1. Spirit Fanfics >
  2. Shelter >
  3. Sadness

História Shelter - Sadness


Escrita por: telepathyhobi e hemmingsgirl

Notas do Autor


Oi gente, eu sei que não é sábado mais, porém ainda tá valendo o capitulo, mas eu tenho uma explicação: eu não parei o dia inteiro. E a Mari quis que eu postasse esse capitulo porque é um capitulo que mexeu muito com nós duas, principalmente comigo.
Então, sem mais enrolações...
Enjoy it!
xx

Capítulo 24 - Sadness


Fanfic / Fanfiction Shelter - Sadness

Lotus Hale

       Levantei da cama com o Ho Hey do The Lumineers gritando em meus ouvidos. Coloquei em minha playlist de variadas e fui até o banheiro fazer minhas higienes dançando que nem nigga ao som de Niggas In Paris do Jay-Z com o Kanye West, tirei meu pijama colocando uma regata branca, um shorts jeans e uma alpagarta da Alasca. Depois e terminar o rap que libertava meu nigga interior o som do piano de Imagine do John Lennon ecoou pelo meu quarto.

Meus olhos marejaram ao lembrar do meu avô tocando e ensinando piano para mim. Desliguei a musica, peguei meu celular e saí do meu quarto sem fazer barulho pois vovó havia chegado bem tarde ontem, andei pelo corredor e entrei na porta que dava para o sótão da casa, subi as escadas e encontrei o que eu queria.

Depois do meu velho morrer, minha avó decidiu colocar o piano ali pois era muito doloroso ver o objeto na sala e lembrar dele tocando, sorrindo e tomando seu whisky. Era dolorido para todos, mas principalmente para Alasca e eu. Ele nos ensinou todos os valores e significados dos sentimentos e da vida. Foi ele que me ensinou a extrair e inserir o sentimento na musica, foi ele que me deu a minha primeira prancha e a minha primeira câmera.

Puxei o pano que cobria o piano de cauda branco, sentei no lugar onde meu avô sempre se sentava para me ensinar e comecei a dedilhar Clair de Lune, que foi a primeira musica que ele me ensinou.

 Fechei os olhos e lembrei de como eu era feliz naquela época, lembrei do cheiro do meu avô. Sândalo e tabaco, para mim era o melhor cheiro do mundo. O cheiro de lar. Lembrei de ele abraçando a minha avó, e sorrindo como se fosse a primeira vez que via ela em toda a sua vida. Do jeito que seus braços me envolviam toda vez que eu dormia no sofá. Lembrei dos seus olhos, um com cada tom de verde. Lembrei do seu sorriso e de como falava que eu e Alasca sempre seriamos os maiores presentes e orgulho da vida dele.

Terminei de tocar, abri os olhos e no momento que olhei a data na tela do meu celular, me arrependi. 24 de outubro.

Lágrimas começaram a rolar em meu rosto. Não podia fazer dois anos que eu havia perdido eles. Dois anos sem as pessoas mais importantes da minha vida.

Soltei um soluço e me levantei rapidamente saindo do sótão o mais rápido possível. Desci as escadas correndo sem me importar em fazer barulho ou tentar ser silenciosa, fui até a garagem e vi minha moto estacionada na saída, peguei minhas chaves, subi na moto, dei a partida e saí em disparada para o único local que eu queria estar agora.

Ashton Irwin

Depois de passar na casa dos três bocós, fomos para a casa das meninas pegar elas para irmos à praia, toquei a campainha, já que agora Margaret havia voltado então seria estranho entrar sem bater. Logo Lucy abriu a porta, sorriu timidamente e chamou pela Margaret, que sorriu dando um abraço em cada um de nós e nos mandou sentar no sofá.

- Alasca! Chame Lotus e desça, seus amigos bonitões chegaram! - ela gritou no pé da escada e ouvimos a Alasca gritar um “já descemos”.

Enquanto conversávamos com Margaret, Alasca desceu as escadas correndo e gritando:

- A Lotus sumiu!

- Como assim sumiu? – perguntei me levantando

- Eu acordei com alguém tocando piano, e além de mim, só ela sabe tocar piano. Agora eu fui até o sótão e o quarto dela e ela não estava! – falou afobada, Calum saiu correndo para a garagem e logo voltou falando que a moto dela não estava lá.

