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História Sign Of The Times - Tomarry. - A Mamba Negra.


Escrita por: xx_lcy

Capítulo 13 - A Mamba Negra.


Hadrian estava entediado.

Ele agora começava a se questionar se provocar Riddle na sala do diretor fora uma boa ideia. Querendo ou não, Hadrian sentia falta de perturbar o irritante rei da Sonserina, sentia falta das provocações deles nas salas de aulas, sentia falta até mesmo dos beijos do outro, mesmo que, a esta altura, só tivessem trocado três.

O primeiro sendo o mais prazeroso, sendo seguido por uma noite de amassos na cama de Hadrian. O segundo, sendo aquele deles em Hogsmeade, no beco. Antes de estarem no beco, Tom o beijara nas ruas de Hogsmeade também, mas ele não considerou isto como sendo beijo, e sim um selar.

E ainda havia o último deles, Harry pensou, rolando na cama. Na primeira semana de detenção, no terceiro dia, exatamente.

Hadrian acabava de sair de sua aula de Trato das Criaturas Mágicas, quando viu o momento que Tom estava saindo da biblioteca, vindo em sua direção. Estavam sozinhos em um corredor, quando o diretor claramente tinha dito que não era para eles ficarem sozinhos.

Não fora proposital, é claro. Harry não fazia ideia que Riddle tinha um tempo livre, sequer tinha a noção que o outro estaria na biblioteca, justamente para onde Peverell seguiria em busca de livros para suas pesquisas.

Riddle passaria direto por ele, é claro, Harry via aquilo no rosto altivo de Tom desviando-se dele. Em um ato impensado e desesperado por uma reação, uma atitude do mais velho, por qualquer coisa, Hadrian ergueu a sobrancelha para ele, em um claro deboche com a sua cara.

Em um segundo, mais rápido do que Hadrian poderia prever, as mãos de Tom estavam presas em seu colarinho, o prendendo na parede, a alguns centímetros do chão, olhos em fúria para as esmeraldas debochadas. Harry não conseguiu conter seu sorriso por muito tempo, e isso pareceu irritar ainda mais o Riddle.

— Eu odeio você! — Riddle rosnou, irritado.

— Não, você não odeia. — Hadrian tinha dito, tão suave como uma brisa de verão.

E suas bocas estavam presas em um beijo quente e saudoso. Riddle o puxou para seus braços, praticamente o puxando para seu colo, enquanto Hadrian abraçou-o pelos ombros, arranhando suas costas sem qualquer cuidado, puxando-o para si com força, como se quisesse matar sua saudade fundindo seus corpos.

Por algum motivo, aquele beijo pareceu diferente para Harry. Ele sentiu isso. Parecia mais gostoso aos seus lábios, parecia mais prazeroso, e, acima de tudo, ele não queria que acabasse.

Então o sinal de fim de aulas interrompeu o amasso cheio de saudades, e Tom tinha se afastado dele com aquela pose altiva de sempre, a compostura impecável, tão bonito quanto um deus grego. O coração de Harry estava acelerado, e alguma coisa dentro dele derreteu-se mais e mais olhando para o rosto de Tom, decidido que ele adoraria passar o resto de seus dias olhando para aquela mesma expressão sem se cansar jamais.

Tom abaixou-se novamente na direção da boca dele, e o cobriu de novos beijos e selares, sem querer realmente deixá-lo ir. Hadrian arfava, mas Tom não se afastou, continuou a deixar selares após selares em seus lábios.

O sorriso de Hadrian não o enganava, ele estava gostando e muito de não respirar, preferia estar com sua boca colada na boca do veterano.

Então Walburga apareceu. Inicialmente, parecia que ia desmaiar, depois começou a rir igual uma idiota, gritando no meio do corredor um monte de "eu sabia".

Após Tom ameaçá-la sutilmente com línguas arrancadas, a menina ficou quieta, e o monitor olhou para os olhos esmeraldinos abaixo dele. Harry o olhou de volta.

Tão belo e tão perfeito.

— Isso não aconteceu — Riddle disse, fingindo estar furioso com ele. Apontou o dedo para ele, e disse: — No momento, eu não gosto de você, Hebi!

