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História Simplesmente - Capítulo 61


Escrita por: MarinaJauregui

Notas do Autor


I want you forever
Even when we're not together
Scars on my body so I can take you wherever

Capítulo 61 - Capítulo 61


Clara e Marina caminharam pelo shopping lentamente e com os braços ligados, as mãos entrelaçadas, Clara lançando rápidos olhares interessados em algumas vitrines enquanto passavam.

“Você quer dar uma olhada?” Marina perguntou ao perceber os olhares de Clara “Nós não temos que ir direto ao cinema se você preferir fazer compras.”.

Clara olhou para os olhos de Marina e apertou a mão de leve.

“Não, tá tudo bem. Eu realmente não preciso de nada.”

Marina levou um momento para contemplar o esfarrapado e rasgado all star azul de Clara com um olhar incrédulo no rosto.

“Você não precisa de nada?” ela perguntou, seus lábios curvando num sorriso quando ela ergueu os olhos para Clara novamente “Nada, nada, nada, mesmo?”

Clara balançou a cabeça e Marina riu fazendo uma nota mental para comprar pra namorada alguns sapatos novos com a próxima mesada.

“Eu só estava tentando descobrir onde é a loja de música daqui, mas eu não consigo lembrar” disse torcendo seu corpo no local para olhar numa direção e depois outra, aparentemente confusa.

Clara franziu o rosto, o nariz e vincou a testa pensativa, enquanto continuava a varredura do shopping.

“É na outra extremidade” Marina informou “Por quê?”

“Aqui em cima?” Clara perguntou apontando na direção errada.

“No outro extremo do shopping” Marina corrigiu, a virando e apontando o caminho certo.

“Sério?”

Ela parecia surpresa com a informação e Marina não podia deixar de achar sua confusão adorável.

“Sim, amor. Quando foi a última vez que você veio aqui?”

“Foi no fim de semana” Clara contou um pouco irritada “Meus pais compraram nela meu novo violão.”

“Eu não posso acreditar que você quebrou o outro” Marina riu lembrando o vídeo de Clara de mais cedo “Você é uma idiota.”

Clara sorriu brilhantemente ao som da palavra e Marina a cutucou de brincadeira em resposta, seu próprio sorriso correspondendo ao da namorada.

“Foi culpa sua” Clara gemeu, lembrando das costelas fraturadas de Marina bem na hora que iria dar um tapa nela “Se você não tivesse deixado o seu álbum do Fall Out Boy na minha casa eu não teria quebrado.”

“Eu gostaria que você tivesse registrado o seu concerto de rock improvisado. Eu só posso imaginar o que você e Vanessa estavam fazendo. Tenho certeza de que vocês duas não deviam ser deixadas sem vigilância quando estão sozinhas.”

“Certo” disse Clara, seu humor ficando sombrio com a menção da amiga, tendo em vista tudo o que tinha acontecido mais cedo.

Marina sorriu para Clara e esfregou as costas da mão com o polegar.

“Desculpe” ela disse e Clara colocou a mão livre em cima da de Marina em reconhecimento.

“Você quer ir lá?” Marina perguntou redirecionando a conversa para o tópico original “Você sabe, pra loja?”

“Eu estava pensando em comprar um livro novo de músicas. Eu tenho realmente tentando praticar mais e eu pensei que talvez ter algumas músicas novas para aprender ajudaria. Mas isso pode esperar…”

“Não, isso não pode” disse Marina, satisfeita com o pensamento de Clara retomar a sua música e puxando seu braço para conduzi-la até a loja.

Clara ficou para trás por um momento, mas logo pegou o ritmo ficando ao lado da namorada novamente.

“Se você quiser, podemos comprar algumas partituras e depois pegar alguma coisa pra comer.”

“Não é realmente importante” disse Clara.

“Vai demorar cinco minutos” disse Marina impedindo qualquer outro argumento de Clara.

“Eu não posso acreditar que não consegui me lembrar do local da loja” Clara reclamou depois de alguns minutos em silêncio “Isso é tão estúpido. O que diabos há de errado comigo?”

“Não tem nada de errado com você” Marina respondeu encarando Clara.

“Eu costumava ir nesta loja o tempo todo. Quero dizer, eu praticamente vivia no lugar antes do acidente e agora eu não posso nem mesmo encontrá-lo.”

“Clarinha… não é nada demais. Você sabe como sua memória é…”

“Eu sei. É realmente uma porcaria, mas às vezes eu não sei, há dias em que me sinto como se estivesse realmente melhor. Quase como se não tivesse nada de errado comigo. Como se em algumas manhãs eu pudesse acordar e se não fosse pelas cicatrizes e minha mão esquerda, eu nem saberia que tinha sofrido um acidente.”

“Você chegará lá um dia. Quero dizer, você não tem mais que ir a fonoaudióloga porque sua fala está muito melhor e você quase não precisa de fisioterapia agora. Você só vai uma vez ao mês para que possam verificar se você não perdeu algumas funções em suas articulações e ver se podem melhorar sua coordenação. Todo mundo esquece as coisas de vez em quando. Isso não te faz especial, sabia?” Marina brincou.

“Eu sei” Clara riu, as palavras de Marina fazendo se sentir melhor e ela inclinou a cabeça para mais perto do ombro da namorada e fingiu mordê-la “Estou muito melhor. Até eu posso ver isso” ela reconheceu e Marina sorriu.

Marina não achou que chegaria o dia que pararia de sorrir ao ouvir Clara reconhecer seu próprio progresso.

“Então, qual é o problema, então?” Marina perguntou.

“O problema é que, apesar de eu não ter fonoaudióloga mais, eu ainda não posso falar corretamente quando estou realmente cansada ou estressada, ou… eu não sei… emocional. Além disso, eu estou mais propensa a me dar um tapa na cara de manhã pela destreza da minha mão” afirmou Clara levantando as mãos entrelaçadas “É meio chato saber que no futuro ainda haverá dias em que eu vou andar em algum lugar que eu tenho ido toda a minha vida e estarei desorientada ou perdida.”

“Você costumava esquecer a combinação do armário o tempo todo na escola, Clarinha, e eu não posso nem começar a contar o número de vezes que tive que lembrá-la de tomar seus remédios ou trancar a porta da frente quando você saia de casa. Não é nada demais. Outro dia alguém me perguntou minha data de nascimento e demorei uns dez minutos antes de responder.”

