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História Sinaleira. - Chapter XIII.


Escrita por: hanalyx

Notas do Autor


Hey! ~
Olha... eu não sei nem o que dizer. Só... tenham uma boa leitura. <3

Capítulo 13 - Chapter XIII.


 

— Armin Arlert. 

Ergo meus olhos na direção de Mikasa, assim que ela adentra a sala de supetão e atira uma pasta preta fina sobre minha mesa. Franzo as sobrancelhas, oscilando o olhar entre e ela e a tal pasta e lhe lanço um questionamento mudo referente ao nome desconhecido. 

— É mais um acionista revoltado com a situação atual da empresa e querendo me xingar pessoalmente? — pergunto, voltando minha atenção para a tela do computador. 

— Não, é o nome da pessoa com quem você está transando mesmo. — ela responde, retorcendo os lábios em claro desagrado. 

Mikasa aponta sutilmente para a pasta em minha mesa, então redireciono meu olhar para a mesma. O nome citado surge logo na capa, escrito em branco e em negrito, o que me faz cair na real. Estava tão distraído que nem me atentei totalmente ao primeiro nome que foi dito, mas é claro que ela está falando dele

Me sinto impressionado e extremamente confuso. Não porque não entendi o que ela quis dizer, mas porque não consigo acreditar que ela foi capaz de chegar a tal ponto. 

— Você mandou investigarem ele, Mikasa? — pergunto ao fitá-la mais uma vez. 

Sem cerimônia alguma, Mikasa se senta na poltrona em minha frente e cruza os braços e as pernas, sustentando um olhar repreensível diante da minha incredulidade. 

— Se não quiser ler, posso te dar um resumo de tudo que está escrito aí. — ela ergue sutilmente o queixo, indicando a pasta novamente. Mesmo sem uma resposta em concordância à sua sugestão, ela se apruma um pouco mais no assento, se aprontando para recitar todas as informações que fez questão de decorar — Armin Arlert, dezessete anos. Pai desconhecido. Aparentemente, a mãe o deixou com o avô logo depois de seu nascimento, e desde então ninguém sabe o paradeiro dela. Quando ele tinha nove anos, o avô faleceu de uma parada cardiorrespiratória, então ele passou a ser criado pelos tios, mas ele saiu da casa deles um pouco depois de completar quinze anos e desde então começou a se prostituir. 

— Mikasa... — não consigo esconder o tom incomodado com tudo que ela diz. Minhas têmporas protestam com o absurdo e sou obrigado a afagá-las na tentativa de aliviar a sensação — Você não devia ter feito isso. Como eu te disse ontem, nada disso é da sua conta... 

Meu tom soa sério, mas ela não parece se abalar e muito menos se importar. Mikasa também é bem teimosa, então não vai desistir enquanto não atingir seu objetivo individual. 

— Espera, eu ainda não terminei. Tem mais coisas. — ela ignora minha repreensão, dando de ombros e com um semblante totalmente despreocupado — Antes de fugir da casa dos tios, ele se meteu em algumas confusões e foi acusado por roubo e vandalismo, mas, por algum motivo desconhecido, as queixas foram retiradas. Isso tudo somado ao fato de ter largado a escola. Ao que tudo indica, isso foi o estopim para que a relação dele com os tios fosse ladeira abaixo, o que resultou na sua fuga para as ruas, onde ele morou por um tempo. O lugar onde ele vive hoje em dia, é gerenciado por um cara chamado Levi Ackerman, que tem uma extensa ficha no departamento de polícia e que conta com crimes como extorsão, furto, lesão corporal, tráfico de drogas, porte ilegal de armas, aliciamento de menores e, claro, lenocínio. 

Embora Mikasa tenha acabado de despejar uma série de informações contundentes sobre Armin, algo em específico me chama a atenção, bem mais do que os outros detalhes tão previsíveis. 

— Ackerman? — a encaro, erguendo uma das sobrancelhas. 

— Sim, mas ele é conhecido como Rivaille. — ela dá de ombros, ainda sustentando sua despreocupação — E não se preocupe com isso, não temos parentesco algum. Caso queira verificar, também tem isso na ficha sobre o tal Levi. Só aconteceu de termos o mesmo sobrenome. 

