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História Sharingan - Capítulo Único


Escrita por: umastudante

Notas do Autor


Olá, pessoal!

Essa oneshot foi inspirava no episódio de hoje, o episódio 167 de Boruto: Naruto Next Generations. Quem viu o episódio, sem dúvidas amou (pois são poucos episódios bons do anime, e semana que vem, veremos Sasuke treinando a Sarada!!). Além disso, vimos a Sakura em seu escritório no hospital, sendo a chefe. E bem, a mesa deu umas ideias pra gente, né rs

Espero que gostem! Divirtam-se!!

P.S: agradecimento especial ao Daniel (@DanielWithoutAD) por deixar eu usar sua fanart linda de maravilhosa na capa desse capítulo único ❤️ OLHEM ESSA OBRA DE ARTE! #SasuSaku

Clique nesse link para ver a fanart (a Spirit não permite por imagens +18): https://twitter.com/danielwithoutad/status/1310369423891595264?s=21

Capítulo 1 - Capítulo Único


Ele estava ansioso, mas não podia transparecer aquilo na frente de todos os presentes.

Desde que ouvira o recado de Shikamaru — de que Boruto e Sarada estavam de volta — Sasuke não conseguia controlar os batimentos em seu coração.

Ele sabia que algo não estava certo, ainda mais dado a reação de Naruto quando ouviu o que quer que Shikamaru havia lhe dito pelo pé do ouvido.

Seu amigo era péssimo em disfarçar suas reações.

“É só isso?”, ele logo perguntou no fim da reunião, disfarçando completamente sua voz, mantendo-a firme, “Se for, vou me retirar”.

“Sasuke”, Naruto o chamou antes de ele chegar a porta — já de costas ao amigo, “Shikamaru comentou que… Boruto e Sarada estão no hospital. Eu… irei para lá imediatamente. Acho que você também irá querer ir”, a voz do amigo soava preocupada, e isso aumentou ainda mais seu medo interno que obteve desde a vinda de Shikamaru.

“Hm”, foi sua única resposta antes de abrir a porta e se retirar do escritório do Hokage.

Ele só queria ter certeza de que sua filha estava bem.

*˜˜*

Não era difícil achá-la, mas seu chakra fraco o deixou ainda mais receoso.

Era quase 20h, e a sala de espera do Hospital de Konoha estava vazio — o tic tac do relógio no centro da grande sala era o único barulho no cômodo.

Quando Sasuke dirigiu-se a ala que lhe daria acesso aos quartos, uma enfermeira o interceptou.

“Senhor, o horário de visitas já acabou”, mas logo que ela encarou bem seu rosto, a enfermeira mudou completamente sua expressão. Antes séria e rígida, agora ela estava desestabilizada e envergonhada, “Er… di—go, Uchiha-san… ah, bem… acho que deve estar a procura da Dra. Uchi—ha? Bem…”, meu Deus, se controle Yomie! Meu deus… a Dra. é tão sortuda… será que ele causa esse feito nela também?, “E—ela está no quarto 404. Junto da Sarada-chan. Po—de passar”, mas antes de terminar sua frase, ela já não via a figura do homem alto e taciturno a sua frente.

Sasuke já estava a passos rápido em direção ao quarto que a enfermeira havia acabado de lhe informar.

*˜˜*

Ele podia sentir dois chakras.

Ele estava tão conectado a aqueles chakras que ele poderia sentir a quilômetros de distância se quisesse.

Um deles era de sua esposa — apesar dele sentir o chakra completo, ele sabia que estava instável e agitado. Era difícil sentir o chakra de Sakura daquela maneira, e aquilo o deixou ainda mais amedrontado em focar no chakra de Sarada.

Sua filha…

…não parecia bem.

Ele tocou na maçaneta, na esperança de alertar Sakura a sua entrada — não querendo assustá-la, já que naquele andar, não havia ninguém além deles.

O andar estava quase vazio, com poucos médicos e enfermeiras.

Quando abriu a porta, ele viu a sombra da esposa através da cortina — sua figura sentada. Havia três leitos, porém apenas um estava sendo usado, e era o último, o de Sarada.

Ele se aproximou devagar, já completamente obtuso a sua expressão.

Ele não precisava fingir compostura na frente da esposa.

Para Sakura, Sasuke era um livro aberto — ninguém o leria melhor do que ela.