“Você está falando só pra me deixar relaxada, mas obrigada.”

“Eu não estou. Até a minha mente fica em branco de vez em quando.”

“Eu odeio ficar confusa” Clara admitiu “É embaraçoso.”

“Sim, bem, eu acho que isso te deixa bonita” disse Marina na tentativa de consolá-la, batendo no nariz de Clara levemente que o amassou em resposta.

“Você acha que tudo o que faço é bonito” Clara protestou divertida, empurrando a cabeça para trás quando Marina tentou tocar o nariz de novo “Eu provavelmente poderia socar sua cara que ainda acharia adorável” ela brincou.

“Isso com certeza eu gostaria de ver, você achando que conseguiria me acertar” Marina riu e Clara não pode resistir à tentação de cutucá-la suavemente com o comentário.

Marina fingiu uma careta, mas na verdade estava realmente perturbado pela força de Clara e agradavelmente zombando dela por isso.

“Eu não tenho ideia de como você conseguiu dar um olho roxo a senhorita Muller e quebrar tanto sua mão quanto o nariz de Bia. Isso foi patético, Clarinha” ela zombou com bom humor “Você é tão pequena que às vezes acho que uma mosca poderia te ganhar numa luta.”

“Eu não sou tão pequena!” Clara respondeu fingindo insulto e empurrando Marina fazendo com que ela risse, apesar do desconforto do contato em seu lado “Você não pode me chamar de pequena quando pessoas como Gisele existem!”

“Gisele pode realmente e surpreendentemente dar um bom soco” Marina disse a Clara lembrando quando sua amiga a socou no almoço durante seu primeiro ano.

Gisele havia batido nela com entusiasmo depois de ouvir que Justin Timberlake estava em turnê e tocaria no American Airlines Arena, em Miami e Marina teve a pior dor no braço como resultado disso.

“Você, por outro lado…” disse Marina inclinando a cabeça estudando a forma física de Clara de forma decepcionantemente “Bem… você sabe…”.

A boca de Clara caiu com o insulto e ela demorou um pouco para pensar numa réplica.

“Você não acha que poderia te machucar se quisesse?” Clara finalmente resolveu perguntar, uma dica de um desafio em sua voz “Acabei de te empurrar facilmente” disse com um sorriso largo e os olhos brilhando maliciosamente “Eu poderia te machucar se quisesse, sabia…”

“Eu não acredito em você” Marina interrompeu rindo.

“Eu posso” disse Clara seguramente.

“Prove” Marina ousou e Clara desembaraçou a mão da namorada e deu um passo pra trás para olhá-la sem saber se ela estava falando sério ou não.

“Você não acha que vou?” Clara perguntou erguendo uma sobrancelha e estreitando os olhos enquanto tentava ler a linguagem corporal de Marina.

“Não… eu não acho que você vai” disse Marina e encolhendo os ombros quando ela saiu, continuando na direção da loja de música, aparentemente sem se incomodar com a ameaça de Clara.

Clara a observou por um momento meio que esperando que Marina se virasse e esperasse por ela, mas irritantemente ela não fez, ela simplesmente continuou caminhando, aparentemente imperturbável. Quando Marina estava a alguns metros à frente de Clara, a menina menor correu atrás dela e parou na frente de Marina bloqueando seu caminho que parou abruptadamente. Marina olhou para a expressão irritada de Clara divertida e cruzou os braços sobre seu peito enquanto esperava sua namorada dizer alguma coisa.

“Você é má sabia?” Clara disse fazendo beicinho e Marina riu do uso da arma secreta da namorada.

“Não” Marina disse contornando Clara e inclinando a cabeça em sua direção quando passou por ela “Isso é má.”

“Me lembre de dar um soco quando você estiver totalmente recuperada” Clara disse tentando acompanhar Marina.

Marina fingiu considerar o pedido por um momento e depois fez uma careta sacudindo a cabeça.

“Não” respondeu indo para a loja de música e parou virando para encarar Clara que estava estagnada, ou não prestando atenção suficiente nas ações de Marina ou seus reflexos não tão rápidos para reagir.

“Você é tão chata” Clara reclamou franzindo a testa e Marina afagou sua cabeça condescendente, o canto de sua boca levantando num sorriso.

“Eu sei” Marina disse piscando “Mas você me ama mesmo assim.”

Clara apertou as costelas de Marina com o dedo indicador que sibilou de dor, as mãos indo para o local imediatamente.

“Você achou que eu não faria né?” Clara questionou casualmente quando Marina a encarou novamente ainda sorrindo apesar da dor momentânea “Você mereceu” continuou parecendo satisfeita e Marina sacudiu a cabeça enquanto Clara ia para loja e a seguiu, claramente irritada.

Marina estava tentando deixar Clara ganhar essa rodada, mas não podia, o desejo de continuar sua implicância era muito forte para resistir e a fazendo caminhar tranquilamente por trás da namorada que agora estava em pé na frente de um monitor, folheando um livro de partituras. Marina deslizou as mãos ao redor da cintura de Clara e a puxou para seu corpo com firmeza, sem ser perturbada pelo protesto das costelas com sua namorada tão perto. Marina baixou a boca para o lado do pescoço de Clara e o mordeu, seus dentes passeando por lá enquanto suas mãos agradavam o abdômen de Clara.

Clara torceu nos braços de Marina tentando escapar, mas sua namorada a segurou com mais firmeza, continuando a mordiscar seu pescoço, a boca indo até a mandíbula de Clara e voltando para baixo novamente.

“Oh meu Deus!” Clara exclamou, deixando cair o livro no chão acidentalmente e lutando contra Marina, seu corpo se contorcendo enquanto ela ria, tentando afastar o pescoço de Marina, ao mesmo se contorcendo furiosamente “Marina!”

“Sim” perguntou Marina se fazendo de boba, apreciando o som da risada rouca de Clara, que conflitava maciçamente entre a irritação e a tentativa de escapar.

“Sim” Clara perguntou, sua voz aumentando em descrença quando ela tentou se virar e enfrentar Marina cujas mãos ainda estavam a acariciando.

