História She is Ours (Imagine Mamamoo) - Dia Estranho

22 de Setembro – Seul, Coréia do Sul

 

 

 

– Cala a boca, Teddy! – Foi exatamente com essa frase que MinSeok e eu acordamos.

– O que aconteceu? – O moreno perguntou ainda ao meu lado.

– Não faço a menor idéia. Vai ver é a Chaerin sendo delicada com o coitado do meu irmão. – MinSeok riu. Nos levantamos da cama e fomos até o corredor, Teddy saiu de seu quarto e empurrou MinSeok e eu. – O que está fazendo?

– Ah nada, só queria ir com meu melhor amigo e a minha irmãzinha até a cozinha. – Disse abraçando a nós dois.

– O que fez? – MinSeok perguntou rindo.

– Acredite nada, vai ver são os hormônios que falam que as mulheres têm quando fica grávidas. E eu estou com medo de ser xingado novamente.

Chegamos na cozinha, não tinha ninguém. Me sentei a mesa em frente ao Xiumin, que sorriu para mim, apenas sorri sem olhar para ele.

– Querem o que? – Teddy perguntou enquanto procurava alguma nós armários.

– Nada.

– Aproveita à bondade, seu irmão não é assim todo dia. – Ri.

– Eu ouvi isso. Vou fazer o café de vocês do mesmo jeito.

– Alguém falou café da manhã? – JiHoon entrou na cozinha e me abraçou logo em seguida. – Que saudade de você, Noona. – Eu sorri. JiHoon sempre foi um garoto carinhoso, e adorável.

– Também estava com saudades de você, meu fofo. – JiHoon se sentou ao meu lado.

 – Teddy fazendo o café da manhã? Que milagre é esse?

 – Calado, pirralho. Se não deixo você sem café. – Teddy retrucou KwangKyok que bufou se sentando ao lado de JiHoon.

– Mal humorado. – Rimos do que KwangKyok havia dito.

Enquanto os meninos conversavam, Teddy fazia o café da manhã, sentia os olhares de MinSeok sobre mim. Mas eu estava mais concentrada em meus próprios pensamentos. Sobre o que havia dito a Chaerin sobre meus sentimentos com MinSeok e a pergunta de Wheein;

Por mais que eu quisesse muito contar o que está preso há anos em minha garganta, sentia um medo enorme de ser rejeitada pelos meus amigos e família, também não conseguiria ver eles me tratando diferente ou até mesmo me evitarem por conta da minha sexualidade, sem falar que não consigo nem imaginas as reações deles quando descobrirem do meu relacionamento nada tradicional – Ao ver da Coréia –.

Sinto alguém segurar minha mão, me fazendo olhar para o individuo a minha frente.

– Está tudo bem, (SeuNome)-Yah/Ah? – Assenti para MinSeok que sorriu. Hwasa entrou na cozinha, e fuzilou Xiumin e a mim com o olhar, o que me fez tirar minha mão de perto da de MinSeok, pude perceber o rapaz a minha frente levemente confuso com meu ato.

 – Bom dia, pessoal. – A morena se sentou ao lado de Xiumin – acho que não preciso dizer que foi contra gosto – e olhou para mim.

– Bom dia, Hwasa.

– As outras meninas já acordaram? – Perguntei.

– Sim, elas também já estão vindo. – Ela ficou irritada, dava para perceber somente pela sua voz.

– Bom dia, gente. – Wheein entrou na cozinha, recebendo inúmeros sorrisos. Me levantei da minha cadeira e fui até a mesma parra abraçá-lá.

– Feliz aniversário, meu amor. – Sussurrei, para que somente ela ouça.

– Obrigada. – Nos desfizemos o abraço.

Todos deram os parabéns para Wheein, assim como eu. Na vez de JiHoon pude perceber meio receoso, apenas apertou a mão de Wheein e desejou um feliz aniversário.

 

***

 

– Posso saber – Hwasa entrou no banheiro onde eu estava nua, pois havia acabado de tomar banho. – o que Kim Minseok estava fazendo segurando sua mão?

