História Shippuuden Story: The Konoha Next Generation - Quinta Guerra Shinobi: Arco 4 - Cap.4

Longe das principais nações do mundo shinobi, a pacífica aldeia do País do Redemoinho se preparava para a guerra aumentando suas defesas e preparando seus shinobis e kunoichis.

Eram uma das aldeias que tinha o melhor treinamento e preparo e por muitas vezes alguns shinobis eram mandados para lá para aperfeiçoar suas habilidades.

Apesar de parecer uma aldeia mais retraída que as demais, as grandes muralhas que cercavam a península na parte que ligava com o continente mostrava que Uzushiogakure era bem mais preparada do que imaginavam.

A aldeia também era grande exportadora de produtos vindos do mar e por isso era bem requisitada pelas demais nações, sendo quase unanimidade que fosse protegida pela aliança.

Depois que ajudaram nas eleições da escolha do novo líder de Yukigakure, Itachi e Izumi retornaram para Uzushio para continuar o trabalho que tinha sido designados a fazer. Haviam falado com Naruto passando atualizações de como estavam os andamentos da preparação pra guerra e recebido autorização para agir assim que vissem o exército da Lótus.

Claro que também tinham recebido uma autorização de Kohane para liderar os pelotões de shinobis, porém, Itachi deixava que esse parte ficasse com Izumi, que tinha mais experiência que ele nessa área. Por enquanto, sua função era apenas de conselheiro e estrategista, pois já não havia mais seu sharingan.

Estavam lá já faziam alguns dias e podiam perceber que os tempos tinham mudado bastante desde do início da guerra. Se antes as pessoas eram mais felizes e podiam sair sem medo de suas casa, agora tudo que se via pela aldeia era olhares de medo e sem esperança, enquanto as ruas estavam cheias somente de soldados e afins.

Era como Itachi tinha ouvido e visto com seus próprios olhos. A guerra muda as pessoas e as transforma no pior que o ser humano pode ser, porém, estavam apenas lutando pela liberdade e pela paz que um dia tinha sido estabelecida ao final da Quarta Guerra Shinobi.

O dia já estava anoitecendo quando os dois Uchiha se reuniram no hotel para descansar. Haviam passado todo o dia se preparando para um possível ataque vindo da Lótus, segundo informações vindas de Konoha, no qual Shikamaru havia interceptado uma comunicação entre dois pelotões da organização.

Depois de tanto trabalho, ambos só queriam uma boa comida quente, um banho e sua cama, afinal, não haviam conseguido parar suas atividades nem mesmo no horário do almoço.

Eram dois compromissados com seus trabalhos e até que conseguissem concluir, não tinham a opção de parar.

Estavam no restaurante do hotel desfrutando de um jantar simples, mas bastante saboroso incluindo uma grande mesa de sushi e sashimis de diversos tipos.

Itachi gostava muito de momentos como esses ao lado da esposa, que mesmo estando ali com ele fisicamente, dava pra notar que mentalmente sua presença estava bem longe.

- Você disse que deixaria isso pra amanhã.

Itachi diz a Izumi enquanto pegava um sashimi no prato e levava a boca, vendo a esposa ergue a cabeça para encará-lo enquanto guardava o tablet que usava.

- Desculpa. São tantas coisas para resolver que até me esqueci por um momento que estava aqui.

Responde a morena pegando os hashis e escolhendo um sushi na travessa que havia sobre a mesa.

- A gente merece um descanso depois do dia tenso de hoje. — Itachi recosta na cadeira dando um longo suspiro. — Uzushio tem um bom sistema de defensa e ataque, mas creio que qualquer ataque vindo da floresta será repelido pelas muralhas. Teremos tempo para reorganizar e contra atacar no momento certo.

- E depois diz que sou eu que estou focada demais no trabalho. — Diz Izumi dando uma fraca risada. — Precisamos melhorar um pouco mais o ataque da aldeia e assim não teremos que nos preocupar caso a lótus venha atacar aqui. De resto, acho que Uzushio possui um dos melhores exércitos do mundo.

Ambos concordavam que o País do Redemoinho era bem forte em questões militares e isso vinha muito de Kohane, a pessoa que tinha sido uma ótima amiga de Itachi e Izumi durante os tempos em que o Uchiha fazia parte da Akatsuki e que ajudou no plano de livrar Izumi e Mikoto do massacre do clã.

