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História Side to Side (EM PAUSA) - Eight


Escrita por: poetyeeun

Notas do Autor


Hallo!
Peço perdão pela IMENSA demora, mas acabei tendo contra tempos, e me desliguei completamente de StS, mesmo que sem intenção. No entanto, aqui estou com mais um capítulo. Mas, antes, quero agradecer pelos comentários e favoritos. Tudo isso é importante para mim, e ver como a história está sendo bem aceita me motiva a cada dia.
Espero, de coração, que gostem. Boa leitura. MWAH!

→ Capítulo sem uma revisão mais profunda, perdoem-me se tiver erros.

Capítulo 8 - Eight


Fanfic / Fanfiction Side to Side (EM PAUSA) - Eight

Assisto Justin forrar o chão ao lado de fora da cabana com uma manta escura. Um pouco mais a frente, tinha alguns gravetos finos e troncos grossos de árvores que ele encontrou em sua caminhada pela mata. Ficamos um longo tempo olhando um para o outro, sem sabermos o que dizer. Comemos em silêncio. Sentamo-nos no pequeno banco ao lado direito da casa em silêncio. E jogamos pequenas pedras dentre as árvores, também, em silêncio.

Passamos algum tempo dentro da cabana. Era pequena, escura, e não tinha mais que teias de aranha pelas paredes envelhecidas, uma pequena cama que não tinha um colchão, e uma cadeira de balanço ao lado do que se parecia com uma janela, mas estava coberta por vários pedaços de madeira. Eu não conseguia imaginar que ele pudesse passar noites dentro de um lugar como aquele, mas ao menos era seu. Ele tinha um lugar para recorrer quando perdesse tudo. Ou para se ausentar de tudo. 

Não nos beijamos mais assim que partimos o primeiro e último beijo do dia. Ao menos algo bom aconteceu, eu não desmaiei. Estive extremamente consciente ao sentir o toque de seu lábio contra o meu. Seus movimentos eram famintos, e não havia suavidade em seu beijo. As mãos que seguraram meu rosto por todo o tempo que passou a correr, vagarosamente, entre nós, marcaram minha pele por toda força usada para não me deixar partir. E meus dedos nunca deixaram seus braços, pois eram o meu sustento e estabilidade.

Ainda podia senti-lo.

— Acho que isso irá nos aquecer por um tempo. – Justin diz, e afasta-se do fogo eu começava a queimar as folhas secas que jogou sobre os galhos. — Sente-se.

Olho para a manta, e caminho até ela. Sento-me e cruzo minhas pernas, estando bem ao seu lado. O sol estava prestes a se por, tínhamos a vista quase que perfeita dele entrando atrás de algumas montanhas rochosas mais a frente, um pouco ao fundo da mata. O lugar era calmo, tanto que mal vimos o tempo passar. Acomodei-me a estar com ele, sem dizer nenhuma palavra, lutando contra a curiosidade que me empurrava para lhe fazer as mais diretas perguntas.

— Pare de pensar tanto. – murmura, jogando no fogo mais algumas folhas secas, apanhadas por um punhado. — Consigo ouvir seus neurônios explodindo aos poucos.

— Não estou pensando. – eu minto. — Só estou preocupada que notem a nossa falta no Centro.

— Não irão. Quero dizer, talvez notem a sua ausência, mas não a minha. – ele olha para frente, e os raios solares meio alaranjados que reluzem em seu rosto, faz-me mordiscar o lábio inferior, contendo um suspiro. Ele era assustadoramente bonito demais, sem fazer esforço algum. — Creio que se eu desaparecesse, seria um grande sossego a boa parte daqueles merdinhas.

— Porque diz isso?

Por cima de seu ombro esquerdo, olha-me e sorri de escárnio.

— Não sou tolo, Rylee. Ouço o que aquelas pessoas dizem, sinto seus olhares, e com certeza, sei que se não prestasse atenção em meu caminho, já teria sido empurrado em um buraco fundo. – balança a cabeça, e parece reprovar minha expressão de espanto. — É a verdade. Estou acostumado.

