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História Queridas Indiscretas - Feitiço?


Escrita por: FefeFanfics

Notas do Autor


O cap de hoje vai ter umas pegadas e mais risadas.

Capítulo 10 - Feitiço?


Fanfic / Fanfiction Queridas Indiscretas - Feitiço?

 

Morena

Eu decidi deixar de fazer cosplay de picles em conserva na água e saí com aquele rato loiro atrás de mim.

— Nós dois precisamos parar com as brincadeiras e conversar. — disse cínico quando pisei na borda da piscina.

Virei para olhá-lo arrancando a própria camisa e engoli em seco, pois o imbecil sabia como tirar o fôlego de qualquer uma com o seu belo pacote de seis.

‘’ Pare de agir como louca! Esse homem é um traste. ’’

— Eu não vou me casar com você!

— Não precisa casar. Basta me pagar o que me deve fazendo o papel de noiva feliz e devotada por uma temporada e estaremos quites. Vai doer tanto assim aceitar o anel de brilhantes que já comprei? — lançou a proposta indecente.

— Você o que? — eu estava incrédula.

— Morena Santana, eu tenho bom gosto. — respondeu ao retirar do bolso de trás de seu jeans encharcado um anel de brilhantes tão bonito e refinado quanto o que vi momentos antes no dedo de Dandara.

— Você não está em juízo perfeito e...

— A menos que consiga me devolver o empréstimo de cento e cinco mil terá de ser a minha noiva fake oficial. E a propósito espero vê-la agindo como se estivesse gostando e muito da benção de ser a futura senhora Reus. — me insultou antes de atirar a joia em minha direção e por pouco não deixei a peça cair e se perder.

 O que graças a Deus não aconteceu, pois não queria ter a minha dívida aumentando nas mãos daquele patife.

‘’ Isso não pode estar acontecendo!’’ — o meu sangue estava subindo enquanto eu encarava o item reluzente.

— Está emocionada ou ficou parada desse jeito esperando o rito tradicional? — a voz dele soou e só me dei conta de que ele estava na minha frente quando a minha mão foi puxada com gentileza e então o anel foi parar em meu dedo.

— Agora pode ostentar que...

 Desvencilhei-me do toque dele e aproveitei a proximidade para estapeá-lo com vontade por ter armado aquilo para mim.

 — Espero que curta bastante a ostentação dos meus dedos na sua cara. Você tem consciência do que está exigindo? — o empurrei revoltada.

— Não sabe a satisfação que está me dando em vê-la assim porque não pode mais medir forças comigo. — se gabou rindo abertamente.

— Seu filho da mãe! Eu vou matá-lo! — avancei em cima dele para estapeá-lo novamente, mas tive os pulsos aprisionados e numa briguinha para me ver solta, eu acabei sendo beijada como se tivesse me tornado uma escrava dele.

 Porque o embuste tinha uma boa pegada e sabia perfeitamente disso depois daquele amasso na parede do hotel.

‘’ De novo?’’ — fiz uma última reclamação mental antes de me perder num passeio louco com a língua dele atacando a minha.

 Aquele gosto bom mexeu com os meus sentidos e como uma viciada em algo que era bem nocivo me deixei aproveitar daquilo sem o menor pudor ou vergonha na cara.

— Hummm. — gemi manhosa ao receber uma mordida leve na ponta da língua antes que ele me soltasse abruptamente.

— Chega! Não podemos começar algo que não poderá ser terminado agora. Amanhã você irá a minha estreia oficial de treinos no Bayern para me ver pegar a camisa do time e espero que pareça feliz em ser minha. — rosnou como se estivesse irritado com algo e o olhei mortificada por ainda estar sem ação pelo beijo.

— Você... — balbuciei.

— Morena, você não tem muito que discutir sobre nada e sugiro que entre e se seque antes que fique gripada. Boa noite! — me cortou seco antes de se virar e partir.

— Reus! Isso não acabou! Eu jamais serei sua escrava! Está me ouvindo! — voltei a mim tarde demais, pois ele sumira de vista.

‘’ Eu preciso fazer algo para me livrar dele. ’’ — pensei em desespero ao esfregar meus lábios com força e em seguida retirei o maldito anel de meu dedo como se a joia tivesse sido contaminada por algo sujo.

— Eu não sou uma peça de jogo de xadrez dele. — sussurrei disposta a lutar contra suas maquinações ainda que não soubesse que arma usaria.

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Inaraí

            Lars estava bloqueando a porta de saída do banheiro com suas costas musculosas enquanto eu batia o pé com uma toalha vermelha sobre os meus ombros e imaginando formas de dar uma bicuda no golfinho dele.

‘’ Coitadinho desse loiro se estiver achando que a mão que afaga também não pode dizimar o amiguinho dele. ’’

— Eu estou esperando você sair da frente porque avaliei bem o que está acontecendo e cheguei à conclusão de que não vale mais a pena gritar ou insultá-lo por passar atestado de maluco. — eu estava mentindo ao adotar uma postura calma para enganá-lo e rachar a cara dele antes de sair.

— Acha que eu sou um tonto igual aquele doutor? Sei que ainda está querendo me matar. — provocou.

— Retire o nome do Lev da nossa conversa. O assunto a ser encerrado ainda é sobre você sumindo.

— O modo como o defende é irrelevante ao fato de que mesmo vivendo na Alemanha por quase um ano. — fez uma pausa e sorriu de canto. — Você ainda não percebeu que os homens daqui são bem sutis para paquerar as mulheres. Todo este tempo aquele pediatra esteve provavelmente flertando com você e aquele convite para conhecer a tia dele era um encontro. O cara estava te sondando e foi bem tonta em levar aquilo na esportiva. — riu da minha cara.

‘’ Nossa! A paquera daqui é mesmo bem broxante se isso for verdade. E doutores a parte, eu ainda quero dar na cara do Lars. ’’

— Pensando melhor em tudo com calma. Eu fui mesmo boba, pois acabei perdendo um bom partido para sair porque o Lev foi um cavalheiro comigo e ser a namorada dele com certeza valeria a pena. — cuspi fazendo a alegria do loiro azedo ser substituída por um rosnado.

— Tem certeza de que o beijo dele seria melhor do que o meu? — fez uma pergunta provocativa que me fez rir.

— Errou de fã. E pare de agir como se eu estivesse apaixonada por você porque este jamais será o caso! E já que não vai sair da frente da porta... Então escute a minha linha de pensamento sobre a sua idiotice cometida em emprestar tanto dinheiro sem ao menos se interar de que eu e as outras deixaríamos a nossa avó perder a casa e lidar com o resultado do erro dela.

— Então vocês iriam permitir que a propriedade se perdesse? — estava incrédulo.

— Sim! Teríamos a ajudado a se mudar para um lugar menor e tudo estaria encerrado ainda que fosse triste, mas você se meteu nisso porque viu a oportunidade perfeita em vantagens. — o acusei impaciente e ele piscou.

