dali às pressas, fungando alto, deixando aparente que chorava, e não era pouco.

— Jungkook! — chamou, mas apenas viu quando o mais alto correu, saindo daquele hospital às pressas.

— Pelo amor de Deus, o que está acontecendo! — Hoseok perguntou inquieto.

Viu o melhor amigo negar, abaixando o olhar e demonstrando o quão perdido sentia-se.

— Apenas vamos para a casa. — Choa falou, buscando por seu irmão mais novo, segurando em seus ombros como Jungkook havia segurado antes, ajudando-o a andar.

— Hobi, vai atrás dele, por favor. — O Park pediu com a voz trêmula.

— Não! — falou ajudando-o também, mas Jimin negou.

— Por favor… por mim.

Hoseok sentia seu coração acelerar gradualmente. Talvez fosse a confusão, ou talvez a raiva que ainda lhe preenchia por não entender caralho nenhum do que se passava.

Demonstrou seu fastio, suspirando e anuiu no fim. Tomou rapidez para ir à frente, saindo do local e olhando ao redor, não tendo vista de Jungkook em lugar nenhum.

— Mas que caralho… — resmungou, correndo pelo estacionamento e olhando ao redor.

Estava parcialmente escuro, seria difícil de encontrá-lo. Contudo, bastou chegar na lateral do lugar. Ouviu um grito, que obviamente lhe assustou, e caminhando em direção, encontrou o maior ali, puxando seus cabelos com força, chorando sem pausas, como se estivesse em uma luta consigo próprio.

— Ei! — Hoseok chamou, mas Jungkook não parou. Continuava puxando seus cabelos com força, gritando, chorando.

Assustou-se quando notou os fios já em grande quantidade nas mãos do moreno, e aproximou-se com pressa, segurando as mãos e os braços, vendo como era forte e como estava descontrolado.

— Por favor, faça ele parar! — Jungkook gritou, soluçando no fim da frase, puxando suas mãos para puxar os cabelos outra vez, mas sentindo-se preso, graças ao Jung.

A voz de Jongin ecoava em sua mente. O dito “Angel”, chamado de forma sexual, provocativa, doentia, fazia Jungkook sentir ânsia de vômito em constante, sua visão ficava turva a cada novo segundo, mas dava lugar a imagem nítida do médico lhe chamando, como se estivesse permanentemente em seu encalço.

— Fica calmo! — Hoseok pediu, abraçando-o e tentando encará-lo.

— Ele vai me levar. Ele está aqui, por favor, me ajuda.

— Não tem ninguém aqui, Jungkook, sou eu! — Hoseok mantinha os olhos na altura dos dele. — Olha pra mim, por favor.

Conseguia sentir o corpo do outro tremer, e aquilo lhe enchia de medo. Não entendia porque Jungkook estava daquele modo, mas notoriamente era algo realmente sério.

— Hobi… — chamou fraco, parecendo notá-lo, abaixando-se e encostando a cabeça sobre o ombro do ruivo. — me ajuda, me ajuda…

— Estou te ajudando. — falou abraçando-o com menos força, acariciando devagar as costas dele. — Vamos sair daqui.

— Ele está me olhando. Eu não posso voltar para a casa.

— Não irá, vem comigo.

Puxando-o devagar, o mais novo conseguiu retirá-lo dali. O corpo de Jungkook parecia padecer ao frio, tudo nele tremelicava, até mesmo os dentes, deixando um som amargurante retumbar.

Visualizou o carro já com as lanternas ligadas. Jimin, que estava no banco traseiro, abriu a porta com força, mas antes que pudesse sair, os dedos erguidos do melhor amigo em um: pare, fez com que ele apenas esperasse-nos ali, sentado.

Assim que Jeon soltou o ruivo, adentrando o carro de forma assustada e encolhida, pôde sentir os braços preocupados do outro. Encolheu-se lá, sentindo o respirar do Park percorrer seus cabelos, apenas num carinho brando e necessário, se apertando mais ao outro.