— Eu amo você — Hadrian disse, tombando a cabeça adoravelmente para o lado.

Hadrian só não tinha noção sobre o futuro peso daquelas palavras para si mesmo.

(☯)

Era o quarto dia de detenção da segunda, e última, semana. Cumprindo o que fora dito por Dippet, Horace mantinha a distância entre seus dois Sonserinos: um organizando os armários e o outro a sala. Sem magia.

Todos tinham ficado surpresos com a decisão de Dippet, geralmente sempre complacente e gentil, desta vez sendo severo e bravo. Os alunos começaram a notar, então, a seriedade por trás da briga que parecia tão divertida, e agora as fofocas não tinham mais o mesmo sabor. Era amargo, principalmente quando souberam que, possivelmente, os dois verdadeiramente se odiavam.

Os alunos não eram tolos. Riddle e Peverell não eram alunos fofos e fracos, ambos eram escuros como o breu, maldosos e implacáveis em seus jeitos de ser. Para a fúria deles ser virada contra alvos novos era bem simples.

Hadrian tinha seu primeiro teste de Quadribol no dia posterior, e vinha ignorando deliberadamente as cartas repletas de broncas vindas de Hermione e Oliver. De repente, ele só estava desanimado com qualquer coisa, e aqueles estudos excessivamente atrasados de Hogwarts o estavam deixando impossivelmente entediado e irritado.

Na realidade, ele tinha a perfeita noção que estava tentando enganar a si mesmo. Seu tédio não era em relação a Hogwarts, e sim com sua situação perante Tom Riddle, que não olhara mais em sua cara desde aquele corredor, certamente decidido que já tinha problemas o suficiente, para desrespeitar as regras tão deliberadamente novamente.

Quando terminou seus afazeres, ao terminar de limpar os caldeirões, Riddle e ele tentaram sair da sala ao mesmo tempo, ocasionando em um faiscar de magias repleto de repulsa, que explodira imediatamente os vidros das janelas ao longo do corredor.

Pela terceira vez consecutiva.

Horace estava surtando.

Os dois seguiram em direção às masmorras com o professor no encalço deles, afastados um do outro máximo que as paredes permitiam. A vontade mútua de se assassinarem era evidente.

Ao chegarem na Comunal, Slughorn entrou junto para dar alguns avisos breves sobre a temporada de Quadribol se aproximando, além de lembrar aos sonserinos para sempre estarem se esforçando.

Causando um ataque cardíaco a todos, Hadrian se aproximou do grupo de Riddle logo que o professor saiu. Seu olhar caiu para Avery, e ele disse, sem rodeios:

— Podemos conversar um instante, Avery?

O garoto olhou desdenhoso para o Peverell desde o primeiro momento, mudando de expressão logo que o ouviu para um sorriso pequeno. Ao saírem para fora da Comunal, Harry podia ouvir a fofoca começando.

— Eu queria pedir desculpas, fui rude com você desde o começo — Hadrian disse, breve mas sinceramente.

O sorriso brilhante do Avery quase o cegou.

— Eu fico muito feliz que você tenha mudado de ideia a meu respeito, Peverell. Eu realmente não desejaria atritos a alguém como você.

Hadrian cantarolou, pensativo.

— Então é verdade? O que dizem.

— O quê? — Perguntou o loiro, confuso.

— Que você está tentando constantemente me agradar.

— Oh, isso — Aiden riu, sem jeito. — Meio que sim.

— Me agrade assim. — Sussurrou, sedutor, antes de puxar o Avery para si pela gravata, o beijando nos lábios como pensou em fazer desde que ouviu as teorias.

O frustrou, quando ele não sentiu o fogo de quando Riddle beijava sua boca.

(☯)

Era quarta feira, a Sonserina estava no último tempo antes de ir para o almoço – Defesa Contra as Artes das Trevas. Galateia Merrythought entrou na sala com um sorrisinho, e se colocou na parte mais alta da sala.

— Bom dia, classe! — Saudou a Ravenclaw e a Slytherin. — Alguém sabe me dizer o quê, exatamente, é capaz de afastar um dementador? — Ela perguntou, movendo as mãos para as cortinas descerem, escurecendo a sala.