— Como disse?

— Não se faça de lesado. Lars, você me detesta o suficiente para querer me ver pelas costas porque não vivo para bajulá-lo. E seus únicos motivos para ter feito tanta caridade naquela formação de quadrilha com os outros é porque ainda não consegue aceitar o fato de que Gabriele está de casamento marcado com aquele indiano das cervejas orgânicas. Por isso precisou pensar numa ideia para sair por cima com uma noiva que chamasse a atenção da mídia por algum motivo bombástico e a trouxa escolhida foi justamente a mulher que odeia. E assim poderia se gabar porque o segredo nuca seria divulgado e porque também teria muito com o que se divertir em me infernizar por não poder pular fora disso sem antes quitar a dívida. — destrinchei os planos dele ao me referir a sua ex namorada que o trocara por um bilionário sem olhar para trás.

 O homem ficou rubro de raiva.

— Você...

— Eu me prestarei a este papel até você dizer que o valor foi pago, pois não irei me ajoelhar no chão e implorar para que aceite a devolução em prestações já que o maldito dinheiro não é o problema para quem joga bola por algumas horas e faz o triplo disso a cada partida. — cuspi empinando o queixo, pois não o deixaria me humilhar para provar que era o mais esperto.

 ‘’ Como um homem desse tamanho pode se prestar a isso por uma mulher que o trocou como se fosse um lenço de papel usado? E que tipo de sentimento doentio é este que ele nutre em relação à raiva que tem de mim para me usar dessa forma?’’ — estava mega puta da vida com a bipolaridade do ser a minha frente.

— Então é isso o que... — estava cada vez mais vermelho de ira.

— Se continuar mudando de cor desse jeito daqui a pouco irá estourar de tanta presunção. E deveria me dar um agrado por ter lhe poupado de ter de gastar saliva em explicar seus motivos para me fazer de refém na frente de todos. Porque se...

— Ina. Não me provoque!

— Admita que você é um frouxo sem...

 Lars deu um passo à frente e me tirou do chão sem muito esforço ao enredar as mãos ao redor de minha cintura.

— Hey! O que está...

 Numa mudança de movimentos eu acabei com as costas apoiadas contra a porta enquanto ainda era segurada pelas mãos dele e nossas faces ficaram muito próximas, mas muito próximas mesmo.

‘’ Cafajeste ou não esse infeliz ainda tem a boca rosada mais carnuda que eu já tive a vontade de tascar uma dentada. Amiga! Controle essa perversão. Este indivíduo ferrou totalmente com a sua vida e ainda está te usando para sair como superior em cima de outra mulher. ’’ — refleti tentando me controlar para segurar a minha dignidade, mas estava difícil não cair em tentação.

— Repita o que disse. — inquiriu com sua respiração varrendo a minha.

— Você não passa de um... — eu precisava continuar com as ofensas, pois assim ele me soltaria e o risco de um ataque da minha parte seria nulo.

— Acho que chegou o momento de você ter o seu agrado. — cortou brusco.

— Lars, eu acho melhor você me...

 O beijo que eu não queria aconteceu explosivamente e nem mesmo me dei ao trabalho de tentar afastá-lo. Porque minhas mãos já foram diretamente a nuca dele e minhas pernas automaticamente se enroscaram ao redor de sua cintura.

  Mais doce do que eu me lembrava à língua dele tripudiou sobre a minha sem qualquer impedimento com muita aceitação naquela dança proibida.

 O calor começou a subir embora eu ainda estivesse ensopada e a necessidade de tirar tudo e ser consumida pelo inferno que seria deixá-lo fazer o quisesse de repente me assolou. E quando dei por mim já estava tentando arrancar a camisa dele e indo a loucura por sentir o dito golfinho cutucando o meu ventre.

— Hummmm! — gemi como uma atriz de filme para adultos quando a mão dele apertou o meu traseiro de leve e em resposta mordi seus lábios.

 Estávamos nos afogando um no outro com gosto e minha mão direita estava acariciando o tanquinho dele, mas alguém com melhor senso bateu na porta nos assuntando e Lars me soltou praguejando.

— Irmão? — era a voz de Sven.

— Merda! — continuou resmungando ao ajeitar sua camisa desarrumada e não fui cega ao fato de que ele também ajeitara uma ereção bem aparente em sua calça jeans.

‘’ Parece que o golfinho não quer abaixar. ’’

— Eu poderia dizer a ele que você está me chantageando. — sussurrei limpando meus lábios para irritá-lo.

— Mas não vai! — sussurrou de volta fazendo uma careta e retirou um anel de brilhantes de um de seus bolsos antes de atirá-lo para mim.

— Eu estou saindo! — por fim emendou bem alto e me afastei quando ele abriu a porta para que o outro gêmeo não me visse.

 E assim que ele me deixou sozinha, eu pude respirar e me dar conta de que ficar sozinha perto daquele ‘’Larszarento’’ sempre seria prejudicial aos meus nervos e a miolo mole que existia dentro de mim.

‘’ Eu tenho de me livrar dele e dessa dívida!’’ — estava em pânico com a ideia de que não tinha mais o controle sobre mim mesma quando se tratava dele.

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Dalila

Julian escapou portão adentro de um casarão que ficava em frente à propriedade de Toni e quando caí em mim já estava alcançando ele na entrada de uma enorme sala que só não estava mais vazia pela presença de um gigantesco puff cinzento sobre o piso de madeira.

— Pare! — o puxei pela camisa de algodão branca que ele trajava.

E o homem então estacou me fazendo bater o corpo contra as costas másculas e quentes dele.

— Ai! — emendei quase tendo o ímpeto de abraçá-lo, pois eu estava com frio devido a minha condição de pata molhada, mas a minha vontade de esganá-lo ainda era bem maior.

— Sim? — se virou ficando a poucos centímetros de mim com um sorriso de escárnio e aquela maldita covinha solitária a mostra numa das bochechas gordas.

‘’ Nota mental: Homens de covinhas são maníacos mentirosos que as usam para afetar os psicológicos femininos alheios. ’’ — pensei já com o pé atrás nisso.

— Não faça se faça de desentendido! Você não tinha o direito de emprestar aquele dinheiro e muito menos vai sair anunciando que estamos juntos. — cobrei o cutucando com o indicador no peito.

— O que eu faço com o meu dinheiro ainda é meu assunto. E eu tinha lhe pedido uma simples saída e me negou em todas as ocasiões. Portanto não pode me cobrar por pensar numa estratégia melhor de convencê-la a aceitar um teste comigo. — retrucou na maior cara de pau e daquelas bem lambidas.

