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História Shadow (G!p) - Michaeng - Procura-se um emprego


Escrita por: OnIcy

Capítulo 16 - Procura-se um emprego


- O que foi, Mina? – Perguntei quando senti sua mão segurar meu braço. 

- Você só pode tá ficando maluca. É isso! – Mina me encarava desesperada. – Não falou sério, não pode deixar a gravadora. 

- Mina, me solte por favor. Tudo o que eu falei é sério. Eu vou deixar a gravada e isso já foi decidido. Eu deixei os papéis assinados em sua mesa. Acabou. – Sorri para ela, mas eu não estava feliz. 

- Tá fazendo isso pra da o troco em mim pelo o que eu te fiz, não é? – Mina apertou o meu braço, ela estava com muita raiva. 

- Quê? Isso nem faz sentido. Eu não iria largar tudo por causa daquilo. Estou fazendo isso pois eu errei em muitas coisas, meus atos antes foram horríveis e sinceramente preciso combater, então nada melhor do que eu dá um fora logo. 

- Mas essa é a sua gravadora! É o seu sonho! – Mina quase gritava e dava pra ver que ela queria chorar. 

-  Eu não posso viver esse sonho, Mina. Sinto muito e parabéns pelo noivado. – Tirei sua mão calmamente e sai. Mina como sempre não me impediu e eu estava indo embora, eu estava dando adeus para ela e para aquele lugar. 

Quando sai da gravadora encarei o mundo de uma forma diferente. Eu não tinha mais um objetivo de vida, um lugar que me pudesse fazer me sentir produtiva. De repente pensei em Jimin e senti que ele estaria na praia. Fui então andando até lá, além de me encontrar com ele, eu queria ver o mar. 

Jimin estava na praia quando cheguei. Eles estava lá, sentado, sorrindo e encarando o mar. Me aproximei dele e me sentei ao seu lado. 

- Eu senti você vindo. – Jimin disse, mas não me encarou. 

- E eu senti que estaria aqui. 

- É muito louco essa conexão que os homúnculos tem. Somos divindades, Chaeyoung. 

- Eu não quero mais ser uma divindade, Jimin. – Falei e abaixei a cabeça. 

- Como assim? 

- Eu quero desaparecer tanto da terra quando do espaço tempo, tá entendendo? Meu ser foi totalmente predestinado a amar a Mina, mas e impossível tê-la então eu quero morrer. Eu vou abdicar total dessa vida. 

- Sério? – Pela primeira vez vi um olhar preocupado dele. 

- Minha maior decisão nessa semana foi querer morrer, não foi nem sair da gravadora. Eu não me sinto bem aqui, eu sou tão fraca. – Suspirei e senti a brisa forte bater contra mim. 

- Quer pensar a respeito? – Jimin me encarava – Sabe que se fizer isso a antiga Chaeyoung volta e que você só vai poder usufruir de outro corpo quem sabe daqui a 60 ou 100 anos. Mina já estaria morta. 

- Chaeyoung irá voltar de qualquer jeito e eu não poderia evitar. Melhor adiantar logo, porém eu vou deixar uma surpresa nada agradável para ela. – Sorri. 

- Você fez pilantragem? 

- Fiz justiça! Ela tomará um choque quando ver que não tem mais a gravadora. – sorri.

- Isso sim que é revolução. – Jimin sorriu satisfeito. 

Eu e Jimin passamos o dia juntos. Conversamos e passeamos pela praia e depois pela cidade. Eu estava certa de que iria desistir dessa vida. 

Cheguei no apartamento de Sana a noite e encontrei além dela, Tzuyu, Dahyun e Momo encontrei Chaeryeong.

- O que vocês estão fazendo aqui? – Perguntei confusa. 

- Viemos te animar, Chaeyoung. – Sana falou – Não nos trate assim. 

- Não quis parecer grossa, mas é que eu não esperava vê-las todas aqui. – Comentei. 

- A gente veio te apoiar na sua vida nova. Vamos te apoiar. – Momo falou. – Trouxemos comidas e bebidas. 

- Valeu. Eu tô morrendo de fome mesmo. – Sorri. 

- Então vamos pois também estou morrendo de fome. – Momo sorriu e recebeu um tapa no braço de Dahyun. – O que foi? 

- Você só pensa em comida. – Dahyun brigou. 

- Mas estamos todos com fome mesmo, Dahyun. Vamos comer. – Sorri para elas. 

