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História She say not - You Me


Escrita por: Abbeth

Notas do Autor


Postando já o segundo ''capítulo'', que na verdade é continuação do primeiro, eu só dividi para não ficar muito grande. Espero que gostem.
Não deixem de acompanhar minha outra história:
> I'm Just You Problem
Bubbline também! Eu posto nela todas as quartas feiras!
Uma ótima leitura.

Capítulo 2 - You Me


– Você está linda! – Disse minha mãe, arrumando o véu branco que caia sobre minhas costas.

  Dei um sorriso falso, enquanto me virava para abraçá-la.

– Sra. Bubblegum? – Chamou uma das organizadoras de meu casamento – As madrinhas chegaram.

– Ah sim! – Disse minha mãe. – Querida, eu já volto!

– Certo. – Assenti, vendo-a seguir a organizadora para fora do cômodo.

 Virei para o espelho e deixei minhas mãos deslizarem pelo longo vestido branco que usava. Eu me encarava no espelho, estava linda, mas não estava feliz. Passei o dia pensando em Marceline, em seu toque, em seu beijo, em seu cheiro. Me arrependia cada segundo por tê-la tratado daquela forma.

Suspirei, me segurando para não chorar e borrar a maquiagem recém feita.

O barulho de batidas na porta ecoaram pelo cômodo silencioso, me tirando de meus devaneios.

– Pode entrar! – Disse por fim, disfarçando a cara de infelicidade.

 A porta se abriu, e pude acompanhar através do espelho a silhueta de longos cabelos pretos, trajando um vestido social simples. Ela entrou no quarto e me encarou sorrindo, carregando uma caixa preta em mãos.

 – Marceline? – Me virei subitamente, encarando-a. – Pensei que faltaria uma madrinha na cerimônia... – Disse desviando o olhar.  

 Ela sorriu, se aproximando com passos firmes.

– Eu não perderia seu casamento por nada...  – Disse, quase em um sussurro, se aproximando cada vez mais. – Eu trouxe um presente para você, aceita?

 Meus olhos se direcionaram para a caixinha preta em suas mãos, que foi abrindo lentamente, revelando um colar de prata, com um pingente de esmeralda. Um sorriso involuntário surgiu em meus lábios, logo cobertos por minhas mãos e minha feição de espanto.

– Para mim, Marcy? – Perguntei incrédula, vendo-a tirar o colar da caixinha.

 Ela fez sinal para que eu virasse de costas, e assim o fiz. Ela arredou o véu branco delicadamente e levou o colar ao meu pescoço, prendendo-o. Me encarei no espelho, e vi o quão linda era a jóia, ela simplesmente brilhava em meu pescoço.

 Marceline depositou as mãos delicadamente por meus ombros, acariciando-os.

– Ficou linda. – Ela disse, beijando minha nuca.

 Virei rapidamente e a abracei, apertando meu rosto na curva de seu pescoço. Pude sentir o aroma forte de seu perfume.

– Me desculpe, Marceline... – Eu disse, espremendo-a em meus braços.

– Ei... – Ela se afastou um pouco, levando a mão ao meu queixo – Está tudo bem, ok?

 Apenas assenti, deixando uma lágrima solitária rolar por meu rosto.

– A cerimônia já vai começar! – Disse a organizadora, abrindo a porta.

 Me desvencilhei rapidamente de Marceline, arrumando o véu e secando a lágrima.

– Certo, já estou indo. – Disse por fim.

– Bom, eu vou indo lá! – Disse Marceline, depositando um beijo em minha testa.

 Acompanhei sua silhueta se distanciando e sumindo atrás da porta. Virei para o espelho uma última vez e acariciei a jóia que havia acabado de ganhar. Por um segundo, o brilho da jóia me fez lembrar a imensidão verde que são os olhos de Marceline. Apertei a pedra de esmeralda em minhas mãos e senti uma leve tontura tomar conta de meu corpo. Minhas pernas ficaram moles e eu precisei me escorar na parede para não cair. Uma sensação nostálgica atingiu meu corpo e lembranças vieram a tona.

FLASH BACK ON

 Eu estava sendo carregada por Marceline, que depositou seu braço ao redor de minha cintura e colocou meu braço em seu pescoço.

– Marcy.... Ahua ahhu ahua ahua.... – Balbuciei, completamente bêbada.