“Sakura”, ele falou baixo — como se temesse que Sarada o escutasse — e contornou a cama de Sarada, ficando frente a frente da esposa.

Apesar de estar a frente da esposa, os olhos de Sasuke estavam completamente na figura da filha.

Ela estava cheia de ataduras, dos pés a cabeça. Um de seus olhos estavam enfaixados, e ele podia ver os machucados por seu rosto e braços. O que quer que tivesse acontecido, Sarada chegara gravemente ferida ao hospital.

“Não se preocupe, Anata”, a voz preocupada — mas ainda sim doce — da esposa o tirou de seus pensamentos após longos minutos, “Sarada está bem. Está fora de perigo…”, ela disse com o olhar triste, sua mão segurando firmemente a mão esquerda da primogênita, “Ela só precisará de tempo para se recuperar. Seus ferimentos eram graves… mas agora isso não importa. Ela está bem”.

“Bom”, ele conseguiu dizer, sentindo-se aliviado com a fala da esposa.

Ele soltou uma lufada de ar que não havia percebido que segurava.

Ficou por longos minutos encarando-as, trocando o olhar entre ela e o rosto preocupado da esposa. Sasuke percebeu que havia um banquinho ao seu lado, e então, sentou-se para poder ficar ainda mais próximo do rosto de Sarada.

Sem perceber, sua mão direita levantou-se, e ele já tocava o rosto da filha — seu polegar acariciando suavemente seu olho esquerdo enfaixado.

“Eu sei que essa escolha foi nossa”, ele ouviu Sakura dizer de repente, apesar dele continuar encarando Sarada, ele fez sinal com a cabeça, para que a esposa soubesse que ele estava ouvindo-a, “Eu sei que Sarada também fez a mesma escolha… e eu sei o quão perigosa é nossa vida como ninjas… mas no fundo, lá no fundo, eu me pego desejando que Sarada nunca desejasse ser uma ninja”, e ela realmente desejava aquilo. Ela amava e sentia um tremendo orgulho pela determinação de Sarada. Ela apoiava veementemente o sonho da filha em ser uma Hokage. O caminho seria árduo, mas ela estaria ali, ela e o marido, ambos estariam ali para apoiar sua única filha.

Mas a vida de um ninja não era fácil, e nem segura.

Toda vez que Sarada saia em missão, mesmo missões Rank D e C, Sakura nunca demonstrava, mas seu peito se contraia, e seu coração ficava apertado de medo pela primogênita.

Medo de nunca mais vê-la.

Medo de alguém chegar-lhe com a notícia de que sua filha morrera em batalha.

E vê-la daquela maneira, toda machucada, maltratada, e inconsciente, alimentava ainda mais seu pesadelo.

E Sasuke compreendia-a completamente.

“…eu sei”, ele sussurrou, e ao dizer aquilo, virou o rosto para encarar a face já inchada da esposa. Tão rápido para um civil notar, Sasuke levantou-se do banquinho e contornou a cama rapidamente, sentando-se no espaço vago na cama, e ficando ao lado de Sakura. Ambos estavam sentados lado a lado, próximos das pernas da filha, com Sakura ainda segurando sua mão esquerda — acariciando sua palma com o polegar.

Poucos segundos depois, ele levantou a mão direita para limpar as lágrimas que caiam de seu rosto, aproximando seus rostos até que suas testas se tocassem.

“Sasuke-kun… você não sabe como ela estava”, ela dizia com a voz trêmula, “Eu nunca senti tanto medo em minha vida como senti hoje. Seus olhos estavam…”, ela sabia pelos exames iniciais que Sarada corria o risco de perder a visão do olho esquerdo, e ela sabia que era pelo excesso do uso de seu Sharingan, “Ela me ouve em absolutamente tudo, Anata, mas nessa… ela só vai ouvir você”, Sasuke franziu o cenho para a fala curiosa da esposa, e desaproximou um pouco seus rostos, a fim de olhar em seus olhos esmeralda, “Sarada pode ficar cega do olho esquerdo… e eu tenho certeza que é pelo uso abusivo do Sharingan. Ela é habilidosa, mas sei que é teimosa também. Você precisa conversar com ela, Sasuke-kun”, ela disse e então virou-se para olhar o rosto sereno da filha.

