História Shadow (G!p) - Michaeng - Resgate

Acordei com as costas doendo. Ainda estava naquela cela e com muita fome. Yeseo estava deitada toda encolhida, ela parecia frágil e triste, o que era de se esperar. O homem que nos prendeu não estava lá e isso me daria liberdade para falar com ela. 

- Ei Yeseo, tá acordada? – Perguntei. 

- O que quer? – Ela perguntou mal humorada. 

- Por que eles trouxeram você pra cá? Sabe, eu fico pensando e não faz o menor sentido isso. Eles querem a mim. 

Yeseo se sentou de frente para mim, ela estava suja e machucada.

- Vieram atrás de mim para que eu fizesse chantagem com você, só que eu neguei. – Yeseo me encarou triste – Eu cansei de correr atrás de você, além disso eu conheci alguém que eu gosto muito. 

- Isso é ótimo, Yeseo. – Sorri para ela – Mas quem foi atrás de você? 

- Eu não posso te contar. 

- Por que não? – Me aproximei dela. 

- Se eu fizer isso vou estar em perigo. 

Me aproximei dela e segurei em sua mão. Ela claramente foi ameaçada e eu não tinha dúvidas, foi o Jackson.

- Não precisa falar, então. Eu queria aproveitar que estamos aqui e te pedir desculpas. 

- Desculpas pelo o quê? – Ela me encarou sem entender. 

- Por tudo o que eu te fiz. – Não tinha sido eu, mas eu queria me desculpar mesmo assim. – Por ter me envolvido com você  e ter roubado parte da sua liberdade. Que bom que agora você encontrou alguém que goste. Espero que ele seja da sua idade. 

- Ele é da minha idade. – Ela sorriu timidamente. – Eu é que não deveria ter forçado um namoro com você, me desculpa. 

- Tudo bem, vamos esquecer aquilo e quando sairmos daqui cada um vai viver sua vida. 

- Tem razão, mas como vamos sair daqui? – Ela perguntou, mas eu não fazia a mínima ideia. 

•

Mais um dia tinha se passado e Chaeyoung ainda estava desaparecida. A única coisa que eu tinha de certeza era que alguém estava com ela. Eu queria entender o que ganhariam levando-a. 

Na minha casa estava Dahyun, Momo, Sana e Jihyo. Todas estavam preocupadas com Chaeyoung, até a Jihyo, fora que elas eram as únicas que sabiam o que de fato estava acontecendo. 

- Se não podemos chamar a polícia então o que vamos fazer? Vamos esperar devolverem o corpo sem vida da Chaeyoung? – Sana perguntou chutando o meu sofá. 

- Calma, Sana. – Jihyo segurou sua mão.  

- Calma o caralho. Eu quero a Chaeyoung!

- Não só você, mas todo mundo. – Dahyun falou. 

Eu fiquei em silêncio olhando para tudo aquilo quando de repente meu celular tocou e eu num impulso atendi, achando que seria a pessoa que tinha sequestrado Chaeyoung. As meninas ficaram em silêncio e me observaram. 

Quando atendi ouvi a voz de Somi, isso foi um banho de água fria. 

- Oi Somi. – Expliquei para ela o que estava acontecendo e depois desliguei o celular. – Somi quer que a gente vá até a sua casa, ela parece que tem um plano. 

As garotas concordaram e seguimos para a casa de Somi. Era um apartamento do outro lado da cidade. Não era um lugar grande ou chique, mas dava para o gasto. 

Somi nos recebeu em sua casa e quando entrei só lembrei de Chaeyoung e de que ela esteve aqui algumas vezes. 

- Que ideia você teve, Somi? – Perguntei. 

- Eu trouxe um amigo que pode ajudar. – Ela disse. 

- Que amigo? – Dahyun perguntou. 

- Vem BamBam. – Ela chamou e um garoto magro, Alto, de cabelo Rosa apareceu para nós. 

- Oi, eu vim ajudar. – Ele sorriu. 

- E como ele iria ajudar? – Perguntei. 

- Ele é da área de T.I e pode fazer qualquer coisa. – Somi sorriu. 

- Tá, mas como? Podem estar nos vigiando. – Lembrei e mostrei a mensagem que recebi para os dois. 

- Isso é estranho. Pode me emprestar seu celular, por gentileza? – BamBam pediu. 

Eu dei mas muito desconfiada. BamBam abriu o celular e encarou o objeto suspirando, parecendo algo óbvio. 

BamBam pegou seu celular, digitou algo e mostrou a mensagem bem grande no seu celular. 

“Grampearam seu celular” 

Parecia loucura, então quer dizer que se meu celular estava grampeado eles poderiam ouvir o que estava sendo dito.