Marina sentiu as mãos de Clara em cima das suas tentando puxá-las para longe de seu corpo para que pudesse escapar da namorada.

“Naaaauhuh” disse Marina tentando a segurar firme ignorando suas costelas “Eu acho que não…”

“Pare com isso!” Clara riu, finalmente conseguindo virar e encarar Marina que imediatamente começou a fazer cócegas na namorada.

Clara deu um passo pra trás na tentativa de escapar dos dedos inflexíveis de Marina e colidiu com a tela atrás dela. Ela estendeu uma das mãos contra a unidade de madeira e Marina aproveitou a oportunidade para intensificar ainda a tortura e empurrando seus corpos.

“Eu não posso acreditar!” Clara reclamou, tentando empurrar o peito de Marina, colocando um espaço entre elas, seu corpo ainda se contorcendo em seu desconforto.

“Você mereceu isso” Marina disse com um largo sorriso e rindo quando repetiu as palavras de Clara de alguns minutos atrás.

“Eu mereço…” Clara começou a discutir, mas Marina a cortou a beijando com firmeza, suas mãos saindo do abdômen de Clara e descansando em suas costelas.

Marina sorriu contra os lábios de Clara por um momento antes de se separarem e inclinar a cabeça a fim de estudar o rosto da namorada.

Clara engoliu com força, com os olhos fixos em Marina e depois tossiu se engasgando com o ar.

“Deus, o que a…” Clara começou a resmungar de novo, mas Marina, já sabendo a maneira mais rápida e agradável de calar a namorada, conectou seus lábios mais uma vez e não perdeu tempo em aprofundar ainda mais no segundo movimento.

Marina sabia que finalmente tinha ganhado quando sentiu Clara abrir a boca para receber a língua, a menina menor chupando prazerosamente e inclinando-se para o beijo, as mãos deslizando de sua postura defensiva.

Com o conhecimento de seu triunfo em sua mente, Marina puxou sua cabeça para trás com força, com um sorriso no rosto que irritava e entretia Clara ao mesmo tempo.

“Sim, você mereceu isso” Marina disse respondendo a pergunta incompleta de Clara e ampliando seu sorriso “Você é um pé no saco, Fernandes” ela disse divertida, empurrando o peito de Clara com cuidado para que ela tropeçasse um pouco pra trás “Ou devo dizer, o meu saco?” ela perguntou arqueando uma sobrancelha andando de costas “Eu só vou… te esperar lá fora” Marina disse quando Clara continuou a olhá-la atordoada.

Clara assistiu sua saída e quando seus sentidos finalmente voltaram, ela percebeu que não era a única, uma série de outros clientes na loja olhando também, alguns sorrindo se divertindo, algumas levantando as sobrancelhas de modo questionador e outros evidentemente impressionados com a exibição. Ela sentiu seu rosto corar quando os olhos de quem estava assistindo Marina sair agora voltaram para ela e se virou rapidamente para evitar os olhares. Clara se abaixou rapidamente para pegar o livro que tinha deixado cair no chão e quase acidentalmente bateu a cabeça no armário de exposição como resultado de sua pertubação com a situação.

Cerca de cinco minutos depois, Clara saiu da loja com um livro recém-adquirido de partituras que tinha escolhido e encontrou Marina do lado de fora encostada à janela da frente casualmente, lendo algo em seu telefone.

“Eu já te disse que você é realmente irritante?” Clara perguntou sem anunciar sua presença e Marina levantou os olhos de seu telefone para olhar a namorada.

“Na verdade eu acho que você pode ter mencionado isso antes” Marina respondeu travando o celular e guardando em sua calça jeans.

“Bem, no caso de não ter deixado claro, eu vou dizer isso de novo.”

Marina observou Clara com expectativa mas ela não disse mais nada.

“Bem, você não ia dizer” Marina perguntou sorrindo e Clara revirou os olhos e começou a sair.

“Amor? Você sabe que está indo na direção errada, certo?” ela perguntou e Marina viu Clara parar sua cabeça se virar para olhar o shopping, evidentemente desorientada novamente “O cinema é pra lá” disse Marina apontando na direção certa quando os olhos de Clara a encontraram.

“Certo” disse Clara com indiferença “Eu sabia disso” ela disse girando no local e indo embora no outro sentido.

“De nada” ela gritou e Clara se virou para ela irritada.

“Então, você vem ou não?” ela perguntou erguendo os braços em expectativa.

“Eu não sei” Marina respondeu se erguendo de onde estava encostada e indo em direção a Clara num ritmo lento “Eu poderia…”

Quando ela finalmente a alcançou, Clara a empurrou com força no ombro e Marina riu do abuso.

“Ugh, eu odeio você às vezes” Clara gemeu alegremente apesar de suas palavras.

“Eu sei. É ótimo, não é?” Marina disse dando um passo pra frente e beijando Clara na testa acima de sua cicatriz, os lábios demorando ali por um momento “Se possível, eu te acho dez vezes mais atraente quando está irritada” ela disse e Clara suspirou frustrada “Além disso, sinta-se livre para xingar com mais freqüência. É meio quente.”

“Foda-se” Clara disse levantando uma sobrancelha e Marina estudou o local onde estavam.

“Talvez não aqui” disse fazendo uma careta e Clara balançou a cabeça, um sorriso reflexivo aparecendo por conta própria.

“Você é uma idiota” Clara disse rindo e Marina pareceu considerar as palavras.

“Talvez, mas eu sou uma idiota que distraidamente te irrita e você cai” Marina disse.

“Deus, por que eu ainda te amo? Você… você… idiota” Clara xingou e Marina abriu um grande sorriso ao ouvir a palavra.

Marina se inclinou depositando suas mãos nas costas de Clara, a beijando brevemente.

“Vamos lá” disse Marina pegando a mão de Clara e a levando pro cinema “Vamos perder o filme se ficarmos aqui o dia todo.”

“Espera, você não vai dizer que você me ama?” Clara perguntou enquanto caminhavam juntas de mãos dadas.

“Não” respondeu Marina e Clara fez beicinho imediatamente “Algo tão óbvio não precisa ser dito” ela terminou e Clara se inclinou para o lado dela, satisfeita com as palavras.