As mãos de Riddle e Peverell já estavam levantadas, um em cada extremidade da sala. Além dos dois, haviam alguns corvinos, mas nenhum sonserino, afinal o senso de sobrevivência deles era maior que seus impulsos sabe-tudo.

— Senhor Peverell? — Perguntou ela, decidida.

— O feitiço do Patrono, professora. — Respondeu, a voz calma. — É um feitiço complexo, que exige bastante concentração e disposição. Basicamente, você precisaria mentalizar um momento muito feliz, se concentrar naquele momento, e expurgar para fora de si em forma de um patrono que irá adquirir uma forma de animal.

— Muito bem, excelente, Hadrian! 15 pontos para a Sonserina. — A mulher sorriu brevemente, repuxando algumas cicatrizes no rosto. — Quem aqui sabe fazer um Patrono corpóreo, completo?

Poucas mãos foram levantadas, e desta vez Riddle não competiu contra Hadrian. A professora começou a chamar cada um dos que tinham levantado a mão para cima, e o Peverell ficou olhando cada forma branca correndo livremente pela sala.

Então ela o chamou, e Aiden sentado ao seu lado apertou seu braço em apoio. Ele se levantou, com suas vestes alinhadas esvoaçando atrás de si, e subiu no palco, ao lado da mulher. Ele fechou os olhos, e mentalizou.

Desta vez, Draco e ele estavam no primeiro mês cuidando do bebê deles. Eles riam a cada nova descoberta, além de estarem constantemente se abraçando, como se fossem incapazes de estarem afastados. Hadrian suspirou audivelmente, saudades em cada poro seu.

— Expecto Patronum — Sussurrou, mas todos puderam ouvir. Ele congelou.

Seu patrono, antes um imponente dragão, agora era um corvo. Ele praticamente sentia a Morte rindo em seu ouvido agora. Um corvo maior que a média, sobrevoando toda a sala, e sua expressão congelada fez a professora pigarrear, antes de perguntar:

— Seu patrono possuía outra forma, senhor Peverell?

— Possuía — Ele disse, azedo. Com um gesto de varinha, o corvo sumiu lentamente. — Era um dragão chinês.

— A forma de nosso patrono condiz com nosso interior, reflete nossos desejos mais profundos, ouso dizer. — Ela disse.

— Corvus era o nome de um amigo. — Ele disse, ainda tenso, embora todos soubessem da história agora. — O dragão era a pessoa mais importante para mim, mas ela não vive mais.

Seus olhos foram inconscientemente para Tom, e o surpreendeu quando ele notou o monitor o observando com uma nota de tristeza nos olhos. Contudo, ao ser flagrado, Tom arqueou a sobrancelha, e desviou seus olhos orgulhosamente para Abraxas ao seu lado.

Por algum motivo, aquele breve momento em que Tom demonstrou algum tipo de sentimento, em respeito à própria dor de Harry, aqueceu intensamente o coração de Harry, e ele sentiu borboletas em seu estômago.

— Sinto muito, Hadrian. Sua performance com o Patrono foi simplesmente impecável, e o seu conhecimento a respeito disso é maravilhoso. — A professora disse, o tirando de seu torpor.

Ele assentiu, distraído, enquanto voltava para o seu lugar.

Por que seu patrono de repente tomara a forma de um corvo? DRACO era mais importante do que qualquer coisa, do que literalmente qualquer coisa. Reflete os desejos profundos, dissera a mulher. O que ele, Harry Potter, desejava?

Com um susto, ele mesmo se viu respondendo.

Ele não era mais Harry Potter, ele era Hadrian Peverell, e, em seu íntimo mais profundo, seu desejo era que Corvus fosse alguém melhor, com ideologias diferentes. Hadrian teria o perdoado, ele se conhecia bem mais agora, e ele sabia que se Corvus não fosse partidário de Grindelwald, jamais o mataria. Eles poderiam ter sido bons amigos.

No caminho para o Grande Salão, para almoçar, Jacob estava ao seu lado, conversando sobre o dever da última aula, quando Aiden o surpreendeu, ficando ao seu lado, bocejando distraidamente. Hadrian olhou para ele, divertido.

— O que foi? — O Avery perguntou, na defensiva.