- O celular dela tá desligado! – Luke falou irritado, enquanto Mike digitava algo nervosamente em seu celular.

- Alasca, querida, que dia é hoje? – a vó dela perguntou.

- Vinte e quatro de... PUTA MERDA! – gritou arregalando os olhos e saiu correndo puxando Luke pelo pulso. Fomos atrás dela que já estava no banco de motorista do carro de Luke, entramos no banco de trás e ela saiu a toda velocidade da rua da casa delas.

Enquanto dirigia Alasca murmurava algumas coisas como “que ela não tenha feito nada que eu não faria” . Eu estava mais do que preocupado. A Lotus é louca, e poderia fazer qualquer coisa, e eu nem sabia o motivo. Logo chegamos ao cemitério particular de Sydney.

- O que estamos fazendo aqui? – perguntei sem obter resposta e seguimos Alasca até ver alguém escorado em uma lápide e soltando fumaça. Lotus.

Chegamos mais perto e Alasca a abraçou, a fazendo chorar ainda mais. Luke tirou os cigarros de perto dela, e vi pelo menos uma dúzia de cigarros apagados perto dela.

  - Dois anos Alasca  - falou enquanto chorava. Alasca a apertou mais e Calum me cutucou e apontou para uma lápide que tinha escrito:

 

 

“Em memória de

James August Hale

★02/11/70    † 24/10/12

E

Stella Jones Hale

★29/12/74   † 24/10/12

Amados filhos, pais e padrinhos.”

- Conte para eles Lotus, mesmo eles sendo meus padrinhos, eles eram seus pais – Alasca falou e Lotus assentiu ainda chorando, sentei do lado dela e a abracei. Ela suspirou e começou:

- Eu tinha 15 anos quando aconteceu, nós estávamos voltando de Melbourne para cá. Naquela época eu morria de medo de avião, e fiz birra até meu pai rir da minha cara e falar que íamos de carro.

“Nós iriamos passar uma semana na casa do vovô. Alasca também viria e nós estávamos muito animados, principalmente eu, já que a saudade de Alasca e da minha avó era enorme. Já era mais da metade do caminho quando começou a tocar a musica favorita dos três...”

- Qual música? – Mike interrompeu interessado.

- Whole Lotta Love – Lotus respondeu sorrindo triste.

Ficamos em silêncio por alguns minutos até que ela continuou:

“Nós começamos a cantar e cada um representava um integrante da banda, papai era o vocalista, mamãe a guitarrista e eu o baterista. Nesse momento de distração algum animal entrou na pista e meu pai desviou para não bater nele, e nós batemos em uma árvore. Eu fui a menos ferida mas fiquei em coma por duas semanas. Passei o aniversário do meu pai e o aniversário de casamento deles em uma cama de hospital. Quando acordei descobri que foi um canguru que havia entrado na pista. Meu pai decidiu salvar ele. Os dois morreram na hora. No mesmo ano eu virei uma rebelde sem causa, eu chegava de madrugada bêbada ou chapada, ia para o colégio para não reprovar e mesmo não prestando atenção nas aulas, sempre tirei notas boas. Até que um dia eu surfei novamente, e Alasca falou uma coisa que me fez voltar e que eu nunca vou esquecer: “Seus pais não se orgulhariam da Lotus de agora” . Foi o necessário para eu voltar a ser a Lotus de sempre e não uma bêbada, drogada e que corria em rachas na esperança de morrer para se juntar ao seus pais. Acho que meus pais se orgulham de mim agora”. – terminou de contar e chorou mais.

- Claro que se orgulham – beijei sua testa e a abracei.

Logo todos os outros se jogaram em cima de nós e Lotus riu.

- Ela riu! – Luke gritou no meu ouvido e ela riu mais.

- To sem ar seus gays! – falou rindo.

Nos soltamos dela e ela pulou em cima de Luke sussurrando algo em seu ouvido que ele riu e concordou.

- Só vocês pra me fazerem rir logo hoje. – falou sorrindo e olhou para o chão. Calum e Alasca deram um beijo na bochecha dela em lados diferentes e ao mesmo tempo. Mike a abraçou e eu lhe dei um selinho. Do nada ela começou a correr e gritou: - Me sigam! – sentou em sua moto, esperou nós entrarmos no carro do Luke e deu partida na moto seguindo para algum lugar desconhecido por nós.

[...]