— Não devia. Se essas pessoas pensam que você fez algo ruim, e o odeiam por isso... Talvez, devesse impor a elas respeito e espaço. – isso faz seu sorriso aumentar, em pura diversão. — O que foi?

— Acho que aquela comida enlatada não lhe fez bem. – segura um graveto e estende-o para frente, cutucando as folhas escuras, completamente queimadas. — Eu não preciso que me respeitem, apenas que se mantenham longe do meu caminho. Isso é tudo.

Umedeço os lábios.

Olho para o fogo.

Fogo.

Eu não gostava disso. Rapidamente, foco meu olhar na moto de Justin que tinha o pedal abaixado, sustentando-a próxima a algumas pedras escuras.

— Fale-me sobre você. – ele solta, após alguns minutos em silêncio. — Sei apenas o seu nome. E pelo que um passarinho me contou, você andou bisbilhotando sobre mim. Precisamos ficar quites.

— Você sabe sobre mim o mesmo que sei sobre você. – evito olhá-lo, mas o sentia me fitando.

— Não sei a sua história.

Eu não podia deixá-lo entrar.

Mesmo que, todos os dias, cobrisse minhas feridas, elas ainda eram fáceis de encontrar, pois estavam abertas, queimando sob minha pele, tornando-me um alvo para pessoas maldosas. Se qualquer pessoa encontrasse a menor delas, não levaria muito tempo para encontrar as outras, até chegar na que atormenta-me e me causa pesadelos. Os mais sombrios deles.

O fato é que Justin conheceu algumas das minhas cicatrizes, e isso deu a ele uma vantagem nunca entregue a outra pessoa antes. Talvez ele não saiba, ou não queira aprofundar-se nelas, o que devia ser um alivio para mim, mas não posso permitir. Estar próxima a ele, é perigoso. Deixá-lo me tocar, é como seguir por um caminho desconhecido, e nunca gostei de andar no escuro. Sempre estive no controle, preciso manter-me ligada a isso. Não posso permitir que ele se conecte com a minha fragilidade.

Ele não pode.

Eu não posso.

— Ela é muito feia para ser espalhada. – digo e mexo meus ombros, sentindo um estranho desconforto em meu corpo, de repente.

— Pode não parecer, mas sempre me interessei pelo que parece bizarro. – diz despreocupado. — E acredito que toda história, por mais assustadora que seja, tem algo bonito.

— A sua história tem algo bonito? – olho-o.

É automático. Nossos olhos sustentam-se por uma linha invisível, que não nos deixa quebrá-la.

— Como eu disse, costumo admirar o que a outros olhos parece assustador. – ele olha para frente, e com um graveto, joga para cima algumas folhas secas e escurecidas. — Vê essas folhas? Elas estão queimadas, feias, e sem mais motivos para se misturarem a folhas verdes ou que ainda estão no alto das mais diversas árvores. Quando essa fogueira apagar, provavelmente, elas irão desintegrar e se perder em meio a poeira, enquanto as outras folhas continuarão verdes, caindo e dando lugar a outras. – ele para seus movimentos. — Dessa maneira são as coisas em nossas vidas, começam bonitas e terminam feias, dando lugar a outras coisas. Então, sim, eu já tive coisas bonitas em minha vida. Mas, não, elas não permaneceram aqui, e as feias soterraram cada uma delas.

Abaixo minha cabeça.

Eu acho que já tive coisas bonitas, também. Era apenas estranho eu não conseguir me lembrar da última vez que me deparei com algo bonito, que me fez sorrir, e acreditar que coisas feias iriam parar de me atormentar e assustar.

 — Ainda não vivenciei esse lado bonito da vida. Não tenho o que lhe contar. – dou de ombros.

— Talvez você apenas não tenha enxergado a verdadeira beleza. – ele diz baixo, mas ouço-o bem, só não consigo compreender. — O sol irá se pôr agora.

Ergo minha cabeça, e deparo-me com o exato instante em que o sol passava a se pôr, em um horizonte distante, se escondendo atrás de montanhas grandes, e também distantes. Mas, ainda assim, era bonito para se olhar. Borboletas voando em um céu bem iluminado, era bonito. Um pássaro nascer de um ovo pequeno, era bonito. Um céu estrelado, livre de nuvens escuras, era bonito. Um pequeno botão de rosa se abrindo, era bonito. Coisas como essa eram bonitas. Cicatrizes deixadas em uma vida assombrada pelo passado, medos e escuridão, não era bonito. Estava longe de ser.