As meninas correram para a mesa e começaram a comer. Elas estavam contentes e eu tinha que fingir estar bem, mas eu estava triste, eu queria ficar sozinha, eu queria estar perto da Mina. Eu só queria paz e minha paz era ela.

Depois que comemos as meninas começaram a beber e dançar pelo apartamento. Fiquei sentada no sofá vendo-as cantando empolgadas e bêbadas. Até que estava engraçado. 

- Vem Chaeyoung, beba com a gente. – Sana se sentou ao meu lado e passou o braço pelo meu ombro. Sana estava muito bêbada já. 

- Eu estou me divertindo vendo vocês bem. – Confessei. 

- Você precisa sair dessa áurea baixa que se encontra. Eu vou te tirar dessa, me dá um beijo. – Sana fez bico. 

- Quê? Eu não vou fazer isso. – Me inclinei para trás e Sana para a minha direção querendo me beijar. 

- Não vai fazer essa desfeita comigo. Você é muito linda. – Sana passou a mão pelo meu rosto. 

- Sana, você é comprometida com a Tzuyu. – Me esquivei de Sana, saindo de sofá. – Eu vou tomar um ar. 

- Então eu vou tentar beijar a Dahyun. – Sana se levantou e cambaleou até Dahyun, que soluçava no outro sofá, enquanto Momo dormia no chão e Tzuyu dormia na poltrona. 

Aproveite que elas não estavam olhando ou com consciência para me notar e fui até a sacada do prédio olhar a vista. 

Fiquei olhando atentamente as luzes ao longe. Era bom morar em lugares altos, dava pra ter uma vista boa do céu e das poucas estrelas que dava pra ver. O vento da noite também era relaxante. Isso me fazia pensar cada vez mais em Mina e no que ela estava fazendo agora. 

- Chaeyoung? 

Olhei para trás surpresa e encontrei Chaeryeong, diferente das outras meninas ela não estava bêbada. 

- Oi. – Falei e ela veio para o meu lado, meio tímida e sorrindo discretamente. 

- Queria te agradecer pelo o que fez na empresa por mim nesses últimos dias. Eu recebi um cargo maior e até tive um aumento de salário, graças a você. A Mina disse que ia manter minha posição na gravadora. – Ela encarava a vista. 

- A Mina é uma pessoa incrível mesmo, tenho certeza que ela no controle total a gravadora vai ser um lugar melhor. 

- Chae, se você quiser eu posso sair da gravadora. Não tem sentido ficar lá sem você. 

Encarei Chaeryeong imediatamente. Eu jamais iria admitir aquilo. 

- Não precisa fazer isso. Eu vou ficar bem, sério. – Segurei em sua mão. 

- Mas é que eu tenho medo que você desapareça. Eu gosto de você, é muito boa e gentil. Não merece passar por tudo isso. Me deixe ficar ao seu lado, me deixe cuidar de você. 

- Do que você tá falando? – Perguntei confusa. 

Chaeryeong se aproximou de mim e me deu um selinho demorado. Aquilo me pegou de surpresa, eu não sabia que ela tinha esse tipo de sentimentos por mim. 

Assim que se afastou meu rosto esquentou e eu encarei o outro lado. Ela fez o mesmo. 

- Chaeryeong, eu não sabia disso... é que eu não posso, eu ainda sou muito ligada na Mina. – Eu não sabia direito como falar aquilo, mas eu não iria mentir, não pra ela que foi a primeira pessoa que esteve ao meu lado. 

- Eu sei, eu não posso competir com a Mina. – Chaeryeong parecia melancólica. 

- Não é questão de competir, é que eu realmente sinto um amor imensurável por ela, mesmo que eu e Mina não estejamos juntas eu sempre vou ama-la. – Eu a encarei, ela precisava saber disso. 

- Desculpa, é que por um momento eu e você, sei lá... pensei que poderíamos dá certo. Foi só um pensamento, eu realmente... Eu estou envergonhada, Chaeyoung. – Ela escondeu o rosto. 

- Não tem que se desculpar, você foi honesta e eu fico feliz que você goste de mim, eu gosto de você é uma grande amiga. E mesmo que eu suma algum dia ainda vou me lembrar de você.  – Peguei em suas mãos e fiz ela me encarar. – Obrigada por ter acreditado em mim a esse ponto. 

Chaeryeong sorriu timidamente pra mim.