Era uma Uzumaki muito forte e que quando teve a ideia de reerguer Uzushiogakure, obteve apoio das grandes nações para tal ato e não demorou até que a aldeia tivesse reconstruída e habitada novamente por refugiados da guerra e de várias pessoas que buscavam uma nova vida.

Uzushio não era mais uma aldeia exclusivamente de Uzumaki mais e sim de civis e shinobis de várias partes do mundo, de clãs variados e até mesmo de Uzumakis e Uchihas que haviam ficado escondidos por muitos anos com medo da repressão.

Isso era a principal questão que fazia a aldeia ser bastante forte, já que ter a disposição shinobis e kunoichis de dois clãs tão fortes como esses, era a certeza de força física e mental.

- Me lembre de agradecer a Kohane quando formos embora. — Itachi diz deixando os hashis sobre a mesa enquanto pegava o copo com saquê. — Não sei dizer se foi gentileza dela nos colocar no melhor hotel ou do Naruto.

- Só aproveite isso.

Izumi responde sorrindo enquanto voltava a comer com mais tranquilidade, deixando os pensamentos livre do trabalho naquele momento. Iria saborear aquele jantar e aproveitar um tempo com seu marido, já que poucas vezes tinha tal oportunidade por conta do trabalho de ambos.

Já não se preocupavam tanto com Yoaki por saber que o filho já tinha uma idade pra se virar na vida, e também odiava ser mimado ou paparicado por Itachi e Izumi.

O Uchiha já era jōnin e estava naquele instante servindo um pelotão no acampamento oeste do País do Fogo, sendo um dos principais no comando do local.

Por toda a aldeia havia um clima mais calmo e tudo que se ouvia pelas ruas eram as ondas do mar batendo nas pedras e os grilos espalhados pela floresta. Uzushio estava longe de ser um lugar festivo e isso era seu charme pessoal, no qual turistas passavam longe dali para irem até o País das Ondas bem próximo.

Haviam patrulhas que revezavam rondas próximas a aldeia para garantir uma segurança ainda maior ao redores, assim facilitava na chegada de civis vindos das estradas que ligavam o País do Redemoinho com demais aldeias menores e com o País do Fogo.

Nas intermediações da floresta, dois guardas caminhavam tranquilamente enquanto faziam a ronda no início da noite. Não estava totalmente escuro, mas a lua já iluminava bastante entre meio as nuvens pesadas que pairavam nos céus demostrando que logo mais chegaria uma frente fria vindo do norte.

Tudo estava tranquilo demais até que ambos sentiram uma estranha presença vir de um lado mais escuro da floresta. Pararam de caminhar e encararam as árvores daquele lado e quando uma brisa leve lhes atingiu, viram um flash de luz vinda de lá e sem que pudessem reagir, uma flecha os acertou diretamente na cabeça.

De dentro da floresta saíram dois arqueiros trajados com as vestimentas do exército da Lótus Vermelha. Não estavam sós e junto a eles um grande pelotão veio junto com soldados divididos em várias funções, com um dos generais de Yatemy liderando-os.

- Quero dois pelotões divididos e ataque por ambos os lados. — Diz o general para seus subordinados, que eram seus tenentes. — Vamos atacar de uma vez e dizimar qualquer chance de contra ataque! Vão!

O grande exército se divide e avança rapidamente em direção as muralhas de Uzushiogakure, no qual haviam guardas tanto em frente ao portão principal quanto nas guaritas que circulavam toda a primeira muralha de proteção.

Tinham uma estratégia de ataque rápido e sem abrir brechas, pois se não dessem a oportunidade dos shinobis se reorganizar, conquistariam facilmente a aldeia.

Apesar de estarem em maior número, apenas o general e seus dois tenentes tinham habilidades a mais do que o restante dos soldados.

Usando disso, avançaram rapidamente sobre os guardas dos portões e da guaritas, no qual os arqueiros os derrubaram com flechas explosivas e de fogo, assim iniciando de imediato um incêndio nos murros de madeira.

Diferente da primeira muralha, a segunda era feita de blocos de concreto e aguentaria um pouco o ataque enquanto os shinobis eram mobilizados.

