História She's not crazy - Cap 18

O juiz parecia mais sério do que antes, Natasha estava nervosa, mantinha a cabeça baixa prestando atenção em seus dedos enquanto enroscava uns nos outros, por mais que Steve estivesse ao seu lado naquele tribunal a mesma ainda sentia uma pontada de medo, mal conseguia encarar os acusados naquela sala, ela sente o olhar protetor de Steve sobre ela, o mesmo segura uma de suas mão, Natasha o encara e ele sorri passando uma onda de conforto para ela

- Pedimos a presença de Natasha Romanoff para o testemunho ao vivo – O juiz diz autoritário, alguém aproxima-se do mesmo e cochicha alguma coisa – Devido ao estado de Romanoff, chamamos Steve Rogers para ler em seu lugar – Steve levanta-se segurando algumas folhas de papel, dá uma última olhada para Natasha e caminha em direção a cadeira ao lado do juiz, senta-se na mesma, respira fundo e começa a ler

- Minha vida nunca foi fácil, desde pequena sempre fui usada, meus pais diziam que queriam o melhor para mim, mas não era isso que eu conseguia entender de suas ações, muito pequena fui obrigada a limpar, cozinhar e arrumar, não podia sair de casa se não fosse para o mercado, não tinha acesso à escola, as vezes eles me ensinavam uma coisa ou outra, quando nos mudamos para a América, pensei que seria diferente, mas as mesmas obrigações eu tinha que faze-las, quando meus pais não estavam em casa, eu corria para a minha vizinha, ela me ajudava, me ensinou a falar o seu idioma, eu gostava de aprender, ela me contava histórias e eu poderia ficar horas as ouvindo – Steve faz uma pausa e olha para Natasha que continuava de cabeça baixa – Quando não fazia o que meus pais queriam, eu era punida por mal comportamento, uma vez lembro-me de levar uma facada, mas não havia sido intencional, apenas um acidente, com medo eles não quiseram me levar para o hospital, tive ajuda de minha vizinha

Flash Back on

2009 – Natasha, 16 anos de idade

Natasha sai pela porta dos fundos de sua casa, sua mão estava sobre o seu ombro esquerdo, sua blusa suja de sangue, ela estava em desespero, o mais apressado que consegue ela passa pelo portão que interligava o seu quintal com o de sua vizinha, Dona Elvira, a dona da casa ao lado, estava cuidando de suas flores quando vê Natasha aproximando-se

- Dona Elvira, por favor, me ajude – Natasha fala com o seu forte sotaque russo enquanto aproximando-se mais

- Ai meu Deus, querida! O que aconteceu? – A senhora larga o regador e aproxima-se mais de Natasha

- Aconteceu um acidente na cozinha – Natasha fala enquanto sentava na cadeira que Dona Elvira havia posicionado atrás de si

- Foram seus pais de novo? – Ela pergunta parando em frente de Natasha colocando as mãos na cintura

- Foi um acidente – Natasha volta a falar

- Tudo bem, vou levar você para o hospital – A mesma pega um pano branco e entrega para Natasha que pressiona sobre o seu ferimento, elas entram no carro e seguem para o hospital.

Ao chegar lá uma enfermeira aproxima-se das duas, Dona Elvira ajudava Natasha a caminhar

- O que aconteceu? – A enfermeira pergunta tirando a mão de Natasha do ferimento para que ela possa ver melhor

- Corte com faca – Elvira fala

- Espere aqui – A enfermeira leva Natasha para uma sala deixando Elvira na sala de espera

Após um tempo as duas voltam, a senhora levanta-se

Natasha POV

- Ela está bem, mas deverá ficar em repouso, sem movimentos bruscos com o braço, ou fazer força, pegar peso essas coisas – A enfermeira fala

- Entendido, obrigada – Dona Elvira fala para a moça e logo nós saímos do hospital, ela não falou nada no carro, mas me levou para tomar sorvete, sou a segunda vez que eu provei um sorvete, o doce gelo derretendo em sua boca, a sensação é incrível

Flash Back off

Steve olha para Natasha, Wanda havia saído dos bancos de trás e sentado ao lado de Natasha, Wanda segurava a mão de Natasha

- Depois desse acontecimento, as coisas em casa acalmaram-se durante alguns anos, eu voltei a pensar que a minha vida ia mudar novamente, que eu poderia sair e ter amigos, mas a minha vida mudou... realmente – Steve continua

Flash Back on

2012 – Natasha, 19 anos

Era de noite, eu e meus pais assistíamos TV na sala, quando ouvimos um barulho na porta dos fundos, meu pai como um bom chefe de família levantou-se do sofá

- Pode ser um ladrão – Minha mãe falou olhando para o corredor escuro – Não vá

- Ou talvez seja apenas aquele maldito gato da Elvira – Ele diz seguindo para o corredor

Eu e minha mãe ficamos apreensivas na sala, nós ouvimos um barulho alto e logo em seguida vimos meu pai adentrar a sala com as mãos erguidas, e logo atrás vem a minha tia Abigail Romanoff, ela apontava a arma para a cabeça dele

- Eu quero todos sentados – Ela diz e meu pai senta em uma de suas poltronas, nós sabíamos que ela morava na cidade, sabíamos sobre o hospital psiquiátrico, nós nos mudamos para cá por causa dela, recomeçar uma vida com o resto da família junto seria bom, meu pai pensava assim

- O que você está fazendo? – Meu pai praticamente grita

- O que estou fazendo? – Ela ironiza com um sorriso de lado – Pegando o que é meu por direito, de volta – A mesma fala abaixando a arma colocando a mão na cintura

- Do que você está falando? – Ele fala

- Não se faça de bobo, Ahmar! Você tirou os negócios da família de mim! Eu sou a mais velha eu tenho esse direito!

- Não, nossos pais me deram, você fazia parte, mas só pensava em dinheiro depois você foi embora

- Eu estava pensando no bem de todos, no que é melhor! – Ela fala agressiva

- Você só pensava em você, trafico não é uma bom negócio, mancharia o nome de nossa família

- Se você não tivesse nascido tudo aquilo seria meu, e será meu! – Ela sorri maniacamente, logo em seguida aponta novamente o revolver para meu pai atirando 3 vezes, ela olha para minha mãe que não tirava os olhos do homem morto ao seu lado – Desculpa, não é nada pessoal – Ela atira duas vezes em minha mãe, eu olho para aquela cena deplorável, meus pais haviam sido mortos pela minha tia, bem na minha frente, perecia que meu cérebro havia deligado e não comandava mais meu corpo, eu estava completamente paralisada – Eu não queria matar você, mas acabou de presenciar tudo, não posso me arriscar – Ela aponta o revolver para mim – Tchau, tchau – Quando ela ia apertar o gatilho, luzes invadem a sala – Droga! – As luzes eram azul e vermelha, era a policia, eu pensava que estaria segura, mas meu corpo falhou comigo, não conseguia correr, muito menos me mover, meus olhos estavam fixados nos corpos de meus pais – Você deu sorte, só hoje – Ela sorri – Nos vemos em breve – Minha tinha coloca o revolver em minhas mãos e logo sai correndo, eu ficava me perguntando o que ela quis dizer com isso.

Sinto meus olhos encherem de lágrimas e logo um barulho alto veio da porta da frente, homens armados, apontavam suas armas para mim, mas eu não tinha feito nada, eu queria falar mas minha voz não saia, queria dizer que não fui eu, que quem fez isso havia fugido, me pergunto se eu tivesse feito um pouco mais de esforço aquela hora minha vida seria diferente, em seguida tiraram o revolver de minhas mãos e me levaram com eles