Sakura sabia muito bem sobre todas as habilidades que o Sharingan podia trazer a seu usuário, mas ela também sabia das consequências de seu uso abusivo e descontrolado. Ela era casada com um Uchiha, e por muitas vezes, viu-o abusar de seu poder ocular, viu seus olhos sangrarem, viu-o sentir dor. Ela sabia o quão doloroso era abusar daquele poder, e por isso havia aperfeiçoado seu ninjutsu médico para especializar-se principalmente na linha de chakra responsável por ativar o Sharingan. Ela havia visto quão danificado ficava essas linhas de chakra próximas do nervo óptico, e era isso que a amedrontava. As linhas do olho esquerdo de Sarada estavam quase quebrando-se quando chegou ao hospital. Ela havia ajudado Shizune quando a mesma lhe avisara do estado do olho de Sarada, mas mesmo ela tendo parado com a necrose em sua linha de chakra, somente o tempo diria se o corpo de Sarada recuperaria o dano causado.

“Sarada não perderá sua visão”, ele disse com convicção, a fim de a acalmar, “Eu vou conversar com ela assim que acordar”, Sasuke olhou novamente o olho esquerdo enfaixado da filha.

E se perder… ainda tenho um olho que posso dar a ela, Sasuke pensou consigo mesmo, mas não querendo preocupar Sakura, preferiu não lhe dizer aquele fato em voz alta.

“Obrigada”, ela lhe agradeceu, e apesar do rosto inchado, seu sorriso era radiante, “Eu não esperava vê-lo tão cedo. Achei que tivesse tido imprevistos em sua missão”, ela mudou de assunto rapidamente — a fim de clarear a mente.

“E houve, por isso retornei o mais rápido possível para relatar, e quando voltei, soube que Sarada estava aqui”, ele respondeu de prontidão, agradecido pela mudança de assunto.

“Entendo”, apesar de sua resposta, era nítido que ela ainda estava com a mente em outro lugar.

“Sakura”, ele a chamou, querendo sua completa atenção.

“Eu não vou a lugar nenhum”, ele queria que ela entendesse o significado oculto de suas palavras. Ele sabia o quão ela temia pela vida dele — pela da filha. Ela não seria sua esposa se não se preocupasse, “E nem Sarada”.

“Não agora”, ela disse com tristeza em sua voz, mas em poucos segundos, ela riu, e ele ficou completamente confuso pela mudança repentina de humor, “Sabe… acho que você se esqueceu que eu não sou mais aquela adolescente ingênua e boba. Eu sei que nossa vida é completa de riscos. Eu sei o quão você se arrisca para nos proteger… então… você não precisa me assegurar quanto a isso, Sasuke-kun. Nós dois sabemos que não podemos cumprir com uma promessa como essa”.

Ela tinha razão, e isso o entristecia.

Ele quase sentiu-se envergonhado por sua tentativa de acalmá-la com palavras vazias.

O mundo ninja caminhava cada vez mais para períodos sombrios.

Promessas sem valor não faria nada bem a eles.

“Mesmo assim…”, ela disse, e ele sentiu seu queixo ser erguido pela mão esquerda dela, a fim de fazê-lo encará-la firmemente nos olhos, “Agradeço por isso”.

“Por promessas vazias?”, ele perguntou amargurado.

Ela respirou fundo, não deixando que aquilo estragasse o tempo que eles ainda tinham um com o outro, “Por ainda estar aqui. Por mim. Por Sarada. Por voltar para nós”.

Sasuke observou bem seus olhos.

Olhos que ele amava encarar a imensidão. O calor. A plenitude. A admiração. A ardência.

“Eu faço isso por vocês”, ele disse, e então, subiu um pouco o rosto para beijar sua testa — exatamente onde o losango do byakugou se encontrava, “Foi sempre por vocês”.

Ambos ficaram com as testas coladas por um bom tempo, apenas apreciando o pequeno momento juntos — agradecidos pela vida da filha ainda ser deles.

*˜˜*

Três semanas haviam se passado, e com a melhora rápida de Sarada, o humor de Sasuke e Sakura também havia melhorado.

Sarada tinha recebido alta do hospital no 5ª dia, e por 12 dias ainda descansou no conforto de sua cama. Para o alívio dos pais, Sarada não perdera a visão de seu olho esquerdo, mas aquilo não a safou do sermão da mãe por ter abusado de seu poder ocular, e nem da ameaça de que seu pai ainda teria uma conversa com ela.

