História Simbora Mô - Mudando de Assunto

Valentina narrando —
Eu estava paralisada. Mattheo não deveria ter feito isso, não agora. Estava me sentindo tão culpada em relação ao que aconteceu minutos atrás.
José veio atrás de mim para ficarmos juntos, viajou mais de 10 horas, enfrentou esse frio horrível que ele odeia para eu falar que não o queria e agora ele me pega beijando outro cara. O que eu faço?
— Valentina, está tudo bem?
— Claro que não Mattheo, você não deveria ter feito isso.
— Eu pensei que você também quisesse.
— As coisas não são assim, não é porque você estava com saudade, ou porque ficou feliz em me ver que deveria ter feito isso, que deveria imaginar que eu também tinha essa mesma intenção.
— Me desculpe, eu não sabia que vocês estavam juntos.

Fechei meus olhos, passei as mãos no rosto e me levantei rapidamente em direção ao quarto. Peguei um casaco, minha bolsa e pedi a Deus para me mostrar o que eu deveria fazer, e se o que eu tinha decidido estava certo.
[...]
No último toque ele atendeu, senti minhas mãos soarem apesar do frio que estava fazendo aqui fora.
— José...
— Vale.
— Precisamos resolver isso, onde você está?
— Já está mais que claro, não volte a me ligar.
— Me diga onde você está, por favor.
— Tchau Vale.
Eu precisava saber em qual hotel ele estava. O problema é que existem milhões de hoteis espalhados por Londres.
— Alô? — disse atendendo meu celular rapidamente sem antes ver quem era.
— Hotel 41. — era José, e assim que ele disse desligou.
Eu pedi um sinal para Deus, e ele estava me guiando.
[...]
Em alguns minutos estava no hotel e na recepção me informaram o quarto que ele estava. Bati na porta várias vezes até ele abrir e dar espaço para que eu entrasse. Estava um gelo lá fora, quase não consegui chegar.
— Preciso que peça algo quente.
— Acabei de pedir ele chocolate quente — disse me entregando um copo.
Imaginei que iria morrer naquele momento. Devido a neve, estava impossível encontrar um táxi vazio, por isso andei até o hotel e agora aqui estou, que nem um picolé.
— Está tudo bem? — perguntou José com cara de assustado.
— Sim, só preciso de um tempo.
O silêncio parecia ainda pior.
15 minutos.
Eu já não estava com frio, só pensando. Estava pensando no que falar e como falar. Se eu não pudesse fazer nada para continuar com ele, deveria ao menos ter paciência e não ser rude como fui no aeroporto.
Ainda olhando pela janela, observei ele em pé atrás de mim com o reflexo no vidro. Virei-me rapidamente e comecei a falar.
— Olha Zé, não dá pra continuar assim. Eu sei que fui uma grossa contigo no aeroporto e eu realmente não deveria ter dito aquelas palavras da forma que disse. Não sei onde eu estava com minha cabeça por ter sido tão grossa sem motivos. Tudo bem que brigamos, mas você indo no aeroporto fez meu coração amolecer.
— E porque disse "não" quando te implorei para ficar?
— Tentando me iludir com o fato de que você não é importante para mim, querendo de alguma forma me enganar com tudo aquilo, de fato, isso é e sempre será impossível! Eu só queria te deixar em paz José, que você seguissse sua vida sem mim, falei aquilo para que sentisse raiva, que fosse embora e nunca mais me perdoassse... Quero apenas o melhor pra você! Zé você não precisa de mim, eu não sou sua prioridade e isso é muito visível! Não estou e nem quero te cobrar isso, não estou pedindo para ser o centro das atenções... Queria apenas que o homem que eu tanto amo pudesse me apoiar, que estivesse ao meu lado assim como estaria ao dele, e você não consegue fazer isso. Não aceita que eu lute pelos meus sonhos, me quer apenas para você enquanto , não se deixa ser apenas meu!
— Do que você está falando?
— Suas Fãs.
— De novo isso? Vale, elas que fizeram de num artista. Eu devo tudo a elas, não posso abandoná-las para ficar com alguém.
— Eu sei, não foi nesse sentido que disse. José, você apoiou elas quando elas me xingaram nas redes sociais devido as fotos da gente se beijando.