– Sério que você entrou aqui para isso?! E se alguém vir aqui?

– Ninguém vai vir aqui. – Hwasa trancou a porta atrás de si.

– Para com isso, Ahn. – Comecei a me vestir. – Ele só estava me perguntando se eu estava bem, só isso.

– Precisava segurar sua mão?

– Hwasa, por favor, pare qual o problema dele segurar minha mão?

– É assim que começa, ele segura sua mão, depois dorme abraçado com você, ‘somos apenas amigos, nada mais’, não demora muito para você nos deixar para ficar com ele.

– O que eu preciso fazer para mostrar o quanto eu amo vocês três? – Hwasa ficou calada. – Por que acha que eu vou deixar vocês por qualquer um? Porra, eu amo vocês três e nada vai mudar isso. – Vou até a porta, destrancando a mesma. – Às vezes eu tenho a sensação de que você não confia em mim.

Não ouvi resposta nenhuma de Hwasa, então apenas suspirei e sai do local. Fui até a sala onde estavam todos lá; iríamos sair para comemorar o aniversário de Wheein.

– Cadê a Hwasa? – Meu irmão perguntou.

– Ela esta vindo.

– Na verdade, já estou aqui. – Hwasa apareceu atrás de mim me assustando.

– Não faça isso, Hwasa!

– Desculpe. – Me pediu rindo. – Podemos ir?

Fomos até uma sorveteria perto da casa de meus pais, estávamos quase chegando quando sinto MinSeok segurar minha mão discretamente.

–O que você- – Sussurrei.

– É só por um tempo, por favor. – Não retruquei; já podia sentir as três garotas atrás de mim me queimando com seus olhares.

– Okay, mas por quê? – Sussurrei mais próxima a ele.

– Tem uma garota, que anda meio que me perseguindo o tempo todo, poderia fingir ser minha namorada nesses três dias que vamos ficar aqui?

– Como é?! – Chegamos à sorveteria, todos estavam entrando enquanto Xiumin e eu ficamos do lado de fora.

– Olha, ela não me deixa em paz nem mesmo por um dia, vive me perseguindo por todos os lugares, me liga, manda mensagens, e eu pensei, por favor finja ser minha namorada, só para que ela me deixe em paz.

– Você mora nos Estados Unidos, Xiumin. Como ela viria até aqui?

– Ela me viu, (SeuNome)-Yah/Ah. Por favor?

– Xiumin! – Me virei para a garota; os olhos azuis pareciam o céu de tão azuis, cabelos castanhos na altura de seus ombros, e um sorriso muito bonito. A garota era linda. – Quem é ela?

– Eu sou a namorada dele. – Abracei o Xiumin. A cada minuto que eu passa eu me sinto mais ferrada do que eu me sinto mais ferrada do que eu já estou. – Prazer, (SeuNome).

– Namorada?

– Sim, minha namorada, – MinSeok me abraçou forte. – infelizmente não temos muito contato por morarmos longe um do outro, mas finalmente pude vir aqui vê-la.

– I-Isso é muito legal. – A garota sorriu.

– E você, Amy? O que faz aqui?

– Eu? Eu estou com uma amiga, ela decidiu vir para cá, para passar as férias que nós dias tiramos.

– Vamos entrar Xiumin. Estão nos esperando. – Ele assentiu. – Foi um prazer, Amy.

– Digo o mesmo. – Desfiz o abraço com MinSeok, e fiquei de frente para ele.

– Eu acho bom você me explicar isso, e muito bem explicado quando chegarmos em casa. – Ele assentiu freneticamente.

Entramos na sorveteria e logo vi as meninas olharem para mim e MinSeok, assim como os outros, mas de todos que estavam sorrindo, KwangKyok não estava nada feliz, e Hwasa, Wheein e até mesmo Moonbyul estavam fuzilando a mim e ao Minseok com os olhos. Me sentei no único lugar vago que era entre Wheein e Hwasa, e o moreno se sentou de frente para mim.

– De novo, ele fez isso de novo. – Hwasa sussurrou próxima a mim.

– Não começa, não foi nada. – Sussurrei de volta, a olhando, seus olhos queimavam em fúria.

