A manhã poderia até estar fria... mas minha disposição pra sair do quarto estava à mil!
Havia completado dois meses desde o anúncio oficial da vinda de BTS ao Brasil... as especulações acerca de 2017 estavam se confirmando enfim...
Desde então tudo ficou pulsante e sem controle...
O trabalho na Highway me dera um ar profissional diante da situação. Mas era inegável que eu sempre agia com a emoção.
Bom, deixa eu explicar o que estava acontecendo...
Sou sub-gerente de marketing da Highway. Fui designada a promover o show do BTS cá nas terras brazucas, e como sou uma das poucas no setor que sabe minimamente o coreano, vou compor a equipe guia do BTS nas entrevistas e gravações enquanto estiverem no Brasil.
O problema é que uma avalanche de nervosismo me invade só de pensar em ficar de fato frente a frente com os garotos.
Não era segredo... de todos ali, talvez eu fosse a mais fissurada nas músicas deles.
“Mas D-us... eu preciso ser profissional. Nada de tietar, nada de tietar” – pensei alto olhando para o espelho do banheiro.
Me arrumei e peguei as chaves do carro. Hoje era dia de revisar uma última vez os roteiros de entrevistas, o cronograma oficial deles, checar o local do show e certificar que a merchã seria feita como combinado nos meios de comunicação.
Enquanto dirigia, passei por um outdoor com a foto dos garotos estampada. Ele já estava um pouco desbotado, havia chovido semanas antes...
“Uma chuva pra lavar nossa loucura” – pensei e sorri, ao lembrar do estouro no twitter e no cenário musical quando o show nos foi confirmado por parte da BigHit.
Ao chegar na Highway, me deparei com Marques gritando alguma coisa com um estagiário; Madu mexia em três computadores ao mesmo tempo; Joseph mandava um e-mail e falava em inglês ao celular com Deus sabe quem; e Pierre corria em minha direção como um lobo sedento por carne.
_ S/N!!!! até que enfim!!! Sr. Menezes quer ver você com urgência! Por favor, nem respire! Apenas vá a sala dele – disse Pierre, estendendo-me uma pasta escrita “Bangtan Sonhendan”.
Olhei e ri.
_ “Sonhendan”? sério Pierre? – olhei zombeteira pra ele.
_ O que? Está errado? – ele retirou a pasta da minha mão e fitou a escrita – AH, que se foda! Pega essa caralha e vá logo falar com o Menezes, antes que ele arranque minhas bolas!
Corri para a sala e ao entrar, Menezes estava deitado na mesa.
_ Sr. Menezes? – falei quase sussurrando e tentando perceber se aquele monte de banha sobre a madeira ao menos respirava
Sr. Menezes abriu os olhos e soltou um grito.
Eu me assustei um pouco, mas não estava surpresa. Eu sempre encontrava alguma coisa inusitada na sala do meu chefe quando era chamada lá.
_ S/N, S/N, S/N, S/N... – ele repetiu meu nome enquanto aplaudia alto – Você é uma mulher fabulosa!
Eu sorri. Não entendia se ele estava sendo irônico ou sincero.
_ Espera... – eu disse desconfiada – vamos ao ponto. O senhor vai me promover ou demitir?
Eu sabia como lidar com o senhor Menezes. Apesar de ser maluco, era um dos melhores chefes com o qual já pude trabalhar.
Ele se ergueu e sua banha balançou sob a camisa social florida.
_ Eu vou te beijar de língua, sua linda!
Ele veio em minha direção e segurou minha cabeça, dando um beijo melado na minha testa.
_ Ah, isso com certeza é melhor que qualquer promoção – brinquei com ele.
_ Graças a você, temos um público de 35 mil pessoas para o show. E eles querendo um negócio com 10 mil... você fez isso possível.
_ De nada, chefe.
O trabalho foi duro durante esses dois meses. Era bom ter reconhecimento.
_ E em troca... – disse meu chefe, pegando uma pasta prateada – eu quero você na linha de frente.
Linha de frente???
_ Linha de frente? – arregalei os olhos – Co-como assim li-linha de frente??
_ Você vai ser os olhos, pernas, ouvidos e boca do Bangtan aqui.
_ Eu vou... o que...?
_ Ahhh... e a BigHit te quer emprestada por três meses também.
O chão sumiu dos meus pés.
_ O.... A BigHit... eu... como... que....? – gaguejei e tudo sumiu de repente...
Quando acordei, Sr. Menezes dava tapinhas no meu rosto, e ao perceber que eu estava acordando, me soltou no chão
_ Você é muito fraca a grandes emoções, S/N... estou reconsiderando minha promoção a você.
_ NÃO! POR FAVOR! EU CONSIGO! EU POSSO FAZER ISSO!
Sr. Menezes olhou assustado com meus gritos.
_ SR. MENEZES, POR FAVOR! ESSA É A MELHOR COISA QUE PODERIA ME ACONTECER, POR FAVOR!
Ele riu e concertou o cabelo seboso atrás das orelhas.
_ Eu só quero ver quando o RapMonster olhar essa sua bunda enorme e te querer nua... – ele riu – teremos uma morte. E aqui jás, S/N... uma moça promissora, mas que não aguentou o impacto da sarrada do Namjoon...
Eu corei e ainda tonta com tudo, sem entender também ao certo que Sr. Menezes dizia, catei a pasta prata do chão e corri para abraçar meu chefe.
_ Obrigada, Sr. Menezes.... – sussurrei por seus ombros – não vou decepcioná-lo.
Sr. Menezes alisou minhas costas e deu três tapinhas na minha omoplata.
_ Eu sei, S/N... você nunca decepciona.
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