Sakura estava novamente com seu típico otimismo, dado que sua primogênita já estava em casa e bem. Com sua rápida melhora, ela não via mais motivos em mantê-la na cama e presa dentro do perímetro da casa. Sasuke ainda estava na aldeia, e isso era perfeito. Sarada podia voltar a treinar, e ela já havia avisado ao marido naquela manhã que a filha estaria liberada para treinar caso ele quisesse.

Sasuke havia lhe dito — dias após uma conversa séria com Sarada — de que ele iria fazer um treinamento diferenciado com a filha, a fim de ajudá-la a aprimorar o uso de seu Sharingan sem abusar de seu doujutsu e seu chakra — e que estaria apenas aguardando o aval da esposa para tal ação.

Apesar da situação séria, aquilo a deixava feliz. Ela sabia o quanto a filha ansiou por mais tempo com seu pai, e o quanto queria aprender mais com o mesmo. Ela já havia aprendido o jutsu tradicional do Clã Uchiha —o  Katon: Gōkakyū no Jutsu — e ansiava cada vez mais por conhecer novas técnicas provindas do pai. Sarada admirava o pai, e Sakura nunca se importou com a falta de interesse da filha para com ninjutsu médico. Sarada sabia um pouco do básico da ativação da mitose das células para regeneração superficial quando precisasse, mas não tinha interesse em se aprofundar naquela área. Ela tinha um ótimo controle de chakra, ao ponto de conseguir facilmente aumentar sua força quase 10x quando queria num taijutsu — assim como ela. Sakura havia lhe ensinado tudo o que poderia com taijutsu para seu nível, e também, o máximo que Sarada interessava-se com ninjutsu médico.

Agora, era a vez do marido.

Sarada era a típica kunoichi de linha de frente — ela possuía um estilo de luta idêntica a de seu pai, portanto, nada mais lógico do que ser treinada pelo próprio.

Vendo que já eram quase 23h, e sem notícias da filha ou do marido desde a manhã, ela chutara que Sasuke havia mais do que depressa colocado a filha para o início do treinamento — fazendo-a sorrir levemente com o pensamento.

Sakura espreguiçou-se — bocejando com o ato — e antes que levantasse da cadeira, ouviu um toque suave em sua grande janela ao fundo — assustando-a.

“Desculpe”, Sasuke disse, mas apesar das palavras, seu tom não era de desculpas. Ele parecia ter se divertido em tê-la pego desprevenida, “Anda com a guarda baixa, Sakura?”, ele disse enquanto abria a grande janela de vidro por fora e entrava dentro do escritório principal do Hospital — escritório de sua esposa.

“Eu não teria assustado se você perdesse essa mania de não usar a porta da frente!”, ela respondeu quase ríspida, envergonhada pelo susto. Apesar do nervosismo, ela não pode deixar de notar as vestimentas do marido. Ele usava suas típicas roupas de ficar em casa — uma calça  de moletom preta e uma camiseta azul marinho de mangás compridas, com o símbolo do clã Uchiha bordada em suas costas. Seus cabelos negros estavam um pouco brilhantes, mostrando que ele havia os lavado pouco antes de chegar ali.

Ela também não deixou de notar um pequeno embrulho em sua única mão.

O tom da esposa fez com que ele desse um sorriso travesso, completamente inafetado por sua fúria, “Hm”, foi sua resposta, notando que a esposa ainda estava de jaleco.

“Alias, hoje eu não consegui chegar no horário que eu achei que voltaria… vocês jantaram?”, ela logo perguntou, mudando de assunto.

“Sarada fez takoyaki, sobrou um pouco”, ele respondeu prontamente, estendendo seu braço direito a ela — um bentō em sua mão, “Imaginei que estivesse com fome, duvido que almoçou”, ele acusou.

“Eu estava com muitos pacientes para visitar e tive 2 cirurgias intensas”, seu tom era de desculpas enquanto pegava o bentō e colocava em cima de sua mesa — abrindo-o, e ao sentir o maravilhoso cheiro vindo de dentro, ela acrescentou, “Parece estar delicioso, obrigada por trazer, Anata”.

“Não há de que”, ele respondeu, aproximando-se de sua mesa e se encostando enquanto a via sentar-se novamente na cadeira e pegar os hashi para comer, “Eu já disse que você precisa parar  de exagerar e que precisa comer mais. Você emagreceu de novo”, seu tom de voz era preocupado, e ela sentia-se grata pela observação.