E um coração que nunca sentiu um motivo para acelerar que não fosse pela adrenalina incessante do temor de acordar no dia seguinte e voltar a encarar os monstros do mundo real, não era bonito. Era feio, fraco, quebrado. Apenas batia, e bombeava sangue ao meu corpo.

Fecho os olhos por um momento, e sinto a brisa fresca me acolher. Sempre que eu chegava do colégio, gostava de me sentar no telhado de casa. Era trabalhoso conseguir chegar tão alto, pois me esgueirava como um pequeno inseto até conseguir colocar todo meu corpo em segurança no alto. Gostava de sentar, e ficar ali até o sol entrar para trás das montanhas. Os poucos vizinhos que tínhamos, nunca notavam-me no topo, e eu sempre observava o que faziam. Por muitas vezes, vi o senhor Anderson gritar com sua esposa por motivos pequenos, e quando ela saia para seus plantões de enfermeira do hospital da cidade, ele entrava na casa de Annabel, a filha do meio da família Jonas. Eu nunca contava o que via, mas meu estômago revirava sempre que ele se desculpava com sua esposa na tarde seguinte, dando-lhe flores que pegava do jardim da senhora Geraldine.

De certo modo, sentir a brisa fresca de um dia começando a dar lugar a noite, estrelas e lua, eram a única coisa que me fazia sentir livre. Estar na garupa da moto de Justin também me causava a mesma sensação, e eu não sabia o motivo, mas eu tinha mais medo de estar atrás de seu corpo que tentando subir um lugar alto.

— Você quer passar a noite aqui? – sua voz faz com que meus olhos se abram depressa. — Podemos voltar pela manhã.

— Não acho que isso seja seguro. Living poderá dar com a língua nos dentes. – digo rapidamente.

— Aquela cabeça cor de rosa parece funcionar de maneira diferente. – ele resmunga.

— Living é boa, apenas um pouco... – vasculho minha mente por algum adjetivo que pudesse descrevê-la. — Intensa demais.

— Intensa. – Justin ri. — Uma bela maneira de descrever alguém com a língua frouxa e banhada em rosa.

Silencio-me.

Living era diferente, não poderia negar, mas era inofensiva.

Olho para o garoto que encarava o horizonte, agora vazio. O sol tinha se escondido, e aquela grande bola alaranjada já não contrastava mais no céu levemente rosado. Ele parecia diferente dos outros dias que tínhamos nos encontrado. A sua escuridão ainda estava presente, e a tensão de sua postura nunca o deixara. Mas, algo estava diferente. Eu me sentia diferente. Depois da noite passada, algo parecia ter nos mudado. Talvez, aquele momento que ainda insistia em se arrastar em pequenos fragmentos por minha mente, ligou-nos em algo perigoso e confuso.

— Quem era aquele homem que nos encontrou na beira da estrada? – pergunto. — Ele é mesmo o seu irmão?

Justin olha-me por cima do ombro esquerdo, mas sinto como se ele não olhasse, realmente, para mim.

— É complicado. – balbucia. — Se pudesse evitar que tivesse o visto, teria feito.

— Por quê?

— Uma coisa que você precisa entender, Rylee, é que a parte feia da minha vida, não é apenas a parte que eu escondo quando caminho pela C.C.Y. – engulo em seco. — Eu tenho uma vida aqui fora, e ela é tão assustadora quanto um animal viscoso é para alguém que possui fobias. Se algum dia você se deparar com qualquer pedaço dessa parte da minha vida, desvie do caminho, atravesse a rua, grite por socorro... Apenas não olhe nos olhos. Não pergunte. Não confie.

— Porque, Justin? – minha respiração já não estava mais regular. — Eu acho que devo saber o motivo de você querer que eu fique longe do seu passado, mas ainda quer que eu fique perto de você. Isso é muito confuso para mim.

