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História Shadow - Supernatural Fanfic - Em Littlefork.


Escrita por: nameiswhite

Notas do Autor


E ai, Hunters.
Mais um capítulo de Shadow fresquinho para vocês.
Aproveitem!

Capítulo 21 - Em Littlefork.


Littlefork, Minnesota.

Danielle estava sentada no banco de trás do Corolla recém roubado. Sua cabeça pinicava por conta da peruca curta e castanha, além da touca. Rachel, que se encontrava no banco do carona, estava uma graça com uma loira e cheia de cachos. Esse era o conceito de se disfarçar de Garry, que se continha apenas com um óculos escuro e boné. A viagem para a pequena cidade não durava mais de meio dia, mas eles fizeram em três. 
          Garry não fornecia a segurança de um arcanjo. Portanto, foi preciso o roubo de três carros, todos eles resultando em três desvios. Eles roubavam um e seguiam por boa parte do caminho até a cidadezinha, mas logo faziam um desvio de mais ou menos cinco horas de estrada, passavam a noite e seguiam para o roubo de outro carro, fazendo com que rumassem por mais um bom caminho e repetissem esse padrão até Littlefork.

As mãos de Danielle suavam, mas em contrapartida o cano fino da arma que estava escondida sob sua roupa a fazia sentir frio. O nervosismo a tomava como um martírio, juntamente com a ansiedade. Estar fora de um teto, com Eve a solta, era de dar medo. Dani trabalhava o tempo todo em sua mente, tentando afastar de si qualquer investida que não fosse do seu próprio eu. Era exaustivo controlar sua cabeça a todo momento e, quando estava se sentindo desprotegida, era ainda mais complicado. Ela tinha medo do que via, ouvia e até, sentia. Inclusive a brisa do dia frio a fazia duvidar se era mesmo uma coisa banal. Nos momentos em que dormiu pela estrada, mesmo que estivesse na companhia de Garry e Rachel, as noites não foram das mais confortáveis. Ela não tinha pesadelos, o que já era uma vitória, pois aprendeu que aquela era uma forma de ficar vulnerável para Eve. Por isso, sempre estava desperta. No momento em que algo ruim surgia em sua mente, ela acordava. Além disso, qualquer barulho na janela era suspeito. Não suportava ficar sozinha nem mesmo por um minuto. Talvez isso explicasse a cega confiança que depositava em Rachel depois de tudo. Por mais que ela fosse uma cachorra sarnenta, estava a protegendo.
             Todavia, por cima de tudo isso - no momento - havia a ansiedade por finalmente ver sua mãe.  

Garry estacionou o carro algumas quadras antes da casa de Harold, dizendo que chamaria menos atenção se chegassem andando. Desceram do carro e caminharam até a casa de dois andares e madeira velha. 
           Sua mãe, por mais que tenha vivido em uma fazenda cheia de homens, era uma mulher muito caprichosa. Não a imaginava ali. 

 Danielle caminhou mais a frente, sendo a primeira a alcançar os degraus. 
           Rachel bateu na porta, a qual se abriu com o contato. Pela visando que tiveram de onde estavam, a casa estava toda revirada. 

Garry tomou a dianteira, ordenando: 

_ Vocês duas ficam lá em cima, eu procuro aqui em baixo. Rachel, não saia de perto dela.

A mulher assentiu, abrindo a porta e seguindo para a escada. 

_ É uma boa hora para sua cadela interior surgir. - Dani debochou, empunhando sua arma. 

As duas subiram com cautela e era quase impossível ouvir seus passos sobre o chão de madeira. 

Tudo estava de pernas para o ar e por isso a poeira pairava pelo ambiente. Além disso, havia um cheiro de queimado insistente.
           O segundo andar era pequeno, tendo apenas duas portas. Ao entrarem no quarto de Harold, Dani soltou o ar com o que viu. A parede estava em pedaços, toda quebrada, fazendo com que o quintal estivesse visível. Havia marcas de mão na parede, como se algo fervente houvesse tocado e queimando o papel de parede. A cama estava virada e os livros jogados pelo chão, com uma prateleira completamente destruída.

 Ela se virou para Rachel, que estava mais próxima a porta. 

_ Mas que merda é essa? - falou, mas a mulher estava focada em um ponto fixo as suas costas.

Dani olhou em sua direção, mas demorou para perceber o que ela estava vendo. A princípio, parecia ser um pássaro vindo em direção ao imenso buraco aberto na parede, mas aos poucos a imagem se tornou de uma silhueta humana e com asas. 