– Vocês demoraram pó que? – Meu pai perguntou. Minseok me olhou, apenas dei sinal para que ele dissesse algo.

– Eu apenas estava apresentando ela para uma amiga.

– Precisavam ficar abraçados? – KwangKyok perguntou.

- Kwang! – Minha mãe o repreendeu.

– Não disse nada demais.

– Não posso fica abraçada com meu amigo? – Olhei de relance para Xiumin, vendo seu sorriso se formar, mas logo desviei meu olhar para meu irmão.

– Do nada decidiu que ele é seu amigo!? – Hwasa entrou na conversa, me fazendo a encarar confusa.

– Por quê? Não posso considerar MinSeok meu amigo?

– Ai meu deus, calem a boca todos vocês! – ChaeRin elevou o tom de voz, fazendo todos a mesa se calarem. – A (SeuNome) ainda gosta do  MinSeok, e daí? – ChaeRin tampou sua boca, ao ver que todos arregalaram seus olhos em pura surpresa, e logo foram desviados para mim. Me deixando desconfortável.

– Isso é verdade, filha? –O sorriso da minha mãe estava tão grande que me deixou com um sentimento de magoa horrível. Eu estava com um nó gigante em minha garganta, o que dificultava minhas falas, na verdade, não conseguia nem mesmo abrir minha boca; apenas sai dali ignorando todos que me chamavam.

Era isso o que minha mãe queria que eu ficasse com Xiumin, e me casasse com ele. Mas isso certamente estava fora de cogitação. Não vejo mais vida ao lado de MinSeok, ele poderia ser meu amigo, nada mais que isso. Posso perdoar, porém, não vou esquecer o que ele me fez.

Se antes já estava difícil dizer para minha família sobre minha sexualidade, ver o sorriso da minha mãe ao pensar que eu ainda gostava do rapaz que ao ver dela, era perfeito para mim, destruiu qualquer expectativa de que eu contasse para ela.

Eu corri até a casa de meus pais, parando no quarto em que estava com Xiumin. Tranquei a porta e me sentei na cama.

Agora eu definitivamente não vou contar. Voltei novamente para a estaca zero, se pé que eu sai dele em algum momento.

– Unnie, - Ouvi alguém batendo na porta, apenas fiquei quieta esperando que a pessoa fosse embora. – eu sei que está me ouvindo. – Era Moonbyul, tinha certeza. Apenas continuei em silencio. – Você sabe que eu não vou sair daqui até você abrir essa porta não é?

Tive a sensação de que eu dissesse qualquer coisa começaria a chorar, apenas fui até a porta e a destranquei. Vi que somente Moonbyul estava ali.

– Você preocupou todo mundo correndo daquele jeito. – Apenas voltei a me sentar na cama, onde Moonbyul se sentou ao meu lado. – O que aconteceu, unnie?

– Eu não consegui, - Disse em um fio de voz. – eu não suportei olhar para os olhos de minha mãe, estavam brilhantes por causa de uma mentira minha. – Comecei a chorar, Moonbyul me abraçou forte. – Por causa do meu medo idiota.

– Calma amor. – A mais nova levantou meu rosto limpando a umidade de meu rosto com seus polegares. – Eu compreendo seu medo, eu já tive muito disso. É horrível e nada, nem ninguém além de nós pode mudar isso, já disse nós vamos esperar. E eu admito, eu fiquei com muito ciúmes do MinSeok dormir com você, segurar sua mão e tudo mais. – Apenas ri, fazendo Moon me acompanhar.

– Eu devia ter dito isso mais cedo, - Deitei minha cabeça no ombro de Moonbyul. – seria tudo diferente se eu tivesse feito isso.

– Sabe uma coisa que descobri enquanto você e o Minseok estavam lá fora? – A fitei curiosa. – Seokmin é bissexual, e seus pais lidam muito bem com isso.

– É diferente, Byul. Ele não é ó filho deles.

– Seus pais aceitam isso numa boa.

– Acha que eu devo contar para eles?

– Se senti confortável com isso?

