- Como assim você os criou? - Jon ainda não conseguia acreditar em mim.
- É uma longa história...
- Bem, Arya, eu gostaria que você me contasse - ele se sentou na sua cama. Eu ainda estava sobre a cadeira com Agulha firme em minha mão.
- Tudo bem... - eu revirei meus olhos - eu crio Caminhantes Brancos e os controlo desde que matei três pessoas... Meryn Trant, O Cão e Ilyn Payne.
Jon franziu as testas.
- Você os matou?
- Fico surpresa com a sua surpresa - eu comentei - você não sabe que eu e Tyrion somos fugitivos de Porto Real? Junto com Gendry?
- Os corvos se privatizam de qualquer política de Westeros... estamos preocupados com o inverno que está chegando, e quem é Gendry?
- Meu amigo... - eu me levantei, caminhando até Jon e apoiando minhas mãos sobre seus joelhos - Jon, confie em mim, eu posso parar esse inverno de chegar.
- Arya... eu acabei de retornar de lá, e está cheio de Caminhantes... conscientes e quase chegando aqui na muralha.
- E eu posso controla-los. Posso faze-los não virem para cá.
- Arya... não sei - Jon disse segurando minhas mãos.
- Jon, por favor... você sempre foi o irmão mais próximo. Que mais confiou em mim e agora não?
- Eu só não quero perder o que pode ser o último membro da nossa familia.
- Nossa família já está destruída.
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Jon falou que ele precisava de tempo para pensar. E eu precisava pensar em um plano de como íriamos cruzar a muralha se Jon tivesse como resposta um grande e gordo "Não". Ele pediu para Samwell Tarly me acompanhar até o meu quarto provisório. Só tinham dois sobrando, agora que os selvagens estavam morando com eles.
- Só para você, m'lady.
Eu lancei um olhar que eu até me arrependi depois, de lançar para Sam. Ele só queria ser educado a irmã do seu melhor amigo.
- Obrigada Sam - eu lhe dei um sorriso, controlando meus instintos impulsivos de brigar com ele. - Pode me chamar simplesmente de Arya.
Ele sorriu. Eu adentrei no meu quarto e me joguei na cama, encarando o teto de madeira.
Enquanto eu não recebia notícias de Jon e de mais ninguém, eu decidi ficar presa dentro do quarto. Eu abri a janela que era localizada dos lados do fundo da fortaleza, fazendo com que não tivesse ninguém na parte debaixo e eu mexi minhas mãos. Controlando-me, eu fiz ela subir até o meu quarto e cair sobre o chão de madeira.
Eu trouxe mais neve para dentro, fazendo um monte no qual eu brinquei, puxando finas camas e desenhando um círculo. Eu me sentei no seu centro, cruzando minhas pernas, e brincando com pequenos pedaços de neve e fazendo-os rodopiar.
Alguém bateu na porta, fazendo eu derrubar no chão o que estava no ar.
Gendry colocou a cara para dentro.
- Posso entrar? Tyrion está roncando do outro lado.
Eu dei uma risada.
- Sim. Só estou praticando.
Ele fechou a porta e se sentou na cama. Eu me virei no chão para ele.
- Da uma olhada nisso - eu peguei um tanto de neve e joguei-a no ar. E então, antes delas caírem eu ergui minhas mãos e joguei-as para o alto. E a neve inteira flutuava pelos arredores daquelas quatro paredes. Nem existia um peso, mas um certo equilíbrio. Eu vi que Gendry congelava.
E então com movimentos, eu mandei a neve inteira para fora do quarto, caindo pela janela de onde tinham entrado.
- Desculpe... o frio nem me afeta mais - eu sorri e me sentei ao seu lado na cama.
- Você tem certeza de que quer ativar esse seu lado? Você ouviu o que Melisandre disse... sobre o Senhor da Escuridão.
- Não interessa a que Lorde, Deus, Senhor, que seja.... que eu sirva, é ainda a minha verdadeira natureza e sim, eu quero ativa-la. A ideia de eu ser uma verdadeira oponente a Melisandre só me faz querer mais e mais ativar.
- Bem... cuidado.
- Eu estou perfeitamente ciente de tudo, Gendry.
- Tudo bem... eu estou do seu lado - ele colocou as mãos no meu joelho. Ele se aproximou de mim então, seu nariz roçou em meu pescoço enquanto ele cheirava meu perfume de neve e ar livre. Eu agarrei o seu colete e o arranquei, beijando-o inteiramente e arremessando-o no chão, pulando em seguida e continuando-o a retirar o resto das nossas roupas.
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Nos dirigimos para o refeitório para a janta.
Eu encontrei Jon na mesa do Lorde Comandante. Ele falou para nos sentarmos na mesa mais próxima e então ele se levantou.
- Atenção, todos os corvos - ele chamou - hoje de manhã, eu recebi a visita da minha irmã caçula, que acreditei nunca mais vê-la.
Todos voltaram seus rostos para mim.
- Por mais que eu não queira fazer isso, pois quero deixa-la totalmente segura, ela me disse que consegue parar o inverno que está chegando. Algo que achamos que seria impossível. Então, eu decidi, iremos deixa-la passar.
Eu sorri, agradecida.
- E esperamos, que ela resolva essa crise.
Teve algumas pessoas contestando o que Jon dizia.
- Como ela consegue para-los?
- Ela é só uma criança...
- E uma garota...
E então eu me levantei.
- Eu sou uma garota. Eu era uma criança. E eu aposto que já tirei mais vidas que você.
O homem ficou quieto. Mas eu continuei em pé, olhando para todos.
- Eu crio esses seres. Eu os controlo. Eu os mando vir para cá, ou ficar para lá. Eu controlo a neve, e o gelo... eu não sinto o frio.
- O que você está falando? - um outro perguntou.
- Eu sei que vocês conheceram Melisandre. A Sacerdotisa do Fogo, que serve o Senhor da luz e trabalha para Stannis. Conheçam sua oponente.
Todos continuaram em silêncio. Eu ergui minha voz, e dirigi meu olhar para Jon.
- Eu sou Arya Stark. A Sacerdotisa do Gelo.
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