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História Simple As This - Término


Escrita por: NovaBestSeller

Capítulo 31 - Término


Fanfic / Fanfiction Simple As This - Término

 Eu me sentia tão leve, tão feliz, mas sabia que algo de ruim estava acontecendo, só que me recusava a lembrar o que era. Jake era tão carinhoso e paciente, e eu o amava mais do que tudo.

- Eu te amo – disse a Jake. Eu estava deitada em seu peito enquanto delicadamente ele alisava meus cabelos. De repente sua mão parou de se mover e ele prendeu a respiração.

- Repete – ele disse baixinho.

- O que? – eu o olhei sorrindo.

- O que você acabou de falar.

- Eu te amo Jake Bugg, nunca tive tanta certeza em toda minha vida - falei repetindo suas palavras. Jake segurou meu rosto e me beijou. “Eu também” foi o que ele quis dizer. Então eu dormir ouvindo as batidas do seu coração, tão lindas quanto qualquer outra música que ele cantava.

                          +++

 Na manhã seguinte acordei com bom humor, algo muito raro no meu caso. Eu estava abraçada a cintura de Jake que já tinha acordado e me observava dormir. Seus olhos eram do azul mais azul que já vi, e me transmitiam uma paz que só eles conseguiam.

- Bom dia – ele falou.

- Bom dia – eu me espreguicei – Tenho uma péssima notícia... Eu estou morrendo de fome!

- Pois é, eu também. Mas parece que não temos quase nada aqui – eu dei um suspiro frustrado – Não se preocupe. Eu vou a um mercado que fica aqui por perto.

- Eu não queria que você tivesse que sair, mas... Acho que sem comida não tenho força nem para te beijar, Jake...

- Não seja por isso – ele sorriu e me prendeu com seus braços – Você pode ficar parada, eu dou conta do recado.

- Ah, claro – eu ri enquanto ele beijava meu pescoço. Jake estava mais carinhoso do que nunca. E seus olhos ganharam um brilho novo que eu nunca tinha visto antes. Ele estava feliz!

  Algum tempo depois Jake saiu para comprar comida e eu decidi dar uma volta perto do lago. Como eu previ, ele ficava ainda mais bonito pela manhã. A luz do sol atravessava a copa das árvores altas formando riscos de luz dourava que iluminava a água cristalina. Tinham esquilos nos troncos mais altos e pequenos peixes nadando no lago, sem falar de algumas borboletas azuis que se aproximavam relutantes.

  O lugar me dava tanta paz que me surpreendi com o pensamento que me atingiu em cheio. “Afya” uma dor lancinante tomou conta do meu peito. Fiquei tonta de repente e me apoiei em um troco de árvore para não cair. Que tipo de amiga eu era? Enquanto Afya estava sabe se lá onde, eu fiquei aqui, dormindo com o cara que eu gostava, sem nem me preocupar. Sentei-me em cima de um monte de folhas secas e afundei o rosto dos joelhos. As lágrimas ardiam em meus olhos. Cravei as unhas na palma da mão para aliviar a dor emocional, isso sempre funcionava. Ontem quando estava com Jake tudo estava tão perfeito que foi como se a parte racional de meu cérebro estivesse sido desligada. Mas eu não podia o culpar, aposto que tinha acontecido o mesmo com ele. Não sei por quanto tempo tinha ficado sentada perto do lado, só notei quando Jake chegou apavorado.

- Anna! Você está bem? Meu Deus, pensei que você tinha sido... – ele parou quando viu minha expressão – Qual é o problema?

- Eu sou o problema, Jake – enxuguei as lágrimas com as costas da mão – Eu sou uma péssima amiga, como eu pude, como eu... Afya ainda está presa e eu nem me preocupei com isso!

- Você não tem culpa do que está acontecendo com ela, não pode ficar se punindo por isso. No momento não podemos fazer nada. Alex está cuidando de tudo. Já liguei para ele, disse que tem um pelotão inteiro a procura de Afya.

- Tudo bem... Mas isso não justifica eu ter dormido com você – o rosto de Jake ficou perplexo.

- Você se arrependeu. Não queria ter feito aquilo.

- Não Jake, não fé nada disso. Eu nunca vou me arrepender! É que eu meio que me sinto culpada, entende? – Jake suspirou aliviado, e se sentou ao meu lado.

- Nós estamos vivos não estamos? Tudo o que podemos fazer é viver um pouco – ele beijou meu pescoço, e eu sorri. Senti-me um pouco melhor depois de falar com Jake. Ele era o único que sabia como me animar – Vamos, eu comprei waffles.