“Ok, você está perdoada” Clara disse e Marina sentiu Clara soltar sua mão para agarrar sua cintura.

“Bom, você me deixou preocupada por um momento.”

“Eu não deixei” respondeu Clara e Marina afirmou suas palavras com o olhar silencioso enquanto continuavam seu caminho.

Elas ficaram em silêncio no resto do caminho e quando finalmente chegaram ao cinema, Clara comprou os bilhetes para a próxima exibição do filme que tinham planejado assistir e voltou para onde Marina estava sentada esperando.

“Temos cerca de quinze minutos até entrar” disse Clara brincando com os bilhetes em suas mãos antes de guardá-los em sua bolsa.

“Você sabe que não tinha que comprar os ingressos” Marina disse quando Clara sentou ao seu lado “Eu posso pagar por mim mesma. Você realmente não me deve nada por ter saído mais cedo para ver Vanessa.”

“Eu sei” disse Clara pegando a mão de Marina “Eu queria mesmo assim. Eu quero comprar sua pipoca também” continuou com os olhos fixos em suas mãos “E seu refrigerante” continuou finalmente, levantando os olhos para encontrar o verde gritante da namorada “Então, eu quero te pagar um jantar mais tarde e dar um beijo de boa noite quando for hora de ir para casa. Dessa forma, você terá bons sonhos,”

“Eu sempre tenho bons sonhos porque sempre são com você” Marina disse e Clara sorriu para o elogio “Mas você sempre me compra coisas. Você está sempre me dando presentes ou organizando de piqueniques românticos em praias ou me levando pra rebater bolas.”

“Você me comprou um filhote de cachorro” disse Clara sentindo que seu comentário superava qualquer argumento.

“Sim, mas com seus pais. Além disso, você me comprou um anel de compromisso.”

“Então se for pra continuar sua listinha, eu também comprei um colar” Clara riu.

“Exatamente! Você comprou!”

“Você me deu ingressos pra ver Taylor Swift e Ed Sheeran. Então acho que no final tá tudo certo.”

Clara olhou para suas mãos por um momento, sua expressão pensativa.

“Eu gosto de comprar coisas pra você” Clara confessou depois de uma pausa “Eu gosto de organizar encontros surpresas e te levar pra jantar. É uma sensação agradável fazer as coisas pra você. Me faz bem te ver feliz e eu adoraria sentir isso se você me deixasse pagar a porcaria da pipoca. Eu prometo que vou comer pouco” ela brincou.

Marina encarou Clara e podia ver que ela não estava falando da boca para fora. Podia ver que ela realmente queria dizer aquilo e Marina sorriu feliz como resultado.

“Tudo bem. Você pode me comprar pipoca. Grande” ela disse piscando “Você diz que só vai comer um pouco, mas está esquecendo que conheço seu apetite, Clarinha.”

“Doce ou salgada?” Clara perguntou.

“Doce como você” disse e Clara riu.

“Esperta” ela riu e Marina estendeu a mão para acariciar seu rosto.

“Eu amo sua risada” Marina disse a ela.

“Só a minha risada?” Clara perguntou, sua própria mão descansando em cima da de Marina.

“Sua risada” Marina repetiu com a mão acariciando a testa de Clara levemente e afastando o cabelo “Seus olhos” disse sorrindo, inconscientemente acariciando a sobrancelha esquerda de Clara “Seus lábios” continuou beijando Clara nos lábios rapidamente “Eu amo suas cicatrizes” Marina disse acariciando delicadamente a cicatriz na testa de Clara “Eu amo tudo sobre você.”

Clara estendeu a mão e esfregou o braço de Marina.

“Você quer Coca ou qualquer outra coisa com a pipoca?” Clara perguntou.

“Você não vai dizer que me ama?” Marina perguntou.

“Não” respondeu Clara com os cantos de sua boca abrindo num sorriso “Algo tão óbvio não precisa dizer” ela zombou e Marina revirou os olhos.

“Agora quem é a idiota” ela perguntou e Clara pareceu considerar a questão por um momento.

“Ainda é você” Clara respondeu soltando a mão de Marina e levantando.

“Por que você namora comigo se sou idiota?” Marina perguntou sorrindo.

“Eu não sei. Você está parece bonita, eu acho. Mendigos não podem escolher. Era você ou meu melhor amigo imaginário, Raphael…”

“Melhor amigo imaginário?” perguntou Marina, sua sobrancelha levantando com interesse.

“Sim, nós nos encontramos na minha viagem escolar imaginária para Marte” Clara disse.

“Marte, o planeta?” Marina questionou.

“Sim” Clara respondeu.

“Então o que aconteceu? Ele fugiu com outra garota?”

“Não” disse Clara fingindo dor “ Acontece que ele não era exatamente real. Quem imaginaria?”

“Você é muito idiota” Marina disse.

“Sim, bem você é uma idiota então acho que é a combinação perfeita” Clara brincou e Marina deu um soco de brincadeira em sua barriga.

Clara se inclinou com o contato e franziu a testa por um momento.

“Idiota” ela comentou com bom humor antes de sair para comprar o lanche para o filme.

Marina a observou e aproveitou a oportunidade para olhar descaradamente pra bunda da namorada que ia pra entrada do cinema, apenas levantando o olhar quando sentiu seu celular vibrar no bolso. Marina pegou o pequeno aparelho e olhou pra tela observando que o alerta era mensagem de Camila no Facebook.

Marina abriu e sorriu para o conteúdo.

“Oi Marina! Porra, você é grosseira hein? Então você me adicionou como amiga aqui e… bem isso é legal… mas sério… eu pensei que íamos sair com sua namorada e o resto da gangue? Então… onde está me convite? Tá perdido junto com a porra da minha carta de Hogwarts? Estou nessa espera há tempos! De qualquer forma, não seja uma idiota, eu prometo que eu sou psicopata… pelo menos eu não acho que sou, mas você nunca pode estar muito certa sobre essas coisas, suponho… de qualquer maneira , eu tenho notícias sobre a ruiva de meu time de softball. Aparentemente, ela não é gay, mas… bem, nós definitivamente nos beijamos umas noites atrás então eu acho que a faz pelo menos bissexual, certo? Quero dizer, era no meu sonho, mas ainda conta não é? De qualquer forma, foda-se por não entrar em contato comigo. Sou muito gangster pra sair com você mesmo.

