História She's Got A Bad Reputation - The Truth

~Tell me pretty lies, Look me in the face, Tell me that you love me, Even if it's fake, Cause I don't fucking care... At all ~ Blackbear

 Toronto, Ontário, Canadá

Sexta-feira

7:50am

//POV Shawn Mendes//

- Ontem você saiu com a Rebeca depois da escola? – Courtney me perguntou.

Ela me olhava como se fosse o maior pecado do mundo. Kian, Meredith, Rebeca e Angie estavam calados só observando a cena.

- Você mentiu para mim? – Courtney perguntou indignada.

- Você quer vir falar de mentiras comigo? – gritei e todos ali se surpreenderam – Você só fala a verdade? – ela parecia estar com medo – Sabe Courtney? Quando a gente não ama mais uma pessoa, não traia, simplesmente converse. Você me traiu...

- Shawn... – ela disse com uma voz de choro.

- Se você tivesse conversado comigo e terminado, você estaria livre para dar seu corpo para qualquer um que passasse – disse com tanta raiva, nunca pensei que aquelas palavras um dia iriam sair da minha boca.  

- Você é um babaca, igual todos os outros – ela disse olhando bem nos meus olhos.

- E você é uma vadia, igual todas as outras – sussurrei em seu ouvido.

Sai de perto deles e comecei a andar em direção a saída da escola.

- Hey, Peter Raul, espera – Cameron me chamou e me parou – onde é que você vai com tanta pressa?

- Eu vou embora desse inferno – eu disse revirando os olhos.

- Nossa, o que aconteceu?

- Nada

- Raul, você vai na festa hoje? – perguntou e eu tinha me esquecido

Pensei por um breve momento

- Claro – respondi e sai daquela escola.

[...]

11:45pm

Eu tinha acabo de chegar na festa. Típica maldita festa dos filmes adolescentes, não é tão divertido quanto parece.

Pessoas bebendo, fumando, quase se comendo para todo o lado que você olha. Não que eu não goste de festas, mas é mais legal quando alguma coisa inesperada acontece.

Eu comecei a caminhar pela casa - eu nem sei de quem era essa casa – empurrava algumas pessoas para facilitar minha caminha, até que empurrei Cameron.

- Peter! – ele gritou levantando um copo – Vai lá nos fundos pegar uma bebida

Cheguei a conclusão que Cameron estava meio bêbado.

- Menos, Cam, menos - disse rindo.

Eu fui até o fundo da casa e peguei uma cerveja long neck em uma geladeira improvisada. Eu andei pela casa toda sem nenhum animo. Eu passo por algumas pessoas e avisto Courtney beijando um garoto do time de basquete. Simplesmente reviro os olhos e ignoro, ela é uma vaca mesmo.

Resolvo ir para parte externa da casa, já que a interna estava lotada. Encontro Nash conversando com aquela tal de Angie, e eu vejo ela... Rebeca toda sorridente com um cigarro em sua mão, e conversando com um cara.

Eu me aproximei para conversar com Rebeca, mas acabo me surpreendendo na hora que percebo quem é o “cara”.

- Shawn Mendes – ele disse tirando sarro da minha cara – o menino de ouro quer alguma coisa mais forte do que cerveja?

- Cala a boca, Maloley – disse com raiva.

Nathan Maloley, ou Nate, como preferir. Quando alguém quiser alguma coisa mais forte, como ele disse, é só procura-lo. Todos da escola sabem onde encontrar quem vende drogas. Nate não é a melhor pessoa para se fazer um vínculo. Ele não é uma boa pessoa. Sabe aquele tipo de pessoa que sempre quer algo em troca, e pode fazer de tudo pelo o que quer, mesmo se isso acabar machucando alguém? Esse é o Nate.

Há dois anos a ex-namorada dele, Sarah, morreu de overdose. Todos da escola sabem muito bem quem era a pessoa que fornecia as drogas para ela.

- Rebeca eu posso falar com você? – perguntei e ela me olhou como se eu fosse um pai pedindo para ir em uma viajem para a casa dos primos distantes no interior do Kansas.

- Eu to ocupada agora – ela respondeu e pelo seu tom de voz percebi que ela estava meio chapada.

- Vamos, eu vou tirar você daqui – disse e segurei o braço dela, mas não de uma forma bruta.

- Quem você pensa que é? Meu pai? Vai se foder Shawn – ela disse e saiu andando rápido

Eu olhei para o Nate e ele matinha um sorriso vitorioso no rosto, então eu disse com raiva, mas sem me exaltar:

- Não chega perto dela

Fui atrás dela, onde me levou no meio da rua, onde não tinha pessoas. Estava deserto. Rebeca estava encostada em um carro preto, fumando seu cigarro.

- Rebeca! – a chamei e na hora ela revirou os olhos.

- Me deixa em paz, seu babaca – ela disse e começou a andar pela rua, mas eu fui rápido e a segurei pelo braço.

- Por favor! Eu preciso conversar com você – disse baixo e ela suspirou

- Quer conversar? – assenti – Então vamos a um lugar, lá você vai poder conversar comigo.

Eu estava confuso, ela é meio pirada. Ela começou a andar em direção ao meu carro.

- Abre, você vai dirigindo – ela ordenou e assim fiz. Abri o carro e ela entrou, assim como eu.