— Vai ficar tudo bem, Kookie, eu prometo. — falou, repousando a cabeça do outro sobre seu ombro.

Logo após, dentro daquele veículo, nenhuma voz sobressaiu novamente. Todos estavam assustados, inquietos por dentro, mas mantinham-se sérios, cansados demais e somente almejando chegar logo de volta ao apartamento.

— Onde está meu carro? — Park Choa perguntou ao estacionar o de Jimin em frente.

— Será que foi rebocado? — Hoseok inquiriu, olhando ao redor.

— Você deixou em lugar proibido, certamente, ele foi. — Jimin falou.

— Anda, vamos para a garagem e depois procuramos por ele. — O Jung pediu.

A garota, mesmo com o cenho franzido e com a preocupação de que seu carro importado poderia mesmo ter sido levado, assentiu, guiando o do irmão para a garagem.

— Vamos subindo, podem ir. — Jimin avisou, buscando apoio no corpo de Jungkook, que parecia estar um pouco melhor, e chamou o elevador.

— Eu vou falar com o síndico. Amanhã cedo nós iremos à delegacia. — Hoseok apontou, sem chances do amigo negar.

Guiando-se ao elevador, Jimin observou o outro. Estava ainda mais quieto, com o olhar perdido, mesmo que suas mãos demonstrassem importância, segurando firme seu corpo para não cair.

— Você ainda não comeu. — o Park falou, abrindo a porta e vendo a caixa da pizza no mesmo lugar onde havia deixado. — foi uma sorte a Fluffy não ter derrubado e comido. — brincou, buscando a caixa e ainda analisando o silêncio excessivo do outro. — quer comer? Podemos esquentar.

— Eu deveria ir embora, Minie. — Jungkook olhou-o.

Seus olhos estavam tão cansados, que machucava o Park ao apenas notar aquilo.

— Eu não vou deixar você ir. Não hoje. Então me ajuda a chegar na cozinha, vamos comer um pouco.

Jungkook não protestou, apenas se organizou de forma melhor e levou o Park até onde desejava.

Sentou-lhe num dos bancos, buscando a caixa e repousando-a sobre o mármore escuro da ilha.

— Posso usar seu forno? — perguntou antes de simplesmente usar.

Jimin sorriu, anuindo contente. A anestesia local já começava a passar, e mesmo que não doesse muito, pinicava.

— Eu vou ligar para a farmácia, pedir os remédios.

— Não, deixa que eu faço isso. — o Jeon correu, impedindo que o menor sequer se movesse. Buscou o celular, procurando em seu aplicativo de entrega, uma farmácia perto de onde estavam, e sorriu, quando encontrou uma que funcionava por vinte e quatro horas. — Qual o nome dos remédios?

Enquanto Jimin lhe ditava os nomes um tanto tortos e difíceis de serem decifrados, Jungkook digitava e intercalava sua atenção para o forno.

Ao menos ali, até então, pareciam eles mesmo, antes de toda a bagunça acontecer.

A porta da frente foi aberta, e Hoseok junto a Choa adentraram.

O Jung ria audivelmente, enquanto a mais velha tinha uma carranca na cara.

— Levaram? — Jimin perguntou já rindo, vendo-a assentir. — Não se preocupe, eu pago a taxa.

— Não precisa. — ela sentou-se ao lado e viu Hoseok jogar-se no chão, em prol de brincar com Fluffy que fazia festa ao lhe ver. — eu só espero que eles não arranhem meu Bentayga, foi presente do Harry, não podem estragar.

Jimin riu revirando os olhos.

— Que tipo de boy te dá um carro de cerca de quatrocentos mil dólares?

— O tipo que eu escolho. Não arrumo namorados pobres, sou uma Park.

Hoseok riu, mas ergueu o olhar para Jungkook, vendo-o organizar a pizza quentinha no centro da ilha.

Aprumou-se, seguindo em direção ao maior e parou ao seu lado.

— Como se sente? — perguntou baixo, notando a insistência de Jungkook não lhe encarar em retorno.

Talvez estivesse constrangido.