P.s.: Apenas brincando. Estou literalmente morrendo porque preciso de um grupo legal de amigas pra sair então é melhor entrar em contato… ‘carinha de choro’”

“Prontinho” disse Clara puxando a atenção de Marina de volta pra ela.

Ela estava em pé na frente de Marina, um saco de pipoca numa mão e a bebida na outra.

“Você não deixou a pipoca cair?” Marina riu colocando o telefone de volta no bolso.

“Não, claro que não” disse Clara entregando o saco a Marina embora mantendo a preensão na bebida “Eu não desperdiço comida, Marina. Estou mais propensa a derramar a bebida.”

“Então melhor a gente trocar né?” Marina sugeriu e Clara levantou o copo e tomou um gole de Coca.

“Onde está a diversão nisso?” Clara perguntou oferecendo a mão a Marina que pegou com prazer.

Clara puxou Marina e elas foram em direção a sala onde passaria o filme.

“Hey, Clarinha, você se lembra da Camila?” perguntou Marina, seus dedos brincando com os de Clara enquanto estavam na fila.

“Sua ex-namorada?”

“Nós não éramos namoradas” Marina disse e Clara encontrou seus olhos enquanto tomava outro gole.

“Moça, então?” Clara brincou, seus dentes mordendo o canudo.

Marina bateu em seu braço de brincadeira, vincando o rosto em desaprovação.

“Peguete?” Clara continuou em tom de brincadeira.

“Amiga” disse Marina na tentativa de impedi-la.

“Oh, a amiga de amassos do acampamento de verão” Clara disse mesmo assim, se divertindo.

“Ok, então você se lembra dela” Marina admitiu, suspirando.

“Deixa eu ver… gostosa, engraçada, irritantemente simpática… sim, é claro que me lembro dela.”

“Você está com ciúmes dela?” Marina perguntou surpresa com as palavras de Clara “Flavinha e Gisele disseram que você estava, mas eu não acreditei nelas.”

“Eu não estou com ciúmes” Clara respondeu empinando um pouco o queixo.

“Você está morrendo de ciúmes dela” Marina compreendeu.

“Não é dela” Clara defendeu “Só… talvez com um pouco com ciúmes do tempo que você passaram juntas.”

“O quê?” Marina perguntou confusa.

“Nada” Clara disse evasivamente, mastigando o canudo novamente como distração “O que tem ela?”

Marina estreitou os olhos fazendo uma nota para falar com Clara corretamente sobre isso depois, mas decidiu deixar pra lá por enquanto.

“Bem, eu meio que disse que iríamos nos encontrar” Marina disse e Clara não tirou os olhos da namorada, a encarando profundamente.

“Ok” disse Clara encolhendo os ombros.

“Ok? Então você está bem com isso e devemos nos encontrar?”

“Claro” respondeu Clara parecendo incerta apesar de seus melhores esforços “Ela é sua amiga não é? Então, por que seria um problema?”

“Eu não acho que seria depois que você estava tão convencida que me desculpasse com ela pelo jeito que reagi na lanchonete, mas eu pensei em verificar antes de marcar” Marina respondeu.

“Não, está tudo bem” Clara disse andando quando a fila de moveu.

“Ótimo, bem eu estava pensando em falar com o resto das meninas e arranjar algo pra próxima quarta-feira” Marina compartilhou.

“O resto das meninas?” perguntou Clara, claramente não entendendo o que Marina estava propondo.

“Sim. Camila quer conhecer todo mundo então pensei em convidar Gisele e as outras também.”

“Espere, eu vou?” Clara perguntou evidentemente perdida “Eu pensei que você ia se encontrar com ela sozinha?”

“Não” disse Marina, rindo baixinho do equívoco de Clara “Ela sugeriu que todas nos encontramos. Dessa forma, não seria estranho ou qualquer coisa.”

“Oh” disse Clara se sentindo um pouco melhor com o esclarecimento “Ok, então sim, pode ser divertido.”

“Então posso marcar alguma coisa?” perguntou não necessitando da aprovação de Clara, mas querendo mesmo assim.

“Sim” disse Clara balançando a cabeça andando novamente “Vá em frente.”

“Obrigada” Marina sorriu beijando a cabeça de Clara que tomava outro gole de Coca.

“Pelo o quê?” Clara perguntou quando Marina colocou uma mecha de cabelo de Clara atrás da orelha.

“Só obrigada” Marina respondeu quando Clara ofereceu a bebida a ela para pegar os ingressos da bolsa.

Clara conseguiu pegar os ingressos e ajeitou a bolsa estendendo a mão para recuperar a bebida, mas a garota mais alta balançou a cabeça.

“Não leve a mal, Clarinha, mas não confio em você andando no escuro levando a bebida depois da última vez…”

“Vanessa me cutucou!” Clara protestou, lembrando quando derramou sua bebida sobre Flavia na última sessão de cinema em grupo.

“Sério?” Marina perguntou estendendo a bebida incerta para Clara pegar enquanto entravam na sala.

“Ok, talvez eu tenha tropeçado” Clara admitiu sorrindo colocando a língua entre os dentes.

“Você quer levar isso?” Marina perguntou agitando o copo e Clara balançou a cabeça.

“Não, você pode segurar” Clara cedeu “Eu vou te segurar.”

Clara colocou a mão no cotovelo esquerdo de Marina e andaram juntas na sala escura procurando lugares no meio da fileira de trás e se ajeitando nela.

Marina colocou a bebida no braço da cadeira e estendeu a mão agora livre para pegar a de Clara, seus dedos a acariciando enquanto pegava pipoca do saco e comia avidamente.

Em silêncio, a pequena mão de Clara passou pelo braço da cadeira para pegar um punhado de pipoca do saco quase vazio.

“Oh meu Deus, Clarinha” Marina riu com a voz baixa para não pertubar ninguém “Você quase comeu metade do saco e o filme ainda nem começou.”

“Estou com fome” Clara resmungou fazendo beicinho “Além disso, você comeu também. Não foi só eu.”