Quando se deu conta do perigo, já era tarde demais. 

 Sentiu o corpo de Rachel sobre si, a impulsionando para trás. Entretanto, a criatura entrou no quarto, fincando as garras na lobisomem. Danielle bateu as costas com força no chão, perdendo o sentido por alguns segundos. Quando recobrou a consciência, viu Rach grunir no chão, cheia de dor. O sangue escorria de seu ombro e ela segurava o membro na tentativa de fazer com a hemorragia parasse. 
           A criatura, a pegou pelo outro ombro, arrastando-a para a parede quebrada. O barulho de asas foi ouvido do lado de fora e um outro homem apareceu. O que já estava no quarto, entregou Rachel a ele e disse coisas que Dani não foi capaz de entender. Foi então que ela disparou contra eles. Porém, por mais que tivessem forma humana, balas de prata só os deixava mais irritados.
         A criatura que havia as atacado enfiou o dedo no abdômen, onde a bala estava alojada e a tirou de lá, jogando no canto do quarto. Enquanto isso, o outro monstro saia voando com Rachel, que já havia perdido muito sangue para reagir. 

 Dani se levantou no momento que a criatura começou a caminhar até ela. Disparou contra até que não houvesse mais balas em seu pente, mas isso só retardou o caminhar do monstro. Ela não tentou recarregar, pois viu que não havia tempo. O homem partiu para cima dela, mas foi jogado para trás por um chute. Dani o atacou, deferindo socos e chutes, mas ele desviava muito bem. A criatura jogou a mão em direção a seu rosto, o que passou de raspão. Foi então que Dani percebeu as unhas grandes, pretas e pontudas. O descuido fez com que ele pegasse em um de seus braços, o torcendo. A dor do golpe era presente, mas o calor que saia da mão do homem era mais intensificado. Ela chutou a canela da criatura, conseguindo se soltar e atingindo alguns socos logo em seguida. Ele recuou, dando tempo para que a mulher chutasse uma das barras de ferro da cama e a soltasse do móvel. Partiu para cima do monstro, batendo nele com a barra. Conseguiu atingir a cabeça várias vezes, o que o fez hesitar. Ele agarrou o objeto e suas mãos ficaram vermelhas, esquentando o ferro. Danielle o olhou surpresa, soltando sua arma improvisada assim que o calor fez com que sustentar o objeto fosse impossível. 
          Ela vasculhou em sua mente criaturas que fossem capaz daquilo, mas suas respostas eram quase que inacreditáveis. 

_ Dragões! - concluiu, vendo o homem sorrir. 

Ela não possuía as armas que podiam matá-lo e tinha a total consciência que naquele caso, a solução mais sensata era fugir. 
          O dragão caminhava em sua direção, tentando alcança-la. Dani não sabia exatamente para onde estava indo enquanto caminhava de costas, mas quando encostou no batente da porta, viu que chegou onde planejava. Ele não estava longe, mas mesmo assim Dani se apressou, fechando a porta no intuito de retarda-lo. Desceu as escadas correndo, sabendo que a criatura estava logo atrás.

 Quando alcançou o andar de baixo, o ar sumiu de seus pulmões. Garry estava esticado no chão, sem nenhuma reação. Ela não sabia se estava morto ou apenas desacordado, mas aquilo a abalou das duas formas. No mesmo momento, uma dor e ardência tomaram conta de suas costas e sua única reação foi um grito seguido do choro. O dragão segurou o corpo da mulher, tendo os braços cheios com o sangue que saia dos cortes que ele havia feito em suas costas. Ela não desmaiou de início e o dragão de divertia com seu sofrimento. Sentiu o chão frio sob suas costas quando ele a deitou. O viu caminhar em volta e, mesmo com a visão embaçada,percebeu que ele estava sorrindo. Ele começou a rasgar seus braços e ela gritou de uma forma que nunca havia feito antes. 

_ É melhor que diga "sim" bem rápido, porque isso é só o começo. - foi a última coisa que Dani escutou antes de apagar. 

•••

O local escuro onde estava tinha cheiro de sangue e Danielle podia escutar o som de alguma torneira pingando. Ela sabia que havia mais alguém com ela, pois uma vez ou outra ouvia alguns gemidos. Seus braços estavam amarrados sobre sua cabeça e seu corpo sentado no chão unido e frio.

