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História Shut up and Dance - Capitulo 1


Escrita por: beabea

Notas do Autor


Ei pessoal esta será a minha short fic que eu vos vou apresentar durante estas três semanas de Agosto, será uma short fic de apenas três capitulos (dois capitulos + epílogo) e tenho a certeza que todos vocês vão gostar por representar o nosso casal favorito de todos e trazendo um enredo simples e divertido (ou pelo menos é isso que eu acho)
Bem sem mais demoras vamos passar ao capitulo, só espero que vocês gostem muito.
Vejo vos lá em baixo.
Kiss, bea

Capítulo 1 - Capitulo 1


-Eu não tenho a certeza disto... Vamos para casa! - falo finalmente virando as costas pronto para atravessar a fila de gente que estava atrás de mim para seguir o caminho até algum dos carros dos meus amigos.

-Nem penses. - a voz de Isaac chega até mim agarrando o capuz do meu casaco e impedindo que eu pudesse seguir com o meu plano. -Esta noite é nossa!

-Eu acabei de me divorciar, achas mesmo que eu quer ir a uma discoteca cheia de menores? - questiono encarando Isaac com uma sobrancelha levantada referindo-me para o grupo de pessoas que estava tanto a nossa frente como atrás de nós que tinham idade para serem meus irmãos mais novos.

-Esse é mesmo o motivo de estarmos aqui, eu não posso deixar o meu melhor amigo em casa depressivo só porque o seu casamento ridículo acabou. - afirma Isaac passando um braço pelos meus ombros puxando-me para a frente alguns passos enquanto eu não conseguia evitar revirar os olhos.

-Olha quem fala, aquela que após 27 anos de vida continua agir que nem uma criança de cinco anos.

-Uma criança de cinco anos que tem a sua própria carreira, o seu próprio apartamento e que pode conquistar qualquer garota que esteja neste lugar. - declara Isaac fazendo-me revirar novamente os olhos ao perceber a atitude convencida que o Isaac acabara de ter.

Eu ainda me perguntava como é que era possível eu continuar a dar-me com ele, em 17 anos da nossa amizade ele já me tinha metido em mais problemas do que eu sozinho para não dizer que as vezes em que eu saía à noite era por culpa dele.

-Scott... - não consigo evitar chamar atenção do meu amigo de infância que ria-se de toda aquela discussão entre mim e o Isaac. -Devíamos ir para casa.

-A Kira deixou-me vir, disse que eu tinha que sair, divertir-me um pouco antes de trancar-me novamente em casa para cuidar da pequena. - informa Scott encolhendo os ombros como se aquela fosse as palavras em que dizia que apoiava Isaac na sua decisão. -E como o Isaac disse, esta noite é para ti!

-Eu não acredito... - a minha voz é silenciada quando a porta da discoteca é aberta deixando a música alta que tocava lá dentro alcançar o lado de fora silenciando facilmente as conversas que existiam incluindo a minha voz.

-Identificação. - pede o segurança colocando uma mão a nossa frente tocando consequentemente no peito de Isaac que estava entusiasmado a entrar na discoteca como se fosse a sua primeira vez.

-A sério? - não consigo evitar falar levantando uma sobrancelha para o segurança que acaba de cruzar os braços e encarava-me agora com um olhar de desafio.

Ele tinha acabado de deixar entre um grupo de garotas que obviamente eram de menores, se tivessem mais que os 15 anos era um milagre e agora vinha pedir a identificação a três homens que obviamente pareciam que tinham mais de 20 anos?

Eu não percebia! Eu realmente não percebia!

-Identificação. - pede novamente o segurança com o olhar fixado em mim estendendo uma mão na minha direção a espera que o cartão pousa-se em cima da sua mão.

Eu estava pronto para recusar que isso acontecesse, recusar-me a dar um cartão que eu não vira nas últimas duas horas que eu tivera ali a pedir a alguma das pessoas que passaram por ali quando uma cotovelada de Scott me impede vendo ele a esticar a identificação que guardava sempre na sua carteira.

-Podem entrar. - informa finalmente o segurança dando a passagem desejada a Isaac assim que eu mostrei a minha identificação.

