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História Simple As This - Jake - Por que não Arriscar?


Escrita por: NovaBestSeller

Capítulo 46 - Jake - Por que não Arriscar?


Fanfic / Fanfiction Simple As This - Jake - Por que não Arriscar?

Juro que nunca andei tanto em minha vida. Mesmo estando em um quarto com no máximo 8 m². Minha angustia só tinha fim, quando chegava a tarde. Depois das duas primeiras semanas de muito fingimento, eu consegui alguns minutos do lado de fora, isso é claro, acompanhado de meus cinco seguranças.

Eu estava no jardim da frente, que era um enorme gramado verde com uma floresta densa de todos os lados. Tudo tinha um aspecto cinza, mesmo que estivéssemos em plena primavera. Descobri que a casa ficava em algum lugar na fronteira da Alemanha com a Polônia, mesmo que dissessem o nome eu não faria ideia de onde nós estávamos.

Tinha que admitir que Collin estava sendo bem gentil comigo... Bem, o máximo de gentileza que se pode esperar de um sequestrador. Talvez porque sentia pena de mim, pelo fato de Anna ter me traído, ou apenas porque não via motivos para me torturar.

Desde o dia em que Anna falou com seu avô eu não tinha notícias dela, não ouvia nem seu nome ser comentado, cheguei a ter impressão de que nem todos ali sabiam que ela estava confinada lá. Mas eu não conseguia me esquecer, agora que tinha começado a me conformar sentia uma saudade imensa, era como se não a tivesse visto desde o dia na casa do lago...

- Ei, você, o que está fazendo? - perguntou um dos seguranças. Eu estava colhendo uma margarida no quintal, era a flor favorita de Anna, ela tinha me falado.

- Só estou... - eu girei a flor nos dedos, o homem bufou e continuou a conversar com seu parceiro. No começo mandaram cinco homens, mas depois que viram que eu não iria fugir, só dois estavam me acompanhando agora. Eu ainda achava muito, pois mesmo que se eu fugisse, para onde iria? Morreria em três dias sozinho na floresta. E Anna não sobreviveria se eu morresse.

Nessa hora, olhando para a florzinha na minha mão, eu tive uma ideia um pouco louca. Levantei e sem que os soldados percebessem, joguei uma pedra em uma árvore não muito longe, caindo em um monte de folhas fazendo barulho. Os soldados olharam para mim e depois para a árvore ao longe, eu disse:

- Ouviram isso também? - pode se dizer que eu sou um bom mentiroso, não que eu me orgulhe disso, claro.

- Eu vou – disse o maior.

- Não, você não pode ir sozinho, pode ser uma emboscada – eles discutiram e se viraram pra mim - Ei, você vai ficar parado ai, não vai se mexer, certo.

- Juro, não saio daqui. Bem, eu não tenho pra onde ir, não é? - eu disse me agachando novamente, e me concentrando no canteiro de plantas, e no que eu estava prestes a fazer.

Os caras foram até o começo da floresta, e depois de alguns minutos eles entraram, e foi minha deixa. Olhei rapidamente para os dois lados, e corri. Corri o mais rápido que já corri em toda minha vida, mas não para longe e sim para dentro. Fui até a garagem, onde ficava uma das portas de entrada, peguei um pedaço de pau que estava parado em um canto e entrei. Ninguém poderia me ver, ou se não meu trabalho de semanas estaria acabado. A casa estava silenciosa, ouvi o barulho de um helicóptero pela manhã, talvez Collin tivesse saído. Eu torcia para que sim.

Eu só tinha estado uma vez, no quarto de Anna, e não me lembrava muito bem onde ele ficava, por isso ao tentar entrar em uma porta a esmo, quase dei de cara com um segurança que falava ao telefone, me abaixei atrás de um armário e esperei ele passar. Eu não sabia onde ficava a porta do quarto de Anna, mas sabia exatamente onde a sala de controle ficava. E sem hesitar subi as escadas.

A porta de mogno reluzia me convidando a entrar. Talvez eu sozinho não daria conta de salvar Anna, mas eu sabia quem, com certeza, poderia nos ajudar. Esperei alguns minutos, e quando ninguém passou por perto, eu dei uma corrida até a entrada e girei a maçaneta, estava aberta. Mas a sala não estava vazia.

Um homem, com cabelos loiros acinzentados estava sentado em uma cadeira giratória, se virou na hora em que eu entrei. Yerik, esse era o seu nome. O cara que me deu choques por Anna tentar se comunicar com seu avô, eu estava perto de odiá-lo. Isso me ajudou no que eu faria a seguir. Yerik exitou por três segundos, três segundos que salvaram minha vida. Quando ele levou a mão ao bolso, eu não perdi tempo. Acertei com toda minha força o pedaço de madeira que estava em minha mão, em sua cabeça. Ele apagou na hora, mas eu soube, não por muito tempo. Então tratei de me apressar.