— Não é nada — Hadrian sorriu. — Só não pensei que estaria perto de mim, considerando o seu rei.

— Huh, huh — Murmurou o loiro, ainda distraído. — Acho que ele parou de se importar com sua presença, de repente ele não fala mais de você.

— Isso é brilhante. — Harry disse, distraído. — Tenho um teste para o time de Quadribol, eles querem saber se alguns selecionados são boas escolhas.

— Eu sou do time — Avery agora estava mexendo em alguma coisa na sua mochila, caminhando um pouco torto. — Sou artilheiro. Eu assisti sua performance no outro dia, foi extraordinária, não sei como não o colocaram imediatamente no time.

— Padrões, eu acho. — Opinou o novato, e o garoto deu de ombros.

Na mesa da Sonserina, eles se dividiram. Jacob foi para os corvinos, enquanto Aiden seguia para o ninho de Tom Riddle, ainda mexendo na mochila.

Hadrian sentou na extremidade mais distante da mesa dos professores, e, retirando algumas cartas em branco da mochila, ele começou a escrever para os duendes, ao mesmo tempo que as cartas chegavam.

Caro Magnodum,

É fato que alguns duvidem arduamente do que, de fato, aconteceu com o incidente de Corvus, eu precisava de um álibi mais pessoal para defender minha inocência, e agora eu possuo um.

Durante a aula de DCAT, alguns foram chamados à frente para a realização do feitiço Patrono. Eu, esperando o dragão chinês, vi sair de minha varinha um corvo! Isso é extremamente urgente, é de meu desejo que isso chegue aos jornais búlgaros.

Posso contar com sua ilustre ajuda neste novo movimento?

Lamento a carta breve, assim como o possível incômodo.

Espero que estejam bem. Atenciosamente,

Hadrian Peverell.

Ele tocou a ponta da varinha na carta, e murmurou um encantamento de magia negra. A carta seria aberta somente com sangue, daquele ao qual a carta foi endereçado. Nos próximos minutos, ele fingiu que estava mais ocupado respondendo cartas dos dragões, mas na verdade, ele estava deliberadamente ignorando o almoço.

Novamente estava sem fome.

— Eles deviam gostar bastante de você. — A voz de Aiden disse, sentado à sua frente.

— Quem, exatamente?

— O pessoal de Durmstrang. Eles que escrevem para você, certo?

Hadrian sentiu vontade de rir, mas não pelo assunto. Aiden tinha interesse em ser aliado dele, isto era claro como cristal, assim como era claro que ele estivesse o espionando para Riddle, fingindo não se importar com as ordens.

— Sim, os alunos da Haus Feue. — Respondeu Hadrian, a voz irônica. — Eles eram bem fiéis, sabe. — Levantou o olhar. — Nunca vi nenhum deles ir contra um dragão por manipulações de terceiros, isso não é incrível?

Ele viu o garoto dar uma travada sutil, logo tentando voltar ao normal, mas Peverell riu.

— Eu sei o que está fazendo, apenas continue. Eu não me importo, — Voltou a escrever, dedicado. — mas quando descobrirem algo sobre mim, me contem também, vai ser realmente divertido.

Aiden continuava estático em sua frente, incerto sobre o que fazer. Após responder os amigos, abriu a carta de Hermione.

Caro Hadrian,

Hoje descobrimos que estamos indo para Hogwarts muito em breve. Infelizmente, a minha transferência vai ser permanente, e eu não poderia estar mais chateada, adoro Hogwarts, mas Ilvermorny passou a ser meu lar.

(Hadrian suspirou nesta parte, de repente era tão mais fácil apenas continuar em sua antiga escola)

Oliver está te mandando um olá, e lamenta não poder estar mandando carta. Estamos recebendo muitas pessoas aqui, no lugar onde estamos, afinal estamos em uma guerra violenta. Ele está tentando cuidar delas, mas quando formos para Hogwarts, terá de abandoná-las para ser curandeiro aí.

(Agora ele arrepiou, lamentando os feridos no campo de batalha ou vítimas da agressão de Gellert)

Sobre sua situação com Tom Riddle, eu espero que esteja tudo bem agora, e que você saiba o que está fazendo. E, bem, Hadrian, nós não podemos voltar para nenhuma escola ano que vem, você sabe, não é?