A música alta feriu os meus ouvidos assim que entrei no edifício, demorou algum tempo para habituar-me aquele volume e ainda mais ao fumo dos cigarros que impregnava todo aquele lugar mesmo com a placa de proibido fumar no lado de fora. Cada vez mais eu achava que aquela discoteca estava fora dos olhares de todos, especialmente da policia, ao ponto de não ligarem as regras que existiam e que deviam ser cumpridas.

Antes de eu conseguir adpatar os meus olhos aquela escuridão que por vezes eram inundadas por aquelas luzes fluorescentes que cegavam-me por alguns segundos senti a mão de Isaac no meu braço rebucando-me para algum sitio da discoteca que rapidamente reconheci como sendo o grande balcão onde as bebidas estavam a ser servidas.

-Quero três cervejas! - grita Isaac passando por cima de um grupo de adolescentes que olharam para Isaac torto para logo de seguida começarem a babar no mesmo pelo seu físico fazendo-me revirar os olhos.

Era por isso que eu não gostava de vir a um lugar cheio de adolescentes que tinham as hormonas todas à flor da pele.

-Identificação! - grita o empregado do outro lado do balcão fazendo-se ouvir por cima de toda aquela música.

-Só podem estar a brincar! - não consigo evitar dizer revirando uma vez mais os olhos, qual era a deles?

A regra agora era não pedir a identificação aqueles que precisavam de mostrar em vez disso pedir aqueles que já têm idade para fazer tudo?

Eu não ia mostrar a minha identidade todas as vezes em que tinha que pedir uma bebida.

-Eu vou para a pista de dança, querem vir? - pergunta Isaac depois de algum tempo, tinha conseguido as três cervejas e já estava a desgostar de pelo menos uma segunda.

-Não obrigado. - respondo seco antes de beber um pouco do líquido azul que me tinha sido servido à segundos atrás.

Eu tinha sido arrastado lá para dentro por ele contra a minha vontade o mínimo que ele podia fazer era deixar-me no meu canto.

-Eu não o vou deixar sozinho. - afirma Scott apontando para mim quando os olhos de Isaac caíram em cima dele.

-Vocês é que sabem. - declara Isaac antes de pegar na sua cerveja que descansava em cima do balcão e logo de seguida afastar-se de nós misturando-se rapidamente nos corpos suados daqueles que dançavam na pista que cada vez mais me parecia pequena demais para abarcar toda aquela gente.

-Quero outro! - grito chamando atenção do empregado que acabava de servir dois shots a um casal de namorados que devia ter menos que 20 anos.

-Não devias ir com mais calma? - questiona a voz de Scott chamando a minha atenção para o moreno que se mantinha ao meu lado, até a data ele tinha bebido uma cerveja e agora bebia uma água com gás e algo me dizia que a sua noite ficaria por ali.

-Se eu vou ter que aguentar este lugar e todas as infantilidades do Isaac pelo menos que esteja bêbado para amanhã não me lembrar de nada. - afirmo encolhendo os ombros antes de pegar no copo gelado que o empregado acabava de me entregar.

-O Isaac só te está a tentar ajudar, está bem que ele continua a ser um eterno adolescente mas pelo menos está a tentar...

-Sim porque aquilo que eu mais desejava depois de me divorciar era enfiar-me num lugar onde todos têm idade para serem meus irmãos mais novos. - ironizo revirando os olhos antes de beber um pouco da minha bebida.

Percebi que Scott estava pronto para dizer algo, talvez para me tentar convencer o contrário ou até mesmo para defender Isaac, mas algo o impede de falar e quando vejo já ele tinha o celular colado a sua orelha e falava alto o bastante numa tentativa de fazer-se ouvido por cima de toda aquela música.

-Kira? Aconteceu alguma coisa?

Alguns segundos se passaram em silencio e eu controlei-me para não me colar ao celular de Scott para ouvir aquilo que Kira dizia, eu sabia que assim que o moreno desligasse ele diria-me o que se passava.

-Queres que eu passe por alguma farmácia a caminho de casa? Kira eu não vou ficar aqui só porque tu dizes que eu preciso de me divertir, tu e a Sarah precisam de mim agora e eu vou. - declara determinado Scott pousando a água com gás em cima de mim antes de virar a sua atenção para mim, via os seus olhos cheios de preocupação e eu soube ali que algo se passava com a pequena Sarah. -Eu ligo quando chegar à farmácia.

