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História Sharks And Serpents - Traições


Escrita por: LadyFear

Notas do Autor


Demorei como sempre rs
Desculpe-me pela demora, ando meio lenta por que fico jogando e escrevendo ao mesmo tempo kk' sorry.
Agradeço a todos os comentários, é o que me dá gana para continuar.
A partir de agora as coisas ficaram um pouco mais tensas, e provavelmente o fim da fic esteja chegando. Não sei ainda.
Pensei em adicionar um pouco mais depois de tudo findado sobre o sexto ano deles, o sétimo, e fora de Hogwarts quem sabe, mas vai depender dos comentários e da opinião de vocês.
Enfim, espero que gostem.
~ Sectumsempra!

Capítulo 51 - Traições


Fanfic / Fanfiction Sharks And Serpents - Traições

Severo P.O.V

- O dia já estava claro por assim dizer, mas o sol não havia se mostrado por trás das nuvens escuras e da neblina espessa. Já fazia algum tempo que estava acordado mergulhado em meus próprios pensamentos enquanto observava Mihaela dormir calmamente. Alguns pontos voltavam a minha mente depressa da noite anterior e da madrugada. Eu ainda não sabia dizer o que havia sido mais impressionante. Se foi quase ter morrido em meio a batalhão por assim dizer, pulado dentro de uma fonte de uma altura que em uma situação normal eu nunca imaginaria e ter sido levado por ela para fora na forma de tubarão, ou, se foi aquela avidez passional guiada por ela e seus desejos com que havíamos terminado a noite. Ainda conseguia sentir sua boca e suas mãos pelo meu corpo, explorando cada pedaço lentamente como se estivesse tomando para si. Aquela intensidade me deixava fora do ar, em qualquer coisa que fizesse, não apenas quando transávamos. Havia algo nela que mexia comigo de uma forma que nem eu por mais que pensasse ou tentasse entender não conseguia. Dentro de mim já estava sendo ratificado que eu não iria mais conseguir conviver sem ela, sem aquelas piadas mal-humoradas, ou aquelas insinuações sutis que mais pareciam uma brincadeira do que de fato eram em sua essência.

Se alguma vez na vida eu mergulhei de cabeça em algo, estava sendo no que estava sentindo por ela, e eu tinha que ser sincero comigo e admitir que não era apenas paixão mais o que estava sentindo depois daqueles poucos dias consigo. Talvez em algum recôndito eu ainda estivesse antes tentando fingir que não era aquilo, que eu estava me confundindo. Mas não. Ainda lembrava de Lilian ocasionalmente, mas não era mais com afeto ou carinho que sentia antes, muito menos amor. Era apenas desgosto e rancor, mesmo eu sabendo que ela não merecia nem um nem outro.

- Devia estar dormindo... – Murmurou baixinho despertando-me dos meus devaneios. Havia virado a cabeça por cima do meu braço para me olhar enquanto escorregava para mais perto de mim, passando a perna por cima das minhas.

- Você que devia estar dormindo. – Cutuquei o nariz dela vendo-a piscar os olhos como se tentando ficar com eles abertos. Desci o indicador pelo seu rosto inteiro suavemente, passando pelas pequenas e finas veias azuladas do lado direito da sua têmpora, pelos cílios fartos, as maçãs do rosto levemente proeminentes, o nariz esnobe e arrebitado, os lábios pequenos e cheios que estavam repuxados naquele sorrisinho mínimo, voltando para o canto do olho direito enquanto observava aqueles orbes azuis escuros que sempre me lembrariam da parte mais escura dos oceanos, das profundezas. Eu poderia passar o dia inteiro apenas olhando para o seu rosto. Por mais tempo que já tivesse observado ele eu sempre parecia encontrar algo, como por exemplo a covinha que se formava na bochecha direita quando ela sorria de forma mais ampla.

- O que foi? – Perguntou repousando a mão pequena e fria em meu peito.

- Pensando em algumas coisas.

- No que por exemplo? – Seus olhos se fecharam sonolentos.

Respirei fundo, enquanto afagava o seu cabelo, procurando dentro de mim todos os pontos que confirmassem o que eu diria. Já estava mais do que óbvio, mas queria que ela visse de fato que era verdade ao olhar para mim como eu sabia que faria para confirmar.

- Sobre não estar apenas apaixonado por você. – Vi um arrepio subir pelo seu braço.

- Como assim? – Abriu os olhos procurando os meus.

- Eu amo você, Mihaela. Demorei para perceber e peço perdão por isso, mas é a verdade. – Estava me sentindo em paz com aquilo, misturada a uma felicidade instantânea ao ver o sorriso dela abrir como nunca tinha visto antes.

- Tem certeza que a queda não afetou sua cabeça? – Riu.

- Eu digo que amo você, e você diz que a queda afetou minha cabeça? – Retorqui fingindo estar ofendido, o que inesperadamente ela levou a sério.

- Não, não, é que eu...

