História Show Me - Everything complicated.

 Ao meio dia saio da faculdade e vejo o carro do Francis parado no estacionamento. Tenho que concordar que a pontualidade dele é seu ponto forte. Vou até o carro e abro a porta da frente, com certeza para poupa-lo de ter que sair do carro para abri-la para mim.

— Bom dia Srta. Bannit. — me cumprimenta formalmente.

— Bom dia Francis. — sorrio.

 Francis a partida e vamos em direção a rodovia principal. O tempo está nublado, bem provável que logo irá chover. Fico pensando no que dizer para a ginecologista, como dizer que eu transei com um homem que conheci a quatro dias atrás. Ela vai é sentir vontade de me dar um tapa na cara por isso. Ninguém perde a virgindade com um cara que aparece na sua vida do nada, com um cara que nem conhece  direito. Mas eu, Grace Elisa Bannit perdeu, que lindo, muito meigo. Nada diferente isso. Com certeza não.
 Chegamos no consultório alguns minutos depois. Francis abre a porta e eu salto para fora do carro. A fachada do consultório é linda. A parede é pintada de rosa bebê e há uma placa com o nome da doutora. Subo a escada com medo, nunca fui em uma ginecologista antes. A porta se abre sozinha quando chego perto da mesma, e logo na entrada posso ver uma morena de cabelos longos, olhos verdes, com um corpo escultural, que sorri para mim com seus dentes branquinhos e alinhadinhos. Uau!

— Olá sou a Dra. Janne, deve ser a Grace. — fala com delicadeza e formalmente.

— Prazer em conhece-la. — sorrio.

— Ela sorri gentilmente. — Estava esperando você. Me acompanhe, por favor.

 Ela sai andando na minha frente, indo na direção de um corredor enorme com paredes brancas. Ela está com um vestido creme que vai até dois dedos acima do seu joelho, que marca totalmente sua silhueta, e um salto alto branco magnífico. Ela abre uma porta branca e atrás dela é uma sala pequena com uma mesa branca, logo a frente cadeiras na cor branca também, paredes na cor azul bebê, e alguns quadros desenhados a mão. São extremamente lindos, e algo me diz que custaram o olho da cara. 

— Sente-se, por favor. — direciona a mão para uma das cadeiras. 

 Me sento e ela vai para trás da mesa. Quando se senta joga seus cabelos para trás, fazendo-os cair sobre suas costas. Ela é linda. Aposto que o Sr. Bieber já jogou charme para ela.

— E então, Sr. Bieber me ligou fazendo um certo drama sobre a sua primeira vez. — ela ri.

 A não, Justin!

— O que aconteceu? — pergunta.

— Talvez seja normal, mas sangrou muito. Isso assustou ele. — falo sem graça.

— É normal. — sorri. — Eu juro que tentei tranquiliza-lo a respeito disso, mas olha... Não foi fácil.

— Eu imagino. — murmuro.

— Ainda está sangrando? — coloca as mãos sobre a mesa e entrelaça seus dedos.

— Um pouco.

— Não se assuste. É normal. Rompeu seu hímen, tende a sangrar por algumas semanas ou até algumas horas depois. Vai passar. 

 Ela pisca para mim sorrindo e ajeita seu cabelo por trás da orelha. É um alívio saber que isso vai passar. Já basta para mim sagrar todo santo mês.

—  Usaram camisinha? 

— Claro. — engulo em seco desviando o olhar do dela. Que vergonha!

— Ótimo. A quanto tempo vocês estão juntos?

  Eu já devia imaginar que teria essa pergunta.

— Quatro meses. 

 Odeio mentir. Mas não dá pra falar que conheci ele há quatro dias. O que ela não vai pensar de mim? Deus!

— Hum. — ela fica me fitando por alguns segundos. Será que menti mau demais? — Você vai precisar tomar anticoncepcionais, eu vou receitar um tipo e você pode achar ele em uma farmácia pertinho daqui.

 Ela pega um papel em uma gaveta e começa a escrever provavelmente o nome do anticoncepcional. Começo a balançar minha perna de forma frenética. Eu não estava tão nervosa quando cheguei. Merda!

— Aqui. Caso ele tenha um efeito totalmente ao contrário do que devia ter você vai precisar trocar. Alguns engordam mas esse não é o caso deste aqui. — diz.

— Ótimo. — sorrio.