Bom, Ackerman é apenas um sobrenome como qualquer outro e se ela fez questão de garantir provas que não a culpabilizam, acho que devo acreditar. Com a preocupação que surge em Mikasa, é improvável que ela abriria uma investigação para expor algum familiar. Isso não faz sentido e está fora de cogitação. 

— Bom... é isso? Não vi nada de surpreendente nessa conversa toda. — e de fato não vi. Ao me relacionar com um garoto de rua, já pude ter uma boa ideia de tudo o que o rodeia. 

Claramente cansada, Mikasa suspira pesadamente. Por um instante, percebo que ela não se sente totalmente confortável com o que fez – ela tem noção de que foi invasiva em demasia –, mas o seu lado protetor e preocupado não a deixa admitir. Sendo assim, ela reconhece o erro para si mesma, mas não se sente nem um pouco arrependida. 

De qualquer forma, se sua intenção é abrir meus olhos, acho que já devo dar um basta por aqui. Afinal, não sou mais uma criança. 

— Eren, você tem noção do porquê de eu ter ido atrás dessas informações, não é? — ela me questiona, já sabendo o que se passa em minha cabeça. 

Mikasa inclina o corpo um pouco para frente e seus olhos miram nos meus, notando como o cansaço intenso é recíproco. Com um suspiro resignado, quebro a troca de olhares e aprumo as costas, apoiando-as na poltrona. 

— Você já pode se retirar, Mikasa. — a respondo, a frieza respingando através de minha voz. 

— Eren... 

— Saia. — a interrompo, fazendo um enorme esforço para  não perder o bom senso logo pela manhã. 

Surpresa com minha atitude repentina, Mikasa recua o próprio corpo. Seu semblante muda, dando lugar a traços de pura chateação que surgem com o espanto pela repreensão que pesa seus ombros. Entretanto, ela não insiste mais. Após se por de pé, ela caminha até a porta, mas, antes de enfim deixar a sala, ela se vira brevemente para mim.

— Com tantas cobranças que anda recebendo, sei que os últimos meses não estão sendo fáceis, mas você não vai conseguir resolver nada se relacionando com alguém assim. Esse garoto é sinônimo de problemas, Eren. — ela acrescenta, a voz branda me atingindo com culpa, pois ela está verdadeiramente preocupada e isso é indiscutível. 

Não faço questão de erguer novamente o olhar para lhe encarar. E só quando me vejo sozinho que deixo os ombros relaxarem, ao passo que mais um suspiro se esvai por meus lábios, assim que afrouxo a gravata numa medida desesperada de me sentir menos sufocado. 

Meus olhos fitam a pasta esquecida em minha mesa e ainda pondero sobre ser correto ou não olhar. Mas, poucos minutos depois, acabo me rendendo à curiosidade de folhear aquelas poucas páginas, constatando que não passam de uma versão um pouco mais detalhada de tudo que foi dito por Mikasa. 

De início, não saber absolutamente nada sobre Armin me ajudou na enganosa ideia de que nosso envolvimento seria apenas um fruto do acaso e que iria acabar tão rápido quanto  começou. Eu mesmo nunca estabeleci nada, só me dando conta do que estava fazendo assim que comecei a confundir aquele garoto. E agora, sabendo de tudo isso, só fica mais claro o quão arriscado é esse relacionamento. Mas sabe o que me assusta mais? É saber que mesmo assim não tenho a mínima intenção de me afastar de Armin. Na verdade, isso tudo só serviu para aumentar minha vontade de encontrá-lo. 

Continuo lendo o extenso dossiê, parando apenas quando escuto algumas batidas vindas da porta. Com a minha autorização, Pieck – minha secretária particular –, adentra a sala também trazendo consigo uma pasta, porém a dela é em um tom de bordô e possui alguns detalhes de arabesco em dourado. 

— A senhora Jaeger pediu que isso fosse entregue ao senhor. — ela informa, colocando a pasta sobre a mesa. Sem mais delongas, ela deixa a sala, logo após fazer uma reverência respeitosa. 