— Porque há coisas que você não precisa saber. – ele balança sua cabeça. — Não irei pedir que confie em mim, porque isso não é algo que se deva pedir a alguém, mas... Não tente entrar nisso.

Eu queria, mais uma vez, perguntar o motivo de que ele me queria ao seu lado, mas longe de parte da sua vida.

— Não pergunte sobre mim se não quer que eu saiba sobre você. – disparo, um pouco enraivecida por sua atitude vaga.

— Justo. – ele sorri sem mostrar os dentes. — Mas eu ainda quero lhe mostrar algo, um dia.

Aperto a manta com minhas mãos.

— Todas as vezes que saímos juntos, algo parece dar errado.

— Talvez nós sejamos errados. – ele graceja, e gira seu corpo, até que ficasse parcialmente virado para mim, a pouco de estar muito próximo. — Eu a quero por perto, Rylee, mesmo sabendo que não devia tê-la ao meu lado.

Justin ergue uma de suas mãos, e toca uma mecha grossa do meu cabelo, afastando-a para trás, junto a mais alguns fios.

—  Você sempre irá fugir das minhas perguntas? – balbucio baixo, perdendo-me em seu toque casto, mas enlouquecedor.

— Sempre que eu puder. – ele se inclina para frente, e roça a ponta de seu nariz no meu. — Quanto menos souber sobre mim, mais tempo terei com você.

Ele me beija.

Cada beijo me deixava atordoada. Sua língua não tardava a procurar meios de encostar-se contra a minha, sendo o estopim para que o beijo aprofundasse e tornasse estranhamente quente. Sentia-me vivida, mas tão inexperiente. Meus lábios nunca encontraram os de alguém antes, e até a noite passada, não conseguia imaginar como era ser beijada, desejada.

As mãos quentes de Justin prenderam o meu rosto, e as minhas circularam seus pulsos. Eu conseguia sentir seu sangue drenar em suas veias, tão rápido quanto os raios alarmantes que se alastravam por minha espinha e causavam-me tremor. Eram toques brutos, mas distantes do meu entendimento. Sabia apenas que era lascivo, e se ele sentia o mesmo que eu, tinha absoluta certeza que poderíamos perder a cabeça em pouco tempo.

Eu queria chorar. Sentir o sabor de menta e vestígios de cigarro que residiam os lábios macios dele, me davam também um pouco do que havia dentro dele. Era como se durante o beijo, sentisse sua dor, do mesmo modo que ele sentia a minha. Precisávamos de um pausa para respirar, um momento para que olhássemos e pensássemos no que acabamos de fazer, a linha que cruzamos sem pensar no amanhã. Mas, ao mesmo tempo, queríamos nos agarrar nesta maneira pouco convicta de arrancar para fora a dor do outro. Queríamos sugar as coisas ruins para nós mesmos. Queríamos continuar sendo autodestrutivos, fazendo algo intenso e bom.

Mas não éramos bons.

Éramos intensos, talvez.

Intensamente destrutivos.

— É melhor eu levá-la de volta. – ele diz ao separar-se dos meus lábios. Não abro os olhos, de imediato.

— Não podemos ficar mais um pouco? – questiono, sentindo seu polegar direito contornar o meu maxilar do mesmo lado.

Ele parece sorrir, mas não tenho certeza. Meu coração parecia estar batendo tão forte, e tão alto que estava me deixando dispersa a qualquer coisa que acontecesse enquanto ele não se colocasse em uma distância de alguns metros.

— Beijar-me está lhe deixando um pouco insana, White. – ele brinca e encosta seus lábios nos meus, e move-os, sem o menor indicio de que voltaria a me beijar. — Está mesmo querendo correr riscos?

— Serão só mais alguns minutos. – abro meus olhos. — Está querendo se livrar de mim?

Um sorriso de escárnio surge em seus lábios vermelhos e inchados.

— Acho que se isso acontecer um dia, você poderá dar um forte chute em meu traseiro. – murmura e volta a me beijar.

Estava começando a ponderar a ideia de pedi-lo para avisar quando fosse me silenciar com beijos, pois sempre me surpreendia com sua ação. Talvez apenas pensasse ser impossível ser desejada e cobiçada a algo que não exigisse lágrimas e gritos assustados meus.