Um homem abriu a única porta, iluminando o local. Era uma cabana de madeira e, ao contrário do que Dani pensava, havia janelas, só estavam cobertas por uma lona grossa. Rachel estava deitada do outro lado do cômodo, desacordada e visivelmente machucada. 
         O dragão sorriu para ela, percebendo que havia acordado. Fez um sinal para os que estavam do lado de fora, os quais entraram. Eram cinco ao todo, mas um pareceu se destacar. O homem era forte, mas um pouco baixo. Tinha uma barba grande e grossa, com várias fios brancos em contraste com o castanho. 

Ele se agachou de frente a ela, com um sorriso macabro no rosto. 

_ Quando estive pegando as virgens em Portland, nunca imaginei que veria esse momento. - ele tinha um sotaque forte e ela não era capaz distinguir sua proveniência. - Quem eram aquelas meninas perto de você, Shaw? Isso é brilhante!

Ela sustentou um olhar de fúria na direção do homem, mas ele não estava nem um pouco intimidado. Ele levantou gargalhando. 

_ Onde está minha mãe? - a voz de Danielle saiu rouca, mas ela não vacilou. 

_ Não havia nenhum vestígio da sua mãe quando invadimos a casa... - um dos dragões arrancou um cordão de ouro que Rachel usava, entregando ao suposto chefe, que admirou a peça e guardou em seu bolso. - Mas eu garanto que do caçador não sobrou nada. 

Danielle engoliu seco, não sabendo se era uma informação confiável para lamentar a morte de Harold. 

_ Nós vamos começar o trabalho? - outro dragão se voltou ao homem. 

_ Não sei se a Mãe gostaria de entrar em uma casca machucada. - ele analisou Danielle. - Não podemos judiar muito do brinquedinho preferido dela, ela já está ferida demais.

Caminhou pelo local, vendo que um deles ainda mexia em Rachel a procura de mais ouro. O dragão sorriu, mostrando que tinha uma ideia. 

_ Seria incrível se você concordasse tão facilmente. - ele indicou para que um de seus homens fosse até a lobisomem desacordada. - Talvez nós pudéssemos arrancar o seu sim com a perda de alguém querido. 

Ele indicou mais uma vez ao homem, que pegou uma faca de prata e apontou na direção do coração de Rachel. Se ajoelhou, pronto para cravar a faca em seu peito. Entretanto, ele continuou imóvel, como se não conseguisse realizar o movimento. Seu rosto mostrava a força que fazia para tentar se mexer.

_ O que está acontecendo? - o líder bradou.

_ Eu... Eu não consigo. - o dragão tinha dificuldades até mesmo de falar. 

Um deles olhou para Danielle, que tinha os olhos fixos na cena. Ela estava conectada com a criatura, a impedindo de continuar o movimento. 

Ela sentia muita dor de cabeça, pois conseguia perceber a relutância do monstro. Em um momento de mais força, ela direcionou seu controle com mais precisão, jogando o homem para trás e longe de Rachel. 

O líder se voltou para ela, admirado, vendo-a respirar fundo de cansaço. Ela estava realmente muito forte, mas não sabia lidar com seus poderes, aquela foi apenas uma jogada de sorte. Danielle se encontrava muito machucada e somente uma grande força para ainda conseguir fazer aquilo. 
         Ele caminhou na direção da mulher, estapeando seu rosto com todo incitamento. Danielle quase ficou desacordada novamente.

_ Você se acha muito esperta, não é mesmo? - gritou. - Mas não somos qualquer criatura. Esperávamos que fizesse isso.

Ela não respondeu, não tendo mais forças para isso.

Ele se levantou, olhando para o corpo de Rachel no chão. 

_ Deixem que nossa mãe cuide dessa traidora. 

×

  Dois dragões voltaram a cabana, mostrando que a noite havia caído. Eles soltaram Danielle, que caiu no chão não sustentando o peso do próprio corpo. 

_ Mas que merda! - um deles reclamou. 

_ Vocês me machucam até eu perder os sentidos e depois reclamam? - a voz da mulher estava tão fraca que eles quase não entenderam seu deboche. 

Ignoraram, pegando-a no colo e direcionando para fora. 

A cabana era cercada por uma mata densa, impossibilitando de ver qualquer estrada próxima. Haviam vários dragões espalhados pelo terreno. 

Dani percebeu que um deles arrastava um corpo, direcionando-o a uma cova recém feita nos limites do terreno. Por sorte de sua curiosidade, o caminho pelo qual os dragões a carregava era naquela direção e pode ver de quem se tratava. Havia mais gente dentro do grande buraco, mas naquele momento, o corpo de Harold era jogado junto a eles. 
          Ela finalmente se permitiu chorar, gerando o divertimento das criaturas que continuaram a levando para onde quer que fosse. Torcia para que sua mãe não tivesse tido o mesmo destino que o amigo, tendo medo de perder mais alguém importante. 