Alasca White

Depois de um tempo seguindo Lotus, eu descobri o lugar para onde estávamos indo: Chinamans Beach. Ri por causa da obviedade de Lotus, os meninos não conheciam o significado daquela praia para nós.

- Tá rindo do que sua doida? – Mike me perguntou

- Eu sei pra onde a gente tá indo, a Lotus é tão obvia quando quer. – falei ainda rindo

- E para onde nós estamos indo, Sherlock? – Calum perguntou

- Chinamans Beach, tem um grande significado para nós. Quando chegarmos ela te explica. – respondi e liguei o rádio que estava tocando Always do Blink e começamos a fazer baderna dentro do carro.

Logo chegamos, e estacionamos do lado da moto de Lotus.

- Cara, você é tão obvia! – falei passando o braço por seus ombros.

- Eu sei, mas eu quis vir aqui. É importante para nós e me lembra coisas boas. – ela sorriu passando o braço pela minha cintura.

- Tá, qual é o grande significado pra vocês que essa praia tem? – Mike nada delicado perguntou

- Foi aqui que meu pai e meu tio nos ensinaram a nadar e a surfar – Lotus falou sorrindo.

- Aqui tem muitas memórias boas, mas me lembra ele  Lotus, nós podíamos ter ido pra Milk Beach, lá eu não me lembro dele. – falei enquanto ela me largava e abraçava Ash.

- Desculpa – sorriu fraco – mas lembre das coisas boas, não lembre do que aconteceu. Ele não merece que você pense nele – ela falou e eu concordei. – E convenhamos, eu tava com saudade de vir aqui – falou e eu mostrei a língua pra ela.

- Será que Seu Peter ainda trabalha na sorveteria? – perguntei e ela logo se soltou de Ash e me puxou pelo pulso correndo para a sorveteria ali perto.

Seu Peter era um velhinho que dava sundaes de graça sempre que a gente vinha aqui. Quando éramos crianças ele não era tão velho, mas meu pai me falou que ele também dava sundaes de graça pra ele e pro meu tio quando eram crianças. Tipo em 1978! O velho é pré-histórico!

Chegando lá, não é que o velho tá vivo?!

- Seu Peter? – perguntei me apoiando no balcão.

- Eu! – falou se virando pro balcão.

- Não lembra da gente? Lotus e Alasca? – Lotus falou sorrindo pra ele.

- Claro que lembro! Como eu iria esquecer as donas dos olhos verdes e dos nomes estranhos? – falou rindo, e nós acompanhamos. – Querem sundaes? – falou dando seu grande sorriso contagiante.

- Claro! – exclamamos juntas e os meninos chegaram.

- Quem é Seu Peter? – Luke perguntou para mim, que só apontei para o velhinho que estava preparando dois sundaes.

- Ele é dono do sundae mais gostoso que eu já comi – Lotus falou

- Opa! To vendo que vou ter que preparar mais! Lotus e Alasca, vocês ainda me levam a falência! – falou rindo e todos nós rimos.

Depois de conversarmos com ele, e os meninos assumirem que aquele era o melhor sundae que eles já haviam comido, e da Lotus brigar com o pobre do Seu Peter para pagar os sundaes, briga que ela perdeu por causa do que ele falou: “Se eu nunca cobrei e nem deixei seus pais pagarem um sundae deles e seus, eu nunca deixaria vocês pagarem”.  A Lotus calou a boca na hora. Abraçamos o velhinho e ele nos fez prometer voltar mais vezes. Ficamos andando pela praia até a hora do almoço, depois voltamos para casa.

- Lotus! Se você fizer isso novamente eu te deserdo! – Dona Margaret gritou assim que ela desceu da moto, o que fez nós gargalharmos e Lotus fazer uma cara de medo.

Comemos um macarrão maravilhoso, que dessa vez foi realmente minha avó que fez, e depois ficamos na sala jogando FIFA. Alguns momentos Lotus deixava algumas lágrimas caírem, mas logo as limpava.

Ela sentia muita falta dos pais, e eu dos meus padrinhos.


Notas Finais


Eu juro que chorei escrevendo. Sério. OBRIGADA A TODOS OS FAVORITOS <3
Roupas meninas:
Lotus:
http://www.polyvore.com/cgi/set?id=141927239&.locale=pt-br
Alasca:
http://www.polyvore.com/cgi/set?id=141927408&.locale=pt-br

Até terça e comentem!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...