— Por acaso ficou doido? Eu já lhe disse que não irei sair com alguém que se comporta como você.  E só para constar eu também odeio Funk. Vou lhe devolver o dinheiro até trabalhando para você, mas em hipótese alguma aceitaria a sua oferta descabida, pois não temos nada a ver um com o outro. — teimei e ele arqueou uma sobrancelha dourada.

— Tem certeza do que diz? Porque eu me lembro bem que correspondeu ao nosso primeiro beijo naquela...

— Só para constar você nem ao menos beija tão bem assim. Parecia um cachorrinho amarelo babando. — o cortei não deixando de rir e a face dele ficou mais rubra do que a de um tomate.

— Não se aflija, pois posso corrigir isso! — exclamou desaforado ao avançar em mim e me agarrou pela cintura.

— Não se atreva! — gritei tentando me soltar de seu agarre, mas nisso nós dois acabamos nos desequilibrando e o resultado da queda me fez acabar de costas contra o puff macio enquanto o cidadão estava por cima de mim.

‘’ Que legal! Só que não. Agora serei estuprada em cima desse bagulho fofinho. ’’

— Faça o favor de sair de cima de...

 A minha frase pareceu diverti-lo ainda mais, pois ele se mexeu de fato, mas para ficar mais confortável em esfregar o Junior no meu ventre sem se preocupar em disfarçar que a coisa estava mais do que animada.

— Nós dois ainda nem temos um termo. Precisamos de um para as saídas que já planejei e elas serão bem românticas. — tagarelou olhando para mim intensamente e ignorou totalmente as minhas recusas anteriores para ressaltar o surtado que era.

            E a pior parte disso era que eu estava ciente do perfume delicioso dele e do quanto estava perto de ceder se o infeliz roçasse aqueles lábios cheinhos contra os meus.

 Porque girando mal dos parafusos ou não, ele ainda seguia sendo lindo.

‘’ Colega não desça essa escadaria! É cilada!’’ — briguei comigo mesma.

— Eu estava falando sério. O que quer que eu faça para abater a dívida?

— Ainda está me cansando com isso? Já lhe disse que...

— Pelo amor de Deus! Pare de ser louco, eu não vou...

Deu uma risadinha.

— Você me distrai tanto que quase me esqueci do teste.

— Nem tente me...

Recebi uma lambida em meus lábios numa boa provocação a menção anterior sobre ele ser um ‘’cachorrinho. ’’ Só que a safada aqui chutou toda e qualquer coerência de dignidade com o ato sexy e o mordi de leve antes que um beijo de arrancar suspiros acontecesse.

Minhas mãos massagearam seus fios sedosos e nuca antes de irem parar em suas costas com direito a boas arranhadas sob o tecido que o fizeram gemer gostoso.

‘’ Dignidade volte aqui! Ok. Volte depois. ’’ — pensei confusa, mas nunca deixando de aproveitar a sensação de experimentar aquela doce vibração de nossas línguas brincando uma com a outra.

— Diga... — ofegou ao interromper o beijo para roçar os lábios em meu pescoço exposto pela blusa de ombro caído e me arrepiei por inteiro. — Que me aceita. — emendou rouco alisando a lateral de minha cintura e desceu mais selares por minha pele.

— Não. — gemi agora o tocando por baixo da camisa.

— Será que terei de beijá-la novamente? — ameaçou cessando as carícias para me encarar e mordi o lábio por gostar do brilho selvagem em seus olhos azuis.

— Faça como quiser, mas eu...

 Um segundo beijo mais ávido do que o anterior aconteceu e quase arranquei os cabelos dele pelo prazer com sua exploração por minha boca. Nenhum dos meus antigos ficantes jamais conseguira uma faísca como aquela. O que seria bem perigoso quando eu avaliasse isso mais tarde, pois estava ocupada demais sendo arrastada para o mar das sem vergonhas por aquele maluco tritão alemão.

— Julian, você não pegou a Nala na casa dos nossos... — duas vozes masculinas nos fizeram saltar para longe um do outro.

— Cacete! Jascha e Jannis, vocês dois não sabem bater numa porcaria de porta só para variar? — o loiro berrou irado e me levantei dando de cara com dois bonitos jovens de cabelos loiros acastanhados que estavam me observando em estado de choque.

( Nota da Autora: Meninas no alfabeto alemão o ''J'' tem som de ''I''. Portanto os nomes dos meninos se pronunciam como Iulian,Iacha e Iannis. E para ver as fotos dos irmãos do Juju. Mais tarde as colocarei na Fic no site do Wattapad.)

— Quem é a senhorita? — o mais jovem se apressou em perguntar. 

— Não está vendo que ela com certeza é a moça do burrinho? — o outro o socou no ombro e sorriu para mim.

— Olá. — falei querendo ser engolida pelo chão.

— Estes dois são os meus irmãos caçulas que foram achados no lixo. — Julian disse de má vontade.

A dupla não se parecia com o loiro dourado. Bom. Exceto pelas bochechas e os queixos que deveriam ser um cartão de visita familiar.

— Muito prazer. Eu sou a Dalila.

— A moça do burrinho! — riram.

‘’ Agora todo mundo conhece o Guinho. ’’ — só a lembrança dele perdido no mundo do Insta já me dava vontade de socar o Julian.

— O que é tão engraçado? Seus imbecis! — o mais velho cuspiu.

— O péssimo gosto dela para a escolha de homens. E ela é bonita demais para você com toda a certeza. — responderam em coro.

— Mas meninos eu e o seu irmão não...

— Estamos namorando sério e até comprei as alianças numa tradição brasileira. — cortou a minha negativa ao que eles estavam pensando de mim.

 E retirou do bolso de sua calça uma aliança prateada com uma pedra brilhante em seu centro até que discreta antes de puxar a minha mão direita.

— Mas...

 Aquilo foi colocado em meu dedo.

— Parabéns! E cunhada você tem imãs? — a dupla assoviou.

— Claro, mas o Kroos, Reus e Lars já passaram na frente. Sugiro que comecem a visitar as lojas da Milka para encontrarem belas moreninhas como a minha baixinha dos cachinhos. — soltou uma pérola.

— Boa ideia! — aplaudiram.

‘’ O que diabos os homens dessa família têm em suas cabeçonas ocas?’’ — eu estava perplexa com a naturalidade com que o trio falava sobre abordar outras coitadas.

— Hey! Se agirem como o irmão de vocês que gosta de agarrar meninas em lojas de doces, eu sugiro que tomem cuidados com os tapas que irão levar. — limpei a garganta.

— Julian, a nossa mãe irá matá-lo se sonhar que fez algo assim. — Jannis o recriminou boquiaberto e Jascha piscou.

— Então você apanhou da boneca baixinha? Bem feito! — disse quase se engasgando de tanto rir.

— Lila, você não deveria contar os nossos segredos. — resmungou corado.

‘’ Esse filho da mãe está merecendo outro tabefe. ’’

— Não seja um sínico quando nós...