— Com dor de cabeça. — suspirou, abaixando-se para buscar alguns pratos.

— Quer um remédio? Eu posso buscar um para você.

— Não precisa fingir que se importa ou que não está com raiva de mim, Hobi. Eu sei que está chateado…

— Estou, mas isso não significa que eu não me importe ou que eu não goste mais de você. Entenda meu lado, eu cheguei aqui e meu melhor amigo estava machucado, repleto de sangue, e tudo o que ele pedia era para você ficar calmo, que não era a sua culpa. Eu não pude não sentir raiva.

— Me desculpa por isso…

— Está tudo bem, mas amanhã, Jimin realmente irá à polícia. E, por favor, se você puder nos ajudar, ajude. Isso não pode ficar assim.

Os olhos de Jungkook fitaram o outro, e não parecia que ele mentia.

Mas o que ele faria? Denunciaria Jongin? E se o fizesse, como provaria? Isso só atrairia-lo ainda mais.

Sentaram-se nos banquinhos e Hoseok buscou o remédio para o Jeon, entregando-lhe junto a um copo com água e certificando-se de que a pílula havia sido mesmo ingerida.

Não conversaram muito quando sentaram sobre a mesa e comeram a pizza. Quando os remédios de Jimin chegaram, Choa pregou os horários em que deveriam ser ingeridos na geladeira. Hoseok separou alguns que o melhor amigo deveria tomar naquele instante e, assim como fez com Jungkook, verificou se o menor havia tomado todos, para só então, se mitigar.

— Não precisam dormir aqui, já está tudo bem. — Jimin soou sonolento, os remédios pareciam fortes demais. — Jungkook ficará comigo, ele cuidará de mim. — riu, encarando os olhos afetuosos do outro sobre si.

— Tem certeza? — Hoseok inquiriu, incerto.

— Tenho, assim como tenho certeza que vocês não querem dividir um sofá apertado, juntos. Podem ir.

— Certo, certo. Mas amanhã retornaremos, entendeu? Eu não vou largar do seu pé até que estejamos resolvidos nisso tudo.

O Park aquiesceu, anuindo e bocejando no fim. Não pôde levá-los na porta, mas não precisava. Viu apenas Jungkook ir até a porta e fechá-la com chave, rodando suas vezes e se certificando se estavam seguros mesmo.

Era uma pena vê-lo tão amedrontado.

O Park sentiu quando os braços fortes lhe buscaram outra vez, ajudando-o a ir para o quarto, mas ainda precisava de um banho. Um bom banho, então foi guiado até o banheiro e riu quando Jeon fez questão de ajudá-lo a se despir e até mesmo tomar banho, buscando a esponja para limpá-lo por inteiro, o que, pela primeira vez, vibrou sem conotação sexual alguma, apenas num afeto mútuo que permanecia intacto entre eles.

Jimin, agora, tinha os fios secados por uma toalha e aproveitou-se da aproximação do outro para abraçar sua estrutura. Ele riu, achegando-se sobre o abdômen despido e descansando ali, apenas sentindo ser cuidado, enquanto queria demonstrar que também podia cuidar.

— Vamos dormir, tudo bem? — Jungkook lhe puxou, logo após secar com cuidado os pontos. — onde tem curativos?

Jimin mostrou-lhe onde ficavam e viu-o buscar sem demoras. Jungkook retornou com algumas gazes e fitas. Pediu para que deitasse e mirou seus olhos ainda vermelhos sobre o machucado, cobrindo-o devidamente.

— Hoje eu não vou te abraçar, tudo bem? — perguntou, já deitado, debaixo do coberto e ao lado do menor. Jimin assentiu, mesmo que inconscientemente fizesse bico. Aquilo fez o maior sorrir, beijando-o de maneira impensada, mas deixando apenas um terno selar nos lábios gordinhos.

— Toca o meu pé com o seu... — pediu, envergonhado. — Ao menos assim, eu vou me sentir preso a você.

Não protestou e embalou o pezinho do menor aos seus, emaranhando-os e suspirando. A sensação foi boa.