— Sabe... Conheço o Justin a um tempo e ele trouxe somente uma garota aqui. Então é estranho, porque o Justin não faz isso por qualquer uma.

 Porque ela parece conhecer ele até demais?
 Quem era a garota?

— Grace, sei que veio aqui para apenas uma consulta. Mas por favor, cuide dele. Justin tem aparência de fortão, mas não é. Ele é frágil como plástico perto de fogo. Se ele tirou sua virgindade, não foi só por tirar.

 Como se eu não soubesse que ele quis fazer isso porque me quer como submissa dele. Dã!

— Tudo bem. Obrigada. — sorrio.

 Ela levanta rapidamente e eu levanto também. 

— Então é isso, Grace. Eu marcaria outra consulta, mas qualquer coisa errada o Justin me liga. — ela ri. — Vou levar você até a porta.

 Saímos andando até o grande corredor, nos despedimos e vou até o carro. Francis corre abrir a porta pra mim. Entro no carro e espero ele fazer a volta. Desde o inicio eu sabia que o sangramento era normal. Justin que faz uma tempestade num copo d'água.

— Sr. Bieber vai almoçar com a Srta daqui meia hora. — diz Francis ao entrar no carro. —  Vai precisar de mais alguma coisa Srta. Bannit? 

— Não Francis, obrigada. — sorrio.

 Aonde ele vai almoçar comigo?
 Francis da partida pelas ruas de New York e me leva para frente de um prédio na Av. Coss. Eu nunca descobri o significado de 'Coss'. O prédio deve ter mais ou menos uns trinta andares. É cinza e as janelas são de um vidro espelhado. Há uma escada que da para a porta de entrada. Na fachada escrito em branco 'Blanche'. É a empresa dele. Nunca tinha passado aqui antes, e pelo o que a Béca me disse, é uma grande empresa e ele é muito conhecido. Pelo jeito o Sr. Bieber tem muito mais dinheiro do que eu esperava.
 Ficamos parados na frente do prédio por vinte minutos, até que na porta principal avisto o belo e intimidador Justin Bieber, vestindo um blazer preto, camiseta e calça social, gravata e um sapato que brilha mais que diamante. Ele vem na direção do carro e abre a porta traseira, sentando do meu lado. Seu cheiro toma conta do carro e meus hormônios femininos dão sinal de vida.

—  Bom dia Srta. Bannit. — me comprimente enquanto seus olhos sorriem por ele.

— Bom dia Sr. Bieber. — sorrio.

 Ele fica me olhando por alguns segundos mas não diz nada. As vezes ele me assusta.

— Para onde Sr. Bieber? — pergunta Francis.

— Travelin On The Green.

 Justin não tira os olhos de mim enquanto responde Francis. O que ele quer com isso? Francis da partida pela avenida.

— Está me encarando porque? — pergunto.

— O que ela disse? 

  A, claro. Eu já devia ter imaginado que ele perguntaria sobre a consulta.

— É normal. — falo.

— Normal? Isso é normal? — pergunta espantado.

— Rompimento do hímen. — falo o mais rápido que posso.

 Francis me olha pelo retrovisor e sento meu rosto formigar e tenho certeza que corei.

— Ela disse que é normal mesmo?

— Sim, Sr. Bieber. Ela disse que é normal. — sinto vontade de revirar os olhos mas não o faço.

— Ótimo .

 Justin vira para a janela e o silêncio prevalece no carro. Desde quando entrei aqui pela primeira vez nunca ouvi nem um tipo de música. Meu Deus!

— Vocês gostam de música?

— Sim. — os dois me respondem rapidamente.

— Então coloquem uma música. — falo quase que ordenando.

 ''Srta. Mandona''. Aprendendo com o mestre.

— Santo Deus, se eu me lembro bem quem manda aqui sou eu.

— Você disse que gosta de música. — franzo o cenho.

— Eu gosto, mas não gosto que tentem mandar nas minhas coisas.

— Ai Justin, me poupe. — reviro os olhos.

 Me viro para a janela e ouço ele bufar de um jeito que parece que vai me atirar fora do carro. Felizmente isso não acontece.

— O que foi? — pergunto voltando o olhar para ele.

— Não revire a merda dos olhos.

— Porque?

— Suas perguntas me estressam.

— Problema seu. — sorrio debochando.

CONTINUA ...