-Aconteceu alguma coisa com a Sarah? - apresso-me a perguntar assim que Scott guarda o celular no bolso das suas calças e pega nas chaves do carro. 

-A Sarah está com cólicas e Kira está a entrar em pânico, eu preciso de ir para casa. - informa Scott passando a mão pelos cabelos num ato que só ele fazia quando estava desesperado.

-Eu vou contigo. - afirmo pegando na minha carteira pronto para pegar as bebidas que eu pedira quando a mão de Scott em cima do meu ombro me impede.

-Não vais. Precisas de ficar aqui e divertir-te um pouco, se o Isaac sabe que te foste embora comigo ele é capaz de te castrar na verdade castrar os dois e eu, não sei tu, mas eu ainda quero ter mais um filho.

-Scott eu estou sem motivação para estar aqui. - falo numa tentativa de o convencer a deixar-me ir com ele, eu nunca tinha gostado de frequentar aqueles sítios e hoje o meu humor estava mesmo mau para estar ali.

-Tu ficas, eu agora preciso mesmo de me ir embora.

Antes de eu puder dizer mais alguma coisa já a figura de Scott desaparecia por entre a multidão pelo caminho que eu conseguia ver que o levaria para a saída do edifício, não consegui evitar revirar os olhos e bufar perante a atitude do meu melhor amigo. Nem acreditava que o Isaac o tinha conseguido convencer que eu realmente precisava de estar ali.

Quantas mais pessoas Isaac tinha convencido que eu precisava de apoio emocional?

Virei o meu corpo para o balcão pegando novamente o meu copo que agora tinha o gelo quase todo derretido, respirei fundo e inclinei o meu corpo para a frente abanando o meu braço para dentro do balcão numa tentativa de chamar atenção de um dos empregados que pareciam que estavam mais ocupados a cortejar as adolescentes junto ao balcão.

A presença de uma figura alta com uns cabelos que me pareciam ruivos com as luzes que incidiam ali tapou por alguns segundos a minha visão do empregado atrás do balcão quando inclinou o corpo por cima do balcão acenando o braço numa tentativa de chamar atenção do empregado.

Estava pronto para dizer-lhe que aquilo não ia resultar quando os olhos do empregado caem em cima de nós ou em cima dela, mais precisamente, e mostra dos dedos gesticulando com a boca que eram os minutos que demoraria a ir para ali.

-Só podem estar a brincar. - praguejo mordendo a minha língua para não soltar qualquer xingamento que pudesse fazer com que eu fosse expulso dali sendo que aquela ideia até me era atraente.

Só percebi que tinha chamado atenção da ruiva ao meu lado quando a sua voz atravessou o som da música alta que parecia que não ia silenciar durante algum tempo chegando em mim com facilidade:

-Ei!

Obrigo-me a encarar a desconhecida a minha frente percebendo o sorriso tímido que se mantinha ali nos seus lábios acompanhados por pequenas purpurinas de alguma cor que eu no momento não conseguia saber qual era por baixo dos seus olhos, eram poucas quase que davam para contar e a presença das purpurinas acabava por chamar atenção dos olhos incrivelmente verdes que a desconhecia tinha.

Os cabelos que eu não tinha reparado serem levemente ondulados eram acompanhados por uma pequena tiara de plástico onde o número 21 pousava ali.

-Olá. - obrigo-me a dizer sabendo que a educação que eu recebera obrigava-me a responder a um cumprimento de uma pessoa desconhecida.

-Sou a Lydia. - apresenta-se a ruiva estendendo-me uma mão agora com um sorriso mais largo que o anterior.

-Stiles. - forço-me a dizer deixando a minha mão apertar assim sendo capaz de sentir o quão quente a mão da ruiva estava em comparação à minha gelada por culpa da bebida.

-Posso pagar-te uma bebida? - questiona Lydia apontando com a cabeça o balcão mesmo ao nosso lado e aos três empregados de serviço que se apressavam a entregar todos os pedidos o mais depressa possível.

-Não devia ser eu a perguntar isso? - pergunto em resposta erguendo uma sobrancelha para Lydia deixando soltar uma fraca risada ao perceber que a pergunta feita pela ruiva saia fora dos papeis tradicionais onde normalmente eram os homens que pagavam as bebidas as mulheres.