— Boa noite, Jungkookie.

— Boa noite, Minie. — ditou, aproximando-se só mais um pouco, sentindo a respiração do outro bater contra a sua. — dorme bem, ou… tenta.

Jimin riu, mas assentiu.

— Eu vou dormir, já que você está aqui, comigo.

[...]

— Kim Jongin. O nome dele é… Kim Jongin.

Kim Taehyung mantinha-se com a mandíbula travada. Sentia o ódio correr por seu sangue, sentia as veias latejando, e tudo o que podia fazer era permanecer sentado, ao lado de Jungkook, enquanto um policial - que era seu amigo - anotava as informações que Jungkook e Jimin passavam.

— Escute-me bem, Mark, ele tem policiais corruptos por ele, nós só temos você, então, por favor, nos ajude. — o Kim implorou ao policial.

— Fique calmo, Taehyung, primeiro preciso recolher as informações, mas sem provas, eu não sei como conseguimos prosseguir com essa denúncia.

— Ela possivelmente será arquivada. — outro policial, Youngjae, falou sentando-se ao lado.

Mark havia jurado que aquele era tão confiável quando ele mesmo era, e não restava muito além de acreditar.

— Mas ele agrediu o Jungkook, eu te falei.

— Mas isso foi a anos atrás, hoje não valerá de nada. — o Tuan falou, suspirando cansado. — mas, por favor, me deem mais informações. Sabem o endereço dele?

Taehyung olhou para Jungkook, que negou em prontidão.

— Você poderia tentar com o seu pai? — Hoseok perguntou a Jimin, levando a atenção de todos para ele.

— Ele não dará informação alguma, Hobi. É tão corrupto quanto todos, para proteger um cliente.

— Que saco! — Taehyung ralhou, respirando fundo enquanto massageava as têmporas. Deslizou a mão vagarosamente sobre o rosto, voltando a encarar Mark sem muita alegria. — O que nos resta então?

— Você falou que recebeu algumas mensagens com ameaças, não é? — apontou para Jungkook, vendo-o assentir. — Há um número que possamos investigar?

— Todas as mensagens são com id bloqueado, mas eu sei que é ele, eu sei. Ele quer me fazer sentir medo…

— Talvez possamos rastrear quem envia as mensagens, mas pode demorar um pouco. Se importa de deixar seu celular conosco para podermos buscar uma localização?

Jungkook negou de imediato, buscando o aparelho e entregando a Youngjae.

O policial juntou o celular e etiquetou-o com o seu nome e o nome de Jungkook, junto ao número do boletim que Mark acabava de fazer.

— Pedirei as imagens das câmeras do seu prédio também, deverá nos ajudar em algo.

— O que fazemos se ele aparecer? — Jimin perguntou. Não sabia quem era o homem, apenas pesquisou um pouco e viu as inúmeras matérias onde o cirurgião aparecia. O rosto era famoso, dificilmente seria pego com facilidade. E era isso que lhe preocupava.

— Fiquem com meu número. — Mark entregou um cartão a cada um dali.

Choa, que se mantinha quieta no canto, buscou-o e entregou um com seu número também.

— Park Choa… seu nome é frequentemente falado nos tribunais. Sei disso porque vi a matéria recente onde você livrou um homem acusado de matar a própria esposa. Eu o prendi.

Choa suspirou. Odiou buscar aquele caso, mas seu pai lhe obrigou. Era um homem rico, onde foi acusado de matar a esposa num beco, enquanto ela saia de uma loja requintada. O motivo? Bem, ciúmes, talvez. Mas Seojoon confiava no seu talento e profissionalismo, e ele não estava errado. Foi fácil livrar aquele porco assassino de passar o resto da vida atrás das grades, mas ela não fez o trabalho com a euforia que sempre fazia, sentiu-se enojada por todo o tempo, e quando o veredito foi proferido pelo juiz, se recusou a passar mais um minuto a mais ao lado do cliente, vendo-o comemorar a liberdade “justa”.