Dentro da aldeia, Itachi e Izumi estavam indo em direção às escadas quando viram uma movimentação maior nas ruas e estranharam isso, já que não tinha nenhum exercício de treinamento programado para aquela noite.

Sendo assim, rapidamente foram até a entrada e olhando em direção a floresta puderam ver o incêndio na primeira muralha.

- Que merda tá acontecendo?!

- Parece um ataque. — Diz Izumi dando alguns passos a frente. — Vá até a Kohane e ajude como puder. Irei até a segunda muralha!

Se dividiram em suas funções e seguiram para os lugares determinados. Sem poder ajudar fisicamente por não haver mais o sharingan, Itachi poderia ser mais útil com seu conhecimento em estratégias e assim orientar os shinobis a um plano que conseguisse deter aquela invasão.

Por outro lado, Izumi era uma das usuárias mais habilidosas no uso não só do sharingan, mas também do Mangekyō e tendo feito o transplante dos olhos de seu irmão, possuía a capacidade de usar o Mangekyō Eterno sem qualquer limite e junto a Akira, Sasuke e Kiyomi eram os únicos a ter tamanho poder de seus dōjutsus.

Enquanto corria em direção as muralhas, pode ver que alguns soldados da Lótus já invadiam Uzushio vindos da parte litorânea e sem qualquer piedade atacavam os civis que fugiam desesperados com medo de serem mortos.

Rapidamente mudou de rota e invocando sua espada através de um selo em seu pulso, saltou até uma sacada aonde apenas usou com apoio para cair justo a frente de um soldado que atacaria um civil.

Sem cerimônias o decapitou enquanto emanava chakra sob a lâmina de sua espada, fazendo com que um fogo acendesse e logo atacou outros soldados juntamente a um pelotão de shinobis e kunoichis que chegavam rapidamente para ajudar a Uchiha naquela parte da aldeia.

 Se iniciou ali uma grande batalha e Izumi tentava ajudar na evacuação dos civis para os bunkers da aldeia, assim os tirando da zona de combate e evitar ainda mais mortes desnecessárias.

Os soldados da Lótus não se importavam em matar pessoas inocentes e os shinobis que lá estavam faziam de tudo para ajudar a evitar isso, com muitos se sacrificando para salvar a vida de civis.

Itachi corria em direção ao edifício principal na tentativa de se encontrar com Kohane e ajudar de alguma forma durante essa batalha, porém, não esperava que ao se aproximar do lugar acabou vendo que lá estavam um dos tenentes do pelotão de invasão a aldeia e o general responsável por todo o exército da Lótus.

Eram os mais fortes dentre aquela centenas de soldados e sem suas principais habilidades seria um pouco mais complicado de enfrentá-los frente a frente.

Sacou uma kunai e a apertou em suas mãos enquanto pensava em uma maneira de detê-los de uma maneira que não levasse a pior, mas vendo os AIC em seus pulsos notava que era bem mais difícil.

- O grande Uchiha Itachi bem a nossa frente! — Diz o general sacando uma espada. — Será uma honra matá-lo pessoalmente!

- Veremos se tem a força e coragem pra isso.

O general sorri e fazendo um simples sinal faz com que seu tenente avance sobre o Uchiha enquanto também sacava uma espada, que logo tem sua lâmina tomada por Raiton e usando uma técnica de corte para acertar Itachi em cheio.

Porém, antes que isso acontecesse uma barreira de terra se ergue do chão e bloqueia o ataque vindo do tenente. Itachi fica surpreso com aquilo, já que não tinha sido ele a invocar tal técnica de Doton e antes que pudesse reparar, uma estranha figura encapuzada passa por cima de si e acerta um chute no tenente da Lótus, o jogando próximo ao general.

O Uchiha não sabia o que tinha acontecido, mas ao ver aquela pessoa a sua frente uma estranha sensação veio diretamente a si, no qual de alguma maneira conseguia saber quem ela era sem ao menos ver seu rosto pra ter a certeza.

Quase que de uma única vez, a figura sacou uma espada com uma lâmina prateada e prezando de uma velocidade quase sobre-humana atravessou a lâmina no peito do general e do tenente, no qual ao guardar a espada em sua bainha viu ambos caírem mortos no chão.