Danielle estava a beira do precipício que era estar nas mãos de Eve e nem imaginava como se familiarizou com a sensação. Estava exausta e nada parecia mais plausível do que desistir. Sua fraqueza e cansaço mostravam que toda sua luta havia sido em vão. Ela correu do seu destino durante meses, mas ele a achou. Negaria ser o corpo de um monstro até a morte, pois já sabia que não havia outra opção além de morrer. 

Todos os dragões se reuniram perto da entrada de uma caverna, assistindo a chegada de Danielle. Aquilo era histórico e ela tinha consciência disso. Há mais de 700 anos essas criaturas desapareceram, com exceção da primeira vinda de Eve em Portland, no Oregon. Por mais que fossem criaturas extremamente peculiares, estavam ali para uma única e importante razão. Eles tinham o fetiche por ouro e Danielle pode ver uma quantia considerável uma vez ou outra, mas não grande quanto deveria ser. Eles tinham uma missão e estavam focados em executá-la. 

O líder, que havia entrado na cabana mais cedo, se direcionou para dentro da caverna com ela e os dois dragões que a seguravam.  

A medida que iam se aproximando, pode sentir o calor do fogo a atingir. Quando Dani falava que se sentia na beira de um precipício, ela estava certa. Eles pararam de frente a uma queda enorme, com o barulho e o calor da lava lá em baixo. 

_ Eu já disse que não vou aceitar isso! - a mulher falou. 

O homem sorriu, fazendo um corte em seu próprio braço com suas garras.

_ Nós não podemos te machucar, mas ela já é outra história. - ele tirou uma folha de seu bolso, começando a pronunciar um ritual que Dani podia jurar ser código da Vinci. 

Ele estendeu o braço para que as gotas de sangue caíssem lá em baixo e a lava se agitou, se ascendendo ainda mais. 

Os dragões começaram a impulsiona-la para frente e Danielle usou da sua pouca força para impedir. A lava subia pela cratera com rapidez, estacionando um pouco abaixo dos pés deles. 

Eles a soltaram e ela caiu no chão, sendo atingida por uma luz que a cegava. 

A princípio, Danielle finalmente sentiu paz. 
           Era como se a escuridão de seu corpo fosse sugada por aquela energia magnífica, cheia de força e poder. Porém, todo essa supremacia a fazia perceber o quanto aquilo era manipulador. 
           Dani começou a ter vontades que ela, normalmente, não possuía. Em um momento ela tinha paz e, no outro, a ganância dominava o seu ser. Eve estava mostrando a ela tudo o que poderiam fazer e Danielle gostava, inconsequentemente. 
           Ela assistiu aquela força a transformar, dando-a  ânsia por mais. Mas Danielle não era uma pessoa ruim e pela primeira vez ela pode diferenciar o seu ser do monstro que era Eve. 

O poder era grandioso, mas ela não o queria. 

_ Não! - gritou. 

Uma força a jogou no chão novamente, dessa vez de barriga para cima. Ela ainda não conseguia ver nada, mas ao contrário do cenário branco, a escuridão prevalecia. 
         Sentia seus braços sendo rasgados e queimados, junto com as repetidas sensações de uma faca a perfurando. Ela gritava até não sair mais voz. Por fim, tudo era apenas fogo. Ela ardia em meio às chamas e afundava com a lava densa a sua volta. Estava sendo torturada e não conseguia perder a consciência disso. 
            Em meio a todo esse tormento, algo a abraçou e ela só pode imaginar que era mais uma forma de tortura-la, mas tudo se cessou. 

Às chamas se apagavam de seu corpo a medida que era levada para fora da caverna, sendo colocada no chão em algum momento do trajeto. Os braços a apertaram com mais força e ela aos poucos foi percebendo que ele falava o seu nome. Ela sorriu, recebendo o afeto que pensou nunca mais sentir. 

Quando abriu os olhos viu as chamas que as poucos foi sumindo, assim como o fogo de suas mãos que ia se apagando. 

Um rosto foi tomando foco a sua frente e ela sabia que o abraço era pertencente a ele. 

Quando viu aqueles lindos olhos verdes, começou a chorar. 

_ Dean!
 


Notas Finais


E ai, o que acharam?
Até o próximo capítulo xoxo


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