- Shh. – Calei-a com o polegar em cima de seus lábios. – Eu estava brincando.

- Te amo. – Murmurou contra meu dedo.

- Boba. Agora volte a dormir, não está na hora de estar acordada. – Puxei-a um pouco mais para o meu peito enquanto deixava minha mão deslizar em seu cabelo.

- Obrigada. – Sussurrou.

- Eu que agradeço.

Fechou os olhos e em seguida eu também fechei os meus, sentindo uma pontada de sono novamente fazer minhas pálpebras pesarem. Consegui sentir seu coração bater como uma espécie de martelo de forma rápida e concisa, assim como o meu batia descontrolado sempre. Não sei se foi ela ou eu que pegou no sono primeiro, todavia, teria sido melhor permanecer dormindo se soubéssemos o que nos aguardava ao acordar.

♕♚♕

 

- Já fazia alguns minutos que estávamos ali parados nas escadarias de entrada da mansão. As nuvens negras no horizonte pareciam ter chegado para brindar aquela noticia inesperada em tão poucas horas. Havia acordado desnorteado com Mihaela arrumando-se novamente com todo o esmero que sempre a via se vestir em Hogwarts e na frente dos outros com uma expressão impenetrável. Eu sabia que havia algo errado, e confirmei que estava correto quando ela me mostrou a carta com o brasão da Guarda Marinha que havia chegado por um dos corvos. Ao que tudo indicava na carta, tínhamos sido traídos, e dentro em breve teríamos de antecipar tudo o que pudesse estar planejado. Não contávamos mais com o elemento surpresa, e Grindelwald não iria esperar para começar as suas retaliações.

- Eu já esperava por isso de alguma forma. Ele não teria feito tudo aquilo se já não tivesse um aval por trás. – Murmurou mais para si do que para mim.

- O que você estava planejando caso não isso não tivesse acontecido? – Perguntei curioso. Ela estava omitindo seus planos desde o início.

- Haviam falhas no que eu estava tentando montar, Severo. Por isso não lhe disse. – Era impossível não se surpreender quando ela parecia saber o que eu estava pensando mesmo sem fazer contato visual. – Poderíamos facilmente ter nos infiltrado na comitiva que buscaria Ludovic. É notável que apesar de estarem em decadência conservam uma pompa exagerada e principalmente pela posição dele e isso nos daria chance de se passar facilmente por um deles depois de termos abatido dois guardas. Haviam vários lugares em que eu já havia marcado no mapa como possíveis pontos de reunião em Bucareste exatamente por esta pompa, mas tenho a leve impressão de que aquilo foi apenas enrolação. Creio que confundir em sua cabeça seja a melhor opção dado os fatos de que ele não sabe quem ou o que tipo de ajuda eu posso ter no momento. Infelizmente terei de rever o que já havia posto como provável.

- Você tem certeza de que quer levar isso adiante? – Perguntei por questões mais simples, não por que estivesse me acovardando.

- Eu tenho. – Virou o rosto para mim sorrindo enviesado. – Ou eu consigo destruí-lo, ou ele vai passar o resto dos seus dias tentando me abater. Não se trata mais apenas de pura vingança, mas de decidir quem de fato viverá para contar a história depois.

- Vai dar certo, eu tenho certeza. – Sorri pegando a sua mão.

- Eu espero. – Ela apertou de volta, virando-se novamente para frente. – Temos que resolver isso antes das últimas semanas das férias chegarem. Mandarei a resposta para Dumbledore amanhã já que meu plano foi para o ralo graças aquele cretino.

- Você acha que Grindelwald virá?

- Eu acho que ele mandará primeiro um grupo para reconhecer o local. Está velho, mas não ainda não está gagá, o que é uma pena. – Revirou os olhos de forma engraçada.

Passaram-se mais alguns minutos e logo aos poucos um grupo de pelo menos quinze pessoas de preto surgiram caminhando em formação como se reconhecendo o lugar antes de avançar. Mihaela permaneceu onde estava apertando um pouco mais a minha mão. Estava séria, retomando novamente a máscara de frialdade com que sempre usara para esconder quem era. Haviam dez garotos e cinco garotas, a maioria parecia ser bem mais velho do que nós. Caminharam até ficarem perto de uma das enormes voltas das sebes que acolhiam em seu interior as flores que até então estavam malcuidadas e misturadas as ervas daninhas exatamente para ambientar e confirmar que o local estava desocupado.

- Não achei que traria reforços Borislav, muito menos de outras casas. – Mihaela retrucou tranquila em inglês, porém cortante como gelo.

- Foi necessário. Temo que temos pouco tempo para decidir o que de fato é concebível em um momento desses ou não. Pollux entregou o paradeiro de vocês dois a Grindelwald e como prova de nova devoção estamos sobre a mira dele também. A mansão será atacada daqui dois dias e, portanto, estamos aqui para pedir abrigo e ajudar a defende-los. – Ele respondeu em um inglês rascante, quase igual ao que ela falava ao chegar em Hogwarts.