 O celular dele tocou e ele pediu licença para atendê-lo.

— Sim? Mãe... Não! A Nala vai vir para cá. Eu não estou...

— Mãe o Julian esteve aprontando! — os irmãos exclamaram chegando perto do loiro que começou a praguejar e esta foi a minha chance de sair à francesa pela distração do trio Brandt.

‘’ Eu estou lascada na mão daquele bexiguento! Ok. Ou não tanto. ’’ — uma ideia mística começou a aflorar, pois uma amiga em comum de Dara sabia se livrar de desafetos com certos poderes.

 E essa seria a chance da minha vida antes que eu fosse arrastada para um buraco de vez por aquele garoto terrivelmente teimoso em excesso.

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Dandara

Eu novamente tinha dormido muito mal, mas nem tinha sido por causa de meu problema já que mal tivera tempo para chafurdar nele devido às sessões de chiliques de minhas irmãs.

‘’ Eu não posso simplesmente conseguir fazer isso sem levantar suspeitas e é uma loucura achar que daria certo. ’’ — eu só concordara com a ideia descabida para fazê-las ficarem quietas e agora descia as escadas com uma tesourinha no bolso sem qualquer ideia de como conseguiria uma mecha do cabelo de Toni para o feitiço que Dalila insistira que eu pedisse a receita a Elaine.

   E ele consistiria no roubo de mechas de todos os ‘’quatro bonitinhos’’ para que elas fossem amarradas e enfiadas dentro de uma cebola ainda com raiz em algum jardim de terra com um bilhete contendo os nomes deles e uma frase para que desistissem de seus intentos.

 — Eu tenho de parar de andar com as minhas irmãs. — sussurrei ajeitando o laço de seda rosado de meu penhoar e ao chegar à sala mordi o lábio ao surpreender o meu chefe dormindo num dos sofás.

 Ainda não eram nem sete da manhã e ele estava largado no móvel dormindo serenamente sem um camisa e apenas trajando a calça preta de seu pijama de algodão.

‘’ Aqui está o meu noivo de mentirinha numa cena bem fácil para a ação da minha tesourinha. O que eu estou fazendo?’’ — pensei olhando os seus braços tatuados e me aproximei sorrateiramente para observar bem o desenho da andorinha no lado esquerdo de seu abdômen quase descendo a virilha numa posição de ponta cabeça como se estivesse saltando para bicar a ‘’minhoca. ’’

— Amiga pare de babar. — sussurrei agora subindo até a face de anjinho que na verdade era um diabinho quando queria.

 Não era raro vê-lo cochilando naquele sofá, mas essa era a primeira vez que o flagrava com o dia raiando ali e isso me fez deduzir que ele provavelmente acabara ficando sem sono por algum motivo estressante.

‘’ Era para ele estar dormindo no conforto para acordar mais descansado para os treinos, mas este homem às vezes é tão teimoso. ’’ — estava quase o acordando, mas não podia perder mais tempo e saquei o item do bolso e bem devagar toquei em seu bagunçado e dourado cabelo sedoso.

  Os alemães em grande maioria normalmente adoravam uma praticidade em seus cortes e escolhiam o antigo estilo militar que deixava o penteado com um topete elegante e as laterais de suas cabeças sempre bem raspadas. O que era o caso do Kroos que preferia seguir esta moda.

( Nota da autora: Este corte deixa o boy bem sexy. Não acham? srs)

— Agora vai. — sussurrei conseguindo não tremer as mãos e não rir de minha própria insanidade ao cortar a mechinha que ele nem notaria que sumiu, pois o topete já estava precisando ser aparado.

‘’ A que ponto eu cheguei?  Precisar fazer uma zanza para dissuadir um homem a sair do meu caminho. ’’ — refleti guardando os itens no bolso e me afastei cuidadosamente uns bons centímetros do sofá, mas ainda fiquei ali parada o observando como uma stalker maluca, pois sabia que nunca mais teria essa chance de secá-lo minuciosamente.

 E me distraí tanto nisso para perceber tardiamente as presenças dos intrusos Beagles sendo perseguidos por um Marcinho que parecia ter sido possuído por alguma força do mal, pois estava latindo para eles. E então o pior aconteceu com o trio me fazendo tropeçar e acabar caindo por cima de Toni aos gritos.

— Não!

— Dara? — sussurrou com a voz grave bem sonolenta e ainda me fez o ‘’desfavor’’ de se virar e me prender por baixo de si com todo o seu peso masculino que não estava me machucando em nada, mas causando uma revolução nas borboletas em meu estômago por estar tão próxima a ele.

— Chefe os cachorros e o porquinho da Mo me derru...

            Seus olhos ainda estavam fechados. Era como se ele estivesse ainda meio dormindo, embora o que eu sabia não ser um ‘’canetão’’ estivesse super acordado pressionando o meu ventre.

— Minha senhorita independente. — usou o apelido do qual vivia me chamando e sorriu de canto antes de mergulhar os lábios contra os meus num beijo doce e gostoso demais para se resistir.

 — Humm. — gemi levando as mãos as costas nuas dele enquanto me permitia massagear a língua dele contra a minha sem pressa alguma e em movimentos circulares, pois no momento éramos apenas duas pessoas tirando vantagens uma da outra e não iríamos a lugar algum.

  E por alguns minutos deixei de lado o abismo social e racional que não me permitiria se dar ao luxo de adorar e ser adorada pelo homem que era o meu patrão.

‘’ Este homem é o único que pode me enlouquecer e jamais o deixarei saber disso. ’’ — pensei me derretendo com suas perícias em me fazer se sentir viva.

 E tão eriçada estava que enrosquei as pernas ao redor da cintura dele e lhe brindei com arranhões quando este se moveu passando a esfregar sua ereção contra a minha feminilidade apenas coberta por uma calcinha de poliéster já que a camisola e o penhoar tinham subido por nosso jogo de braços de pernas.

 Apenas roupas nos impediam de um contato maior e nossas bocas nunca se separavam do ósculo que foi se tornando exigente e quente a ponto de ambos passarmos a gemer em uníssono pela sensação de prazer que o amasso estava nos propiciando.

— Toni. — gemi o nome dele quando o beijo foi interrompido por nossa falta de ar para mantê-lo por mais tempo.

— Dara, eu sei que estou sonhando, mas até agora entre todos os meus sonhos com você este está sendo o melhor de todos. Está tão bom senti-la em meus braços. Sua pele. Seu cheiro e seus gestos responsivos estão me enlouquecendo, mas não posso tomá-la nem mesmo assim. Quando acontecer eu desejo que seja romântico e que esteja segura de que serei o homem que você precisa. — disse rouco antes de afundar a face em meu pescoço e passou a beijá-lo com lentidão e parou de esfregar o ‘’dito cujo’’ em mim para estragar de vez a minha diversão momentânea.