- Mas, o que...? – disse e ela me interrompeu

- Cala boca e dirige! – revirei os olhos e dei partida no carro

//POV Angie Jones//

Eu estava me sentindo deslocada na festa. Rebeca tinha sumido, e bem, não tinha feito muitas amizades. Eu sou uma pessoa sociável, mas algumas pessoas não querem nem saber das outras. Ai fica complicado em arranjar amigos novos.

Eu estava sentada no sofá, observando as pessoas. Eu estava quase dormindo, eu tenho esse problema. Eu consigo dormir em qualquer lugar, a qualquer hora.

- Tá se divertindo novata? – um menino com os olhos azuis, perguntou ao se sentar ao meu lado.

- Muito, super diversão – disse sarcástica

- Eu posso te divertir se quiser? – ele disse malicioso.

- Não, obrigada – disse com uma leve indignação.

- Ah, qual é novata? – ele disse e colocou sua mão em baixo da minha orelha e se aproximou para me beijar.

- Não! – disse tentado o empurrar.

Ele me beijou a força, mas eu estava tentando o empurrar.

- Sai! Não, não, eu não quero! – eu gritava e o empurrava.

- Sai de cima dela, Nash – um menino bronzeado tirou ele de cima de mim – Como você é idiota, a menina disse que não quer. Não força a barra – ele brigava com o menino que tentava me beijar antes, acho que o nome dele é Nash.

- Cala a boca, Cameron. Eu só estava dando um diversão para ela – o Nash disse, ele estava bêbado.

- Vai beber uma água – ele disse e Nash revirou os olhos e foi para outro lugar – Você está bem? – ele perguntou olhando para mim e eu assenti – Olha o Nash nem sempre é um babaca, ele só estava meio...

- Bêbado? – ele assentiu rindo.

- Prazer, Cameron – ele estendeu a mão.

- Angie, o prazer é todo meu – sorri

- Quer que eu te leve para a sua casa? –ele perguntou sorrindo, e que sorriso.

- A minha amiga sumiu, e essa festa está chata, então eu aceito a carona – ele sorriu mais e segurou minha mão e me levou até o seu carro.

Ele me levou para casa, dei todas as coordenadas. Conversamos bem pouco, chegou até ser meio constrangedor.

- Chegamos, você está entregue – ele disse ao parar o carro em frente a minha casa.

- Muito obrigada, é difícil encontrar uma pessoa legal, quando você é a novata que anda com a Rebeca Lawley – eu disse rindo.

- Ah, você é a nova amiga da Rebeca?

- Vai me odiar agora, né?

- Que isso? A Rebeca é uma pessoa legal, poucas pessoas veem isso – ele disse sempre sorrindo.

- Você é mais legal do que eu pensei que fosse – disse fazendo uma careta.

- Obrigado

//POV Shawn Mendes//

- Que merda a gente tá fazendo aqui? – perguntei para ela quando chegamos na escola.

- Você vai ver – Rebeca disse e saiu do carro.

- Não pode entrar na escola de noite, é contra as regras – eu disse enquanto a seguia.

- Você esqueceu o meu nome? Eu sou a Rebeca Lawley, bebê – ela e sorriu, mas não era um sorriso normal, era um sorriso com um toque maléfico.

Nós caminhamos até a parte de trás da escola. Tinha um tipo de cerca de ferro, como divisória. Rebeca escalou a cerca e pulou para dentro da escola.

- Você está maluca?

- Vai querer falar comigo ou não? – ela disse e eu fiz como ela.

Logo nós dois estavam dentro da escola, em plena sexta à noite. Se alguém pegasse a gente lá seriamos suspensos e acabaria com o meu currículo para a faculdade.

- O que a gente veio fazer aqui? – perguntei todo preocupado

- Conversar, não era isso que você queria fazer?

- Mas por que aqui? Por que na escola?

- Porque aqui é o meu lugar. Anda mais rápido – ela reclamou.

Nós fomos até o meio do campo de futebol americano. De repente ela para de andar e se senta. Rebeca se sentou no meio do enorme campo.

- Senta – ela ordenou

- Não, eu não vou me sentar. Você já mandou muito – disse com raiva – Olha eu não sei por que você ficou tão brava comigo....

- Ah, deixa eu te lembrar – ela disse e se levantou – “você só quer atenção” – ela fez uma voz tentando me imitar.

- Você está brava por isso? Mas você nunca liga para o que as pessoas falam!

- É, mais eu liguei.

- Por que você ligou? Por que dessa vez você ligou para algo que alguém falou? – eu já gritava com ela

- Porque dessa vez, você disse. Foi você que disse

- E dai? Eu só sou mais alguém

- Para mim não. Eu liguei para o que você disse, porque eu gosto de você mais do que eu deveria gostar – ela gritou e depois tudo ficou quieto.

Parecia que ela tinha acabado de tirar um peso de cima de suas costas. Ela suspirou aliviada.

Quando finalmente nossos olhares se cruzaram novamente, eu sorri de leve e me aproximei dela. Pousei minha mão em seu rosto e a olhei nos olhos. Ela intercalava os olhares, uma hora olhava para meus olhos, outra hora olhava para meus lábios.

Com rapidez a puxei e a beijei. Eu tenho que admitir que fazia um tempo que eu queria fazer isso. A beijei com toda vontade do mundo, e percebi isso ser reciproco. O beijo não era lento, mas também não era rápido. Era bom, um beijo muito bom.

Quando nos separamos ela continuou com os olhos fechados, eu encostei minha testa na dela e segurei suas mãos. Por fim, eu disse:

- Rebeca Lawley, você é insana...