Nós temos que lutar, Hadrian, nós já participamos de uma guerra antes, precisamos ajudar!

De uma ansiosa e preocupada irmãzinha,

Hermione Shafiq.

Hadrian suspirou, nada surpreso ao levantar os olhos e não ver Aiden ali. Ele apenas tombou a cabeça para os dois lados, na intenção de estralar seus próprios ossos, e relaxar a tensão em seu pescoço. Respondendo à carta de Hermione, ele amarrou todas as outras nas garras de Remus.

No instante que se levantou, de uma vez, todo o Grande Salão prendeu a respiração, ao vê-lo esbarrar com força em Riddle, o suficiente para que ele cambaleasse um passo para trás com o impacto. Harry se xingou mentalmente por ser tão descuidado, se levantando de uma vez sem olhar para os lados.

— Sinto muito — Hadrian se viu dizendo, distraído. — Não foi minha intenção.

— Compreendo. — A voz de Riddle disse, antes de ele gesticular com a cabeça na direção das portas-duplas.

Hadrian não entendeu a implicação por trás disso, então apenas levantou uma sobrancelha.

Precisamos conversar. — Foi tudo que o maior falou. Foi um sussuro, sua voz saiu diferente aos ouvidos de Hadrian, mas ele não entendeu do que se tratava.

As pessoas mais próximas franziam a testa, claramente não entendendo o que o monitor dissera, e o mais baixo supôs que fosse devido a altura que ele falara. 

Como o Peverell não tinha nada a perder, o seguiu para fora, ignorando Dippet os olhando atentamente de seu lugar de diretor. A mente pervertida de Hadrian vagou, pensando em como era sensual os dois estarem saindo mais cedo, sozinhos, do Grande Salão, quando todos estavam lá dentro.

Ele reprimiu uma risadinha, mas notou que Riddle tinha colocado os olhos nele ao ouvir um barulho. O mais alto não disse nada, apenas continuou a caminhar em uma direção em específico, não demonstrando nenhuma reação além de um breve levantar de sobrancelha.

O sorriso de Hadrian morreu, quando ele notou para onde estavam indo. Antes, portanto, que ele fosse embora, Riddle se voltou para ele, o agarrando pelo pulso, ao vê-lo parado, e o puxou para dentro do banheiro feminino. A porta foi trancada com magia, e Tom estava no caminho para ela.

Hadrian estava hiperventilando agora, então olhou para o outro, nervoso. Os olhos âmbar dele pareciam mais escuros agora, carregados, mas não vermelhos. A mão dele tremia de onde estava, e havia um sorriso mal contido em seus lábios.

— Você é um falante. — Não era pergunta, Hadrian notou.

— Sim, todos são, como íamos recitar encantamentos? — Ele se fingiu de idiota.

A magia de Riddle foi furiosa contra ele, e o prendeu na parede. O veterano se aproximou com um sorriso, e de repente as mãos dele estavam tocando a cintura de Hadrian com possessividade, apenas para puxá-la para si, colando seus corpos.

Algo dentro de Harry agitou-se, e ele não pôde evitar um sentimento de saudades em seu coração, afinal aqui estavam eles, novamente brincando de gato e rato.

Havia uma naturalidade espontânea naquilo. Era bom.

— Hadrian, Hadrian — Tom disse, divertido com a expressão de dor do mais baixo, por estar tocando sua cintura ainda machucada. — Não me provoque.

O Peverell sabia que quando o mais velho estava tão perto, seu cérebro derretia como sorvete no verão, e logo sua prioridade era ter algum contato com o monitor, para sentir novamente o fogo percorrendo suas veias.

— Você não pode me tocar assim — Hadrian tentou afastá-lo. — Você literalmente me prendeu.

Uma expressão de nojo passou brevemente pelo rosto de Tom, e ele se afastou rápido demais, puxando sua magia para trás.

— Não sou um violador, Peverell. — Tom disse, ainda enojado.

— Eu sei — Hadrian sorriu, se aproximando para colocar as mãos nos ombros dele, surpreendendo visivelmente o Riddle. — Só é um idiota prepotente e irritante.