Itachi ficou sem reação não sabendo o iria fazer frente aquela pessoa, pois não sabia se era aliado ou mais um inimigo da Lótus. Ficou tão distraído que não viu quando o outro tenente avançou querendo lhe golpear pelas costas e só foi salvo quando o braço do Susanō de Izumi surgiu e atravessou a espada de energia no homem.

- É melhor prestar atenção ao redor, Itachi!

Diz Izumi enquanto ia até o marido, que continuava a encarar aquela pessoa a frente. De alguma forma parecia estar paralisado enquanto o aguardava se revelar.

E não demorou a acontecer quando ele se virou e encarou firmemente retirando o pano que cobria o rosto e quando retirou o capaz, Itachi teve a mais clara certeza de quem era aquela pessoa a sua frente.

Poderia estar com o cabelo bem maior e com uma barba, mas era sim a pessoa que conheceu durante a infância e quem tinha sido um terceiro irmão por muitos anos.

Era sim Uchiha Shisui.

...

Já era madrugada quando Minato desembarcou em Konoha vindo de Kusagakure. Depois de resolver o necessário para que outro assumisse seu lugar na liderança do pelotão, havia retornado a Konoha a pedido de Naruto devido a ser deslocado a uma nossa missão.

Fazia tempo em que não agia como um shinobi como antes. Enquanto era um dos conselheiros de Konoha, não fazia nada além de reuniões e encontros com líderes de clãs quase todos os dias.

Não negava que gostava bem dessa função, mas era de certo modo cansativo e monótono e alguém como Minato, que estava acostumado a estar sempre em embates, ter um trabalho mais calmo não era muito do seu modo.

Em vez de seguir para casa para descansar um pouco, o Namikaze foi até o Edifício Hokage para se encontrar com Naruto e mais algumas outras pessoas para uma reunião emergencial pedida pelo Hokage, no qual não sabia sobre o que se tratava.

Mesmo sabendo que poderia ter algo a ver com as fronteiras ou com os planos contra a Lótus, Minato entendia bem que seu filho estava se tornando um líder ainda melhor que ele no passado e tinha muito orgulho disso, afinal, mesmo não o criando pessoalmente, viu que seu carácter se moldou com a ajuda de seus amigos e de pessoas muito importantes.

Enquanto caminhava pelas ruas de Konoha, conseguia perceber o quão diferente era a aldeia quando era madrugada. Antes da guerra começar, as ruas eram bastante cheias até mesmo naquele horário, muito por conta dos restaurantes e diversos lugares de entretenimento no qual fazia daquele lugar um que nunca dormia.

Agora com a ameaça de invasão a qualquer momento, tudo que se via pelas ruas eram os guardas da polícia interna e o barulho dos grilos. Apesar da chuva ter dado uma pequena trégua, era estranho demais para Minato ver toda essa paz depois de já ter se acostumado com as mudanças vindas durante esses últimos anos que retornou a vida.

Logo que chegou ao Edifício Hokage, subiu até o andar da sala de reuniões aonde já estavam algumas pessoas o aguardando. Além de Naruto, também estavam todos seus amigos com a exceção de Sasuke e Sakura, que já tinham embarcado para a missão de proteção as jinchūrikis.

Até mesmo Jiraya tinha retornado do acampamento do norte e isso significava que aquela reunião tinha uma importância bem maior do que imaginava.

Não demorou a se sentar ao lado de seu ex-mestre e de imediato Naruto começou a falar:

- Obrigado pela presença de todos e peço perdão por tirá-los de casa nessa madrugada. Sei que queriam descansar, mas essa reunião não podia esperar e precisamos definir de uma vez como deteremos a lótus um pouco mais rápido!

Shikamaru aperta um botão em um controle remoto e as luzes se apagam, com uma tela sendo ligada atrás do Hokage, no qual todos veem um mapa com várias marcações.

- Antes que fosse enviado em sua missão, Akira me entregou este mapa no qual indica a localização de várias bases da Lótus Vermelha. — Continua a dizer o Nanadaime enquanto aponta com a mão. — Ficamos por anos em desvantagem frente a eles e sem uma chance de contra atacar, mas agora temos o suficiente para lhes ferir e acabar de vez com essa guerra!

- Tem certeza que este mapa é verdadeiro? — Neji questionou um pouco desconfiado. — Quer dizer, Akira poderia muito bem lhe entregar qualquer coisa falsa para ganhar sua confiança. Pode até ser mesmo uma armadilha.