-Eu não sigo papeis. - afirma Lydia encolhendo os ombros antes de virar a sua atenção para o empregado que a ruiva tinha chamado à minutos atrás e que agora mantinha-se a nossa frente com os olhos concentrado na ruiva ignorando completamente a minha existência. -São duas bebidas iguais as dele. 

O empregado não demorou muito tempo a servir as bebidas lançando-me um olhar torto como se eu tivesse a fazer algo errado.

Vejo Lydia a pegar no seu copo com as duas mãos deixando as gotas de água ali presentes escorregarem pelos seus dedos antes de levar a boca enquanto-me olhava com aqueles olhos extremamente verdes que me pareciam hipnotizar a cada minuto que passava, ele inclinou o seu corpo na minha direção deixando-me paralisado por alguns segundos sendo capaz pela primeira vez de sentir a fragância de pêssegos que existia no seu cabelo enquanto sentia os seus fios a fazerem-me cocegas no meu rosto.

-Então o que é que te trás aqui? - questiona Lydia perto do meu ouvido fazendo com que não me fosse difícil ouvir o que ela dizia.

-O meu melhor amigo achou que esta era uma boa maneira de eu não me deprimir. - deixo escapar não conseguindo evitar revirar os olhos ao recordar-me das palavras certas que Isaac me dissera quando ainda estávamos na fila de espera no lado de fora da discoteca. -E tu?

-A minha irmã arrancou-me da casa dos meus pais em Phoenix e trouxe-me para Los Angeles com o objetivo de festejar o meu aniversário. - responde Lydia apoiada ao balcão com uma mão a segurar o copo da bebida próxima de si com um largo sorriso nos seus lábios, com a outra mão apontou para a tiara que tinha na cabeça acrescentando rapidamente como se eu ainda não tivesse percebido aquele detalhe. -Faço 21 anos.

-Então não és de cá? - a pergunta salta da minha boca antes mesmo de eu conseguir evitar arrependendo-me quase que automaticamente das mesmas ao perceber o quão ridículo aquilo acabara de soar.

A ruiva tinha acabado de dizer que vivia em Phoenix com os seus pais, era claro que não era dali!

-Ainda não, mas pedi transferência da minha Universidade para cá. - afirma Lydia encolhendo os ombros antes de inclinar novamente o seu corpo na minha direção deixando uma vez mais que a fragrância de pêssegos agora um pouco misturada com o cheiro a álcool chegasse até mim, como se fosse algum tipo de segredo Lydia mantém os seus lábios próximos a minha orelha deixando-me sentir a sua respiração em cima de mim antes de acrescentar. -Acho que a liberdade que eu tenho na casa dos meus pais não é tanta como aquela que posso vir a ter aqui.

Lydia afastou-se soltando uma fraca risada que foi silenciada antes de chegar aos meus ouvidos pela música alta que o Dj tocava naquela altura impedindo-me de ouvir o riso da ruiva.

-Estás a cursar o quê? - pergunto depois de beber pela primeira vez a bebida que me tinha sido servido durante aquele tempo, controlei-me para não fazer nenhuma careta ao perceber que o empregado tinha exagerado na vodka no meu copo.

Perguntava-me se ele não tinha feito o mesmo com o de Lydia.

-Medicina. Sonho ser pediatra desde dos meus sete anos. - declara Lydia surpreendendo-me realmente.

A sua aparência assim como a maneira como ela estava vestida dizia-me que podia ser algo ligado a moda ou até mesmo a artes mas realmente surpreendi-me ao perceber que o que ela queria era salvar vidas.

Isso era bom!

-E tu?

-Eu trabalho como empregado de mesa num restaurante, mas o meu sonho é eu abrir o meu próprio restaurante. - admito não sabendo muito bem o porquê de estar a fazer aquilo, Lydia para mim ainda era considerada uma desconhecida que por coincidência estava na mesma discoteca que eu e que puxará conversa comigo.

As palavras que Kira uma vez me dissera chegaram a mim justificando talvez o porquê de eu estar a dar todas aquelas informações a uma completa desconhecida.