Tom desceu no espaço pessoal de Hadrian lentamente, e ele fechou os olhos, imaginando aqueles beijos que o queimavam novamente. Para sua surpresa, as mãos de Riddle o seguraram com força pela parte de trás de suas coxas, puxando-o para cima, em seguida caminhando com o novato no colo até a pia da entrada da Câmara, onde o sentou.

Hadrian sorriu, após abrir os olhos, enquanto suas mãos iam para a nuca de Tom, fazendo aquele carinho que ele adorava receber. Tom suspirou, encostando suas bochechas contra as de Hadrian gentilmente, deixando seus lábios próximos ao ouvido do garoto, onde sussurrou:

Você não vai escapar do propósito de estarmos aqui.

Então Harry notou porque a voz estava diferente, e se xingou mentalmente, por ser tão idiota. Entretanto, ele não podia se culpar. Graças aos seus treinos, parseltongue era tão natural a ele quanto búlgaro ou árabe agora.

O contrariando, Tom riu.

Você já se denunciou, querido. — Os lábios dele tocaram sua têmpora em um beijo lento. — Fale comigo, eu quero ouvi-lo.

— Tom — Hadrian suspirou, ao sentir seus corpos aproximando-se ainda mais. — Tom, é sério.

— Você é irritante, Hebi. — Tom disse, encostando sua testa na de Hadrian, apenas para deslizar seus lábios macios na boca trêmula do novato, sem realmente beijá-lo. — E eu não consigo ficar longe de você, isso por acaso é algum feitiço?

Apesar da acusação, Hadrian sabia que era brincadeira, e riu. Ele rosnou, frustrado, quando tentou quebrar a distância entre eles, e Tom se afastou provocativamente, iniciando carícias em sua cintura.

— Dói aqui? — Perguntou, tocando-o por baixo da camisa agora.

— Sim, não aperte — Hadrian orientou, suspirando

— Lamento, eu admito que sou um pouco violento — Riddle disse, malicioso, e Peverell olhou, cético, para ele, sabendo que de arrependido ele nada tinha. Seu sorriso malicioso dava a entender que ele até faria novamente.

— Um pouco? — Zombou, abraçando-o mais.

— Está bem, eu admito — Revirou os olhos, fingindo derrota. — Eu sou muito violento, e adoro a ideia de estar marcando-o por completo. Satisfeito?

Hadrian corou, mas suas pernas não pararam o movimento sutil que faziam, acariciando a cintura do monitor.

— Vou estar satisfeito quando fizer novamente. — Sussurrou, e ele teve o prazer de ver os olhos âmbar escurecendo.

— Eu vou machucá-lo e destrui-lo totalmente, Peverell — Sussurrou, perto de seus lábios. — Você vai gritar por mim.

— Huh, só não deixe Dippet ouvindo esta ameaça — Harry ronronou.

Seus lábios estavam violentos contra o outro, com um claro sentimento de saudades e luxúria, descontando todos os dias que passaram afastados, sem trocarem nenhuma palavra. Estavam claramente loucos um pelo outro, qualquer contato, qualquer coisa seria o suficiente.

Riddle o puxou para seu colo, e Hadrian sentiu suas costas contra a parede, presos ali pelo corpo forte o prendendo deliciosamente. Os dedos de Tom estavam apertados bem fundo em sua bunda, o mantendo no alto, na altura de sua intimidade tão quente quanto a de Hadrian.

Hadrian se sentiu morrer lentamente, quando alguém pigarreou atrás deles, e ele gemeu em desespero ao olhar na direção, e ver Horace e Armando Dippet ali, pegando-os no flagra, em um intenso amasso no banheiro feminino.

— Após as aulas — O diretor disse, corado. — Quero os dois na minha sala, sem atrasos ou desvios, eu saberei se dois Sonserinos estiverem magicamente escapulindo para dentro de armários de vassouras.

(☯)

Quando os dois mais velhos os deixaram na porta da sala de DCAT para o segundo tempo de Sonserina e Corvinal, certificando que duas cobras não encontrassem um lugar abandonado para amassos, Hadrian desejou rolar no chão em gargalhadas, mas não o fez, apenas em respeito a Tom, que geralmente mantinha sua máscara tão impecável, e saíra pela terceira vez da linha por culpa dele.