– O que você disse? – Ela perguntou rindo, enquanto abria a porta da minha casa com a chave que havia pego em minha bolsa.

– Marcy! – Disse brava, por não ter sido compreendida – Você... lembra... ?

– Lembro do que? – Questionou, fechando a porta.

 Marceline me colocou em suas costas, para começar a subir as escadas.

– Da nossa... promessa, bobinha! – Solucei – Prometemos que ficaríamos juntas para sempre!

 Ela sorriu,  enquanto subia degrau por degrau, cuidando para não me derrubar.

– Eu lembro... – Disse sussurrando.

– Então vamos... Cumprir... – Balbuciei meia zonza, completamente bêbada.

– Eu vou cumprir.

 Chegamos ao topo da escada e ela me depositou no chão. Minhas pernas estavam bambas então quase caí, mas Marceline foi mais rápida e me segurou, apertando minha cintura com força.

 Ficamos em silêncio por uns segundos, nos encarado. Até que ela decidiu me levar até o quarto.

– Cama! – Gritei, indo correndo até minha cama.

– Não quer trocar de roupa? – Ela perguntou, se sentando à beira do colchão.

– Não quero... não! – Solucei novamente, o que arrancou um sorriso de Marceline.

– Você é linda. – Disse ela, levando a mão para acariciar meu rosto.

– Você também... – Solucei – É muito linda, perfeita... Sua pele é perfeita... Seus olhos... parecem pedras de esmeralda... Queria poder ter seus olhos comigo sempre...

– Eu vou te dar algo que faça lembrar de meus olhos sempre, tudo bem? – Ela acariciou minha bochecha com o polegar – Bonnibel... – Me chamou, quase que em um sussurro, me fazendo olhar no fundo de seus olhos – Durante todos esses anos, que fomos amigas, que contamos segredos uma para a outra, que nos ajudamos, nos apoiamos... Quero que saiba... Mesmo que provavelmente não vá lembrar amanhã... Eu te amo, eu sempre te amei... Esse sentimento é real, sempre foi, eu sempre te amei, te desejei...

 Eu arregalei os olhos e a encarei incrédula.

– Marcy... Bobinha... – Apontei o dedo em seu rosto – Tarde de mais... Eu vou me casar... Mas se quiser saber... Eu sempre te amei também... Mas aprendi a rejeitar o sentimento –  Solucei –  Então agora eu sei que devo ... Arcar com minhas responsabilidades...

–  Bonnie! – Ela disse, com um largo sorriso, me abraçando forte.

 Eu retribuí o abraço, sentindo o cheiro forte de seu perfume. Logo nos soltamos, ficando com nossas faces centímetros de distância. Ela foi se aproximando até colar nossos lábios, me dando a oportunidade de sentir o macio de seus lábios carnudos. Eu correspondi, mordendo seu lábio inferior e logo em seguida lambendo-o.

– Não posso... – Disse tirando o rosto do beijo – Não posso traí-lo... Eu vou me casar... Não posso traí-lo...

– Por favor, Bonnibel, uma única noite, apenas isso... Minha única chance de provar o quanto te amo! – Ela disse, acariciando meu rosto.

– Não... – Afastei sua mão – Vai... Embora... Marceline... – Antes que ela pudesse protestar, eu falei novamente, de forma autoritária – Vai!

 Marceline não protestou, apenas levantou e tomou rumo a saída.

FLASH BACK OFF

– Merda! – Disse sentindo minha cabeça latejar. 

– Vamos logo filha! – Disse minha mãe, entrando no cômodo e me puxando pelo braço.

– Mãe... Eu não estou me sentindo bem... – Disse zonza, ainda processando as memórias que acabei de ter.

– Minha filha, não é hora de ficar nervosa, vai dar tudo certo! – Ela não esperou eu protestar, apenas me levou para fora do quarto.

 Caminhamos apressadas até a capela, onde meu irmão Gumball me esperava do lado de fora para entrarmos.

– Aqui está ela! – Disse minha mãe, me entregando a ele. – Boa sorte minha filha!

 Minha mãe entrou pelos fundos, indo até seu assento.

Levei meu rosto até uma fresta na porta, e pude observar os vários convidados sentados em seus respectivos lugares e no altar Finn, trajando um terno preto. Rolei os olhos para próximo ao altar e identifiquei Marceline cabisbaixa ao lado de Fionna, Phoebe e Caroço, que conversavam distraidamente.