Me sentei na cadeira em que Yerik estava sentado antes, e olhei para enorme tela a minha frente. Minhas mãos suavam frio e eu não sabia exatamente o que fazer, até que vi uma janela aberta no canto da página “Gmail”. Abri e vi que era o e-mail de Collin. “Isso” pensei. Procurei nos contatos e vi - Kathy Haloway – cliquei e comecei a escrever um breve texto. Notei que eu não tinha o endereço da casa onde estávamos, então comecei a vasculhar os outros e-mails de Collin. Já tinham se passado quase dez minutos, e nada, minha nuca estava escorrendo suor. Eu tinha que fazer isso, por Anna. Até que cliquei em um e-mail escrito em russo, e vi o que pareciam coordenadas, então rapidamente entrei no Google Maps, e confirmei, dava em um pequeno vilarejo cercado por florestas, só podia ser aqui. Escrevi as coordenadas no e-mail para Kathy e cliquei em enviar.

Soltei um longo suspiro, e me deixei cair para trás na cadeira. Mas uma coisa que eu nunca aprendia era não comemorar antes de ter ganhado, por que nesse momento ouvi a porta se abrindo.

- Mas o quê... - disse um homem que me olhava com um olhar incrédulo. Antes que ele pudesse terminar a frase, eu fui até Yerik que resmungava no chão e peguei a arma de seu bolso. O homem congelou e fixou o olhar em minhas mãos.

- Não se mexa – eu disse – Você vai me deixar passar.

Ele abriu caminho e eu passei pela porta sem deixar de apontar a arma para sua cabeça nem por um minuto. Quando eu já estava longe o suficiente, mandei ele entrar no quarto e não sair até contar 100. É claro que eu sabia que ele não cumpriria minhas ordens, mas isso me deu alguns minutos para correr e entrar em outra porta que estava aberta no fim do corredor.

Era um quarto de casal com uma cama gigante, e o mais importante uma varanda. Sem pensar, fui até o parapeito e passei as pernas para o outro lado. Era uma altura de três metros até o chão, mas eu não tinha tempo para cálculos, me lancei até a grama e cai com um baque surdo. Senti uma dor subir pela espinha e soube que tinha torcido o tornozelo, mas isso não me parou. Não era a primeira vez que eu corria com o tornozelo ruim.

Repetindo o que eu disse, eu não sobreviveria mais de três dias sozinho na floresta. Mas dentre, voltar para casa e ser fuzilado por um esquadrão de soldados, ou tentar arriscar a vida mata a dentro... Eu fiquei com ir até a floresta. As árvores eram grossas e o chão úmido, tudo tinha cheiro de grama cortada e medo.

Eu já tinha corrido por uns dez minutos quando vi o primeiro soldado, a cinco metros de mim. Fiz uma curva brusca e acabei derrapando na terra úmida, isso chamou a atenção dele, que me viu e gritou ordens em russo para os outros homens. Em alguns momentos tiros foram disparados, errando por pouco, e me dando mais motivação para correr. Exigi o máximo de minhas pernas, que estavam parecendo manteiga, mas consegui correr até parar de ouvir os sons de suas vozes.

Me curvei retomando o fôlego. Eu estava perdido, literalmente. Perdido e com muitas maneiras de morrer. Poderia ser pego pelos soldados, ou morrer de fome, ou atacado por um urso. Era a maior quantidade de opções que eu tinha em... Muito tempo. Mas nada disso me deixou mal, pois eu tinha feito meu papel. Em pouco tempo Kathy viria buscar Anna, talvez com a milícia, ou com a polícia, até. Mas eu sabia que ela viria, e isso me fazia feliz. Eu podia morrer feliz.

Obriguei-me a andar mais alguns metros, e quando eu estava pensando em desistir, vi algo como um oásis no deserto. Uma cabana de madeira, no meio da floresta. Nos contos de fada isso nunca acaba em boa coisa, mas a minha história sem dúvida nenhuma não era um conto de fadas. Então não havia por que não arriscar.


Notas Finais


Oi, gente! Então... Acho que mesmo sem eu falar, vocês já devem ter notado que a está faltando pouco pra fic acabar. Afinal, eu acho que já compliquei demais a vida da Anna e do Jake, né haha coitados. Mas é isso, só não fiquem tristes! Prometo que depois faço uns extras, é claro pra matar a saudade de vocês. Mas isso NÃO É uma despedida, ainda tem muita coisa vindo por aí!! Comentem, por favor! Beijoos, adoro vocês!


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