‘’ É sério? Ele acha que está sonhando? Esse filho da mãe! E nem delirando este danado sai da pose maluca de insistir no raio do compromisso. Socorro!’’ — eu estava irritada com ele e comigo por ter cedido e por ter uma parcela minha que estava achando a sua preocupação com o meu bem estar um tanto fofa.

— Toni?

— Fique aqui comigo abraçadinha. Quero me prender em seus cachinhos e ter o seu aroma de biscoitos em mim quando acordar por mais que isso seja um sonho irreal de nós dois juntinhos. — sussurrou usando o português com o sotaque alemão pesado ao respirar em minha pele e logo voltou a dormir ainda por cima de mim.

‘’ Ai! Eu realmente não posso com isso e definitivamente estou proibida de sentir qualquer coisa. ’’ — não podia me apaixonar por ele.

 E com muito custo consegui me afastar dele usando um truque de fazer cócegas em seu cóccix. O que o fizera rir e resmungar alguma manha difícil de traduzir ao afrouxar o aperto e seu peso de mim.

— Preciso pegar a minha liberdade de volta. — sussurrei balançando a cabeça para voltar a minha consciência normal de alguém que evitava cometer erros dos quais poderia se arrepender. E sem dirigir mais olhares a ele, eu o deixei ressonar no sofá e subi as escadas novamente para tomar um banho que tiraria o aroma dele do meu corpo, embora o seu gosto ainda estivesse em minha boca.

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Morena

Acordei junto de minhas irmãs e fomos diretamente à cozinha para prepararmos as famosas rosquinhas ‘’ Adoça Coração’’ que eram uma receita exclusiva da vovó Nair para quebrar qualquer humor ruim. E estas seriam nossas armas para os cafés das manhãs de distrações de certos vilões alemães.

 Amelie batia as perninhas e tagarelava sua linguagem infantil com uma Dandara que estava focada no que a pequena precisava, mas vez ou outra parecia apreensiva por algo que provavelmente fosse o fuzuê de ontem com o Toni mostrando que era o rei da facção dos loiros pilantras.

— Bom dia a todas as senhoritas! — o próprio exclamou ao adentrar o cômodo sem uma camisa para cegar as nossas vistas.

   E por mais gostoso que ele fosse assim que se virou para beijar a filha nós todas com exceção de Dara pudemos ver boas marcas de unhadas nas costas másculas do homem.

‘’ Mas que diabos foi aquilo?’’ — pensei confusa entre associar a minha irmã puritana a façanha ou trazer a questão de que ele tinha ido encontrar alguma amante periguete que se superara na hora do ‘’amor’’ em mostrar que estava subindo pelas paredes com o serviço do meio campista.

   Inaraí e Dalila fizeram gestos com as mãos e balancei o indicador para que se comportassem.

— Bom dia, Toni! Espero que tenha se divertido em ajudar os seus amigos a nos enterrar totalmente. — dissemos em coro e ele riu ao se endireitar.

— Senhoritas os meus amigos estavam ajudando com as melhores intenções e não pude impedi-los. — não se desculpou e ainda roubou algumas rosquinhas de um dos pratos.

 E foi então que tive a certeza de quem cometera o ato nas costas dele, pois Dara arregalara os olhos só faltando se benzer e rapidamente disfarçara isso bem ao notar que eu a estava encarando.

‘’ A pessoa fala que quer se livrar do homem, mas aproveita para tirar uma casquinha dele? Hum. Acho que no lugar dela nem eu resistiria. Quem conseguiria não se agarrar com o Toni?’’ — pensei deixando para infernizá-la com a informação quando fosse oportuno.

— Sabemos. — nós tossimos.

— Hummm. — gemeu mordendo a rosquinha e um silêncio se fez com todas nós o regulando legal.

‘’ A Dara que me perdoe, mas essa cena acabou de ser bem pornográfica. Este homem no quarto deve ser uma coisa de louco. ’’

— Isso está mesmo bom! — elogiou sorrindo com as covinhas infames que fizeram a Lila de trouxa.

— É uma receita secreta de nossa avó. — Dara respondeu tirando a Amelie do cadeirão para ter com o que se ocupar e parar de babar.

— Por falar em segredos. Acabei de receber uma notícia no grupo de Whats App que tenho com os meninos de que as apresentações oficiais só serão no jogo de amanhã. Podem ficar descansadas sobre isso e nem precisarão visitar os treinos de hoje.

‘’ E esse grupo deve se chamar ‘’ A facção dos loiros traíras. ’’ — pensei maldosa e feliz por abreviar os planos de Reus. Porque isso daria mais tempo para a macumba fazer efeito e toda aquela palhaçada seria esquecida.

— Obrigado por nos informar. — agradecemos disfarçando o contentamento.

— Vou acordar o Leon. Por favor, guardem rosquinhas para mim. E Dara, você nem me deu ‘’Bom dia’’ direito. — emendou ao se aproximar dela que estava impossibilitada de fugir e a beijou no canto dos lábios todo carinhosinho.

— Toni! — o recriminou.

— Sou eu. — riu dando um último beijo na filha e em seguida pediu licença nos deixando atônitas.

— Vai mesmo querer abrir mão dele? — tive de perguntar.

— Claro! — quase gritou nervosa.

— Dá ele para mim? — Inaraí brincou.

— Você já tem um loiro que vale por cem. — ela tossiu.

— Aquele eu não quero nem de...

— Então me empreste o Lars. — Dalila entrou na zoeira.

— Amiga você não aguentaria o Lars nem por vinte e quatro horas. — riu debochada.

— Lila, você já tem um loiro bonitinho para se ocupar. — tossi e ela fez uma careta.

— Não me ofereço para trocar o Brandt pelo Reus, pois eles estão competindo para ver quem é o mais pirado. — tagarelou me fazendo rir.

— Pior que é mesmo. — tive de concordar já arquitetando em como seria fácil apanhar uma mecha de cabelo de Marco que ainda estava dormindo num dos quartos de hospedes da casa.

E deixando as garotas na cozinha, eu fui a próxima a me retirar assoviando e subi na direção do cômodo que estava destrancado.

‘’ Aqui está o perdido. ’’ — pensei andando na ponta dos pés pelo quarto iluminado devido à luz do abajur e então o vi deitado no leito com um lençol branco escorregando até o seu cóccix.

 — Não vai ser difícil no fim das contas. — sussurrei dando uma boa olhada nas costas largas e musculosas do cretino que estava de bruços e com a face enterrada num dos travesseiros.

E sem mais delongas saquei a tesourinha de meu bolso e me inclinei para tocá-lo nas mechas macias. Reus sempre usava uns cortes de cabelo ao estilo ‘’Cacatua’’ e ficava se achando com isso.

— Prontinho. — emendei depois de conseguir o meu intento, mas o toque do celular dele sobre o criado mudo o fez praguejar e se mexer. O que me causou pânico e imediatamente me joguei no chão e me arrastei para de baixo da cama.