  Waffles, e mais um contêiner de comida. Jake comprou o equivalente para alimentar um exército. E também comprou roupas para mim, um jeans, que ficou um pouco comprido, mas eu dei um jeito e dobrei as bordas. Uma blusa escrita “Be Happy”, e um Crocs amarelo. Vesti a roupa e fui para a cozinha tomar o café.

- Desculpe pelas roupas, foram às únicas que eu conseguir achar – ele deu de ombros.

- Não, ta tudo bem... Eu fiquei muito gata, mesmo – sorri e beijei sua bochecha – Vamos em bora hoje a noite, certo?

- Sim, mas ainda acho que podíamos ficar mais tempo aqui – ele disse com um olhar pidão no rosto. Tive que rir.

- Eu também gostaria... Mas tenho certeza que você iria acabar se enjoando de mim! – Jake se esticou sobre a mesa e me deu um beijo lento e delicado.

- Acho que nunca vou me enjoar disso...

- Assim espero – eu disse rindo.

   Aquela tarde foi a melhor tarde que eu tive desde muito tempo. Eu e Jake aproveitamos todo tempo que nos tínhamos juntos. Ele simplesmente não conseguia se afastar de mim. E eu amava isso, é claro! A casa, que foi nomeada de “casa do lago” por “mim” era muito aconchegante, e eu praticamente tinha esquecido que Kevin passava parte de seu tempo lá. Ela era ótima, e acho que Jake percebeu o mesmo, pois o pesar que tinha em sua voz quando ele falava sobre ela, sumiu. Em um de meus momentos de devaneios me peguei pensando nessa casa daqui a uns vinte anos. Vi Jake, um pouco mais velho, mas ainda com o mesmo charme de sempre, ele estava ao meu lado, eu estava com os cabelos mais curtos e tinha um sorriso enorme no rosto. Vi também duas crianças, talvez um menino e uma menina, todos estavam sorrindo e subiam e desciam as escadas. Sorri ao pensar nisso, eu não poderia pensar em futuro melhor!

- Foi a minha primeira vez – eu disse do nada quando estava sentada com Jake no sofá, enquanto ele tocava uns acordes com um violão que achamos no porão. Ele parou bruscamente.

- O que?

- Ontem foi a primeira vez que eu dormi com alguém – falei já ficando vermelha.

- Por que você não me contou, Anna? – ele largou o violão e veio em minha direção acariciando meus cabelos.

- Eu não queria te assustar – ele me encarou com os olhos arregalados – Viu, eu disse.

- É que eu me preocupo com você – ele beijou meus lábios – Eu te machuquei?

-Hum, não. Não muito na verdade – agora sim, eu estava vermelha.

- Sabe que eu nunca me perdoaria se eu te machucasse, não é? – ele se sentou e passou as mãos no cabelo – Caraca. A primeira vez heim?

- É – eu ri da expressão dele. Jake estava sorrindo como um bobo.

- Você não faz ideia do que eu to sentindo agora. Não faz mesmo – eu ri, e engatinhei até ele me sentando em seu colo.

- Só quero que você saiba que eu tive toda certeza do mundo antes de fazer isso. Por que eu te amo, você sabe né? – ele concordou com a cabeça, e me beijou. Enganchei minhas pernas em sua cintura, e o beijei com mais vontade.

- Tem certeza de que quer ir em bora? – eu ri alto quando ele disse. Jake também riu e me jogou no sofá.  

 O tempo voou e já estava no final da tarde quando decidimos ir em bora. Pegamos tudo o que precisaríamos e trancamos a casa. Olhei para ela, com as luzes apagadas e para o lago no fundo.

- Quando cheguei nunca pensei que sentia falta daqui – eu disse quando já tínhamos fechado a porta.

- Acho que eu notei, mas pode apostar que essa não vai ser nossa última vez aqui – eu sorri, eu tinha certeza disso.

                           +++

Já estávamos em auto-estrada quando Jake disse:

- Não se apavore, mas acho que estamos sendo seguidos – olhei para trás, e vi que um carro exatamente igual ao que levará Afya estava bem atrás de nos. A intenção de Jake em não me deixar apavorada falhou totalmente. Segurei com força sua cintura, e gritei mais alto do que o vento.

- Acelera a moto, agora! – Jake me obedeceu, acelerou a moto e disparamos pela estrada. Olhei para trás e vi que o carro ainda nos seguia. Meus cabelos ricocheteavam em minhas costas, eu estava de capacete, mas ele não, rezei para que nada acontecesse. Jake deu uma virada brusca e entrou em uma rua estreita. Depois de alguns minutos e nada do carro, eu finalmente soltei o ar que estava preso em meu pulmão. Mas eu comemorei cedo demais. Senti a moto freando e vi que o carro preto estava bem na nossa frente. Meu coração deu um pulo. Logo quando achei que estaríamos livres e tínhamos uma chance de escapar...