“Eu sei, mas as vezes eu simplesmente me esqueço de comer. Sorte a minha que tenho você e a Sarada”, ela piscou para ele enquanto comia, sorrindo levemente — tendo como resposta um sorriso torto dele.

Vendo-o encostado e totalmente despreocupado em sua mesa, atiçou sua curiosidade quanto ao treinamento de Sarada, e ao terminar de mastigar, ela lhe perguntou, “Como foi hoje com a Sarada? Está tudo bem?”.

“Sim”, ele respondeu, e por um momento ela achou que ele não revelaria mais do que aquilo, mas logo ele falou novamente, “Apesar de ter um bom controle de chakra, Sarada ainda tem dificuldade de dosar o chakra para o Sharingan. Ela usa chakra demais por ter somente um tomoe — é desnecessário, e a fadiga é mais rápida. Não demorará muito até que seu Sharingan evolua. Eu quero que ela controle bem a dosagem do chakra usado, antes mesmo dela evoluir o Sharingan. Treinamos bastante genjutsu”, ele continuou, “Mas diferente de mim… ela tem talento para controlar o chakra, ela aprende rápido”, mesmo com seu rosto escondido por seus longos cabelos negros, ela podia saber que ele sorria enquanto falava, “Eu não tinha essa facilidade na idade dela, ela sem dúvidas é mais forte do que eu quando tinha essa idade — mais forte do que nós dois”.

“Essa geração já nos passou”, ela completou, orgulhosa dos feitos da primogênita, “Sarada é só um exemplo. Ela vai nos superar mais cedo do que imaginamos”.

“Eu não tenho dúvidas”, ele respondeu genuinamente, virando o rosto para encará-la. Sakura terminava de comer seu bentō, e ele aguardou até que acabasse.

“Sarada já está dormindo?”, ela lhe perguntou após agradáveis minutos em silêncio — colocando os hashi de lado e limpando a boca com o guardanapo.

“Sim”, ele respondeu, desviando os olhos para a mesa, “Ela cansou hoje. Eu disse que amanhã a acordaria cedo para continuarmos. Você vê algum problema nisso?”, ele sabia que não tinha muito tempo em Konoha, mas também, não queria abusar no treinamento após Sarada ter recém se recuperado.

“Não tem problema, se Sarada estiver disposta. Como médica, eu digo que ela já está recuperada e pronta para treinamentos, mas como mãe, eu peço que pegue leve. Aquela menina exagera e te engana direitinho, Sasuke-kun, não se deixe enganar”.

“Não se preocupe”, ele a assegurou.

Suspirando em alívio, Sakura levantou-se da cadeira, “Vou verificar se precisam de mim, caso contrário, posso voltar para casa com você e—“, mas antes que passasse pelo marido, ela sentiu seu único braço envolver sua cintura a trazer para ele.

O gesto repentino a deixou completamente em alerta.

Sasuke não era de ficar de graça, ainda mais em seu ambiente de trabalho — ele era sempre estritamente profissional e recatado. Apesar do horário, seu consultório ainda estava aberto a quem precisasse. Qualquer um poderia abrir a porta a qualquer momento.

“Sa—suke-kun—“, ela disse quase gaguejando — o rosto assumindo um tom avermelhado —, e ver o rosto completamente despreocupado do marido a deixava ainda mais nervosa, “Alguém pode—“.

“Tem três enfermeiras nesse andar e as três estão em sono profundo”, ele disse rapidamente, apertando-a ainda mais contra si.

Sakura ficou boquiaberta com a audácia do marido.

Sasuke aproximou-se de seu ouvido esquerdo, dizendo com uma voz rouca e baixa, fazendo seus pelos da nuca eriçarem, “Você fica linda quando está trabalhando em seu consultório, Dra. Uchiha”.

Ta aí algo que ela nunca imaginou.

Todas as vezes que o marido a olhava intensamente em seu escritório era desejo?

Havia ela descoberto um fetiche de Sasuke Uchiha?

O pensamento a deixou completamente ousada e animada — mas também um pouco trêmula.

