História Shall we dance? taekook - A little confused

Assim que botei meus pés do lado de fora daquele clube a brisa de primavera bateu em meu rosto. Como queria tirar aquele terno.

Procurei o rapaz pela fachada, nada.
Olhei perto do chafariz no meio do grande jardim, nada também.

Eu só podia estar ficando maluco.

Qual era o meu problema? Eu ia fugir no meio de um evento para "gastar o resto da minha noite" ao lado de um estranho? Parabéns Jeon Jeongguk, você está cada vez mais idiota.

– Hey, idiota! – eu escutei atrás de mim. Além de saber a meu respeito ele podia ler meus pensamentos também? – Aonde pensa que vai? – perguntou sorrindo.

– Eu vou voltar. Desculpe–me, mas isso tudo é uma loucura. Eu nem sei quem você é. – disse e comecei a dar alguns passos de volta até o clube.

– E essa não seria uma ótima oportunidade de descobrir? – eu o ouvi falar ao meu lado. Ele seguia meus passos. Estaria o loiro sugerindo algo? – Não pensei que fosse desistir tão fácil Jeongguk...

Parei de andar, por algum motivo senti seu sorriso e, não sei por que, tive vontade de ver aquilo. Apesar da má iluminação do local, vinda dos enfeites do jardim, eu podia ver nitidamente. Perdi–me ali por alguns minutos e quando ele fez menção de se aproximar e ficar apenas a alguns centímetros do meu rosto, parei de respirar.

– Meu motorista nos aguarda. – falou e entrelaçou seu braço no meu me mudando de direção.

O que ele acha que está fazendo comigo? Se ele pensa estar me provocando ele... Não tem como porque eu... espera. Se ele está me provocando desse jeito ele sabe que... Não! Eu duvido. Ninguém sabe além do Yoongi, disso eu tenho certeza.

Fui tirado de meus pensamentos quando avistei Kai conversando com outro rapaz, esse desconhecido, mas também com uma aparência agradável.

Céus! Pare com isso, Jeon Jeongguk.

Assim que perceberam nossa aproximação nos olharam e mudaram suas posturas relaxadas para uma muito mais formal. Os dois nos observavam fixamente, foi então que percebi: ainda estava com meu braço entrelaçado ao do garoto ao meu lado. Rapidamente me movi para o lado nos soltando daquela situação e pigarreando logo em seguida para (tentar) parecer normal.

– Boa noite Sr. Jeongguk, Senhor. – Kai começou, mas logo foi interrompido.

– Nananinanão, Jongin. Eu ainda não me apresentei a Jeongguk e gostaria de fazer isso por mim mesmo. – o loiro o cortou sorrindo.

– Ah, sim. Mil perdões Senhor – Kai disse reverenciando–se em frente ao loiro. Mas nada disso me importou desde que ele havia chamado Kai pelo nome. Então eles se conheciam?

– Boa noite, Sr. Jeon. – fui tirado de meus pensamentos por uma voz mais suave. – Muito prazer, sou Byun Baekhyun, mas o Senhor pode me chamar apenas de Baekhyun. Sou motorista do jovem Senhor encontrado a sua direita. – ele falou e se reverenciou com um sorriso.

– Muito prazer, por favor, me chame só de Jeongguk. – disse fazendo de volta uma reverencia.

– Como quiser Jeongguk. – respondeu sorrindo e fazendo eu me perder por um momento.
Até o motorista dele era lindo.

Kai também era jovem e muito bonito. Eu ainda me intrigava sobre como eles se conheciam. Kai quase nunca apresentava seu nome, pensava que apenas minha família soubesse do mesmo, afinal ele cresceu junto comigo em nossa casa, era quase meu irmão mais velho.
Olhei para Kai, ele ainda estava com o sorriso no rosto quando disse:

– Bom Sr. Jeon, já fui informado de que quem irá lhe conduzir hoje será Baekhyun. Não se preocupe, seguirei perfeitamente as ordens de avisar seu pai que o Sr. não se sentiu bem e foi para casa descansar. – disse sorrindo.

– Mas eu não dei nenhuma ord.. – comecei logo sendo interrompido por aquela voz doce novamente.

– Bom, Jeongguk. Você pode se acomodar agora. – Baekhyun falou abrindo a porta da limusine.
Até o motorista me interrompia.
Que saco.

Virei para olhar Kai e ele me incentivou a entrar, se reverenciando em despedida.

Não tive nem tempo de falar algo quando senti duas mãos me segurando pela cintura e forçando–me a entrar no veículo, seguido por um sussurro:

– Anda Jeongguk, se mova mais rápido, movimento é bom e eu gosto. Gente parada não é comigo.

Não sei por que senti minhas bochechas aquecerem, mas ignorei esse fato quando notei o lado de dentro da espaçosa limusine.

De frente pra mim estava o vidro de acesso ao motorista, ao lado uma tela LCD com um frigobar embaixo. Tudo tinha em si escrito com uma caligrafia dourada o sobrenome "Kim". Então ele era da família Kim?

Bom, era um começo.