Só de olhar para a tal pasta, consigo pressentir que não irei gostar nem um pouco do que há ali dentro, principalmente vindo de quem veio. E é quando a abro que comprovo tudo o que pude imaginar sobre essa entrega tão repentina.

Como se já não tivesse problemas o suficiente, ainda tenho que lidar com mais uma das exigências sem sentido de Dina. 

 

 • • •

 

Ao deixar meu apartamento, não me surpreendo em ver Rivaille escorado na parede do corredor com os braços cruzados, me esperando. Guardo as chaves no bolso de minha calça e caminho até ele sem hesitar, tentando me manter o mais tranquilo possível, mesmo que ele aparente estar com os nervos à flor da pele. 

— Conseguiu alguma coisa? — ele pergunta, o olhar afiado recaindo sobre mim. 

— Já te expliquei que as coisas não são tão fáceis assim. — respondo com neutralidade, também cruzando os braços e apoiando um dos ombros na parede de pintura desbotada. 

Há várias semanas que venho dando desculpas para ele sobre o porquê de não conseguir achar nenhuma brecha para chantagear Eren. E até então, ele parece estar engolindo minhas histórias, ainda que sua paciência esteja cada vez mais escassa. 

Rivaille bufa, inconformado. 

— Como pode ser tão difícil assim conseguir algumas fotos ou vídeos dele com você? — ele pergunta desconfiado, enquanto se aproxima e me fita mais de perto, atento. 

Sou obrigado a conter a vontade de revirar os olhos. Rivaille na maioria das vezes é o tipo de pessoa bem difícil de se esquivar, então preciso ter muito cuidado com o que vou dizer ou como irei agir.

Ignorando a sua aproximação, decido continuar seguindo com meu personagem. Sendo assim, ergo as mãos no ar e acrescento um leve tom de exasperação em minha voz. 

— Ele é totalmente paranóico, sabe? Ele tem o hábito de confiscar meu celular quando estamos juntos, provavelmente porque tem medo de alguma coisa. — minto, torcendo para que isso seja o suficiente para que Rivaille me deixe em paz pelo menos por hoje. 

— Sei... E você não é nem louco de contrariá-lo, não é? — me limito a assentir, achando que ele finalmente irá me deixar em paz. 

Mas é com surpresa que me vejo sendo pressionado contra a parede, deixando a mochila cair no chão com o susto. Rivaille rodeia meu maxilar com seus dedos firmes e calejados e aperta com força desmedida, enquanto seus olhos intimidadores e afiados se mantém fixo nos meus. 

— Você pensa mesmo que pode me enganar, moleque? Sei muito bem que aquele riquinho imbecil tá totalmente louco por você. Se acha que pode me passar a perna, Armin, espero que esteja preparado para o que tenho guardado especialmente para você. — ele sussurra a última parte ao pé da minha orelha e em seguida me larga com brutalidade. 

O arfar nervoso deixa meus lábios, conforme levo as mãos para minhas bochechas doloridas. Meus olhos miram no chão, na tentativa quase falha de conter a raiva crescente. Como se já não bastasse esse idiota ter furtado todas as minhas economias, ainda sou obrigado a suportar as agressões e ameaças dele. 

Seria muito mais fácil simplesmente fazer o que ele quer, mas... quando estou com Eren, simplesmente perco a coragem.  

Os encontros com ele andam sendo tão agradáveis, que toda vez que paro para pensar em tudo que Rivaille pode fazer para chantageá-ló, sinto um embrulho no estômago e acabo adiando qualquer tipo de plano sem fundamento que for. 

— Usa isso aqui. — Rivaille volta a falar, colocando uma espécie de câmera minúscula em minha mão. É tão pequena que se esconderia facilmente em qualquer lugar — Esconda em algum lugar estratégico  e que dê para ver nitidamente vocês dois, de preferência em um ângulo que deixe o rosto dele bem evidente. 

Por fim, ele se afasta um pouco, me dando passagem. 

Sem pensar duas vezes, guardo a câmera no bolso de minha calça e abaixo para pegar a mochila, jogando-a sobre um dos ombros em seguida. Com um aceno positivo de leve para a sua ordem, invisto em me afastar, mas antes que consiga tomar distância, ele agarra meu braço com força. 