Seu escritório ficava no 12ª andar. A vista era ampla, e era possível ver quase toda Konoha dali. O monumento dos Hokage podia ser visto ao longe, e mesmo com a escuridão da noite, a luz da lua refletia levemente sobre os rostos esculpidos dos uma vez líderes da aldeia — e também o atual. Ela sabia que naquela noite de quarta-feira, naquele horário, não haveria pessoas na rua. Era possível ver que a cidade estava deserta, mostrando somente poucas luzes — luzes de bares e restaurantes ainda abertos.

Havia também o fato de que ninguém os veria de baixo. Mesmo com as amplas janelas de vidro, as luzes de seu consultório estavam apagadas, e somente a luz de seu abajur de mesa estava acesso — uma mania dela tida por anos: trabalhar a noite somente com a luz de seu abajur.

O porquê ela estava pensando naqueles detalhes, nem ela sabia dizer. Ela só sabia que apesar do susto da atitude repentina do marido, ela não recusaria algo em seu escritório.

Ela sabia que era errado.

Aquele era seu ambiente de trabalho.

Ambiente onde ela atendia os funcionários e até pacientes.

Mas porquê seu âmago parecia tão ardente e quente pela possibilidade de ser beijada pelo marido ali?

Ela queria.

Não pense. Só deixe rolar. Shanaroo.

“Eu não sabia que me olhava dessa maneira, Sr. Uchiha”, ela resolveu se entregar a sua luxúria, passando seus braços por seu pescoço, “Mas o que pretende fazer?”, ela sabia o que ele pretendia, ela só queria ouvi-lo falar.

Ela quase se arrepiou quando sentiu Sasuke descer de sua orelha esquerda, passando seus lábios pelo trajeto que fazia, até sua nuca, dando um beijo em um ponto específico, e em seguida, subiu novamente, fazendo o mesmo trajeto, e parando novamente na orelha esquerda, seus lábios tocando o lóbulo de sua orelha a cada palavra, “Quero fazer amor com a minha mulher”, e dizendo isso, logo desceu os lábios para captar os seus.

Apesar da luxúria do local, o horário, a possibilidade de serem pegos, nenhum dos dois tinha pressa. O beijo era lento, delicado, e completamente entregue. Começou com um leve toque de lábios, e então a língua de ambos já se tocavam para adquirir seus devidos espaços. Sakura segurava os cabelos de Sasuke firmemente, puxando-o cada vez mais para si, enquanto Sasuke a apertava cada vez mais para si com seu único braço.

Ainda segurando seus cabelos, ela usou sua força para fazer o gesto contrário, puxando seu rosto de seus lábios para que pudesse beijar sua nuca do lado direito. Ela rapidamente subiu os lábios contra sua pele, e foi até o ponto onde ela sabia que o marido enlouqueceria — atrás de sua orelha.

O gemido fraco do marido foi a resposta que ela tanto aguardou após seu ato.

Ela sabia o quão sensível ele era atrás da orelha, e ela podia sentir a grande protuberância em sua calça de moletom esfregando em sua coxa esquerda.

Aquilo a deixou molhada.

Ela sempre ficava daquela maneira ao ver o quanto ela conseguia causar aquelas sensações no marido.

Mas antes que ela pudesse seguir com seu próximo ato, Sasuke rapidamente mudou de posição, assustando-a com a mudança repentina. Sasuke ergueu-a contra ele, passando suas pernas em volta de sua cintura, e rapidamente inverteu de posição — deixando ela contra a mesa.

O beijo em seguida foi mais urgente. Se antes a língua deles ansiavam por espaço, agora parecia que eles competiam por dominância. Seus corpos estavam completamente quentes, e não era por estarem em local fechado.

A noite era fria em Konoha, mas a combustão de seus corpos compensavam completamente o ar gélido da noite. Sasuke a empurrou delicadamente até que suas costas ficassem deitadas na mesa — em nenhum momento parando de beijá-la, e simultaneamente ao beijo, ambos ondulavam suas virilhas, ansiando pelo atrito quente que sentiam.

“Sa—Sasuke-kun”, ela gemeu, já não aguentando mais. Fazia quase 4 meses.

Fazia 4 meses que ela não sabia o que era ter o marido dentro dela. Beijando-a. Completando-a. Amando-a.