“Talvez seja melhor eu guardar o saco um pouco até o filme realmente começar” Marina sugeriu colocando o saco no chão ao seu lado, a sala relativamente deserta, algumas pessoas espalhadas em pequenos grupos.

“Marina” Clara protestou quando os créditos do filme apareceram na tela “Vamos. Isso não é justo. O que eu devo fazer com a minha boca agora?” ela perguntou voltando sua atenção para a tela por um momento vendo as informações.

“Bem, você poderia fechá-la” Marina sugeriu sussurrando, astutamente ciente das pessoas ao seu redor “Eu te devolvo num minuto.”

“Eu estou com fome agora” Clara reclamou inclinando para mais perto de Marina e tentando pegar o saco de novo.

Marina inclinou divertida na tentativa falha de Clara e tirou o saco um pouco mais de seu alcance, sua boca fingindo morder o braço de Clara por um momento antes dela sentar novamente.

Clara se endireitou e franziu a testa dramaticamente com a crueldade de Marina antes de se inclinar em seu colo novamente e tentar mais uma vez para recuperar a pipoca.

“Clarinha” Marina sussurrou baixinho, a pequena menina inclinando-se de uma maneira que estava quase no colo dela.

Marina pensou que se a namorada não tivesse cuidado, corria um risco muito real de cair da cadeira.

“Espera por cinco minutos e eu te devolvo” Marina tranquilizou.

“Eu não posso” disse Clara, o braço estendendo tanto quanto possível e ainda não alcançando o saco.

“Jesus” Marina riu baixinho tentando ficar calma “Você podia se levantar se quisesse…”

“Não, isso envolve muito esforço” Clara disse e Marina levantou uma sobrancelha sacudindo a cabeça.

De onde ela estava sentada agora, a atual tentativa de Clara parecia muito mais trabalhosa do que se levantar.

“Merda” Clara gemeu e Marina arqueou o pescoço para olhar sobre sua namorada, o saco de pipoca agora com seu conteúdo derramado no chão “Olha o que você me fez fazer” disse se sentando e virando a cabeça para Marina.

“Não me culpe por isso” Marina sussurrou enquanto Clara se ajeitava no lugar, visivelmente chateada pelas pipocas “Eu te disse pra esperar.”

Clara suspirou dramaticamente e cruzou os braços sobre o peito, os lábios num exagerado beicinho.

“Ahhh, não fica assim” Marina disse tocando a ponta do nariz de Clara, a menina menor sorrindo “Nós ainda temos o filme para desfrutar” ela encorajou embora o mesmo já tivesse começado a poucos minutos e com toda a honestidade, Marina não tinha ideia do que estava acontecendo.

Ela estava tão distraída com as tentativas de Clara alcançar a pipoca que não tinha prestado atenção em nada que aconteceu na tela.

“Tudo bem” disse Clara descruzando os braços e estendendo a mão para Marina, um pedido silencioso pra namorada continuar com seu hábito de sempre.

Marina concordou quase que imediatamente acariciando as costas da mão de Clara com o polegar e inclinando para o lado da namorada. Ficaram alguns minutos em silêncio, Marina tentando se concentrar no filme, mas de vez em quando pegava Clara lançando olhares rápidos e discretos pra pipoca derramada no chão.

“Clarinha” Marina sussurrou em seu ouvido torcendo um pouco “Se está com fome, vai buscar mais.”

“Eu não posso levantar” Clara admitiu, o cabelo na parte de trás do pescoço levantando em resposta a respiração quente de Marina contra sua pele “Eu provavelmente vou cair de cara no chão por causa dessa escuridão.”

Clara virou seu corpo para Marina que ainda estava pairando perto de seu ouvido pronta para sussurrar novamente e sentiu seu estômago vibrar na proximidade dos lábios de Marina com os seus. Ela baixou os olhos para eles avidamente por um momento antes de encontrar os olhos de Marina e mordeu o próprio lábio inferior entre os dentes.

Marina sorriu para Clara, um sorriso suave e sedutor que fez o coração da menina menor saltar no peito.

“Clarinha…” Marina começou quase inaudível, enquanto tentava, sem sucesso, quebrar o contato visual com a namorada, conhecendo o olhar que Clara estava lhe dando.

“Por favor” murmurou Clara movendo os lábios tão perto de Marina quanto poderia sem tocá-los “Apenas um beijo?”

Marina sacudiu a cabeça e acatou o pedido de Clara conectando seus lábios num beijo delicado, mas ficando desapontada quando sentiu Clara tentar separá-las. Ela estendeu a mão para a parte de trás do pescoço de Clara e puxou a namorada para mais perto a impedindo de se mover, silenciosamente a incentivando continuar e aprofundar o beijo. Marina sentiu Clara sorrir contra sua boca e tocou seu lábio inferior com a língua e Marina abriu a boca para permitir o acesso.

No entanto, em vez de aceitar o convite de Marina, Clara moveu sua boca para chupar o pescoço de Marina.

Marina arqueou a cabeça pra trás expondo mais seu pescoço para Clara sentindo prazer e a menina menor soltou a mão de Marina e colocou a sua ao lado do peito da namorada, os dedos roçando levemente o tecido da camisa de Marina, a outra mão ficando em seu ombro.

Marina ajeitou um pouco mais na cadeira, surpresa ao descobrir que suas costelas não doiam sob toque suave de Clara e sua mão foi para o quadril de Clara, roçando um pouco a pélvis dela. Clara juntou suas bocas novamente, desta vez sem perder tempo no combate com a língua da namorada, a chupando periodicamente, provocando.

Clara deixou cair a mão que estava no ombro de Marina até a cintura e empurrou a blusa para acariciar seu estômago habilmente com a ponta do dedo, continuando a beijá-la por toda parte, os próprios dedos de Marina puxando o cabelo da sua nuca em resposta ao prazer.

Marina sentiu a outra mão de Clara se juntar a outra debaixo da camisa e as duas começaram a vagar seu torso enquanto a menina menor mordia suavemente os lábios de Marina, puxando um pouco para trás enquanto movia a cabeça. Marina mal tinha consciência do que estava acontecendo antes de sentir Clara soltá-la e mover a boca rapidamente de volta ao pescoço, sua língua traçando uma linha até sua orelha. Marina inclinou a cabeça para permitir um melhor acesso a Clara e ao chegar ao seu destino, Clara sugou levemente o local abaixo da mandíbula de Marina.