‘’ Não!’’

— Droga! Cancelaram a apresentação. — ouvi um rosnado. — Tudo bem. — finalizou e vi perfeitamente quando seus pés descalços tocaram o tapete felpudo e Marco caminhou na direção do banheiro.

— Isso! — sussurrei saindo do esconderijo, mas não me abstive de curiosidade ao passar em frente à porta escancarada do cômodo e aproveitei mesmo para dar uma espiadela.

 E prendi a respiração com a visão privilegiada de Marco Reus completamente peladão de olhos fechados sob a ducha do chuveiro através do Box de vidro transparente.

‘’ Minha nossa senhora! Que bunda! E o que é aquilo?’’ — pensei quase engasgando com a minha saliva, pois ele tinha um Junior mais do que proporcional.

   E isso explicava porque a safada da Scarlett ficou arranhando a porta da casa dele para tentar retomar o namoro. Não a culparia por isso, mas ela deveria estar grata por se livrar daquela oferenda que quando abria a boca deixava qualquer um correndo o risco de ir preso por querer matá-lo.

E o homem seguiu com o banho erótico dele e passou a lavar a joia de família a princípio de modo inocente, mas de repente quase voltei a ter outro treco porque o infeliz começou a brincar sozinho na água e o que já era imenso dobrou de tamanho enquanto ele gemia alto alternando os movimentos de vai e vem com as mãos.

 E movimentos esses que foram se tornando cada vez mais apressados enquanto eu mordia o lábio de respiração ofegante pela adrenalina daquele voyerismo até que Reus emitiu um nome gritado.

— Morena!

‘’ Puta merda! Eu fui o alvo de uma homenagem deste peste. ’’ — estava acalorada e sem tirar os olhos dele se acabando num clímax que espirrou na água.

 E uma vez que ele passou a se lavar, eu me obriguei a sair daquela posição antes que eu fosse descoberta e parti em retirada com o coração aos saltos.

— Eu definitivamente preciso me livrar desse homem. — sussurrei sentindo as mãos suadas e tentei apagar as imagens da mente, mas no fundo sabia que seria difícil.

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Dalila

Eu estava saindo com uma travessa de rosquinhas quando Lars passou por mim ainda de pijama e com uma carinha de sono.

— Bom dia, cunhada. — sorriu maroto e agindo como se fosse normal estar tratando a Inaraí como uma refém.

— Bom dia, Lars. — respondi devolvendo o sorriso porque não tinha vergonha na cara em abrir os dentes para os amiguinhos do Julian.

‘’ Quem é que conseguiria não sorrir de volta para o Toni, Bender ou Reus?’’ — me perguntei ao passar pelo salão a passos apressados.

E ao chegar à propriedade Brandt o portão continuava destrancado assim como a porta de entrada da sala. E avistei a criatura dourada dormindo naquele maldito puff e trajando um pijama brega do ‘’ Rei Leão. ’’

— É sério? Que idade ele tem mesmo? — sussurrei ao me aproximar sorrateiramente dele e depositei a bandeja sobre uma poltrona antes de engatinhar até o item.

 De olhinhos fechados o homem até parecia inofensivo e me aproveitei disso para sacar a tesoura do meu bolso antes de alisar levemente o seu farto topete dourado e desarrumado, mas ainda macio como um chumaço de algodão fofinho.

‘’ Eu sou boa nisso!’’ — me gabei guardando a mecha e a tesoura de volta ao meu bolso.

  E já estava me preparando para me levantar quando Jannis surgiu no cômodo esfregando os olhos e abriu um sorriso assim que me viu.

‘’ Merdaaa! Isso vai levantar suspeitas. ’’

— Bom dia. — sussurrei me inclinando para beijar a testa do irmão dele ainda adormecido como se fosse uma louca apaixonada por aquele traste. — Eu não podia tomar café sem saber se ele estava acordado. E agora estou com pena de atrapalhar o sono dele e me sentindo como uma das The Bangles em Eternal Flame. — emendei para descontrair e consegui me afastar bem devagar.

 O outro então piscou e o seu sorriso ficou ainda maior.

‘’ O que eu disse de tão mágico? Esses irmãos são estranhos. ’’

— A nossa mãe é super fã dessa banda. Esta canção foi basicamente a música de nossos móbiles de berço em formatos de bolas de futebol. O Juli é mesmo um filho da mãe sortudo por ter uma garota que cante essa música para ele. — cuspiu mal disfarçando a inveja.

‘’ Eles são mesmo malucos!’’

— Bom. Algum dia achará uma moça para cantá-la milhares de vezes a você. E eu nunca a cantei para o seu irmão. Hum. Deixei uma bandeja de rosquinhas surpresas naquela poltrona. Você e o Jascha podem experimentá-las. — dei uma risadinha.

— Cunhada ele não a merece. Se algum dia mudar de ideia, eu também sou um bom partido. — brincou ao ir atrás da comida e mal falei no caçula para que este surgisse.

— Uau! Trouxe o nosso café da manhã? — perguntou divertido e logo ambos estavam provando as rosquinhas como se nunca tivessem visto comidas na vida.

— Minha nossa! Largue o meu irmão e fuja comigo! Isso está divino! — Jannis tagarelou de boca cheia.

— Não! A Lila poderia fugir comigo. Sou o mais bonito dos três. — Jascha riu.

— Pensando bem. Comam tudo. O irmão de vocês precisa é de saúde. — aqueles dois por mais esquisitos que fossem já tinham a minha simpatia e de repente me vi cercada por ambos que eram tão altos quanto o loiro capiroto.

— Hora dos beijinhos! — exclamaram se inclinando e fui beijada na face por ambos ao mesmo tempo com direito a açúcar grudando em minha pele.

— Hey! Que diabos é isso com a minha futura mulher? — o monstrinho acordou e ficou olhando a cena com uma carranca.

— Ela veio trazer rosquinhas para o nosso café que não inclui você. — responderam e foi o bastante para o outro saltar do puff.

— A comida é minha! Estão comendo tudo! Vou matá-los!

— Acho que é o meu momento de sair para ajudar as minhas irmãs. — avisei me afastando estrategicamente e o trio passou a se empurrar pelas guloseimas.

 E pude jurar que estavam se socando quando eu saí da sala fechando a porta discretamente.

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Inaraí

Lars estava sentado numa das banquetas da cozinha já na sexta rosquinha que comia com muita vontade enquanto eu ensaiava um modo de tocar nos cabelos dele sem levantar suspeitas já que hipoteticamente queria matá-lo.

— Está quietinha demais. Devo me preocupar com alguma substância venenosa na comida ou no chá? — perguntou irônico, mas não parou de mastigar.

E nem comendo o desgraçado conseguia ser feio.