“Sabe bem falar com os nossos amigos, mas sabe ainda melhor desabafarmos com desconhecidos. Eles não nos conhecem de lado nenhum, são os únicos que não nos podem julgar pelas nossas escolhas.”

Lydia sorriu para mim como se a minha resposta fosse do seu agrado, obriguei-me a beber um pouco da minha bebida deixando o álcool tentar matar a sede que eu de repente sentira.

-Stiles! - a voz de Isaac trás-me novamente para a realidade obrigando-me a desviar atenção de Lydia que parecia estar prestes a dizer alguma coisa, o rosto do meu melhor amigo um pouco ocultado pela escuridão que de repente dominara a discoteca pelo menos naquele lugar obrigou-me a esforçar ainda mais os meus olhos para perceber se o mesmo estava bêbado ou ainda tinha habilitações para conduzir. -Eu vou-me embora.

-Deixa-me pagar só as bebidas. - peço apressando-me a tirar a carteira do bolso sabendo o quão impaciente Isaac podia ser após ter bebido algumas cervejas.

-Não vais comigo, Stiles. - afirma simplesmente Isaac obrigando-me a olhar para ele a segurar em duas notas que eu sabia que chegariam para pagar aquilo que eu consumira, o sorriso malicioso que Isaac me dava dera-me a entender que ele estava aprontar alguma coisa e quando o seu braço circulou a cintura de uma desconhecida que eu não tinha percebido que estava ali entendi rapidamente o que se passava ali, mas como sempre ele quis expor os meus pensamentos em voz alta. -Eu tenho companhia.

Antes de eu ter tempo de puder dizer alguma coisa vejo Isaac a dar-me as costas acompanhado pela desconhecida que ainda se arriscou a virar se para trás e a dar um tímido aceno que me deixou confuso por perceber que aquele sorriso que ela tinha nos lábios era para alguém que ela conhecia e sendo que eu era o único que lhe estava a prestar atenção tinha quase a certeza que aquele sorriso era para mim, mas eu não a conhecia de lado nenhum.

Será que ela me conhecia?

-Idiota. - deixo escapar num tom de voz normal que pelo volume da música seria facilmente abafado.

Naquele mesmo momento, como se tivessem conspirado contra mim, a música para de repente e a escuridão é quase que total fazendo com que a gargalhada que veio atrás de mim se destaca-se com facilidade por cima das conversas que eu nem tinha notado que estava haver por ali. Obriguei-me a virar para trás aproximando-me novamente do balcão percebendo assim que aquela gargalhada era de Lydia que tinha os olhos fechados, a cabeça inclinada para trás e a gargalhada a escapar pela sua boca com uma mão pousada na barriga como se tentasse abrandar a sua respiração para não perder demasiado folego.

-Desculpa. - apresso-me a dizer ao perceber que por momentos me tinha esquecido da presença da ruiva, senti-me mal por perceber que eu estava pronto para me ir embora esquecendo-me completamente da Lydia.

-Aquela era a minha irmã. - afirma Lydia ignorando completamente o meu pedido de desculpas e apontando rapidamente para o lugar onde Isaac e a desconhecida tinham estado fazendo com que eu facilmente percebesse que ela se referia a sua irmã, o sorriso malicioso que a ruiva tinha nos lábios era novo para mim e apanhou desprevenido. -Parece que o teu melhor amigo tem bom gosto.

-E parece que a tua irmã tem pouco sorte. - não consigo evitar sussurrar para Lydia não ser capaz de me ouvir, ela não precisava de saber as terríveis histórias que Isaac tinha sobre as suas conquistas e o quão cruel ele podia ser a usar as mulheres como um objeto sexual.

Sem qualquer aviso prévio como eu estava habituado a que acontecesse nas discotecas a música voltou num volume ainda mais alto que o anterior, pelo menos era isso que parecia.

-Vai mais uma bebida? - o grito de Lydia por cima de toda aquela música obriga-me a concentrar-me no rosto da ruiva que naquele momento apontava com a cabeça para o balcão ao seu lado.

Num impulso como eu estava habituado a fazer quando estava perto da hora de eu me ir embora, joguei a mão ao bolso dos meus calções não encontrando o peso familiar das chaves do meu carro fazendo-me lembrar que a minha boleia acabara de se ir embora assim como a reserva dessa minha boleia que se tinha ido embora dez minutos após a nossa chegada aquele lugar. 