Mais tarde eu fui deixa-la até o portão do prédio pois seu uber tinha chegado.  

- Vamos nos encontrar mais vezes, promete? Agora que não trabalhamos mais juntas deveríamos marcar de sair. – Ela segurava minha mão. 

- Eu vou adorar marcar de sair com você. 

- Se cuida Chaeyoung por favor. – Ela me deu um abraço apertado. 

- Você também se cuida. – Sorri e a vi partir. 

Voltei para o apartamento onde as garotas estavam todas dormindo pela sala. Passei por elas, desliguei o som e fui para o meu quarto. 

Fiquei deitada na cama pensando em Mina. Alguns poderiam gostar de mim, mas ela nunca iria sair do meu coração. 

Amar alguém é difícil pois a pessoa pode fazer as piores coisas, mas você não consegue deixar de gostar, não no momento. Talvez o meu amor pela Mina acabe com o tempo, mas nem eu acredito nisso.  A verdade é que eu a amo e vou respeitar sua decisão seja no que for. 

Dois dias se passaram desde que eu fiquei desempregada, eu estava pensando em ir embora. Eu realmente estava planejando morrer, mas prometi para Jimin que iria esperar por ele. Ele disse que só conseguiria fazer isso comigo quando enjoasse de milk-shake e ele ia passar a semana tomando para enjoar logo. Jimin era como se fosse uma criança e eu também, ambos não sabíamos lidar com a vida de forma responsável.

Como eu sabia que Jimin iria demorar então resolvi ir atrás de um trabalho, algo que me fosse útil. Ficar em casa pensando na Mina era algo que não iria me fazer bem. 

Chaeyoung tinha formação então resolvi ir nas empresas de tecnologia. Designer era a área dela e eu dominava isso também. Hoje eu marquei uma reunião numa empresa bem legal então estava ansiosa. 

Saí de casa não muito cedo, o dia não estava nem quente e nem frio. Como não dava pra ir de ônibus então peguei um uber e cheguei na empresa trinta minutos antes do horário. Entrei no prédio e a secretaria me disse para aguardar. A vaga era de designer gráfico, a minha área. 

A entrevista era pra ter começado as dez, mas por algum motivo o entrevistador estava atrasado. Eu não poderia perder tempo, agendei 4 entrevistas hoje. 

Fiquei sentada batendo o pé quando um homem todo arrumado passou olhando para mim e depois sussurrou algo para a secretária, que simplesmente não soube disfarçar. 

 - Me desculpa mas o senhor Woo não compareceu a empresa hoje. Peço que agende uma entrevista daqui a 3 meses. 

Saí de lá meio chateada, era óbvio que aquele era o tal do Woo. Só queria entender porque ele não quis me entrevistar. Eu estava arrumada, eu estava com os meus projetos. Ok, bola pra frente ainda tinham mais 3 entrevistas. 

O outro lugar era uma rádio, o lugar não era tão grande, mas parecia legal. 

Quando cheguei na rádio conversei o chefe do lugar, que me encarou dos pés a cabeça e depois analisou meu currículo e documento. 

- Você disse que era uma garota. – O homem falou. 

- Bem, e sou. – Falei – Legalmente eu sou uma mulher trans, o que me legitima como mulher. Meu nome social é Chaeyoung. 

- Que por... olha, obrigado por nos procurar, mas não estamos contratando. – Ele devolveu meus pertences. 

- O quê? Mas marcamos uma entrevista e vocês não deixaram claro que não estavam contratando. Sabia que eu paguei 35 de uber pra vim até aqui. Eu estou desempregada e não posso gastar dinheiro assim. – Falei brava. 

- E o que você quer que eu diga? Eu simplesmente não posso te dá o emprego. 

- Patético! – Guardei meus documentos na bolsa e sai de lá com muita raiva. A minha sorte é que os lugares onde eu tinha agendado entrevistas ficavam perto um do outro, então paguei somente uma corrida. 

Já fui para a próxima entrevista com raiva e chegando lá  ouvi que eles precisavam de alguém com o perfil diferente do meu. No caso alguém que não fosse trans. É, eu estava entendendo tudo. Eles simplesmente eram preconceituosos e eu fiquei pensando em como o ser humano poderia ser tão babaca a esse ponto. 

Fui para a última entrevista e deu a mesma coisa. Aquilo me deixou desanimada. Eu não iria conseguir um emprego por ser quem eu sou. Eu só queria uma oportunidade para me mostrar, eu sabia que era capaz, mas a sociedade era horrível. 

