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História Simply Love (Jariana) - Tempo


Escrita por: aricabello93

Notas do Autor


Confesso que eu demorei porque estava com preguiça. Me julguem ( ͡° ͜ʖ ͡°)

Esse capitulo será dedicado para: ~t3ddyftariana 💜

Capítulo 46 - Tempo


Point Of View, Ariana Grande 

Eu realmente estava me sentindo uma depressiva, depois do grande fracasso que aconteceu na minha vida.

Na verdade eu me sentia inútil. Por ter pensado que eu poderia ser mais do que eu era. Por realmente ter pensado na possibilidade de ser de ganhar aquela bolsa. 

Eu deveria ter me colocado no meu devido lugar desde o início. Estava tão óbvio. Mas eu preferi me iludir, e mais uma vez o tombo foi forte. Em que mundo, uma simples cega iria ter a chance de competir com várias concorrentes que poderiam enxergar ? Só no mundo Alice mesmo.

Me expus ao papel do ridículo. Eu mesma tive a capacidade de me ridicularizar sozinha. 

Pra mim isso foi tão humilhante.

Envergonhada.

Essa era a palavra certa. Eu estava sentindo vergonha da pessoa que eu era. Eu não queria estar me sentindo assim, mas não era como se eu pudesse controlar meus sentimentos. Eles estavam dentro de mim, porém eu não podia controla-los. 

Meus pensamentos estavam divididos em várias partes. Uma delas pensava que foi melhor Justin não estar aqui. Talvez ele ficasse decepcionado comigo. Afinal ele sempre demonstrara confiar em mim. Outra parte me fazia pensar, colocar em dúvida, como seria se ele estivesse aqui? Será que ele iria se decepcionar mesmo. Poderia ter sido menos doloroso a presença dele, ao meu lado me dando conforto, me enchendo de palavras carinhosas. Me passando segurança, como ele sempre fez.

Mas agora não adiantaria nada ficar pensando como as coisas aconteceriam.

Uma grande dúvida martelava em minha mente, e a única maneira que iria fazer com que eu me sentisse menos inútil nessa vida. 

— Mamãe - esperei que ela me respondesse.

— Está tudo bem filha? - me sentei no sofá.

— Eu quero te pedir uma coisa - respirei fundo.

— Pode dizer Ari, está me deixando preocupada. - segurou uma de minhas mãos.

— Eu quero fazer... - dei uma leve pausa — Os exames novamente ... para saber se eu ainda tenho chances... de voltar a enxergar - falei vagarosamente.

O silêncio tomou conta do local.

— Filha... Você sabe que eu e seu pai não temos condições - sua voz saiu falha.

— Eu sei mamãe - apertei sua mão - Eu apenas quero saber se eu ainda tenho chance... de voltar a enxergar um dia - minha voz saiu por um fio.

— Ari.. - interrompi.

— O último exame que eu fiz foi a dois anos atrás. Eu só queria saber se ainda tenho chances... - repeti.

Eu estava decidida.

— Você realmente está pronta para enfrentar novamente ? E sabe que mesmo se o resultado for o mesmo, não iremos ter como pagar a cirurgia. E também você sabe que os resultados podem serem outros...

— Eu sei - suspirei — Mas eu preciso muito saber, se eu ainda tenho chances. - uma lágrima teimosa escapou de meus olhos.

— Então ainda essa semana, nós iremos ao médico, e iniciaremos todos os exames novamente - senti sua mão gelada tocando meu rosto, na tentativa de limpar minhas lágrima.

— Obrigada - sorri tristemente. 

— Não me agradeça, fico feliz pela sua iniciativa.

Me recordei de outro pedido muito importante que eu deveria fazer a ela. Já estava mais do que na hora de assumir o papel de quem eu realmente era. Uma cega. Já tinha passado da hora da realidade vir a toda. 

Porque, independente do resultado dos exames, eu não iria ter o dinheiro para pagar a cirurgia. Então eu continuaria cega. Então assim eu seria. Uma cega. Mas eu tentaria ser uma cega menos infeliz.

— Tem outra coisa que eu quero te pedir ... - minhas voz saía tão calma, e baixa que eu mesma estava estranhando.

— Pode dizer Ari - minha mãe parecia estar receosa.

— Eu quero estudar em uma escola, que tenha apenas alunos com deficiências visuais. Assim como eu - minha voz saia tão baixa que eu quase não conseguia escuta-la.

— Mas isso é um absurdo - Joan elevou o tom de voz

— Você não precisa frequentar outra escola.

— Mamãe, é o que eu sou. Você pode começar a enxergar o óbvio? Eu sou cega, tenho certeza que não é tão difícil pra você notar isso...

— Você não precisa fazer isso Ariana, você está se penalizando por algo que você não tem culpa - ela já estava alterada.

— Já fazem exatamente três semanas que eu não vou a escola, três semanas que eu não consigo falar com meus amigos, por sentir vergonha deles, sabe o quanto isso dói?! 

— Ar.. - a cortei.

— Não você não sabe, só eu sei. E no momento esse é o melhor para mim. - eu queria gritar com ela, mas eu não conseguia, eu me sentia tão fraca, desgastada, eu apenas falava o que pensava porém não tinha forças para manter minha voz firme.