- Ino, Shikamaru e eu analisamos cuidadosamente cada detalhe do mapa durante algumas horas e constatamos que era real, pois pedi que um pelotão próximo a uma das bases fosse conferir o local e encontram sem dificuldades.

- Isso já demostra que o Akira-kun não mentiu sobre o mapa.

Diz Hinata recostada na cadeira, enquanto Neji apenas assentiu sem dizer mais nenhuma palavra.

- Eu só tenho uma missão que de certo modo é fácil, mas que será de extrema importância para a conclusão dessa guerra. — Naruto apoia-se com ambas as mãos sobre a mesa, erguendo a cabeça pra encarar a todos. — Vamos encontrar e acabar de vez com Yatemy!

- Assim tão fácil? — Questiona Jiraya. — Eu confio em você e em suas decisões, Naruto. Mas encontrar Yatemy e lutar frente a frente é algo totalmente diferente do que simples inimigo. Idatte está de prova sobre isso.

Tsunade se encolhe na cadeira ouvindo o nome do filho, logo limpando algumas lágrimas que escorriam. Ainda não tinha se recuperando 100% de sua perda e mesmo sabendo do sacrifício que tinha feito, era difícil lidar com sua ausência, ainda mais sendo sua mãe.

- Eu sei que encará-lo é algo quase impossível de acontecer devido a sua força. Nós vimos isso durante a cúpula da aliança shinobi, mas temos que fazer algo em relação a isso e deter seu avanço sobre as demais nações! — O Hokage puxa a cadeira e se senta dando um longo suspiro. — Muitas aldeias caíram nas mãos da Lótus e não pudemos fazer nada para impedir isso, mesmo enviando pelotões com uma grande força para libertá-los de sua dominância, não foi o suficiente para acabar com essa ameaça. — Ele encara novamente os presentes na sala. — Nós temos uma oportunidade de ouro para dominar as bases deles e impedir uma avanço ainda maior! Temos o apoio agora de Kumo e Kiri depois que tiveram seus países recuperados e será de grande importância uma união ainda maior para que possamos acabar de vez com essa guerra e trazer a paz novamente ao nosso mundo. Será difícil? Sim! Mas temos que estar juntos pelo menos por uma última vez.

Todos se encararam pensativos e mesmo sem falarem nada uns aos outros, aceitaram aquela missão. Confiavam suas vidas ao Hokage e sabiam que juntos poderiam ter alguma chance frente não só ao exército de Yatemy, mas também sobre o próprio auto intitulado Imperador.

Estariam juntos para proteger o mundo não só para seus respectivos filhos, mas também para as futuras gerações e isso era o mais importante dentre todas as lições que tinham aprendido no passado com seus senseis e com a própria experiência de vida.

Com a confirmação de que ajudariam nessa missão, Naruto e Shikamaru começaram a dividir alguns times para irem as bases menores e nas principais também, incluindo a do Ártico Norte, que segundo o próprio Akira, era lá que Aya e Yatemy estariam provavelmente.

Esses times teriam shinobis não só de Konoha, mas também de outras nações para que houvesse uma colaboração conjunta e também aumentasse ainda mais a força de cada time e não houvesse problemas caso entrassem em confronto contra algum agente da Lótus.

Minato ficaria responsável por ir até o Ártico Norte por conta de sua força, sendo que ali naquela sala era um dos mais experientes e seria um ótimo líder de pelotão. Já pensava que grande responsabilidade que teria e sem questionar, tinha a convicção que faria seu melhor para concluir essa missão.

Com todas as definições prontas, restava agora todos se preparem e reunirem com seus times, no qual estavam prontos e no aguardo das próximas ordens, já que Naruto tinha tido uma reunião tanto com Temari, Kurotsuchi, Mei e Darui, além de líderes de nações menores afim de se preparem para uma missão que muito provavelmente mudaria os rumos da guerra.

Essa seria a carta na manga do Hokage e confiava em todos que tudo desse certo. Não havia mais nada a ser feito e tudo que havia ao seu alcance estava sendo posto em prática, o que lhe restava era aguardar, torcer e rezar a Kami-sama para que tudo entrasse nos trilhos e assim retomar a paz que tinham perdido há algum tempo.

...