Passei em frente a uma loja de roupas onde tinha uma placa de “contrata-se”. Entrei, eu poderia vender roupas também. 

- Vocês estão contratando? – Perguntei a vendedora. 

- Isso estamos, mas é para o cargo de faxineira. Não acho que queira isso. – Ela me encarou sem esperanças, na certa ela precisava muito de alguém. 

- Você não faz ideia do quanto eu quero um emprego. 

- Sério? O trabalho é bem puxado, começa bem cedo. 

- Não tem problema, talvez aqui seja o único lugar que possa me contratar. – Falei desanimada.

- Você já foi presa? – A vendedora me encarou amedrontada. 

- Não, é que eu sou trans. 

- Ufa, achei que fosse algo sério. – Ela pôs a mão perto do peito aliviada. – Você pode começar amanhã? 

- Cla-Claro que posso. – Falei animada. 

- Contratada então. – Ela apertou minha mão e sorriu. – Meu nome é Sunmi. 

- Obrigada senhora Sunmi. 

- Me chame apenas de Sunmi. – Ela sorriu. 

No dia seguinte comecei o meu trabalho. Era bem pesado mesmo. A loja era grande e o tempo todo entrava gente, gente rica. 

Eu limpava o chão, balcão, vidros, banheiros, prateleiras, varria a frente da loja, lavava, lavava a louça da loja, tirava poeira dos cantos, consertava telhados. Eu fazia de tudo. Sunmi tinha deixado bem claro que o trabalho era puxado, mas ela pagava bem e me dava almoço. 

A primeira semana passou se arrastando. Eu fiquei muito cansada com a rotina. 

Cheguei no apartamento da Sana acabada. Ela já estava em casa e estava ela, Tzuyu, Dahyun, Momo e Chaeryeong como sempre. Todas sorrindo após um dia perfeito no trabalho, onde ganhavam super bem e terminavam o expediente cedo. 

- Chaeyoung você chegou. – Sana se levantou. – Vem comemorar com a gente. 

- Comemorar o quê? – Perguntei.

- Eu e a Tzuyu vamos viajar. A gravadora vai pagar uma viagem pra gente a trabalho pro Caribe. Isso não é um trabalho, é um sonho. 

- Parabéns Sana, fico realmente feliz por vocês, mas eu tô muito casada. Preciso tomar um banho e dormir. Boa noite pra vocês. 

Passei direito para o meu quarto onde peguei minha toalha, fui para o banheiro tomar um banho demorado e depois troquei de roupa e capotei na cama. Eu nunca fiquei tão cansada em toda minha existência. 

A semana havia começado tudo de novo e eu havia envelhecido uns 30 anos só nesse trabalho. Sunmi era legal, ela era uma chefe nota mil mas ela havia me alertado sobre o trampo e ela tinha razão só que eu não poderia fazer desfeita, além disso onde mais eu poderia arrumar um outro emprego? 

Eu estava na parte de trás da loja varrendo a área quando Sunmi apareceu correndo. 

- Chaeyoung temos clientes importantes, prepare um café e sirva-os, se não for pedir muito. 

- Tudo bem, em questão de minutos tá pronto. – Corri até a cozinha da loja e me apressei em fazer esse café, se eram clientes importantes então deveria sair tudo rápido e bem caprichado. 

Enquanto tudo estava no fogo me olhei no espelho e minha cara estava péssima. Primeiro que eu estava com sono e segundo com olheiras profundas, tudo resultado do trabalho. 

- Tudo bem Chaeyoung, isso é fruto de um trabalho árduo . Isso é ótimo, eu tenho um trabalho. Mas eu queria tanto dormir só um pouquinho. 

Quando terminei de fazer o café botei as xícaras e a garrafa numa bandeja e fui até os clientes servir. 

- Desculpa a demora, o café está pronto. – Falei e quando olhei para os clientes vi que se tratava de Mina e Jackson. Um nervoso passou por mim que eu quase derrubem a bandeja no chão. 

Mina me encarou boquiaberta e Jackson com um sorriso convencido no rosto. Eu estava com vergonha, de repente os dois me encontravam naquela posição. Eu não poderia suportar o olhar da Mina sobre mim. 

Ela na melhor posição possível vendo o meu eu, que já esteve na posição dela completamente abaixo. Eu não queria que as coisas fossem desse jeito. 



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