— E dessa vez, sem mais desculpas esfarrapadas, pirralho. 

Mal espero ele terminar a frase e, quando enfim me solta, imediatamente trato de descer os lances de escada numa rapidez que surpreende até para mim mesmo.

Assim que alcanço as ruas, minhas mãos permanecem em punhos. O ódio cresce em meu interior toda vez que me vejo sendo subjugado por aquele homem cretino e que apenas quer tirar toda a minha liberdade... e a de Eren também. Me dói o coração só de imaginar o que ele pode fazer para alcançar seu objetivo. Entretanto, deixando esses pensamentos de lado, tento manter o semblante ameno enquanto caminho até a esquina onde marquei de me encontrar com Eren. 

Mas a verdade é que continuo pensando em alguma forma de resolver essa situação. 

No local, ainda espero por alguns poucos minutos até que a BMW preta estacione no meio fio. Sem cerimônia alguma, adentro o veículo, na pressa para me proteger do frio intenso que estava prestes a me congelar do lado de fora. 

— Me desculpe pela demora. Tive alguns imprevistos no trabalho. — ele murmura, dando partida no carro novamente. 

Apenas dou de ombros, deixando claro que não me importo. Em seguida, inclino um pouco o corpo para ligar o som e deixá-lo em um volume baixo, já que sei que Eren não se incomoda com esse tipo de coisa. 

O restante do caminho é feito em completo silêncio, como de costume, e a diferença é que não parece mais haver um clima desconfortável dentro do veículo. Como me sinto mais à vontade com a presença de Eren, acabo me deixando agir naturalmente. E ele já percebeu isso, pois vejo que prefere as coisas assim. 

Depois de um longo tempo, devido ao trânsito difícil da noite de sexta, enfim nos encontramos no elevador do condomínio de luxo, seguindo para o apartamento de Eren. 

Assim que adentramos o local, ele rapidamente deixa suas coisas de trabalho sobre a mesinha ao lado da entrada e segue até a cozinha, onde enche um copo d’água e pega uma cartela de aspirinas para beber no mesmo instante. 

Ele me pede para que feche a porta e acabo me recostando na mesma após acatar seu pedido. Sem que perceba, meus olhos vão em busca das pastas e planilhas sobre o pequeno móvel. Seu notebook também se encontra ali em cima, mas o que mais me chama atenção é a pasta em tom de bordô e com alguns detalhes dourados. 

Mesmo sem saber se posso ou não, acabo a pegando e, sem cerimônia alguma, a abro para checar o conteúdo. Logo na primeira página, tem a foto de uma garota loira e de olhos azuis. É bem bonita e seu nome vem logo abaixo: Historia Reiss. Além da foto e do nome, também há várias informações pessoais sobre a garota, como idade, altura, peso, ocupações e vários outros tópicos aparentemente interessantes sobre sua pessoa. 

— Armin, eu ainda não jantei, então vou pedir alguma coisa pra gente comer e...

Atento no álbum, só noto que Eren retorna para a sala quando sua voz me tira do transe. Ele já está sem o terno, a gravata está frouxa e as mangas de sua camiseta estão dobradas até os cotovelos. 

Acabo erguendo os olhos para ele, meio assustado por ter sido pego fuçando em suas coisas, sobretudo porque vejo que Eren fecha o semblante assim que seus olhos miram a pasta em minhas mãos, mas ele não faz menção de me repreender ou algo do tipo. Mesmo assim, acho melhor fechar a pasta e colocá-la com cuidado de volta à mesa, antes de dedicar minha atenção para ele novamente. 

— Você vai a um daqueles eventos de casamento arranjado? — acabo perguntando, enquanto me livro do casaco para colocá-lo nos ganchos. Também deixo a mochila ali por perto. 

— Aparentemente, minha família quer que eu me case. — Eren responde, sem mais explicações. 

— Não sabia que hoje em dia ainda faziam esses tipos de eventos. — comento, intrigado — Achei que esses costumes tinham ficado no século passado. 

— Infelizmente, algumas famílias conservadoras ainda preferem assim. — ele suspira, caminhando até o sofá e se jogando ali, enquanto desabotoa os primeiros botões da camisa. 