A viagem até a ilha oculta no distante mar do sul havia começado de forma até que boa. Com o mar um pouco mais calmo, era normal que conseguissem navegar com mais tranquilidade e evitar a parte mais agitada que fazia parte da área do País do Água, assim seguindo diretamente o rumo do País do Mar.

Não tinham previsão de passar pela ilha para assim evitar que fossem notados pelos navios da Lótus, que provavelmente faziam patrulha próximo as ilhas habitadas.

Claro que estavam em um número maior em questão de força, mas não podiam desviar do plano original, que era esconder as três jinchūrikis restantes no mundo.

Seria uma viagem que duraria mais de dois dias e seria um bom tempo para que os que não se conhecesse pudessem ter alguma interação.

Os novos shinobis e kunoichis vindos de Kiri, Iwa e Kumo eram até então desconhecidos pelos de Konoha, então nada mais justo que pudessem conversar entre si e saber como eram.

A madrugada era mais calma em alto mar e mesmo que a maioria já estivesse dormindo, Ayumi não tinha conseguido pregar os olhos desde de que Shinachiku havia dormido. Mesmo sendo contra as regras da missão, ambos estavam dividindo cabine e por não conseguir dormir, resolveu dar uma volta pelo navio.

Estavam viajando em um navio de tamanho considerado pela distância da viagem e até mesmo possibilitava em uma boa caminhada pelos corredores e pelo deck externo.

Apesar do frio gelado do mar naquelas horas, a Uchiha até gostava da brisa gelada e diria até ser uma maneira de desestressar sua cabeça depois de últimos dias.

- Sem sono também?

Perguntou Kitsu, filho adotivo de Kurotsuchi e shinobi de Iwagakure, que estava sentado em um dos bancos de deck enquanto observava o céu e tinha visto a Uchiha se aproximar e se escorar nas barras.

- Um pouco. — Ayumi respondeu se virando para encarar o garoto. — Acho que não nos conhecemos.

- Acho que não. — Ele se levantou e aproximou-se estendendo a mão. — Kitsu.

- Uchiha Ayumi. — Cumprimentou a morena com um tímido sorriso. — Eu acho que já ouvi seu nome em algum lugar.

- Talvez por eu ser o filho adotivo da Tsuchikage Kurotsuchi, não é? — A Uchiha assentiu. — Sabia que era por isso.

- Não tinha te visto antes.

- Eu fui mandado em uma missão em um dos lugares mais isolados do País da Terra. — Diz o garoto escorando-se na barra de proteção ao lado de Ayumi. — Fiquei por muito tempo em um lugar fazendo a proteção de uma aldeia pequena que era muito importante para a extração de mineiros pro nosso país. Minha Okaasan sempre confiou em mim para realizar tais missões e foi por isso que quase nunca fomos vistos juntos.

- O Hokage nunca mencionou que a Tsuchikage-sama tinha um filho. Mas digo que é um prazer conhecê-lo, então.

Ambos se cumprimentam e dão uma risada por aquele momento. Apesar de não serem tão ligados em serem formais, preferiram passar por isso e serem duas pessoas normais que ignoraram todas as regras formais que somente os líderes seguiam em apresentações.

- Olha, com todo o respeito, mas creio que nunca tinha visto uma garota tão bonita como você neste navio.

Diz Kitsu para Ayumi, que de imediato corou com aquele elogio. Pois por poucas vezes tinha sido tão elogiada daquela maneira e sempre quem fazia isso era Shinachiku, então ter alguém diferente e desconhecido fazendo tais elogios era algo totalmente novo para si.

- O-Obrigada, eu acho.

Respondeu a Uchiha ajeitando uma mecha de seu cabelo para trás da orelha enquanto via o garoto de Iwa dar uma risada bem a vontade.

Foram interrompidos quando uma outra garoto se aproximou enquanto segurava entre os dedos um cigarro e na outra mão um copo de café. Se tratava de Moraikō, uma kunoichi de Kumogakure que tinha sido enviada por Darui para auxiliar na missão.

- Estão animados de estarem neste frio. — Diz ela dando uma tragada no cigarro enquanto se sentava no banco aonde Kitsu estava antes. — É bom te ver de novo, Ayumi.

- Digo o mesmo, Moraikō.

- Vocês duas já se conhecem?

Pergunta o shinobi de Iwa apontando para as duas.