Prendi as minhas mãos nos bolsos dos calções numa tentativa de impedir que a irritação que eu sentia naquele momento de mim mesma fosse passada para um soco que eu tinha a certeza que acabaria por partir alguns copos ou até mesmo magoar alguém.

-Merda!

-Aconteceu alguma coisa? - a voz de Lydia trás-me novamente para a realidade encarando-a que pela primeira tinha a testa franzida e que me olhava com alguma preocupação no olhar.

Não tinha percebido que o meu xingamento podia ter sido mais alto do que devia.

-Eu não tenho boleia. - desabafo passando uma mão pelo meu cabelo num ato de nervosismo antes de pegar na minha bebida que já estava mesmo no fim e bebi o resto numa tentativa de controlar os meus nervos antes de olhar para Lydia e num impulso deixar escapar. -O Isaac acabou de sair com a tua irmã e sabe-se lá quando vai sair do apartamento e o Scott foi para casa mais cedo porque filha estava com cólicas.

Não consigo evitar passar uma vez mais a mão pelo cabelo sabendo que Lydia não conhecia o Scott nem mesmo o Isaac ela conhecia, tinha o visto durante dez segundos com a sua irmã e isso não era uma boa maneira de conhecer uma pessoa. Respiro fundo já com a imagem de eu a beira da estrada a pedir boleia a desconhecidos rezando para que alguma alma caridosa pudesse oferecer boleia.

-Então és casado?

A pergunta de Lydia apanha-me completamente de surpresa obrigando-me a voltar a realidade, repassei o desabafo que tinha acabado de fazer numa tentativa de perceber se tinha dito algo que pudesse ter desmascarado o meu estado ou neste caso antigo estado.

Percebi que os olhos da ruiva não estavam concentrados no meu rosto como eu pensava que estavam, na verdade estavam concentrados nas minhas mãos em cima do balcão onde eu sabia que no meu dedo anelar na minha mão esquerda ainda reluzia o anel que eu usara durante aqueles cinco anos que se passaram do meu casamento. Num ato de talvez de cobardia coloquei a minha mão direita em cima da minha mão esquerda numa tentativa de esconder o anel dos olhos curiosos de Lydia.

-Não, assinei os papeis à horas atrás. - declaro não sabendo o porquê de ter feito tal coisa, não sabia que poder é que a Lydia estava a usar sobre mim mas eu sentia que podia confiar nela ao ponto de falar naquela fase recém acabada para mim que ao mesmo tempo ainda estava muito viva.

-Lamento muito.

Aquelas eram as palavras que eu menos esperava a ouvir a sairem dos lábios dela naquele momento, podia estar divorciado apenas algumas horas mas Lydia não era a primeira pessoa a saber disso fora do meu seio familiar. Aliás, Lydia era talvez a terceira a pessoa a saber desse detalhe e tudo culpa do Isaac que assim que saímos do escritório dos advogados onde eu assinara oficialmente os papeis o moreno fez questão de me arrastar para um café na rua na tentativa de que eu conquistasse alguma rapariga ali e seguisse em frente.

Com apenas minutos de divorciado!

A primeira tentativa de Isaac de me arranjar alguém correu-lhe mal porque as primeiras palavras que ele dissera quando estávamos frente a frente com uma das empregadas do café foi o meu nome e o meu estado atual sendo que isso hoje em dia não é atrativo para as mulheres.

A segunda tentativa talvez tenha sido pior que a primeira porque o Isaac decidiu ocupar uma mesa que já estava a ser ocupada por duas mulheres e quando percebemos, antes mesmo de eu conseguir dizer um olá já estávamos a correr porta fora com o namorado de uma dessas mulheres atrás de nós.

Sim! Talvez estas tenham sido as piores situações que eu já passei com o Isaac e que me obrigavam a questionar seriamente a mim mesmo como é que era possivel eu continuar amigo dele.

-És a primeira pessoa que me diz isso. - deixo escapar sem conseguir evitar e era a verdade, Lydia era a primeira pessoa que dizia aquelas mesmas verdades com tanta sinceridade no olhar.