Ela já havia passado muito mais tempo do que isso. Houve época que eles ficaram quase 3 anos sem se tocarem, devido a sua missão ultra secreta. Mesmo longe de Konoha, ambos ainda se comunicavam, e quando possível, se encontravam em pontos estratégicos que não ficasse longe para ambos, aproveitando a noite e matando a saudade de tê-los um para o outro. Era triste a despedida, sabendo que ficariam meses novamente sem se verem — Sakura sentia-se horrível em não poder dizer nada para sua pequena, não podendo detalhar o que o pai fazia e o porquê não voltava para casa — enquanto ela ainda o via de tempos em tempos.

Era perigoso demais para Sarada. E por esse motivo, seus encontros eram sempre fora da Terra do Fogo. E era sempre doloroso dizer adeus no dia seguinte — não sabendo quando iriam se encontrar novamente.

Sasuke sempre perguntava da filha, e ela podia ver a dor em seus olhos em não poder acompanhar o crescimento da primogênita. Mesmo em cartas, ela podia sentir a dor em suas palavras.

Mas aquilo era passado.

Há quase 2 anos, Sasuke voltava para casa com mais frequência, mas daquela vez, ele ficara longe por 4 meses.

E 4 meses ao ver dela — para o atual momento — era tempo demais sem ter o marido.

Sasuke abriu ainda mais seu jaleco já desabotoado, a fim de ter acesso a sua vestimenta vermelha, e com os dentes, desceu o zíper o suficiente para que tivesse acesso a seus seios e barriga. Não demorou muito até ela sentir sua boca quente em seu mamilo esquerdo e uma concentração de chakra em seu mamilo direito, e no mesmo momento, ela sentiu uma mão abrir o zíper de sua calça, e ela sabia o que estava acontecendo.

A concentração de chakra em seu mamilo direito era uma extensão do Susanoo`, algo que o marido usava com frequência quando queria usar a mão para outra coisa.

Logo após baixar um pouco sua calça — junto de sua calcinha — ela sentiu o membro do marido roçar seus grandes lábios. Ele já havia baixado sua calça, e ela nunca deixaria de ficar admirada com a rapidez com que ele fazia aquelas coisas sem que ela percebesse.

Ela estava molhada demais, e necessitada demais, e a culpa era completamente da boca do marido em seus seios, beijando-os — e de sua mão, que provocava sua entrada, e de seu polegar massageando seu clítoris da maneira que ela ficava maluca e completamente a mercê.

E ela sabia que só ela mesma poderia acabar com seu sofrimento.

Em seus anos juntos, Sasuke sempre esperava por seu comando.

Ele a provocava até o limite, a tocava em todos os lugares possíveis, a beijava em todos os lugares beijáveis.

Mas ele nunca a possuía até que ela lhe pedisse.

Sasuke jamais assumiria a ninguém, mas ele amava ser comandado pela esposa.

E só ela sabia disso.

Só ela morreria com isso.

E ela amava aquele segredo que só ela carregava.

“Ana—ta”, ela gemeu, segurando desesperadamente a cabeça dele contra seus seios, como se quisesse o fundir a seu corpo, enquanto a outra mão tentava ao máximo chegar a seu membro ereto.

“O quê?”, ele perguntou provocativo, beijando sua pele, onde seu osso esterno se encontrava, e descia a boca até seu umbigo — chupando a pele logo acima.

“Me ame”, ela conseguiu dizer entre lufadas de ar.

E com seu pedido, ele subiu lentamente por sua barriga, desviando os lábios para um de seus mamilos, e continuou subindo até sua nuca, e então virou-se um pouco para encaixar novamente seus lábios um contra o outro. Ele a beijou com tanta fúria, tanta paixão, tanto amor, que ela nem percebeu quando ele encaixava seu membro em sua entrada, e quando sentiu ser preenchida, Sakura gemeu sobre sua boca inchada.

“Sa—kura”, ele disse com a voz entrecortada, beijando-a com desespero.

Ele não se mexia ainda, somente beijando-a e apertando-a ainda mais contra si — seu único braço em baixo de sua bunda, apertando sua nádega direita. Mas então, ela sentiu quando ele começou a se movimentar, mas ainda não era o suficiente.

Ela queria mais.

Ela queria senti-lo ainda mais dentro.

Ela iria enlouquecer.

Mas para seu alívio, Sasuke levantou-se de seu corpo após minutos torturantes, e a puxou contra si — ela circulando-o com suas pernas, em nenhum momento desconectando-se de seu corpo, completamente abraçada a ele. Ela sentiu quando ele sentou-se em algum lugar — sua cadeira — e ela logo desatrelou suas pernas, e ficou ajoelhada sobre ele, livrando-se de sua calça no processo para conseguir ficar na posição desejada.