- Como...? – eu disse perdendo a fala quando vi o próprio Ian sair do carro com o típico ar divertido no rosto. Eu tive vontade de estrangulá-lo ali mesmo quando ele disse.

- Não achou que conseguiria se esconder por muito tempo não é? – um de seus capangas saiu do carro com um bastão de baseball. Eu estremeci. Ele tinha uma cobra tatuada nos bíceps, refletindo sua personalidade venenosa.   

- Por favor, Ian, não faz isso – a voz de Jake saiu estrangulada. E eu abracei sua cintura e recostei minha cabeça em suas costas sentindo seu cheiro, pelo que eu sabia ser a última vez. Jake se virou pressentindo o mesmo que eu. Eu não podia morrer agora. Jake ficaria desolado. Ao menos ele sairia ileso. O problema desses caras não era comigo, por isso eu era um objeto descartável. Já Jake, eles precisavam dele para pagar a dívida. De um jeito ou de outro ele estava a salvo.  

- Eu te amo, e não importa, nos vamos sair dessa, eu prometo! – ele me beijou com força. Eu concordei, mesmo sabendo que talvez ali fosse o meu fim.

- Eu te amo, Jake – eu disse segurando seu rosto e limpando suas lágrimas.

- Nossa, acho que eu vou vomitar – disse Ian rindo. Ele fez um sinal com a cabeça para seu capanga e ele veio em nossa direção. Jake acelerou a moto e partiu em sua direção virando uma curva brusca para voltar pela estrada de onde viemos. Minhas mãos estavam suando de expectativa. Eu tinha fé que conseguiríamos sair dali. Aquele não podia ser meu fim! Eu queria viver.

 Nos andamos uns cinco metros quando do nada fui arremessada da moto caindo com tudo no chão de terra. Bati com muita força a cabeça no chão, mas com sorte estava de capacete. Mas senti uma dor muito forte no tornozelo e soltei um grito. Ian tinha atirado no pneu traseiro da moto. Procurei freneticamente por Jake, ele estava estirado no outro lado da estrada, estava resmungando, mas parecia ter batido com força a cabeça, pois ela estava desprotegida. Tentei me levantar para ir a sua direção, mas meu tornozelo doía muito, pedi para que ele não estivesse quebrado. Tentei me arrastar ferindo as mãos no chão, eu estava começando a chorar. Gritei o nome de Jake, e ele com dificuldade virou a cabeça para a minha direção, seu olhar se encontrou com o meu. Tudo o que pude fazer foi gritar, quando o cara que estava com Ian deu uma forte batida na cabeça de Jake com o taco de baseball. A pancada emitiu um barulho alto e oco, os olhos de Jake reviraram e fecharam na hora. E eu soltei um grito.                    

- Eu não queria que as coisas terminassem assim, de verdade – disse Ian suavemente parado ao meu lado. Eu chorava freneticamente olhando o corpo inerte de Jake caído no chão. Sua cabeça estava ensopada de sangue e eu queria muito ir a sua direção, mesmo que isso não adiantasse.

- Você matou ele, seu monstro! – eu gritei. Eu nunca odiei alguém mais do que odiava Ian naquele momento. Ele tinha acabado com toda e qualquer chance de eu ser feliz – Jake...

- Vamos, você vai ter muito tempo para chorar por ele... – Ian me levantou sem dificuldade, e eu mal tive forças para me debater. O homem balançou o corpo de Jake com o pé, e ele não deu nenhum sinal de vida. As lágrimas escorreram com mais força, e eu me assustava com os soluços altos que dava.

- Jake! – gritei com os últimos resquícios de força que me sobravam. Eu estava tão abalada e aflita que acho que imaginei o braço dele se mexendo um pouco. Mas logo depois ele parou de se mexer, e eu voltei a chorar quando vi seu rosto sem expressão. Ian me jogou no banco traseiro do carro e fechou a porta, ouvi quando ele disse.

- Fique aqui, isso pode nos causar problemas – eu queria brigar com ele por chamar Jake de “isso”, mas eu não tinha forças. Jake acabara de morrer. Ele morreu para me salvar, ele morreu por que me amava. E ele nunca mais iria me dizer aquilo. Eu nunca mais iria ouvir Jake dizer “Eu te amo”.           


Notas Finais


Um milhão duzentas e três mil desculpas por demorar tanto para postar!! Eu tive simulado, então... Desculpa mesmo!! Mas enfim, espero que gostem do capítulo, não desanimem! Por favor!


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