‘’ O que acontece com esses alemães para exalarem sensualidade até devorando um prato de comida de caminhoneiros?’’ — isso me indignava.

— Odeio quando faz essas piadinhas. E pelo que vejo você não tem qualquer peso em sua consciência por seguir me chantageando. — o alfinetei e seus olhos passearam por mim ainda com humor.

— Como não preciso daquele dinheiro o seu serviço como ‘’noiva’’ estepe realmente irá cair como a uma luva pelo menos por uma temporada. — tossiu finalmente admitindo a minha suposição e por pouco não voei no pescoço dele.

— Ora seu...

— Eu estou com os ombros cansados e a chantagem também tem de incluir umas massagens já que sabemos que tem boas mãos para isso. — eu podia jurar que seus olhos brilharam maliciosamente, embora suas palavras tivessem soado amenas.

‘’ Argh! Esse filho da mãe!’’ — pensei me arrastando de má vontade até estar atrás da banqueta em que ele estava sentado e levei as mãos aos seus ombros vigorosos sob a fina camiseta cinza que os abraçavam.

— Sou o seu escravo. — disse num gemido baixo quando passei a massageá-lo bem devagar e aos poucos fui subindo até sua nuca.

— Ainda arrumarei um jeito de me livrar das suas correntes. — sussurrei em seu ouvido e respirei o aroma de sua colônia quase mordendo os lábios pelo feito.

— Não é que eu a esteja desafiando, mas acho isso pouco possível. — rebateu empinando a cabeça para me olhar por cima e o toquei na lateral de seu pescoço o fazendo se endireitar bem suavemente o suficiente para lhe arrancar mais gemidos.

— Então espere até eu fazer isso. — prometi agora o massageando nos cabelos para tê-lo ronronando como um gato. E então me aproveitei de sua distração para lhe cortar uma mínima mecha com cem por cento de sucesso.

— Eu pagaria para ver isso. — não me deu crédito e desci a mão direita por suas costas enquanto guardava as provas do crime em meu bolso.

— Você que sabe. — respondi amena desferindo um tapinha em seu ombro antes de me afastar ao som de seu resmungo. — E a massagem acabou. Preciso subir para ver os meninos. — emendei uma mentirinha, pois Dara estava com eles.

— Mais tarde nós dois teremos coisas a discutir. — avisou.

— Não posso impedi-lo de continuar me infernizando.

— Ina, eu não quero levantar daqui e atirá-la sobre este balcão enquanto a beijo por seguir roubando a minha paciência. — rosnou uma ameaça que quase me fez arfar.

‘’ Amiga não vire sorvete! Postura! Tenha postura! Ele ainda é um ordinário que pode até ter uma pegada lascada, mas está lhe usando. ’’

— Coitadinho. Você ficará sem as mãos se...

Ele pulou da banqueta e eu disparei para fora do cômodo como se uma agulha tivesse me espetado e ainda pude ouvir o riso dele enquanto fugia.

 Claro que se o espiritado quisesse poderia muito bem me alcançar por ser um jogador de futebol bem apto nas velocidades, mas a casa repleta de pessoas transitando e o horário estourando não o permitiriam fazer isso. O que me salvou.

— Devagar com isso! — Morena quase gritou enquanto nós cinco estávamos nos jardins Kroos às onze da noite, pois os rapazes estavam testando a nova mesa de sinuca na casa de Erik.

 O dia tinha sido longo com os caminhões de mudanças chegando e as famílias vindas das outras cidades para organizar tudo. O que foi a deixa para que passássemos o tempo todo com as crianças.

E a Mo ficara de folga, pois os Reus provavelmente estavam aprontando alguma coisa que ela não poderia saber e nem estava com vontade de descobrir. Simone também não me deixara ajudar no translado das coisas a casa nova e eu dei graças a Deus, pois depois dos treinos Lars fora ajudar o Sven com isso e não quis topar de novo com ele.

— Estou me sentindo uma estagiária nisso. — Eduarda zombou ajoelhada no canteiro de terra mexida junto de nós.

  Duda era outra sortuda que nem precisara organizar nada em sua casa nova, pois Erik cuidara de tudo e ainda levara uns esculachos quando ela descobrira o que os amiguinhos dele tinham aprontado com a gente. Portando o loiro estava escaldado com ela e fazendo de tudo para agradá-la.

— Cadê a oferenda? — Dalila perguntou ansiosa.

— Não se chama assim! É uma amarração contra o mal. — a corrigi.

— Nem me falem em ‘’amarrar. ’’ Dei o que fazer para conseguir a cebola com raiz e se isso não der certo a Elaine irá morrer. — Dandara resmungou segurando o tubérculo e Morena lhe passou as quatro mechas de cabelos separadas por elásticos coloridos.

— O bilhete? — Eduarda lembrou.

— Sim. — Dalila assentiu entregando o papel branco no qual se lia em português a seguinte frase.

 

Forças da natureza, por favor, dissuadam Toni Kroos, Marco Reus, Lars Bender e Julian Brandt de seguirem atrapalhando os nossos caminhos com chantagens e ideias prejudiciais. Tragam boas vibrações para que eles percam seus interesses com quaisquer planos que possam estar armando. Enviem luz para que possamos devolver as fortunas emprestadas por eles. E se não for pedir demais que o quarteto encontre substitutas adequadas aos títulos que eles desejam preencher.

 

                                                                                  M.D.I.D Muito Gratas!

 

— Segundo a Laine para que isso surta efeito ninguém deve saber que a cebola será enterrada aqui ou do contrário as coisas se voltaram contra nós ao triplo. — Dandara explicou arrancando o miolo da cebola e colocou as mechas e o bilhete bem dobrado no interior dela.

— Por falar nela. O carteiro já deu sinal de interesse? — tive de perguntar.

— Até agora ela não conseguiu dar uma maçã a ele.

— Esta coisa funciona? — Dalila estava curiosa.

— Só funciona se a vítima em seu íntimo já tiver alguma atração pela feiticeira. A maçã com mel é para despertar o amor e tirar a timidez.

— Se eu soubesse disso antes teria levado uma dessas ao Jason. — riu e nós a olhamos bem feio. — Eu estou brincando. Ele só me achou fofa e é casado. — emendou se desculpando.

— Vamos logo com isso antes que a babá eletrônica toque com alguma das crianças chorando. — as apressei com o aparelho em meu decote.

 E então Dara jogou a cebola média no buraco e a cobriu.

— Só isso? Como vão saber que a bumba deu certo? — Eduarda especulou.

— A Elaine afirmou que com a prima dela aconteceu de o ex namorado se mudar de cidade em vinte e quatro horas. — Dandara respondeu bem calma.

— Vamos torcer que isso funcione ou do contrário verei vocês casadas com os amigos do meu futuro marido.

— Duda!

— Parei. — riu despachada e saímos da área dos jardins como se nada tivesse acontecido.