“Foda-se” Marina suspirou baixinho enquanto a mão de Clara subia, sua boca ainda beijando o pescoço de Marina, sua língua brincando com a pele por baixo.

Clara sorriu e mordiscou o local, seus dentes arranhando cuidadosamente por um momento antes de voltar ao seu lugar.

Marina demorou para abrir os olhos e encarar Clara, mas quando o fez, tudo viu foi um sorriso como nunca tinha visto no rosto da namorada e ela teve um flashback repentino sobre a maneira que provocou Clara na loja de música e sabia que estava recebendo o troco. Clara colocou as mãos atrás da cabeça e virou para encarar a tela, seu sorriso era tão luminoso que praticamente poderia iluminar toda a sala se fosse fisicamente capaz.

“Você é uma idiota” Marina murmurou baixinho se ajeitando em sua cadeira quando Clara estendeu a mão para pegar o copo de Cola, seus olhos passando por Marina que parecia seriamente atordoada.

Clara colocou o copo de volta no suporte e estendeu a mão para procurar cegamente por Marina. Quando ela a encontrou, Clara tentou pegá-la, mas Marina teimosamente não deixou e Clara riu levemente, o som fazendo estômago de Marina responder como sempre. Clara moveu a mão caçando a de Marina até que finalmente conseguiu segurá-la. Ela puxou para ela com dificuldade, Marina fazendo seu trabalho para dificultar até que Clara puxou com firmeza e levou aos lábios, beijando os nós dos dedos da menina de olhos verdes e depois os mordendo com cautela.

Marina puxou a mão e Clara a soltou divertida, mas inconscientemente permitindo que Marina a cutucasse no ombro.

“Ah, vamos lá, não seja mal-humorada” Clara sussurrou, inclinando sobre o braço da cadeira, mais perto de Marina “Você começou tudo isso, se lembra?”

“Sim, mas foi divertido quando eu fiz isso” disse Marina tentando lutar contra o sorriso que estava ameaçando aparecer “Quando você faz isso é apenas irritante.”

“É porque eu sou muito boa nisso” disse Clara sem modéstia e Marina mordeu o lábio inferior, tentando suprimir sua diversão, os cantos da boca se levantando apesar de seus melhores esforços.

Clara se aproximou e pegou a mão de Marina novamente.

“Trégua?” ela perguntou e Marina pareceu levar uma eternidade ponderando as alternativas antes de finalmente ceder e balançar a cabeça.

“Tudo bem, trégua” ela sussurrou permitindo que Clara colocasse suas mãos em seu colo.

Marina se arrastou para mais perto de Clara e deixou cair a cabeça no ombro da namorada se aconchegando da melhor forma que conseguia nas condições atuais. Clara passou a mão de Marina para sua esquerda e colocou seu braço direito nos ombros de Marina.

Clara beijou o topo da cabeça de Marina e elas finalmente começaram a assistir ao filme, ambas completamente alheias a tudo o que havia acontecido nele até esse ponto.

Depois de meia hora, Clara sentiu a mão de Marina soltar a sua e se estabelecer em seu colo e, inicialmente, pensou que não era nada, sua mente preocupada com o desenrolar dos acontecimentos na tela à sua frente. Só quando ela sentiu a mão de Marina deslizar entre suas pernas, ela se endireitou, a cabeça virando para encarar a namorada cuja atenção estava fixada firmemente no filme.

“Marina” Clara suspirou, seu tom de voz baixo e calmo “O que você está fazendo?”

“Nada” Marina respondeu maliciosamente, sem tirar os olhos da tela, os dedos esfregando o centro de Clara.

Clara agarrou o pulso de Marina para pará-la, o espaço entre as pernas ficando mais quente com o contato prolongado da mão da namorada.

“Isso não é nada” Clara sussurrou e Marina finalmente virou a cabeça para encontrar seus olhos “Pensei que estávamos dando uma trégua?”

“Estamos” Marina concordou, a mão voltando ao trabalho anterior quando Clara relaxou o aperto no pulso da namorada.

“Então o que você está fazendo?” Clara perguntou segurando a mão novamente fazendo Marina parar, seu núcleo doendo de desejo, seu corpo traindo a lógica pela luxúria.

“Nada Marina sussurrou em resposta novamente, inclinando a cabeça e beijando o queixo de Clara, arrastando sua boca em direção a clavícula da namorada.

"Marina…” Clara disse, levantando a mão que foi mão que estava segurando o pulso de Marina tentando empurrá-la.

“Você está dizendo que quer que eu pare?” Marina murmurou contra o pescoço de Clara e ela moveu a mão livre para dentro do jeans da namorada e sua roupa de baixo.

“Merda” Clara assobiou baixinho quando Marina rapidamente começou a mover a mão para cima e para baixo contra o centro de Clara, seus dedos deslizando facilmente na umidade “Não”, Clara conseguiu expressar quando Marina moveu a boca para seu pescoço e chupou.

“Você não quer que eu pare?” Marina murmurou, os lábios fazendo cócegas no pescoço de Clara.

“Não” Clara exalou, sua mão se movendo para mexer com o botão da calça jeans.

Ela lutou com ele por um momento e finalmente conseguiu liberá-lo, oferecendo a Marina mais liberdade para mover sua mão.

“Ok” disse Marina sentando um pouco e juntando as bocas, sua mão ainda se movendo ritmicamente no lugar, os quadris de Clara levantando do assento em resposta à estimulação.

Marina sentiu as costelas protestarem pela rotação em seu tronco moveu um pouco para aliviar a tensão os músculos. Ela aprofundou o beijo apreciando o gosto da boca de Clara, sua língua trabalhando avidamente na boca da namorada, seus lábios chupando os de Clara enquanto sua mão continuava a trabalhar furiosamente.

Clara inclinou a cabeça para trás, seus quadris empurrando contra a mão de Marina e a menina mais alto ouviu um pequeno gemido escapar dos lábios de Clara apesar de seus esforços para silenciá-lo. Clara inclinou a cabeça para frente de novo e apertou seus lábios contra a mandíbula de Marina por um momento antes de beijar Marina novamente.