-  Sim. — Moraikō respondeu. — Ayumi fez um treinamento em Kumo durante algumas semanas e eu a ajudei nesse período. Acabamos criando uma amizade por conta disso.

- Ah, entendi!

- Fico feliz que tenha vindo nessa missão. — Ayumi sorri se desencostando na barra de proteção. — Espero que tenha melhorado seus movimentos de taijutsu.

- Com toda a certeza eu melhorei sim!

Ambas se encararam seriamente, mas logo caíram na risada assim deixando o clima mais leve.

Acabaram que os três ainda ficaram alguns minutos conversando e se conhecendo mais, com a Uchiha percebendo que rolava um flerte entre os shinobis de Iwa e Kumo, no qual acabou os deixou sozinhos pouco tempo depois para retornar a sua cabine.

Na parte do refeitório do navio estava Sakura sentada em uma das mesas. Com seu notebook aberto e diversas pastas com relatórios, a Uzumaki terminava de revisar alguns exames que todos naquela missão tinham feito, para ter a certeza que estavam saudáveis e não haver motivos para um possível problema.

Já havia tomado três copos de café e sentindo um leve sono, percebeu que era o momento de encerrar seu expediente, deixando para terminar de revisar quando chegassem a ilha onde iriam ficar.

- Você não trabalhava tanto, desde que eu me lembre.

A rosada olha em direção a porta do refeitório e vê Sasuke se aproximar enquanto segurava dois copos, deixando um sobre a mesa enquanto se senta a sua frente.

- Achei que estaria dormindo.

- Não consigo. — O Uchiha bebe um gole do líquido negro sem qualquer adição de açúcar. — Odeio viajar em navios.

- Me lembro bem das suas reclamações quando iamos em missões em alto mar.

- Tsc... Vê se não enche, Uzumaki.

Sakura dá uma risada se recordando que era sempre assim que Sasuke se referia Naruto quando brigavam. De certo modo, aquilo foi uma boa recordação.

- Posso te perguntar uma coisa?

- Fique a vontade.

- Como você lida com o Shinachiku nessa fase adolescente dele? — Pergunta Sasuke, logo vendo a expressão confusa de sua amiga. — Quer dizer, desde de quando ele e a Ayumi ficaram tão insuportáveis!

- Isso é normal, Sasuke. Eles estão crescendo e se descobrindo, nós também passamos por isso, não se lembra?

- É diferente. — Ele dá um gole em seu café. — Tínhamos mais coisas a nos preocupar.

- Olha, eu sei que pode ser difícil lidar com eles agora porquê nós já não somos tao jovens como antes, mas tudo que tem que fazer é se sentar e conversar de pai pra filha e ouvi-la em vez de repreendê-la.

Sakura guarda os arquivos em uma grande pasta enquanto Sasuke encarava um canto pensativo. Aquilo havia mexido consigo e lhe feito pensar que por vezes havia sim pisado na bola com Ayumi e agido com muita proteção, sendo que ela não era mais uma garotinha.

Talvez o ideal fosse realmente ter uma franca conversa com ela e entendeu seu lado, e com toda a certeza parar de ser tão protetor. Ayumi já sabia bem se defender e era uma jovem mulher aos 19 anos, uma pessoa que deveria receber auxílio para encarar a vida e não mais repressão.

- Obrigado.

- Perai, você me agradecendo? — Sasuke a encara com um olhar sério, fazendo com Sakura risse. — Tá bem! Não precisa fazer cara feia pra mim, viu?

- Você é uma grande amiga, Sakura. — O moreno se levanta. — Sinto muito por tudo que fiz no passado.

- Não revire esse túmulo. — Sakura se levanta também pegando sua bolsa com os relatórios e com o notebook. — Deixe o passado no passado. — Ela passa por ele e lhe dá um leve tapinha no ombro. — Viva o agora e o melhor é você ir dormir. Boa noite, Sasuke.

Sakura caminha saindo do refeitório enquanto o Uchiha dá um último gole em seu café deixando um sorriso leve escapar no rosto. Fazia bastante tempo que não tinha tido uma conversa tranquila com Sakura ou com Naruto e aquela havia sido uma boa experiência.

Não era do tipo falador, mas saber desabafar pra pessoa certa foi algo bom para si. Estava tentando mudar, assim como Hinata havia pedido, e aquela conversa foi a prova de que estava tentando.