“Vamos levar seu celular para o quarto” BamBam digitou. 

Levamos o celular para o quarto de Somi e botamos a almofada em cima. 

- Nossa, que loucura então isso explica o fato de saberem que estávamos indo na polícia ontem. – Dahyun falou. 

- É e agora podemos rastrear o celular de Chaeyoung a vontade. – BamBam ligou o computador e começou a programar. Era algo que levava algum tempo e que me deixou aflita. Jihyo tentava me acalmar, mas eu estava tão apreensiva que não conseguia parar de pensar no pior. – Achei, galera. 

Corri para perto do BamBam e as meninas fizeram o mesmo. 

- Cadê BamBam? – Perguntei. 

- Aqui, nesse ponto. – Ele apontou – É uma região muito afastada da cidade, se forem agora chegam lá a noite. 

- Eu vou sair agora. – Falei, mas Jihyo me segurou. 

- Espera, não é assim. Essa região é abandonada, sozinha você não vai salvar a Chaeyoung, só vai piorar tudo. – Jihyo me falou. 

- Tem razão, mas o que vamos fazer? – Pensei e eu não tinha muito tempo, algo tinha que ser feito rápido. 

- Eu já sei! – Sana se manifestou – Chamem aquelas amigas malucas de Chaeyoung que vivem no lado Sul. O Sul é uma região perigosa, não é?  

- Tem razão, Sana. Podemos chamar a Soyeon e a Jeongyeon. – Sorri e pedi para que ligassem e explicassem a situação e em minutos Soyeon, Jeongyeon, Nayeon e alguns motoqueiros apareceram. 

- Então Mina, como vai ser? – Soyeon perguntou. 

O plano era basicamente invadir o lugar e resgatar Chaeyoung. Depois que o plano foi elaborado, foi decido quem iria e além de mim, os motoqueiros, Sana, Soyeon e Jeongyeon, quem também iria era Somi. 

Saímos da casa da garota e seguimos por todo o caminho que o GPS apontava. O lugar era realmente longe, o que deixava meu coração aflito. 

Já estava a noite quando saímos da cidade e chegamos num lugar completamente cheio de mato e estrada íngreme. Estávamos quase lá, então estacionamos carros e motos e seguimos pela mata adentro até chegar em uma casa abandonada. 

- É aqui? – Sana perguntou. 

- É. – Falei nervosa, meu coração estava acelerado e eu não sabia se Chaeyoung estaria aí e se estaria bem. 

Um dos motoqueiros entrou primeiro, o lugar estava escuro. 

- Podem entrar, parece que não tem ninguém. – Ele falou e entramos. A casa era cumprida e tinham várias salas. 

Seguimos o corredor onde demos de cara com uma cela e eu pude ver duas silhueta. Eram duas pessoas deitadas no chão, liguei a lanterna e a encontrei. Chaeyoung estava deitada no chão, ao lado dela tinha outra pessoa que eu não pude identificar. 

- Chaeyoung. – Chamei desesperada. Vê-la no chão daquela forma não me fazia bem. – CHAEYOUNG! 

Chaeyoung se mexeu e me encarou confusa. Ela estava suja, um pouco mais magra e exausta. 

- Mina? – Ela perguntou, sua voz estava rouca. 

- Sou eu, amor. – Chorei ao saber que ela estava viva. Era tudo o que eu mais queria. - Eu vou te tirar daí. Me ajudem, por favor. 

Um dos motoqueiros forte deu um chute na cela, fazendo o portão cair. Chaeyoung e a garota se afastaram e quando não tinha mais nada nos separando corri para abraçar Chaeyoung. 

- Por favor cuidem da Yeseo primeiro. Nós passamos todos esses dias sem comer e beber. – Chaeyoung falou. 

- Nós vamos cuidar dela, pode deixar. Temos que cuidar de você também. – Segurei Chaeyoung e a ajudei a se levantar. 

Botei Chaeyoung dentro do meu carro e seguimos para a minha casa, mas antes deixamos Yeseo em sua casa e explicamos tudo aos pais dela, que já tinham acionado a polícia há dois dias. 

Me separei de todos, Somi me encarou séria, mas foi embora junto com os demais. 

Levei Chaeyoung comigo para minha casa. Ela estava muito fraca, então lhe dei um banho, troquei sua roupa, dei comida e água na cama. Ela estava machucada. 

- Chae, eu estou muito feliz em finalmente estar com você, mas eu preciso saber o que aconteceu. – Acariciei sua testa. 

- Mina eu vou te contar o que aconteceu, mas depois disso você vai entender o que eu quero fazer. – Chaeyoung se sentou na cama. 

- O que você tá falando? – Perguntei. 

- Assim que eu melhorar eu vou embora, vou desaparecer de sua vida.