Nem mesmo Scott que dissera que realmente lamentava tudo aquilo eu vira a sinceridade no seu olhar, eu lembro-me dele mais tarde no dia em que eu chegara a sua casa com um saco de ginástica cheio com a minha roupa e a dizer que Malia me tinha expulsado de casa Scott dissera que ele já tinha previsto que isso ia acontecer.

Não adicionara mais nada as suas palavras e eu também não fui capaz de lhe interrogar sobre o assunto, porque na verdade eu sabia aquilo que ele queria dizer com aquilo, a verdade é que eu sabia também aquilo.

Desde do inicio que eu sabia que Malia não era a mulher para mim.

-É lamentável quando um casamento termina... Afinal, quando duas pessoas decidem casar para além de ser uma escolha que essas duas pessoas tomam juntas também é porquê eles realmente acreditam no amor que sentem um pelo o outro e que acreditam que irá durar para sempre. - declara Lydia surpreendendo-me uma vez mais com aquelas palavras que pareciam delicadamente escolhidas para aquele mesmo momento, ela olhava-me pela primeira vez com um olhar sério e enquanto uma música eletrónica era mudada para uma música mais lenta que obrigava os casais colarem mais os seus corpos a ruiva acrescentou. -Os meus pais estão casados a 41 anos e é o casamento mais belo que eu já... Sobreviveu a todos os tipos de obstáculo e eles continuam apaixonados, esse é o tipo de amor que eu quero contar aos meus filhos. É o tipo de amor que eu quero viver um dia.

-Então tu queres casar? - a pergunta escapa da minha boca antes de eu puder evitar para logo de seguida sentir as minhas bochechas quentes como à muito tempo não acontecia talvez por eu ter feito aquela pergunta tão íntima para uma pessoa que acabara de conhecer ou até mesmo por causa do olhar intimidor que Lydia me dava naquele momento.

-Eu acredito no casamento! Acredito que o casamento é uma prova de Deus para duas pessoas que realmente se amam, mas eu só seria capaz de me casar se eu sentisse um amor parecido ou ainda maior aquele que os meus pais vivem todos os dias. - responde Lydia antes de virar-se para o empregado que passava naquele momento por nós e agarrando no braço que eu não tinha reparado que estava cheio de tatuagens chama a sua atenção para nós. -É mais duas iguais!

Arrisquei a olhar em meu redor vendo os corpos de alguns menores a balançarem na pista de dança ou até mesmo a esfregarem-se como eu sabia que a minha avó diria, a música que tocava era até alegre mas mesmo assim não era a música que me faria ir para a pista de dança.

-Então eu posso dar-te boleia. - a voz de Lydia atrai a minha atenção percebendo que as bebidas já tinham sido servidas e que agora a ruiva mordia o canudo que expunha-se no corpo.

-A sério? Não te importas? - sou capaz de perguntar sentindo que a Lydia estava a fazer aquilo mais por obrigação, talvez por sentir-se culpada por a sua irmã não ter conseguido escapar a Isaac.

O que ela não sabia é que ninguém escapava a Isaac!

-Claro que não, ficaria feliz por fazer algo útil hoje. - declara Lydia encolhendo os ombros mordendo novamente o canudo da palhinha ali. -Só precisas de me dar a tua morada.

O sorriso que eu tinha conseguido abrir durante toda aquela conversa voltou a desaparecer ao perceber que uma vez mais estava encrencado por não ter nenhum lugar onde pudesse ficar por aquela noite.

-A Malia, a minha ex-mulher, ficou com o apartamento e o Isaac disponibilizou o seu para eu ficar o tempo que eu quisesse, mas acho que hoje esse convite não está aberto. - desabafo antes de pegar na minha bebida e ignorando a palhinha ali exposta bebo o líquido de uma só vez matando a sede que eu nem tinha percebido que tinha.

-Não tens mais nenhuma pessoa?

-O Scott está com o problema com a filha sobra só o Derek e pelos que conheço a próxima vez que ele me ver a de querer quebrar a minha cara por eu ter partido o coração da sua prima. - afirmo tendo a plena consciência que todos aqueles nomes eram desconhecidos para Lydia, mas mesmo assim não consegui evitar de os falar.

-Podes ficar lá em casa. - fala de repente a ruiva depois de alguns segundos em silencio, encolhendo os ombros como se aquilo não fosse nada de especial.