E assim seguia a viagem de forma tranquila e calma pelo vasto oceano do mundo shinobi. Ainda demoraria algumas longas horas até que chegassem ao seu destino e até lá muito ainda iria acontecer.

...

Bem distante dos mares do sul, Orochimaru caminhava nos corredores de seu laboratório enquanto carregava uma bandeja com duas seringas prontas com um soro especial.

Havia concluído seu estudo sobre a lavagem cerebral feita pela Lótus e enfim encontrado uma maneira de reverter o estado atual de Obito e Rin.

Desde que tinha decidido ajudar Akira na recuperação de seus pais, havia começado um longo e detalhado estudo afim de reverter um processo complicado como o que os dois tinham sofrido.

Não era algo simples e qualquer erro, sendo o mínimo que fosse, poderia acabar piorando seus estados mentais.

Mas sendo uma pessoa que não admitia cometer erros, Orochimaru ficou por semanas atrás de procedimentos antigos e novos que seriam de extrema importância na cura. Foi complicado e difícil, mas enfim tinha conseguido chegar a um resultado e agora era o momento de trazer as memórias de ambos.

Os dois já estavam deitados em duas macas lado a lado enquanto Dayka e Mitsuki terminavam os últimos ajustes, colocando eletrodos em suas testas enquanto prendiam seus braços com cuidado.

O processo poderia ser de certo modo doloroso e evitar que se machucassem era o mínimo que podiam fazer.

- Tem certeza que vai dar tudo certo?

Questionou Obito se sentindo um pouco nervoso por estar preso daquela maneira a maca, virando a cabeça levemente para ver que Rin estava da mesma maneira.

- Confie em mim e relaxem. — Orochimaru respondeu deixando a bandeja sobre uma mesa, logo pegando ambas seringas. — Precisam estar calmos para que tudo ocorra bem. Lhes aplicarei um soro que acalmara suas ondas cerebrais e isso lhes fará ficar confusos, mas não precisam se preocupar, o efeito vai passar em segundos e quando acordarem estarão bem.

Obito assentiu e deu um longo suspiro enquanto o sennin das cobras aplicava o líquido em seu braço e Mitsuki fazia o mesmo com Rin, no qual não demorou para que ambos sentisse um leve cansaço e sem que percebessem acabaram desmaiando.

Logo Orochimaru se colocou entre ambos enquanto Mitsuki foi até os computadores para fazer a checagem e a leitura das ondas cerebrais de ambos, para ter certeza de tudo estava ocorrendo bem e também monitorá-los durante todo o procedimento, que seria algo rápido também.

Dayka abriu um pergaminho com a técnica de reversão da lavagem cerebral a frente do sennin para que não errada nenhum passo da técnica, que exigia concentração e muito silêncio.

Rapidamente fez alguns selos e ambas as mãos foram tomadas por uma camada de chakra medicinal, no qual Orochimaru levou até a testa de Obito e Rin enquanto dava início ao procedimento.

Com leves movimento, o chakra ia adentrando pelos poros da testa chegando ao cérebro e consequentemente nas ondas cerebrais, no qual o sennin notou as “trancas” que a Lótus havia colocado para impedir que os dois acessassem suas memórias antigas. Seria um trabalho complicado desfazer tais trancas, mas Orochimaru faria isso sem mais problemas.

Levou alguns longos minutos, mas depois de tanto trabalho e um certo cansaço, o procedimento havia terminado. Obito e Rin continuaram dormindo após isso, no qual Orochimaru disse a Dayka e Mitsuki que devido ao processo de reversão, o cérebro estaria um pouco cansado de tanto esforço.

Levou longos minutos, mas aos poucos Obito foi tomando a consciência juntamente com Rin. Encarou o quarto que tinha sido levado se recordando aos poucos o que tinha acontecido e quase como uma avalanche, as suas lembranças antigas se entrelaçaram com as novas e teve a certeza do que ocorreu durante esses seis últimos anos.

Assim que Orochimaru adentrou ao quarto e viu ambos acordados, abriu um curto sorriso e logo tratou de perguntar:

- Estão ambos bem? Sabem quem são?

Obito lhe encarou fechando a feição e sem rodeios, respondeu:

- Aonde está o Akira?

...