Uma das mãos de Justin escorrega pelo meu rosto, e cai ao me lado. Logo sinto cinco dedos pressionarem um lado da minha cintura, apertando-o conforme as nossas línguas se embalavam em mesma sintonia. Um gemido involuntário deixa minha garganta de forma que desaparece conforme os lábios esfomeados preenchem os meus.

Um formigamento passa a me incomodar. Ele se arrastou dos meus lábios e foi até meus dedos do pé, mas voltou e se instalou em um único ponto que não devia estar latejando. Não era certo, eu sabia. Não consigo pensar muito sobre a nova sensação em meu corpo, deixando-me desconfortável ao mesmo tempo em que me mexo, e acabo me colocando de joelhos, e Justin faz o mesmo, tento total acesso a minha cintura e uma postura menos bloqueada a toques. E com a liberdade, ele aproveita e aperta-me mais, conseguindo colar nossos corpos, assim como nossas bocas estavam se fundindo em um beijo cada vez mais explorador.

Não fora doloroso como o dia em que um homem colocou suas mãos imundas sobre mim. Eu ainda me lembrava de como foi ter suas mãos imundas serpenteando meu corpo. Minhas roupas voaram longe, tornando-se pequenos retalhos em poucos segundos. Meus gritos ecoavam por todo o ambiente abafado que cheirava a puro álcool e mofo. E o seu peso contra meus peitos não me deixavam respirar. As lágrimas me faziam engasgar, e minha cabeça balançava freneticamente apenas para evitar que ele me beijasse. A todo custo, implorava para que ele não conseguisse continuar. Clamava pelo nome dos meus pais, em pensamento, para que ele não me quebrasse.

Era como se ainda conseguisse sentir seu cheiro forte, o seu suor pingando em meu rosto, seus beijos pela pele exposta do meu pescoço, minha clavícula e meus seios. Era como se ouvisse as palavras sujas e nomeações inescrupulosas que sussurrava em meu ouvido esquerdo. Era como se aquele dia ainda não tivesse sido apagado da minha mente. Era como se eu nunca fosse ter paz.

Era como se ele ainda estivesse tentando me destruir.

— Não! Não! Não me toque! – uno minhas mãos tremulas contra um peitoral forte e largo. — Por favor...

Minha respiração estava ofegante. Eu estava chorando.

Era o meu pesadelo real.

Sabia que depois do ocorrido, nunca mais poderia fechar os olhos, nem mesmo que fosse por um ato humano. Ele sempre estaria presente, como prometeu.

— Rylee... – eu conseguia ouvir a sua voz chamando por meu nome, da mesma maneira que ele me chamava quando chegava em casa. — Eu não irei te machucar.

Ele ia me machucar.

Era seu maior prazer.

— Não... – balanço minha cabeça. — Não deixe que ele se aproxime de mim. – sussurro, baixinho.

Eu queria conseguir respirar.

Eu queria conseguir pensar.

— Sou eu... Justin. Eu não irei te machucar. – sinto um par de mãos em meus braços.

— Não! – eu grito, a plenos pulmões.

Era um grito de socorro. O mesmo grito que dei, mas ninguém me ouviu.

Ninguém nunca me ouviria.  

— Olhe para mim! Caramba, olhe só para mim. Veja... – uma mão firme me força a erguer o meu rosto, mas meus olhos estavam turvos, tão escurecidos.  — Olhe em meus olhos, Rylee. Sou apenas eu, e não irei feri-la.

Meu corpo enrijece.

Não era ele.

Era Justin.

Ele não me machucaria, porque não era ele.

— Consegue me ouvir? – eu assinto, ou acho que o faço. — Respire fundo, e não deixe de olhar para mim. Precisa ver que não irei te machucar, tudo bem?

Meu corpo estava convulsionando. Soluços e lágrimas não cessavam. Minhas mãos trêmulas não paravam. Meu peito subia e descia em falhas tentativas de conseguir respirar.

Meus olhos estavam presos nos olhos amendoados de Justin que não desviavam dos meus.

Ele estava vendo um pedaço do meu lado feio


Notas Finais




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