- Por favor, Mihaela. – A garota de cabelos castanhos escuros que estava segurando a mão de Borislav pediu. – Pelos velhos tempos, eu sei que não esqueceu da solidariedade.

- Eu lembro muito bem Illona. – Respondeu sem pausa alguma. – No entanto, o que me darão de garantia de confiança já que tínhamos um traidor entre nós e não sabíamos de nada?

- A de que eu lhe contarei toda a verdade. – Um rapaz baixo de cabelos aloirados saiu do meio de todos e pelo visto tinha chegado sem que nenhum deles percebesse gerando burburinhos e assombrosos comentários.

- Castor?! – Mihaela parecia dessa vez assombrada. – Achei que tivesse morrido.

- Todos acharam capitã. – Ele mancou para mais perto. – Meu irmão tentou me matar junto com Boris, Andros e Anastas por que tentei várias vezes ao longo do ano lhe dizer que ele era de fato o traidor entre nós. Tive de me fingir de morto, e pelo menos isso deu certo. Todos estamos aqui exilados. O diretor de Durmstrang foi pego semana passada e substituído por outro qualquer que agora prega o que Grindelwald bem quer aos alunos.

- E não só por estarmos exilados. – Uma garota alta e loira caminhou para frente até ficar ao lado de Borislav. – Mas também por que há coisas que só você pode fazer. Eu sei que temos essa rixa estúpida de quadribol entre a Haus Wasser e a Haus Luft, e que nós duas nunca nos demos muito bem em jogo, mas eu peço que não negue o meu apelo em resgatar a minha mãe. Ela está com Grindelwald a pedido de Ludovic Henman.

- Maddie Nolan é sua mãe, Hanna?

- Sim. O cretino é meu pai, e ao saber que minha mãe ia dar com a língua nos dentes pediu para que Grindelwald mandasse seus capangas para que a raptasse quando saia do Ministério Búlgaro. Já faz um mês que não tenho notícias dela e espero encarecidamente que me ajude.

Mihaela apenas encarou todo o grupo durante alguns minutos estudando-os atentamente. Eu sabia que ela estava lutando contra a perspectiva de novamente trazer mais pessoas para o seu lado naquela hora, mas sabíamos que se não o fizesse mais perdas aconteceriam, e talvez nós dois não pudéssemos defender toda aquela mansão gigantesca de um grupo superior de pessoas que provavelmente viriam dentre em breve. Dois dias me pareciam apenas um blefe, poderia ocorrer muito antes.

- Estão todos cientes de que estão aqui por conta própria e risco, não estão? – Todos assentiram. – Pois bem, não irei me responsabilizar pela morte de ninguém. Faremos o que for possível para manter a todos bem e em segurança, mas caso ajam imprevistos fiquem avisados de que devem arcar com qualquer consequência que não possa ser evitada.

- Nós estamos cientes desde o início capitã. – Um loiro alto e robusto respondeu numa voz que mais parecia uma mistura de alemão com inglês. – Obedecemos da última vez quando deu início ao seu plano de forjar a própria morte. Estamos e estaremos aqui por vontade própria, e sabemos que o que vem por aí nos exigirá bem mais do que habilidades em duelo ou esperteza. Todos nós estávamos a par de tudo o que ocorreria antes de nos juntarmos e virmos secretamente, e além de tudo queremos a cabeça de Pollux. Graças a ele perdemos grande parte de nossos benefícios além de não podermos mais retornar a qualquer lugar graças a caça e recompensa por todos nós.

- Faremos o que for preciso. – Hanna quase implorou.

Mihaela respirou fundo e olhou para mim como se buscando aprovação naquilo. A perspectiva de me incluir naquilo tudo me fazia entender que de fato eu era uma peça chave também no que aconteceria.

- O que você acha?

- Vamos precisar de reforços. Querendo ou não, mais vale dezessete do que dois, podemos conseguir manter as coisas por aqui enquanto o que queremos não chega.

- Então ficarão. – Ela respondeu a todos que pareceram sentir um alivio momentâneo. – Iremos nos dividir em turnos durante a noite para vigiarmos as partes desguarnecidas da mansão, os que ficarem se dividiram no mesmo esquema que era feito em Durmstrang. Treinaremos um pouco agora durante a tarde, e a noite os que estiverem menos cansados iniciaram as rondas. Ocupem os lugares que quiserem, porém não subam ao terceiro andar, vai ser melhor para vocês. – Havia um aviso sutilmente soturno em suas palavras. – Entre todos.

- Agradecemos, capitã. Daremos o melhor. – Borislav sorriu torto e guiou o séquito atrás de si e da garota com que andava de mãos dadas para dentro. Um por um agradeceu a Mihaela e adentrou o hall avermelhado da mansão levando suas enormes mochilas e seus malões que aparentavam estarem cheios de tudo o que puderam carregar até ali. Estávamos sitiados agora, a espera de um ataque. 


Notas Finais


^^


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