Controlando suas risadas, para que não fossem altas, ele caminhou para o outro lado da sala, para seu lugar habitual, quando a mão forte de Tom o segurou pelo cotovelo, e o empurrou suavemente na carteira que geralmente era lugar de Abraxas.

— Você é um sonserino, apenas pare de se esconder, Hebi — Riddle falou, beijando-o na testa brevemente.

Por alguns segundos, Hadrian ficou com borboletas no estômago, os imaginando como namorados de repente. Agitando a cabeça para afastar os pensamentos, ele viu Galateia entrar na sala com cobras e texugos atrás dela.

Ele não perdeu o olhar de choque de todos, ao vê-los sentados juntos, claramente ignorando o decreto do próprio diretor. E, bem, como todos possuíam amor às suas vidas, ninguém questionou, apenas cada um foi para seu assento. Harry olhou divertido para Tom, antes de começar a buscar seus materiais na mochila.

Ao passar ao lado dele, Abraxas disse:

— Bem vindo ao lado serpentino da força, Hadrian- Não, Antony, você apenas não estará se sentando atrás de Riddle, esse lugar é absolutamente meu agora.

— Eu absolutamente vou colocar seu nariz no lugar se não der um tempo, que tal? — Antony ameaçou, e Hadrian quis rir.

— Antony, deixe-o. — Riddle sussurrou, pois as pessoas começavam a olhar para a discussão. — Pense nisso como uma punição pessoal ao seu desempenho horrível em uma determinada missão.

Missão, Hadrian pensou, revirando os olhos. Espioná-lo, é claro. Antes, portanto, que sua cara continuasse amarrada, a mão de Tom tocou-o na coxa gentilmente, e acaricou o músculo com uma firmeza que o excitou. Hadrian corou, movendo-se para sair do toque, e tendo como recompensa um aperto mais forte por parte do monitor. Lentamente, a tentativa de afastamento parou.

Aproveitando que todos prestavam atenção na Professora falando de Patronos, Riddle se inclinou e sussurrou em seu ouvido:

— Bom garoto.

— Vá para o inferno, que tal? — Sussurrou de volta.

Alguns minutos depois, os alunos que eram capazes de fazer um patrono foram chamados à frente, enquanto aqueles que não tinham levantado a mão deveriam estar tentando fazê-lo no fundo da sala, onde havia um espaço amplo e limpo para treinamentos.

Aqueles capazes de produzirem um patrono deveriam circular pela sala, auxiliando aos demais na tarefa de produzirem o feitiço.

Sem importar com a diferença de casas, Hadrian se viu circulando entre os alunos, ajudando-os com posturas e pensamentos, lembrando-se com carinho de seus tempos como instrutor na Armada de Dumbledore.

Ao se aproximar dos sonserinos, ele viu que os grupos fechados já estavam sendo auxiliados, ou estavam quase conseguindo, e dispensavam ajudas. Ele procurou por olhos âmbar, e doeu quando Hadrian o viu sozinho no fundo, as costas na parede, expressão aristocrata fechada, e varinha presa frouxamente entre o indicador e o polegar.

Hadrian pensou em como a situação dele era complicada. Órfão, sozinho em um lugar que ninguém o entendia, maltratado desde cedo por ser diferente, vivendo em um dos períodos mais sangrentos da história, cujo crianças como ele morriam como se não fossem nada. Além da constante necessidade de estar se mostrando superior, se provando, enquanto por dentro estava tão arrasado que doeria na alma mais sombria.

— Acho que está bem óbvio que não desejo ninguém perto de mim, Peverell. — Disse, a voz sem emoção, quando Hadrian quebrou a bolha de sua solidão.

— Eu não sou seu servo, Riddle, me respeite. — Hadrian disse, e aproximando-se mais do herdeiro de Slytherin. — Posicione-se. Pense em algo que deixou seu peito aquecido.

Riddle ergueu a sobrancelha, olhando-o com desdém desta vez, a máscara ainda no lugar.

— Eu sei como fazer, Peverell, mas não vejo utilidade neste feitiço. Saia. — Era um tom frio, parecido com o do futuro Lorde das Trevas.