Enquanto se beijavam, Clara puxou a namorada para ainda mais perto com a mão em sua nuca.

“Amor” disse Marina, sua boca escapando de Clara por um momento, a menina menor tendo sua respiração presa na garganta, seu corpo tenso, Marina a segurando firmemente quando seu corpo arqueou.

Clara soltou uma respiração afiada e curta, o resto do oxigênio preso em seus pulmões enquanto seus músculos decidiam como liberá-lo de forma eficaz. A mão de Marina continuava esfregando o centro de Clara, sua mão revestida pelo calor úmido da namorada, seus dedos deslizando facilmente.

Clara tentou reconectar sua boca com Marina, mas no momento que tentou, suas costas arquearam para longe do banco, o pescoço se estendendo de volta.

“Shh…” Marina avisou em voz baixa, levando a mão para cobrir a boca de Clara, se inclinando para seu pescoço mais uma vez.

Marina rapidamente tomou os lábios de Clara e a beijou profundamente, a mão pressionando a umidade dela com mais firmeza. Ela sentiu Clara tremer e a menina menor exalou contra sua boca, toda a tensão escapando de seu corpo quando ela caiu na cadeira, aceitando a base de apoio de bom grado.

Marina tirou a mão de onde estava se ocupando e a colocou na barriga de Clara quando se inclinou e beijou Clara novamente, a outra garota finalmente abrindo os olhos para encontrar os penetrantes olhos verdes de Marina, suas pupilas dilatadas.

“O que foi isso?” Clara conseguiu dizer sem fôlego.

“Não tem motivo” respondeu Marina, seus lábios curvando num sorriso quando elas se separaram “Eu só queria.”

Clara conectou seus lábios novamente e moveu a mão para retribuir o favor, mas a puxou rapidamente a apertando em seu peito, a dor aguda de antes retornando tão de repente e inesperadamente como tinha feito antes.

“Você está bem?” Marina perguntou baixinho, percebendo a careta no rosto de Clara quando ela abriu os olhos para investigar a ausência inesperada dos lábios da namorada, Clara tendo recuado em seu desconforto “Seu peito está doendo?” ela continuou sussurrando.

“Não é nada” Clara a tranquilizou, a dor se dissipando mais uma vez, seus dedos massageando seu esterno.

“Tem certeza? Não é a primeira vez que você sente…”

Clara beijou Marina novamente para acalmar seus temores, o gesto aparentemente funcionando, colocando a mão no colo de Marina.

“Não” disse Marina parando a mão de Clara “Tudo bem.”

“Você não quer que eu…” Clara começou, mas Marina beijou.

“Não” ela disse suavemente, roçando o rosto com o polegar por um momento antes de se aconchegar de volta contra o peito de Clara “Hoje não.”

“Ok” Clara disse um pouco confusa.

Ela estendeu o braço em torno do ombro de Marina, encolhendo ligeiramente em desconforto, seu peito ainda doendo.

Clara sentiu Marina mexer com o botão de seu jeans para fechá-lo, em seguida colocando a mão contra seu esterno, a outra procurando a de Clara e entrelaçando as duas.

“Eu só queria fazer alguma coisa pra você” disse Marina em silêncio, traçando pequenos círculos na palma da mão de Clara “Eu não preciso de retorno. Não agora de qualquer maneira. Você pode ficar me devendo.”

Clara sorriu divertida.

“Ok” disse beijando o topo da cabeça de Marina e voltando sua atenção para a tela, Marina embrulhada em seus braços.

Clara e Marina assistiram ao resto do filme completamente inconsciente do que tinha acontecido em grande parte dele e quando finalmente terminou se levantaram de mãos dadas e foram em direção a porta.

“Marina” a morena ouviu alguém chamar atrás dela e as duas se viraram na direção da dona da voz, surpresas ao descobrir Gisele e Flavia saindo da mesma sala que estavam.

“Oi” disse Marina parecendo confusa “Achei que não iam assistir.”

“Eu ainda queria assistir. O que você achou?” Flavinha perguntou.

Marina encontrou o olhar de Gisele e a menina menor levantou uma sobrancelha, aparentemente ciente de que ela não tinha prestado atenção no filme.

“Foi muito bom” Marina mentiu e sentiu o rosto corar brilhantemente com o olhar que Gisele estava direcionando a ela “Você gostou né, Clarinha?” ela perguntou a namorada tentando evitar os olhos de Gisele e desviar a atenção para longe dela.

“Foi legal” respondeu Clara, completamente alheia ao desconforto de Marina.

“Legal né?” Gisele perguntou, a insinuação clara a Marina, mas inteiramente perdida por Clara.

“Sim” disse Clara e Marina viu o sorriso de Gisele.

“Eu meio que concordo com Clara” disse Flavinha e Marina percebeu que sua outra amiga, obviamente não estando ciente das brincadeiras com Clara no cinema “Foi legal, mas não foi um de seus melhores filmes.”

“Foi um pouco decepcionante” Gisele disse voltando sua atenção para Marina “Quero dizer, eu já vi finais melhores” disse de forma significativa e Marina pensou que poderia morrer ali mesmo de tão envergonhada.

“O que vocês vão fazer agora?” Flavia perguntou a Marina e Clara.

“A gente ia comer alguma coisa” respondeu Clara olhando para Gisele e Marina “Vocês querem ir?”

“Pode ser?” Flavia questionou buscando a aprovação de Marina, que assentiu com a cabeça.

“Sim, é claro” Marina assegurou.

“Jimmy?” Gisele perguntou “Estou de carro.”

“Ok” disse Marina sem jeito.

“Posso ir ao banheiro primeiro? Eu preciso lavar as mãos.”

“Eu vou com você” Flavia disse “Eu realmente preciso fazer xixi.”

“Você não precisa de lavar as mãos, Ma?” Gisele perguntou sorrindo enquanto as duas iam em direção ao banheiro.

“Oh Deus” Marina gemeu “Me mate agora” ela disse seguindo as meninas, o som da risada divertida de Gisele a seguindo por todo caminho.


Notas Finais


E ai como estamos??/?
Vcs gostam da Camila?
Me digam o que estao achando?
Erros...
Boa semana


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