— Apenas fiz o meu trabalho. — ela falou, encarando-o nos olhos.

— Engraçado, eu também. Sabia que ele estava com uma faca quando eu o prendi? Uma faca que, possivelmente, ele iria se livrar jogando no rio Han ou algo assim.

— Como eu disse, fiz apenas o meu trabalho. — ela recolheu o cartão do policial investigador, guardando-o em sua bolsa.

Jimin sentia muito pela irmã ter que lidar com situações do tipo. Ele sabia que ela não escolhia os casos, tampouco recusava. Era tudo pela Park’s, e seus pais faziam tudo para aquela empresa se manter no mais alto patamar. Até mesmo lutar pela liberdade dos mais podres, somente em prol do dinheiro que recebiam.

— Deixemos tudo isso de lado. — Taehyung buscou a atenção do Tuan. — Por favor, nos ajude.

O policial, por mais que ainda se sentisse injustiçado com a Park, assentiu ao Kim.

— Em nome da nossa amizade, prometo que darei o meu melhor.

O sorriso retangular do Kim, aqueceu o policial. Apertaram as mãos, firmando aquilo como se fosse uma promessa, mas Jimin ainda teve que terminar seu próprio boletim, afinal, havia sofrido uma tentativa de assassinato praticamente em sua própria casa, e Jungkook se recusou, assim como todos os outros, a deixá-lo sozinho ali, então se agruparam na sala de espera, até que o loiro terminasse tudo.

[...]

— O que aconteceu com você?

A voz espantada de Taemin, deixava seu susto ao ver o modo em como Jimin estava, transparecer. Seus olhos se arregalaram quando o Park ergueu a camisa e mostrou-lhe o curativo. Instintivamente, pensou em Jungkook.

— Fui atacado na porta de casa. — Jimin explicou, abaixando a camisa. — mas não foi tão fundo, Jungkook estava lá, ele viu tudo.

— O Jungkook? E ele está bem? O que fizeram com ele?

Jimin riu, abanando as mãos, e ouvindo a voz do Jeon saindo do quarto.

— Porque não me acordaram? Onde está o vovô? — Jungkook perguntou sorrindo.

Taemin olhou-o de cima a baixo, parecendo procurar algum machucado também.

— Ele ficou lá embaixo… você está bem? — piscou, encarando os orbes escuros do maior.

Jungkook assentiu, balançando seus cabelos e procurando os filhotes.

— Eu já levei. — Taemin avisou. — mas eu não sabia que você estava aqui, pensei que estivesse… trabalhando.

— Ah não, pedi demissão. — Jungkook riu e procurou seus chinelos. — Vou lá embaixo, falar com o vovô e me despedir dos cachorrinhos.

Jimin sorriu doce, assentindo e vendo-o um pouco mais disposto.

Gostava de ver o Jeon assim, alegre, revigorado. Era como haviam se conhecido.

Taemin suspirou, parecendo preocupado.

— Estou feliz que esteja bem. Mas eu nem imagino o medo que tenha passado. Como… como aconteceu?

— Foi só um idiota que aproveitou uma brecha do entregador de pizza, e subiu junto.

— Mas você o conhecia?

Jimin negou. — Não, mas eu tenho quase certeza que alguém enviou aquele homem aqui. Mas a polícia já está com as imagens da câmera de segurança, logo, logo, prenderão ele e ele contará quem o mandou.

— Você foi na polícia? — os olhos do Lee saltaram.

— Sim. Eu precisava. Foi um atentado contra minha vida, eu poderia ter morrido.

— Poxa… minha nossa.

— Mas não se preocupe, já estou me recuperando, amanhã já retirarei os pontos. Só espero que isso não interfira na minha dança, precisarei passar por alguns exames ainda.

— Você não pode parar de dançar, é a sua vida!

— E eu não vou, tenha certeza disso. Eu sou forte, vou voltar em breve. Além do mais, Jungkook tem me ajudado muito, eu acho que… ele é a parte maior da minha vontade de persistir.