E assim que adentramos a casa pela porta dos fundos fomos lavar as mãos e apreciar uma jarra de suco de limão que tinha um gosto peculiar de cachaça.

— Como eu estava dizendo... Amanhã começa o meu teste no hospital modelo da cidade e estou ansiosa para... — Eduarda começou a tagarelar.

Marcinho! — a voz de Reus soou num grito nervoso vindo da sala e nós automaticamente fomos até lá para vê-lo ao redor de Erik, Toni, Lars e Julian segurando o porquinho que estava se estrebuchando como se tivesse comido alguma coisa venenosa.

— Ai! Não! O que ele tem? — Morena se desesperou.

— Nós acabamos de achá-lo na entrada do salão desse jeito. — Toni explicou já pegando suas chaves.

— Depressa! Vamos levá-lo a um veterinário. — Reus estava apavorado.

— Gente! Se acalmem. Eu posso examiná-lo ainda que a minha especialidade seja com pessoas. — Eduarda disse bem calma ao pedir espaço e se sentou no tapete com ele para tentar descobrir o que ocorria.

— Está bem visível que ele está se engasgando. — explicou o ajeitando numa posição para fazer uma manobra rápida e sem mais nem menos o diabinho cuspiu um pedaço de Lego azul.

— O Leon deixou os brinquedos pela casa. Terei de conversar com ele sobre essa irresponsabilidade. — Toni reclamou aliviado ao ver a criaturinha sentada.

E esta se levantou indo para os pés dos rapazes e nem parecia que estivera se sentindo mal segundos antes até que o pior aconteceu quando o vimos trotar na direção das costas de um dos sofás para em seguida trazer em sua boca o raio da maldita cebola suja de terra e então a soltou nos pés de Toni.

— O que é isso? — nós quase gritamos nos fazendo de desentendidas.

— Não toquem nisso. Eu vou jogar... — Dandara tentou argumentar, mas Kroos se abaixou e sem qualquer nojo apanhou o item.

— Parece uma cebola e...

— Tem alguma coisa dentro. — Lars foi o próximo a comentar.

— Deixe-me ver. — Erik pegou o tubérculo e o chacoalhou fazendo com que as mechas de cabelos e o papel caíssem.

— Que coisa estranha. Seria melhor não... — lá estávamos nós com os olhos esbugalhados.

E não teve jeito. Julian pegou o papel e Reus as mechas de cabelos. O que não nos deixou outra saída mais digna do que a de sairmos caminhando apressadas do cômodo na direção da cozinha, pois a escapada nos levaria aos jardins que continha uma porta que dava exatamente para a rua.

‘’ Puta que pariu! O Lars vai me zoar muito depois dessa. ’’

— Eu estou mesmo criando um porco dissimulado! — Morena estava gritando quando já esbaforidas nós avançamos uma corrida pela calçada.

— Não podemos voltar para lá. — Dalila choramingou.

— Se o meu chefe já me achava meio macumbeira depois dessa, ele deve estar cogitando que tem toda a certeza. — Dandara estava passada de vergonha.

— Vamos para a minha casa. E amanhã vocês voltam as suas respectivas moradas de trabalho. — Eduarda sugeriu sendo solidária depois de toda aquela cagada.

E não nos restou muitas opções se não em aceitar o abrigo.

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Erik

Toni terminou a leitura do bilhete e todos nós caímos na gargalhada. Era meio que impossível não rir daquilo.

— Eu já vi mulheres fazendo de tudo pela minha atenção, mas esta é a primeira vez que uma apela para um feitiço para se livrar de mim. — Reus estava vermelho de tanto rir.

— Pelo que sei sobre as religiões de matrizes africanas é que se o pedido for feito com fé a coisa acontece. — comentei e o riso parou.

— O Durm às vezes eu acho que você não é nosso amigo. — Lars reclamou.

— Eu estou com vocês sempre, mas as últimas coisas que ambos aprontaram quase custaram um galo na minha testa. A sorte é que a Duda é ruim de pontaria.

— Ainda estou intrigado em como elas conseguiram essas mechas de cabelos. — Julian estava pensativo sobre as provas com que cada Santana tinha realizado aquele feito.

— Acho que já sei como a Ina me cegou para isso. — Lars fez uma careta.

— Será que a Morena entrou no quarto hoje? Aquela mulher deve ser uma ninja e eu não sabia disso. — lá estava o Marco rindo.

— Acho que então eu não estava sonhando pela manhã e... — Toni começou a falar sozinho e todos nós ficamos o encarando.

— Agora os arranhões nas suas costas começam a fazer sentido. — tossimos.

— De que arranhões estão falando? — perguntou confuso.

— Vai nos dizer que não está ardido nas costas ou que não olhou as marcas em algum espelho? Porque no vestiário todo mundo viu isso. — Reus apontou e o outro fez uma cara de desacreditado por alguns segundos antes de abrir um sorriso feliz.

‘’ Meus amigos não usam drogas, mas ultimamente estão se comportando como dependentes químicos. O Kroos não era assim antes da Dandara. Ok. Quem sou eu para falar alguma coisa? Uma vez que também ajo em abstinências quando fico muito tempo longe da minha brasileira maluca?’’ — a mulher tinha me atacado um tamanco e eu já estava fazendo planos de acalmá-la com alguma surpresa romântica.

— Aquela mulher me enlouquece. — Toni tagarelou ainda fora do ar.

— Caso perdido! — os outros riram.

— Todos vocês estão me assustando. Entrarem no problema da dívida foi um passo ousado e intrometido, mas até nisso conseguiram se superar porque ao invés de deixá-las manter acordos sobre as devoluções simplesmente armaram para elas em situações anormais a nossa cultura. Cada um de vocês está sendo invasivo e abusivo. E até mesmo você. — apontei para Toni. — Quer uma mãe para os seus filhos na base de que confiança muito em Dara. E Marco, você quer calar a boca da sua família sobre as pressões para sossegar. E Lars, eu até agora não entendi o seu motivo de forçar a Ina quando vive dizendo que gostaria de vê-la pelas costas. E Julian, você de todos é o mais maníaco por entrar nisso apenas porque gostaria de sair com a Dalila. Reavaliem se não estão pegando pesado com as garotas por caprichos em excesso, pois no lugar delas até eu iria querer fugir. Sabemos que todas são mulheres honestas e que estão aqui a trabalhos nos quais são muito boas. Por que complicá-las tanto? — fui obrigado a dar um choque de realidade neles e um silêncio se fez.

                                                                                                                                  

                                                                                                                  Continua...

                                            Senhoras Voltem Aqui com os Comentários!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Esses meninos precisam enxergar o que já está óbvio porque a tendência é que as coisas mudem se elas conseguirem os dinheiros para pagar a dívida. haaha...E ai o que acharam do capítulo? Deu para xingar muito? haaha Obrigada!


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