História She Will Be Loved - Shit!

Abri o guarda-roupa e dei de cara com a foto minha e da Alice na montanha russa, no dia anterior, preso na moldura do espelho que tinha na porta.

- Sua cara estava horrorosa! Queima jeová! - Peter disse se inclinando pra ver a foto.

- Dá pra ir mais pra trás?

- Foi mal. - Ele sentou no sofá. - Se beijaram?

- Não. - bufei.

- Pelo menos agora você sabe que ela tá afim. - Virei pra ele. - Para de ser lerdo, cara! Ela praticamente falou “me convida pra sair contigo".

- Ela é tímida demais.

- E você não? - Revirei os olhos e continuei procurando uma blusa pra mim. - E se prepara, porque a Natalie vai estar lá.

- Ah, mano! Então, não vou nessa porra.

- Não vai ter só ela lá! Tem eu também!

- Como se tu fosse muito importante. - Ele atacou o travesseiro em mim e eu ri. - Sério, eu não aguento mais ela me enchendo o saco. Ontem quando eu cheguei em casa, tinha mais de 10 sms dela perguntando onde eu estava o dia todo. Ela é insuportável!

- Ela quer ficar contigo de novo.

- Nossa, sério?! - Perguntei irônico. - Mas ela é muito chata.

- Eu pegaria a Natalie de novo. - Fiz uma careta. - Vai dizer que ela é feia?

- Não. Ela é gostosa. Mas ela gruda.

- Ela já tá colada em você agora. Não vai mudar muita coisa.

- Capaz de ela espalhar que estamos juntos.

- Veste logo uma camiseta e vamos.

(…)

- Pensei que não viria de novo. - Natalie disse assim que cheguei. Juro! Não tinha nem pisado com os dois pés na casa do Alan.

- Não enche, Natalie. - Ela se aproximou mais de mim.

- Relaxa, Justin.

- Oi pra você também, Natalie. - Peter disse e ela deu um sorrisinho.

- Preciso comprar comida. Não tem nada aqui. - Alan disse vindo da cozinha.

- Comida não né. Salgadinho. - Natalie disse fazendo careta. Sentei no sofá e liguei a televisão.

- Que seja. Eu vou contigo. - Peter disse. Maldito! Os dois foram no mercado e fiquei sozinho com a Natalie.

- Tá com medo de mim, Justin? - Ela perguntou sorrindo como se fosse meiga. Não faz nem cinco minutos que eles saíram daqui e eu já xinguei a quinta geração do puto do Peter.

- Claro que não. Ficou louca? - Ela sentou do meu lado.

- Então não tem problema se a gente repetir uma coisa.

- Nem vem, Natalie.

- To começando a achar que você e o Peter tem alguma coisa. - Fiz uma careta.

- Pelo amor de Deus! Não. É que… Quer sinceridade? - Ela deu de ombros. - Você é chata demais.

- Você vive me negando. - Bufei. - O que tem de mais em um beijo? - Olhei pro lado. Ela estava a centímetros de mim.

- Só pra deixar claro: não temos nada.

- Nunca tivemos, não é? - Segurei na nuca dela e a beijei. Ela começou a me puxar e quando vi eu estava em cima dela já. Natalie colocou as mãos por dentro da minha blusa e eu levantava a dela. Desgrudei meus lábios do dela e comecei a beijar seu pescoço, enquanto ela arfava, arranhando minhas costas. - Não é melhor ir lá pra cima? - Levantei e puxei ela até o segundo piso da casa. Mal fechei a porta e ela tirou a blusa dela deitando na cama.

(…)

- Aconteceu alguma coisa? - Alan perguntou pouco depois de eles terem chegado e a Natalie se ofereceu pra fazer um suco.

- Não. Por que? - Perguntei.

- Natalie tá de bom humor. - Alan disse de novo e o Peter riu.

- Nem te conto o que aconteceu nessa casa enquanto a gente estava fora. - Eu vou socar o Peter.

- Ah, mano, que nojo! Foi no quarto de hóspedes, pelo menos? Se não, eu troco de quarto. - Nem eu nem a Natalie respondemos. Peguei um salgadinho e abri.

- Vem escolher o filme. - Peter me chamou e fomos pra sala. - Você não queria nem beijar a Natalie! - Ele disse e riu.

- Cala a boca, idiota. Ela me pressionou.