A limusine era cercada por um sofá fofinho e macio com estampa preta aveludada, enquanto o chão era de um carpete vermelho, bem oposta a minha toda em couro branco.

– Gostou? – escutei a voz grave perguntar ao meu lado. Ele havia se sentado e eu nem tinha percebido.

– Sim, tem as mesmas coisas que a minha, mas parece ser maior e mais detalhada. – disse olhando para os lados – Mas quer dizer então que seu sobrenome é Kim? – me virei rindo e aguardei uma resposta.

– Pois é, isso não tinha como evitar você descobrir. Mas não importa. O importante é: a noite só está começando – ele falou e pegou um controle, abaixou o vidro de acesso à Baekhyun e pude notar que o mesmo já estava em seu lugar.

– Por onde vamos começar Senhor? – ele perguntou com um brilho divertido nos olhos.

– Vamos até a Luxus na quinta avenida, estou doido para tirar esse terno, principalmente o de Jeongguk.

– QUÊ? – me exaltei um pouco na hora de perguntar.

– Calma Jeongguk, eu não vou tirar o seu terno... A não ser que você peça. – ele disse.

Vi Baekhyun dar uma risadinha e logo após seu vidro subir, deixando nós dois sozinhos no banco de trás daquela limusine. Eu estava tenso. Corri meus olhos em busca de algo para fazer até reparar na parte inferior da televisão, onde estavam conectados dois microfones juntamente com um iPad. Aquele cara não podia ter um mini karaokê dentro da limusine... Podia?

Se eu colocasse algo assim na minha meu pai me mandaria andar a pé! Nem o rádio da limusine nós usamos direito, todo trajeto é a mesma música de elevador enjoada.

– Você gosta? – sorriu.

– Sim.. há tempos não vejo um desses.

– Eu imagino. – virou–se para pegar algo dentro do frigobar.

– Quê? – indaguei.

– Champagne? – ofereceu com duas taças e a garrafa em mãos, ignorando o que eu disse.

– Aceito. – Não tinha nada para fazer mesmo e já que estava ali, o álcool pode me ajudar a aceitar a possível merda que estava fazendo.

Bebemos um pouco até limusine parar e Baekhyun abrir a porta.

– Chegamos Senhores.

Descemos do carro. Eu estava meio receoso, mas o loiro guiou–me até dentro da loja, impedindo que eu mudasse de ideia. Era enorme e toda em vidro, tinha um tapete vermelho que guiava do início até o final da loja.
Tudo perfeitamente limpo e organizado, desde sapatos até as roupas. Eu nunca tinha ido a uma loja igual àquela.

Paramos na entrada onde três pessoas paradas uma ao lado da outra nos aguardavam, um rapaz e duas moças respectivamente.

– Boa noite Sr.Kim – o rapaz alto disse e em seguida os três se reverenciaram.

– Boa noite Senhor Park – Kim se reverenciou e prosseguiu – Vejo que Baekhyun passou todas as coordenadas corretamente.

– Sim Senhor – Park sorriu e se virou para mim – E sua companhia deve ser Jeon Jeongguk, muito prazer, meu nome é Park Chanyeol, mas pode me chamar como for de seu agrado. – ele terminou sorrindo com uma leve reverencia.

– Muito prazer, Chanyeol. – fiz o mesmo.

– Chanyeol nos guiará pela Luxus hoje Jeongguk, escolha o que mais lhe agradar e vista. Temos muito a fazer e pouco tempo.

– Solji, separe os sapatos – Chanyeol disse olhando para a moça de cabelos avermelhados – Jeongguk tem preferência no que calçar?

– Eu.. – comecei a falar, mas não consegui terminar. De novo.

– Tênis. – Kim me interrompeu. Precisamos de algo confortável, para essa noite, Chany. Então Solji, traga os modelos novos no tamanho 40, por favor.

– Sim Senhor – ela se reverenciou e saiu.

– Espera, como .. Aish – ia perguntar como ele sabe meu número, mas desisti.

Ele deu um sorriso e se virou para a menina morena que ainda estava ali.

– Hani–ah venha comigo, por favor.

– Sim Senhor – ela me olhou de relance, se reverenciou e acompanhou Kim para o outro lado da loja.

– Bom, vamos começar então Sr. Jeongguk. – Chanyeol disse abrindo espaço para que eu o acompanhasse.

– Por favor, me chame só de Jeongguk. – disse e o mais velho sorriu.

– Tudo bem, como desejar. – ele disse e parou em frente à seção de roupas, todas já em clima de primavera. – Se eu bem conheço o Sr.Kim ele vai escolher algo bem fresco e da nova palheta de cores. Acho que podemos seguir essa linha.

– Me desculpe Chanyeol, mas eu tenho uma dúvida. – disse o encarando.

– Se estiver ao meu alcance, farei o possível para responder.

– Quais foram as coordenadas que Baekhyun avisou? – questionei e ele riu.

– Bom, são ordens que o Sr. Kim estabeleceu para essa noite.

– Mas.. – não tive nem a oportunidade de questionar.

– Vamos logo, não temos tempo. Ah, já sei exatamente com o que lhe vestir.