– Você estaria comigo na hora de contar?

– Claro que sim, meu amor. – Moonbyul segurou minha mão.

– Eles estão lá embaixo?

– Estão, disse que seria melhor se eu viesse aqui sozinha, assim você teria total liberdade para dizer o queira.

– Obrigada, Byul. – Me levantei da cama, após dar um beijo na bochecha da mais nova. – Acho melhor irmos.

Saímos do quarto, e rapidamente descemos as escadas. Estava aproveitando aqueles raros minutos de coragem; tinha certeza que se eu enrolasse muito para chegar até onde todos estavam, iria desistir de ultima hora. O que eu não quero.

Chegando na sala, vi todos direcionarem seus olhares para mim, me veio um sentimento de culpa pelo fato de eu ter destruído a comemoração do aniversario de Wheein.

– Me desculpe por acabar com seu aniversario, In-Ah. – Wheein sorriu se aproximando de mim.

– Não me importo com isso, eu só quero saber se você esta melhor.

– Sim, eu estou. E eu quero dizer algo a vocês que eu deveria dizer a muito tempo. – Dei uma pequena pausa tomando coragem, todos estavam me fitando com curiosidade em seus olhares. – Eu sou bissexual, e... Eu namoro. – Abaixei levemente minha, cabeça evitando olhar para todos ali.

– Namora? – Pude ouvir o sussurro de MinSeok.

– Eu sabia disso faz tempo, qual é a novidade? – Minha mãe disse arrancando risadas dos demais familiares.

– Como assim sempre soube?

– Acha que eu não percebia a menina como você olhava suas amigas no colegial? – Se aproximou de mim e me abraçou forte. – Eu amo você, minha filha, nada vai mudar isso. – Meus olhos começaram a lacrimejar.

– Eu te amo. – Sussurrei a abraçando mais forte.

– OH, por que está chorando? – Me afastei da minha mãe, logo limpo minhas lágrimas.

– Não estou chorando. Até parece.

– Mas a pergunta que importa. – Meu pai se pronunciou. – Quem é a garota?

– Essa é a parte que eu tenho medo.

– Suspirei novamente. – Não é somente uma pessoa que eu namoro. – Todos ficaram nervosos. – Eu namoro a Wheein, Moonbyul e a Hwasa.

– E a gente achando que você era toda certinha. – Minha prima Hyemin disse nos fazendo rir.

– Então quer dizer que mentiu para mim? – Chaerin perguntou de braços cruzados.

– Me perdoe por isso, estava com tanto medo de contar que acabei mentindo.

 – Está perdoada. – Eu sorri.

 

 

***

 

– (SeuNome)-Unnie, você me perdoa pelas coisas que eu disse? – Hwasa perguntou enquanto e abraçava forte, ambas estávamos deitadas na cama de casal. Me virei para ela vendo seu semblante em apreensão, esperando minha resposta.

– Você me fala tudo aquilo, e espera que te perdoe? – Eu ri ao ver seus olhos se arregalando de surpresa. – Claro que eu te perdôo. – Dei um breve selinho. Logo Moonbyul e Wheein chegaram ao quarto.

– Estão achando que só vocês vão ficar ai, vai mais pra lá. – Moonbyul se deitou ao lado de Hwasa e logo em seguida Wheein se deitou.

– Sua mãe estava certa, Unnie. – Hwasa falou. – Quatro pessoas aqui é desconfortável.

– Ah é, sem problemas, eu durmo com o Xiumin novamente. – Ia me levantar, mas Hwasa me impede.

– Nem pensar. – As três disseram em uníssono, me fazendo rir.

– Byul, você esta me provocando, não é? – Wheein se pronunciou.

– Gostaria de dizer que sim, mas é por que está apertado e eu estou tentando encontrar uma posição confortável.

– Já disse, eu posso sair daqui. – Disse.

– Pode sair daqui quando acordarmos de manhã, prefiro ficar no aperto do que imaginar daquele aproveitador perto de você. – Eu sorri com o que Hwasa disse, senti seus braços mais fortes ao meu redor, me deixando ainda mais perto.