– Marceline... – Sussurrei nervosa, sentindo as lágrimas rolarem.

 – Tudo bem? – Perguntou Gumball, observando meu nervosismo.

– O que? – Perguntei me levantando rapidamente – Ah, sim, tudo ótimo! – Menti.

– Irmã... – Ele me encarou, depositando as mãos em meus ombros – Sabe que pode contar comigo para tudo, não sabe?

 Eu o  encarei por alguns segundos sem saber o que fazer. Meu coração acelerou e minha respiração pesou. Logo as badaladas da capela começaram a tocar, a música começou a tomar volume e todos os convidados levantaram. Os grandes portões começaram a abrir lentamente.

– Eu não amo ele! – Disse, olhando nos olhos de Gumball.

– Siga o seu coração. – Ele disse próximo ao meu ouvido.

 Lágrimas começaram a rolar e ele rapidamente as secou com o polegar. Esticou o braço para mim em sinal para que enganchasse, assim o fiz.

Entrei na igreja com passos largos e bambos. Tudo parecia em câmera lenta. Eu observava as pessoas tirando foto e filmando. Eu escutava de longe os assovios vindos das madrinhas. Eu sentia o braço de Gumball apertando minha mão tremula. E eu via Marceline, com um semblante triste enquanto me observava subir os degraus até o altar.

Me despedi de Gumball, que piscou para mim enquanto me entregava até Finn.

 O padre disse algumas palavras e logo deu início a cerimônia. Eu não estava prestando atenção em nada que ele dizia. Só conseguia olhar no fundo dos olhos do Finn, vasculhando minha mente desesperadamente por motivos que me fazem querer casar com ele.

 Tudo que eu consigo encontrar são os motivos referentes ao reino, ao povo, ao meu pai. Nenhum condiz à mim. À minha vontade. Mas eu não preciso nem mesmo olhar nos olhos de Marceline para saber que ela me completa por inteira.

– E você, Bonnibel Bubblegum? – Chamou o padre, me resgatando dos profundos devaneios – Aceita Finn Mertens como seu legítimo marido? Jurando respeitá-lo, amá-lo, na alegria e na tristeza? Na saúde e na doença?

– Eu....

Senti uma bola engasgar em minha garganta. A minha voz não saía, e tudo o que eu conseguia fazer era chorar. Meus olhos já estavam vermelhos, e minha maquiagem totalmente borrada. Olhei em volta e vi todos me observando, inclusive meu pai, que me observava com uma feição de ódio.

– Amor? – Chamou Finn, acariciando meu rosto com o polegar – Tudo bem meu anjo?

 Eu o encarei, pisquei algumas vezes e neguei. E neguei novamente.

– Não. – Respondi por fim, balançando a cabeça.

– Não... O que, amor? – Ele perguntou cauteloso, com os olhos marejados.

– Eu não aceito me casar com você.

 Murmúrios surgiram ao meio dos convidados. O padre estava boquiaberto. Finn entrou em desespero, enquanto meu pai estava distribuindo xingamentos ao vento. Gumball me observava batendo palmas, e gritando algumas frases de apoio. As madrinhas assoviavam descontroladamente e Marceline me olhava pasma.

Tirei o véu do cabelo e o joguei no chão, correndo até as madrinhas e puxando Marceline pelo pulso. Os convidados gritavam, enquanto eu e ela atravessamos a capela correndo, sem sequer olhar para trás.

 – Você está com a sua moto aí? – Perguntei empurrando as portas da capela com força.

– Sim! – Ela disse, correndo para fora junto a mim.

 Subimos em sua moto estacionada poucos metros da estrada e tomamos rumo. Sentei atrás de si, colocando o capacete e enrolando meus braços em sua cintura.

– Para onde? – Ela perguntou, acelerando a moto.

– Para onde você quiser... – Disse olhando para trás, acompanhando a capela que ia se distanciando. – Por que não importa para onde for, se eu estiver com você, será o suficiente.

– Bonnibel... Eu te amo.  – Ela disse, apertando meu braço que a envolvia.

–  Eu também te amo, Marceline. –  Respondi, deitando minha cabeça em seu ombro.  


Notas Finais


Espero que tenham gostado! Amo vocês leitora/es maravilhosa/os!
Até minhas próximas histórias!
Lhe espero em I'm Just Your Problem


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