Sem hesitar, me junto a ele, o ajudando a se livrar da peça indesejada. Meus dedos deslizam sutilmente pela pele exposta e ele sorri, analisando que os dígitos percorrem as pequenas marcas que cravei em seu abdômen. Deixo que ele se incline em minha direção, roçando seus lábios mornos na junção de minhas clavículas, antes de deslizar a ponta do nariz pela lateral do meu pescoço e inalar suavemente o meu aroma. 

— Então... a tal Historia foi a escolhida?  — pergunto, assim que as mãos firmes de Eren me puxam para deitar sobre si, passando minhas pernas ao redor de seu corpo como um coala. 

— Por que você está tão interessado nisso? — meu corpo petrifica de imediato ante sua pergunta e Eren ri ao perceber isso — Por acaso tá incomodado? — ele indaga, assim que afasta uma das mechas que cobria o meu rosto para colocá-la atrás da minha orelha. 

Eren é realmente um rapaz insuportavelmente petulante e presunçoso. 

— E por que eu me incomodaria com algo assim? — rebato no mesmo tom, mas sinto que minhas bochechas queimam em indignação — Aliás, acho que já passou da hora. Se você já é rabugento nessa idade, imagina quando estiver velho e caduco?

Eren infla as bochechas em um gesto totalmente atípico, mas não demora em deixar a risada escapar de seus lábios. 

— Quantos anos você acha que eu tenho, afinal? 

— Se for levar em consideração sua chatice, uns trinta e dois. — alfineto e ele revira os olhos, antes de se deixar gargalhar mais uma vez. 

— Errou por dez anos. — ele retorce um pouco os lábios, como se lamentasse o meu erro — Fiz vinte e dois recentemente. 

— Nossa. — apoio minhas mãos em seu peito e ergo um pouco o corpo, encarando profundamente seus olhos enquanto minhas sobrancelhas se franzem — E você age como se fosse muito mais velho do que eu. — ironizo, revirando os olhos. 

— Isso não muda o fato de que você continua sendo menor de idade. — ele rebate, sério. 

— E daí? São só cinco anos de diferença. — então, é minha vez de inflar as bochechas, indignado e ao mesmo tempo frustrado. 

Em silêncio, Eren apoia as mãos no colchão e se senta outra vez, me forçando a ajeitar a postura em seu colo. Ele me lança um olhar analítico que me deixa ainda mais sem jeito. 

— Bom, a questão é que eu não pretendo me casar agora. — ele diz, ainda com poucos resquícios do riso na fala — Sinto que minha família não vai ficar muito feliz com isso, mas não é como se pudesse fazer algo para garantir o contrário. Além do mais, o que eles podem fazer, além de reclamar? 

Crispo os lábios, sem saber exatamente o que dizer. Por algum motivo, acho que Eren tem a intenção de me provocar com suas palavras, mas também não acho que ele esteja mentindo ou omitindo suas reais intenções em relação a essa questão de casamento. Então, talvez o melhor a se fazer seja deixar bem claro quais são as minhas intenções também. 

— Sabe, eu realmente não me importo se você quer casar ou não. — dou de ombros, por fim — Não é da minha conta, afinal... 

Ao contrário do que imaginei que poderia acontecer a partir da minha fala quase ríspida, Eren apenas vira seu rosto em direção ao meu e molda novamente aquele sorriso tão bonito. 

— Tudo bem então. — ele diz, dando um ponto final no assunto. 

Confesso que quase me entrego no exato momento em que o sorriso me atinge, já me esquecendo completamente dessa história de casamento. 

São raras as vezes que Eren se deixa sorrir dessa forma. E quando isso acontece, não apenas sinto vontade de sorrir também, como também sinto que sou especial de algum modo. Mas é claro que não me atento a esses pensamentos infames por muito tempo, fazer isso seria o mesmo que procurar por mais dores de cabeça. Para mim, é mais fácil aceitar que ele me vê apenas como alguém próximo, porém ainda descartável. 

Eren faz menção a se levantar, então deixo seu colo e me acomodo novamente no sofá. Ele pega a camisa jogada no chão e se volta para mim em seguida, ignorando o fato de que estou meio preso em minhas divagações desconexas. 