- Aham. Sei… - Revirei os olhos. Sentei no chão na frente da TV e peguei a caixa com os filmes.

- To falando sério. Apesar que na segunda parte, não.

- Que segunda parte?

- O que aconteceu lá em cima.

- Começou aqui?!

- Queria que começasse onde? E não me olha com essa cara, eu posso até negar um beijo da Natalie, mas não dá pra negar isso.

- Não vou falar nada. Oushe.

Natalie sentou do meu lado durante o filme. Ou seja, durante as duas horas que o filme passava, ela tentava me beijar e subir em cima de mim. Sem exagero. Até que me irritei, levantei, dei tchau pra eles e fui embora.

(…)

- Quinta-feira terá reunião de professores. Então, quinta e sexta não haverá aula. - A professora baixinha de história disse, fazendo a sala quase explodir com os gritos. Quinta eu ia ter que vir treinar do mesmo jeito. O sinal tocou anunciando o fim do dia na escola e eu levantei, catei minhas coisas quase correndo e, quando coloquei um pé pra fora da sala, a professora me chamou.

- Senhor Bieber! - Lá vem…

- Eu… - Virei pra ela

- Entre e, quando o último aluno sair, feche a porta, por favor. - Assenti. Quando todo mundo saiu, ela indicou que era pra eu sentar na carteira que fica em frente a mesa dela. - Bom, o treinador pediu pra eu conversar com você. - Arqueei uma sobrancelha. - Suas notas caíram muito desde o bimestre passado.

- Eu sei. - Resmunguei.

- Soube que no trabalho do bimestre a sua dupla é a senhorita Mendler. Já começaram a fazer?

- Estamos quase terminando. Eu… Eu vou melhorar minhas notas.

- Espero… - Ela me dispensou e fui correndo guardar minhas coisas no armário, pra depois ir pro treino.

Saí do vestiário depois de me trocar e, quando olhei pra arquibancada, Alice estava lá. Acenei. Ela acenou de volta e eu fui até o treinador.

(…)

- Não sabia que você ia ficar pra ver o treino. - Falei pra Alice. Eu já tinha tomado banho e ficado “apresentável".

- Esqueci de te entregar hoje de manhã. Acho que você deixou cair em casa. - Ela segurava minha corrente.

- Obrigado. Achei que eu tinha perdido.

- Hello, Mendler. - Peter disse e ela franziu a testa.

- Oi. - Ela respondeu baixo.

- Acho que vai ter festa esse fim de semana, Justin. - Natalie disse me abraçando de lado.

- Ahn… Acho que sim. Então… vamos? - Perguntei pra Alice, que assentiu. Me separei da Natalie, que ficou emburrada. - Vai lá pra casa, Peter?

- Depende. O que tem de almoço lá?

- Interesseiro… Vamos. - Peter ia a pé pra escola, então fomos os três no mesmo carro.

- Vai pra casa da tua mãe quinta? - Ele perguntou enquanto eu saía do estacionamento.

- Não sei. Acho que não. - Respondi. Alice quieta estava, quieta continuou, sentada no banco de trás.

- Acho que vai ter festa. Sempre que ficamos quatro dias sem aula tem festa.

- É… - Disse pensando no terceiro desejo da Alice. “3. Passar, no mínimo, um fim de semana viajando sem rumo". Agora é a hora perfeita pra isso.

O resto do caminho, Peter foi falando sobre quem ele achava que ia dar a festa desse final de semana e mais alguma coisa. Não prestei atenção.

Parei na frente da minha casa. Alice saiu e murmurou um “obrigada". Sorri pra ela. Abri a porta de casa e o Peter vinha atrás de mim.

Depois do almoço, ficamos jogando vídeo game e ele ficou me zoando por causa de domingo, sobre o que aconteceu entre eu e a Natalie. E Peter achou a lista da Alice.

- Interessante o terceiro desejo. - Ele disse sorrindo malicioso.

- Por que o sorrisinho?

- É óbvio que, se isso acontecer, vocês vão se beijar.

- Acha mesmo?

- Lógico.

- Tava pensando nisso hoje. Digo, no desejo, não no beijo.

- Esse fim de semana é uma boa oportunidade.

- Pensei nisso.

- Então, vocês vão viajar?

- Se ela topar… - Disse sorrindo.

- Tá até sorrindo já. - Peter disse rindo e eu taquei uma almofada nele.