— Você não quer isso Ariana. Eu sei que você não quer. E eu não vou permitir que você caía em uma profunda depressão. 

— É tão difícil pra você me entender? Porque você nunca me entende? Seria mais fácil para todos nós.

— Eu entendo Ariana, e vejo muito bem que você está precisando de ajuda, e como sua mãe eu tenho o dever de ajuda-la. Vou ter levar ao psicólogo.

— Eu não preciso de um psicólogo, eu estou bem - eu sabia que no fundo isso não era verdade, mas eu não iria admitir.

— Você precisa conversar com seus amigos, voltar a escola, não aguento ver você trancada naquele quarto. Eu sou uma péssima mãe, olha como você está abatida e mais magra, e nessa de querer te dar espaço eu não acabei percebendo o quanto você está precisando de ajuda - sua voz estava embargada pelo choro.

Sim. Era verdade eu estava bem mais magra, pelo simples fato da falta de apetite que eu estava tendo. Nessas três semana minha vida estava resumida em: Dormir, chorar, me lamentar, ficar sentada por horas vegetando, em estar pensando em absolutamente nada, ignorando todas ligações de meus amigos. No qual eu apenas mandei um único SMS dizendo que eu ficaria bem, que eu queria apenas ter um tempo pra mim, informando que eu precisava pensar e assim que eu estivesse melhor iria procura-los, dizendo no final que eu os amava muito.

Bom, minha aparência realmente deveria estar péssima. Eu não poderia me ver no espelho, pois jamais iria enxergar meu reflexo. Porém ao passar as mãos em meu rosto eu podia sentir que minhas olheiras estavam fundas, e talvez tivessem escuras também. Meu cabelo se resumia em apenas um coque mau feito, nem pentear eu estava penteando, eu me sentia desgastada até para fazer isso.

Eu só queria ser feliz, será que era pedir demais por isso? Com certeza na encarnação passada eu devo ter cometido muitos pecados, e estou pagando ainda nesta vida. 

— Mamãe, me escuta - toquei em seu rosto — Está tudo bem. Eu vou ficar bem. - eu falava mais pra mim do que ela mesma —  Não precisa chorar, as coisas irão melhorar. - sorri tristemente.

Era realmente o que eu queria. Que minha vida andasse para frente, porque até o momento ela sempre estava baseada em dar dois passos para frente e dar três passos para trás.

— Eu sei que você não se sente feliz, sabe o quanto é difícil para uma mãe ver a filha assim? Isso é péssimo. Eu só quero o melhor para você.

— Eu sei... Como eu disse, as coisas irão melhorar. 

— Você ainda pensa nele, não pensa? - eu sabia muito bem sobre quem ela estava se referindo. 

— Sim.. Mas sinto que um dia isso irá passar.  

Na verdade eu sabia que não iria passar, minha outra metade estava faltando. Eu sentia um vazio, uma sensação estranha, era como se a dor fosse passar apenas quando ele voltasse, o que não iria acontecer.

Então foi quando parei para pensar que talvez ele já tivesse encontrado outra pessoa.

Por que não? 

Ele era lindo, sabia ser gentil, carismático, educado. Óbvio que ele tinha seus defeitos. Afinal, todos nós temos um, porque perfeição não existe. Mas mesmo assim ele era o tipo de garoto excelente, o que não iria fazer com que ele ficasse só, por muito tempo. E imagina-lo com outra, fez com que eu desejasse morrer de forma rápida e indolor.

— Eu vou deitar um pouco, essa conversa me deixou cansada. 

Esses assuntos me fizeram gastar o resto de energia que restava em meu corpo. Me trazendo a extrema vontade de dormir, ou ao menos deitar, para que eu pudesse relaxar meus músculos. 

— Tudo bem, qualquer coisa grita, estarei aqui em baixo.

Não respondi nada, apenas assinto, seguindo vagarosamente em direção ao meu quarto. O lugar em que eu mais passava o tempo ultimamente. Resolvi deitar-se na cama, me acasalando em minha coberta macia.

Me peguei pensando em tantas como: Em como estavam meus amigos. Como seria se eu não tivesse perdido minha visão. E uma das coisas que eu mais me pegava pensando, era: Em como Justin estava agora?!

Fui retirada de meus pensamentos com algumas batidas na porta, não respondi. Então escutei o barulho da maçaneta da porta sendo girada, indicando que a pessoa não tinha o senso de saber que eu não queria conversar com ninguém, e estava abrindo a porta.

Foi quando senti o cheiro de um perfume amadeirado. 

Espera...

Eu conhecia muito bem aquele cheiro. Meu coração começou a bater freneticamente. 

— Que bom que está acordada. 
 


Notas Finais


OI GOSTOSAS. E MAIS UMA VEZ EU AQUI ATUALIZANDO NA MADRUGADA. 🍃

BOM ESSE CAPÍTULO TA BEM DEPRE, MAS É NECESSÁRIO PARA QUE VOCÊS ENTEDAM MELHOR O QUE IRÁ ACONTECER DAQUI PRA FRENTE!

EM BREVE TERÁ OUTRO Q&A. 👠

BEIJOOS, NOS VEMOS EM BREVE!

TWITTER: @thaicabello


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