— Vocês estão… namorando? — a pergunta ecoou baixa, mas o Lee deu atenção ao sorriso bobo que o outro deixou transparecer.

— Não, mas… eu acho que gosto mesmo dele.

— Tipo, paixão? — mordiscou o lábio inferior, vendo-o dar de ombros.

— Talvez…

— Ah… — Taemin assentiu, sorrindo pequeno enquanto via-o pensativo. — então, vamos indo?

— Ah, sim, vamos.

Jimin já caminhava melhor, os remédios lhe deixavam sem dor alguma. Seguiu com Taemin para baixo, e riu quando chegou no estacionamento e encontrou Sunjin e Jungkook, ambos com os olhos regados de lágrimas, abraçados aos cinco filhotinhos de cães.

[...]

— VOCÊ É LOUCO?

Jongin suspirou pesadamente, inclinando a cabeça para trás, cheio de fastio.

— Não grite, seu insolente, quem pensa que é?

— Você tentou matar ele?

Um riso nasal foi tudo o que o Kim deixou, antes de erguer a cabeça e olhar em direção a sua visita, que parecia estar tão cheia de uma coragem súbita.

— Você gosta mesmo dele, não é?

— É uma vida, e você tentou ceifar-lá, o que quer que eu faça? Bata palmas?

— Deveria, porque ao menos eu me livraria logo daquele bailarinozinho… Mas para o seu governo, Lee, eu mandei que fizessem quando Jungkook não estivesse por perto, que mal eu fiz se ele está sendo hipnotizado por aquele lá? Ao contrário do que você pensa, eu não quero que meu Angel tenha uma visão ruim de mim.

— Uma visão ruim? — o Lee riu nasalmente, negando enquanto repousava as mãos na cintura. — Você deixou-o jogado no chão, como um grande saco de merda, enquanto agonizava, e acha mesmo que ele ainda não tem uma visão ruim de você?

— Jungkook amadureceu. Ele mudou.

— ELE TEM MEDO DE VOCÊ! — gritou, cansado. — você não entende isso? Ele não aguenta sequer ouvir o seu nome. Ele teve coragem até mesmo de ir até a polícia, mesmo sabendo o quão corrupto você é, somente para tentar se livrar de você.

— Você me enche de besteiras, eu tenho a melhor equipe de advogados ao meu favor, então pare, por favor. Jungkook me ama, é apenas isso que importa.

— Você acredita mesmo nisso? Eu te pedi: deixe-os em paz, viva sua vida, deixe Jimin e Jungkook em paz.

— NÃO EXISTE JIMIN E JUNGKOOK! ELES NÃO SÃO UM CASAL! — o grito assustou o Lee. As veias do rosto do Kim evidenciavam sua cólera, até mesmo seu olho esquerdo pestanejava sem um ritmo correto, tudo somente porque estava consumido pela raiva. — Eu vou deixá-los em paz, mas você terá que separá-los, entendeu?

— Eu não vou separar ninguém. Estou cansado disso tudo.

— Você irá, porque você sabe o que eu posso fazer caso não faça o que eu quero.

— É a minha família, você não pode usá-los para ter o que quer.

— Eu posso, e vou. Amanhã, voltarei a Washington, tenho um prêmio a receber, e talvez fique algumas semanas. Tome esse tempo para bolar algo majestoso. Tão grande, que fará com que ele volte para mim. Para os meus braços, onde nunca deveria ter saído.

— Você é doente… eu não sou como você.

— Ah… tudo bem, então ponha sua própria família em risco e veja o que eu sou capaz de fazer.

O Lee negou, sentiu seu corpo tremer, talvez em medo, talvez em raiva. Só queria se livrar do Kim, mas parecia tão preso quanto Jungkook um dia esteve.

— Agora vá, saia. Preciso descansar um pouco. Amanhã viajo cedo e não gosto de parecer cansado.

O Lee negou, mas não tinha nada o que fazer além de sair dali.

Não queria fazer mal a ninguém, muito menos a Jungkook, e o seu bailarino, Jimin.



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