— Vale...
— Porra José, não consigo falar contigo sem começar uma briga.
— Vale...
— Eu ainda não terminei, depois você fala. — tirei meu casaco e continuei — José, tudo começou porque você concordou com suas fãs. Eu só pedi para você falar com elas, mas você ficou contra e deu no que deu.
— PELO MENOS NÃO FOI EU QUE FUI PEGO AOS BEIJOS COM OUTRO SEM AO MENOS DAR UM TEMPO.
— E VOCÊ É SANTO DEMAIS NÉ JOSÉ FELIPE? E QUANDO VOCÊ DISSE QUE IA SAIR COM SEU PAI, MAS FOI SE DIVERTIR COM VADIAS?
— NA ÉPOCA NÃO ESTÁVAMOS JUNTOS.
— NÓS NUNCA ESTIVEMOS JUNTOS JOSÉ, NUNCA. NINGUÉM NAMORA UMA PESSOA SEM TER PEDIDO, AS COISAS NAO FUNCIONAM ASSIM CARAMBA.
— PORRA VALENTINA! VIAJEI POR MAIS DE 10 HORAS PRA CHEGAR NESSA DESGRAÇA DE FIM DE MUNDO, NESSE FRIO DO CARALHO PRA VOCÊ VIRAR PRA MIM E FALAR QUE EU NÃO DEVERIA TER VINDO?
— NÃO PEDI QUE VIESSE. VOCÊ VEIO PORQUE É UM IDIOTA, COMO TODOS OS OUTROS. VAI SE FODER, NÃO QUERO PERDER MEU TEMPO CONTIGO, ACABOU JOSÉ.
Virei de costas para ele em direção a porta, mas senti meu corpo flutuar quando ele me segurou pelos pulsos virando-me de frente para ele novamente. Foi então que ele começou a gritar e apertar ainda mais meus pulsos.
— SERÁ QUE VOCÊ NÃO ENTENDEU QUE EU TE AMO, PORRA? QUE DROGA VALE, EU JÁ FUI O CARA MAIS MULHERENGO DO MUNDO, SAÍA COM MULHERES DIFERENTES TODOS OS DIAS.
José fechou os olhos, respirou fundo e continuou me segurando.
— Aí você apareceu...
— José...
— Agora não, deixa eu terminar. Você apareceu e mudou tudo, me prendi à você de uma maneira que nunca havia acontecido antes. Vale, eu amei você desde a primeira vez que te vi. Antes de te conhecer, não conseguia dormir com a mesma mulher todas as noites, e quando você entrou na minha vida, não conseguia mais dormir sem ter você do lado. Pareço um baitola falando isso, mas é a verdade. Pra que gente briga, chora, implora, grita, se sabemos que no fim vamos acabar mudando de assunto? Vamos começar do zero, vamos esquecer o que aconteceu. Eu vim aqui porque eu te amo, você não pode fazer isso comigo.... Ah, você não faz noção do quanto doeu te ver beijando aquele cara.
— Eu não tive a intenção. Esquece isso, por favor. Eu só amo você.
Seus olhos estavam fechados, como se ele estivesse lembrando da cena. Passei minhas mãos em seu rosto e ele abriu seus olhos. Novamente ele segurou-me pelos pulsos, mas dessa vez levemente, apenas para acompanhar minhas mãos que deslizavam em seu rosto.
Senti seus lábios se encostarem nos meus, causando-me sensações que só ele conseguiu me causar. Ele me olhou sorrindo, fazendo-me sorrir de volta para ele.
José narrando –
Beijei sua boca e fui descendo pelo seu pescoço e comecei a massagear seus seios. Peguei-a no colo e segui em direção a cama.
Ela já estava apenas com suas roupas íntimas. Deslizei minhas mãos, apertando seu bumbum e depois passei a mão em sua intimidade. Estávamos completamente exitados. Tirei seu sutiã, enquanto ela deslizava suas mãos em meu corpo. Valentina realmente mexeu comigo, e de uma forma inexplicável.
Os gemidos que saiam de sua boca eram altos, seu corpo estava suado e tremendo. Cada segundo que se passava, sentia que ela queria mais, assim como eu.
Estávamos completamente exaustos, mas felizes por finalmente estar tudo bem.
(Ou não.)