Encarei-a não conseguindo evitar questionar-me mentalmente se ela tinha alguns distúrbios mentais, normalmente uma pessoa que nós acabamos de conhecer a menos de uma hora não nos oferece um quarto na sua casa especialmente quando ainda nos sentimentos desconhecidos.

-O quê? - deixo escapar antes mesmo de pensar duas vezes.

-Podes ficar no apartamento da Allison, eu vou estar sozinha hoje e pelo que percebi tu não tens nenhum sitio para ficar por isso... Vê isto como uma troca de favores: tu ficas lá em casa e consequentemente fazes-me companhia. - esclarece Lydia com aquele sorriso torto que ela me dera no inicio de toda aquela conversa, era um sorriso belo e que lhe conjugava bem por causa dos seus olhos extremamente brilhantes que pareciam querer mostrar alguma mensagem.

-Eu... Eu não sei... - consigo dizer ainda sentindo-me inseguro com tudo aquilo, era uma medo idiota e ao mesmo tempo inteligente afinal mesmo que a Lydia já fosse de maior eu ainda não a conhecia tão bem ao ponto de ter confiança para dormir na sua casa ou como ela disse o apartamento da irmã.

-Eu realmente não me importo e se estiveres com medo eu posso garantir-te que eu não sou nenhuma serial killer que te está a tentar atrair para te matar. - declara Lydia agora com um sorriso malicioso nos lábios antes de bebericar um pouco da sua bebida que desaparecia depressa demais.

-Agora estou a pensar nisso. - murmuro numa tentativa de não ser ouvido pela ruiva, mas acho que a mesma era boa a ler lábios pois logo de seguida ouço a sua gargalhada por cima de toda aquela música, não conseguindo evitar sorrir em resposta aquilo entro naquela pequena brincadeira. -Mas eu posso ser isso, não me conheces de todo.

-A primeira coisa que nós aprendemos em medicina é os variados comportamentos têm, todos incluindo serial killers para pudermos distingui-los dos nossos pacientes. Acredita quando digo que o teu perfil não se enquadra no de um assassino, de longe se parece com um. - revela Lydia surpreendendo-me uma vez mais naquela noite, a confiança com a qual ela falara aquelas palavras fizera-me sentir que ela me tinha estado analisar com um cuidado que eu nem tinha percebido.

Abria a boca tentando dizer alguma coisa em minha defesa, talvez querendo prolongar aquela brincadeira onde eu estava a surpreender-me cada vez mais, quando a Lydia se vira para o balcão e bebe de seguida o resto do álcool que estava dentro do seu copo para logo de seguida virar-se para mim com um sorriso nos seus lábios, um sorriso que eu não conseguia perceber que tipo seria.

-Então? Dormes lá por casa ou terei que te drogar? - a forma como a pergunta é feita faz-me rir deixando a cabeça cair para trás enquanto fechava os olhos para as luzes azuis que agora incidiam na nossa direção não me cegassem.

-Eu vou aceitar a generosidade. - respondo finalmente quando olho novamente para Lydia que parecia ansiosa à espera da minha resposta.

-Ótimo! Tenho a certeza que nós vamos divertir ainda muito esta noite. - ouço a ruiva a dizer fazendo-me ficar confuso, será que era para eu ter reparado no tom malicioso que ela tinha usado ali ou será que eu estava apenas a imaginar coisas?

***

LEIAM AS NOTAS FINAIS!!!!!


Notas Finais


Que acharam do primeiro capitulo???? Este foi apenas o inicio, o primeiro contacto entre a Lydia e o Stiles conhecendo tanto um como o outro... Acho que dá para perceber que Stiles ficou bem afetado com a Lydia e esta generosidade toda da Lydia???? Será que isto tem algo mais por trás???
E este Isaac??? Eu quis que ele fosse bastante diferente do Isaac da série original e Allison também será bem diferente começando pela sua aparência que ela normalmente tem durante os outros dias que será revelada quando a Lydia e o Stiles chegarem ao apartamento que a ruiva divide agora com a irmã.
Prontos para aquilo que está para vir...
Por favor, comentem. Digam o que acham e aquilo que estão a espera que aconteça com estes dois porque isso vai-me dar mais forças para continuar.
Kiss, bea
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