— Temos uma reunião com Dippet daqui à pouco, e temos a chance de tirar a mira dele de nossas costas — Hadrian disse, divertido. — Quer perder esta oportunidade aparecendo para ele com sua cara bonita quebrada?

Riddle revirou os olhos, irritado.

— Suponho que eu não tenho nenhuma opção para tirar você do meu pé — Resmungou, bravo.

Hadrian o observou se concentrar intensamente, e por um segundo teve um pouco de esperança, até vê-lo abrir os olhos, uma expressão descrente nas orbes. Hadrian suspirou, antes de se aproximar, engolindo a dor ao ver Tom se encolher instintivamente.

Todos se calaram, e observaram quando Hadrian aproximou seu rosto de Tom, e o beijou no maxilar com carinho e paixão. Em seguida, ainda próximo, ele segurou o pulso do Riddle gentilmente, e sussurrou, na língua das serpentes:

Você consegue, Tenshi. Sei que você vai fazer um patrono tão bonito e poderoso quanto você.

Todos suspiraram, ao ouvir Hadrian falar na língua das cobras com o herdeiro de Sonserina, assustados com a possível briga que isso poderia originar. Para a surpresa deles, Riddle apenas pareceu se concentrar intensamente, antes de empunhar a varinha com mais firmeza, e dizer:

— Expecto Patronum!

Hadrian, que tinha soltado seu pulso, para não atrapalhar no feitiço, sorriu largamente ao ver uma serpente imponente deixar a ponta da varinha, praticamente gotejando poder e magia a cada sibilar.

Todos estavam em choque com a cena, envolvidos com o poder insano de Tom Riddle, embasbacados com a cena na frente deles. A dupla, então, estava surpresa, cada um com um sentimento.

Riddle estava maravilhado. Ele era capaz de produzir um patrono, um animal bonito só dele, feito por ele, zanzando no meio da sala, brilhante. Hadrian ser parselmouth era perfeito, e a alegria borbulhava dentro dele, embora ele já tivesse suspeitas; Hadrian escondia aquela habilidade, para sua própria segurança, e o fato de que ele tinha confiado em Tom, era tão extraordinário, entorpecente, que de repente ele não pôde segurar seu interior, que parecia se contorcer de felicidade. A pura felicidade.

Se houvesse outro parselmouth além dele, Tom mataria o bastardo sem dó, mas o fato de que era Hadrian, mudava absolutamente tudo. Tudo sobre Hadrian era diferente para ele. Tudo sobre Hadrian de repente era perfeito, uma luz em sua vida escurecida.

Ele não o amava, não profundamente. Tom se conhecia, sabia tudo sobre si mesmo, o suficiente para entender que Hadrian Peverell era, para ele, um igual. Um aliado, um amigo que ele nunca tivera antes, uma pessoa para confiar, uma pessoa para depositar seus desesperos, sonhos e esperanças.

Os olhos âmbar moveram-se junto com seu patrono, e, com um movimento de varinha, Riddle moveu sua serpente até os pés de Hadrian, circulando-o com adoração.

O Peverell, por outro lado, sentia algo fervoroso e explosivo dentro dele, como se houvessem fogos de artifício em seu peito. De todas as pessoas e influencias de Tom, apenas ele tinha sido capaz de produzir um genuíno sentimento de felicidade para Tom. O encantava que Tom tivesse confiado nele, apoiando-se em sua mera presença para um feitiço, pela primeira vez não sendo um individualista.

Hadrian sabia que o animal do patrono do Riddle seria uma cobra, e esperara ansiosamente para ver um majestoso basilisco, afinal, no diário, Tom demonstrara um amor intenso ao seu estimado animal. O surpreendeu quando foi um animal menor, ainda uma serpente, mas era pequena, e quando o patrono se aproximou dele, carinhoso, Hadrian se viu boquiaberto.

Tom agora estava atrás dele, segurando delicadamente sua tatuagem onde Sirius estava descansando.

— Tom! Uma-...

— Sim — Tom abraçou sua cintura por trás, não se importando com a presença de ninguém. — Uma mamba negra.

-X-

Tenshi: Anjo, em japonês. 


Notas Finais


diga-me o que acha.


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