Com a posição nova, ela podia fazer exatamente o que queria, e era exatamente isso que ela estava fazendo. Ela sentasse sobre ele na velocidade que queria, e sem pensar, ela beijava seus lábios, sua bochecha, sua nuca, mordia o lóbulo de sua orelha, seu lábio inferior, chupava seu pescoço, tudo numa sequência interrupta enquanto cavalgava sobre seu corpo.

Ela podia sentir um ardência já conhecida no pé de sua barriga. Ela podia sentir seu íntimo apertando-se e contraindo-se para tê-lo ainda mais dentro e fundo dentro de si.

“Sa—“, antes que ela dissesse algo, ele já estava pegando sua nuca com a única mão para beijar seu pescoço com desejo, subindo os lábios rapidamente e indo até sua orelha direita, “Eu te amo”, ele disse roucamente, a voz carregada de sentimento. Aquilo fora o estopim para ela.

A ponta do iceberg.

Ela sentiu uma sensação quente e deliciosa por toda a extensão de sua barriga até sua entrada, apertando-o ainda mais contra si com suas coxas. Sasuke beijou-a com intensidade, apertando sua bunda com sua mão direita, entregando-se junto com ela.

Continuaram se beijando mesmo após o ápice, mais o beijo diminuiu a intensidade, tornando-se mais delicado novamente, suas línguas não mais disputando por dominância, mas somente pelo calor uma da outra.

Eles podiam sentir os lábios um do outro sendo repuxados — ambos estavam sorrindo.

Afastando-se um pouco seus rostos, ambos olhavam ardentemente um para o outro, e como em todas as vezes, Sakura viu seu único olho ônix completamente vermelho — algo que sempre acontecia quando eles faziam amor. Ela ainda usava seu vestido vermelho e seu jaleco — apesar de tudo completamente aberto, expondo seu corpo.

Sasuke tocou na bainha superior de seu jaleco, tocando a gola e descendo a mão até chegar próximo de seu bolso, onde estava bordado “Dra. Sakura Uchiha”.

Ele deu um sorriso malicioso, e Sakura ergueu uma sobrancelha, não entendo da onde vinha aquele sorriso, mas antes que perguntasse, ele beijou-a novamente. Quando ele afastou-se novamente, sua mão direita estava em seu rosto, ele acariciava sua bochecha com as costas da mão.

“Está tarde”, ele disse, suspirando pela verdade em suas palavras, “Vamos para casa”.

“Mas eu não beijei você como eu gosto, shanaroo”, seu resmungo e bico feito fez com que Sasuke soltasse uma gargalhada. Ele ainda usava sua camiseta e sua calça estava apenas baixada o suficiente para que seu pênis ficasse um pouco para fora. Perto dela, ele estava completamente vestido.

Só Sakura sabia como era ouvir aquele som que ela tanto amava. Ela amava quando ele sorria, e amava ainda mais o som de sua gargalhada.

Ele não era muito de rir, mas amava saber que as poucas vezes que ele emitia aquele som, era com ela ou com a filha.

“Não seja por isso”, ele inclinou a cabeça para ela, um sorriso torto, e um brilho travesso em seus olhos, “Você pode fazer o que quiser comigo em casa”.

Sakura riu.

Não era por suas palavras.

Era só por felicidade pelo momento.

Mesmo com o mundo ninja completamente instável, ela queria aproveitar o máximo de tempo que podia ao lado de sua família.

Aproveitar o tempo que ainda possuía com o marido e a filha.

“Eu te amo”, ela disse encostando suas testas uma com a outra, segurando seu rosto com ambas as mãos. Ela conseguia sentir aquela felicidade também emanando de Sasuke.

“Eu sei”, ele respondeu baixinho, o ar provocativo.

Ficaram daquela maneira por vários minutos, até sentirem a obrigação de voltarem para casa.

Sakura ainda queria beijar o marido como ela desejava.

E Sasuke…

…não se oporia a isso.


Notas Finais


Alias, recomendo que leiam minha oneshot chamada "Proteção", pois ela eu falo um pouco de como eu vejo que foi o período em branco e o porquê não tem fotos da Sarada pequena na casa e nem do Sasuke quando ainda era presente na vida da filha, explicando também o porquê ele ficou anos longe em missão.


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