— Vou tomar um banho agora. — ele informa — Quando o entregador chegar com o jantar, você recebe pra mim? 

Maneio a cabeça em afirmação, então ele gira os calcanhares para ir em direção à escada. Mas antes que consiga tomar alguma distância considerável, minhas mãos seguram seu pulso em um gesto automático e ele me lança um olhar confuso. 

Acabo de me recordar de uma coisa, então acho melhor colocar todas as intenções em ordem de uma vez, antes que acabe desperdiçando a oportunidade. 

— O que foi? — ele pergunta, fitando meu semblante incerto. 

— Eu... eu sei que não deveria pedir uma coisa dessas, porque não é apropriado, mas... — minha frase morre antes mesmo de deixar meus lábios. Não sei como formular a pergunta sem parecer ridículo. 

Sei que Eren dificilmente irá negar o meu pedido, mas mesmo assim não consigo não me sentir estranho apenas por cogitar tamanha loucura. 

— Aconteceu alguma coisa? Há algum problema? — sem perceber, acabo lhe lançando um olhar meio constrangido — Ah... você precisa de mais dinheiro? — ele infere. 

— Não! Não é nada disso. — me apresso a responder, gesticulando as mãos em negação — É que eu acabei me metendo em uma confusão... então será que posso ficar aqui durante o fim de semana, como daquela outra vez? 

Assim que termino de falar, o sentimento de arrependimento me invade. Sinto que estou passando dos limites ao abusar tanto assim da hospitalidade de Eren, simplesmente porque não tenho coragem de encarar Rivaille e quero prolongar minha estadia nesse lugar apenas para procrastinar minhas responsabilidades questionáveis. Até porque, sei que se voltar para casa sem o que ele quer, não vou receber apenas uma ameaça dessa vez. 

Chego a pensar que talvez seja melhor contar a verdade para Eren. Ele provavelmente vai ficar muito irritado, mas tenho certeza que vai arrumar uma forma de contornar a situação e, também, de se preparar para qualquer possível investida de Rivaille. Só que antes de conseguir me decidir entre contar ou não, vejo que ele dá de ombros, sem de fato querer me questionar mais. 

— Tudo bem. Fique o tempo que precisar. 

— É sério? — o questionamento surge de automático, evidenciando minha surpresa com a facilidade com a qual ele pareceu aceitar tudo. 

— Sim, ué. Assim é mais prático. Eu iria te chamar para vir aqui amanhã e domingo também, então me poupa trabalho. — ele dá de ombros mais uma vez e sem mais necessidade de explicações. 

Sendo assim, apenas deixo que ele suba as escadas e suma pelo corredor que dá acesso aos quartos. Me dando por vencido, acho que o melhor a se fazer é tentar procurar por alguma forma de resolver isso por conta própria. 

Suspiro baixo, pegando uma almofada e afundando meu rosto nela em um gesto totalmente infantil para abafar um grunhido irritadiço. Ironicamente, as coisas seriam menos complicadas se Eren não conseguisse fazer tudo parecer muito mais fácil do que realmente é. 

Enquanto o tempo passa, fico pensando em alguma solução para me livrar de Rivaille. A ideia mais simples e sem grandes riscos é a de ir ao prédio em algum momento que ele não esteja por perto, pegar minhas coisas e depois ir atrás de Marco. Talvez consiga ficar com ele por alguns dias, até conseguir outro lugar para morar.

 Mas, na verdade, sigo bastante relutante em tomar uma atitude. Um lado meu ainda acha que o mais fácil a se fazer é dar o que Rivaille quer. Quem sabe até não fature algo com isso? O problema é que Eren anda me tratando de um modo diferente, a ponto de conseguir fazer com que eu me sinta especial e me faça me apegar de um jeito que não esteve em meus planos a princípio.

Eren pode parecer meio distante e arrogante em alguns momentos, mas ele não me trata como se eu fosse um nada ou alguém indigno. Em alguns momentos, ele é até carinhoso, me cobrindo de uma atenção que nunca esperei receber de alguém, nem mesmo dos meus familiares. 

E constatar isso só faz com que eu me sinta totalmente culpado, antes mesmo de sequer pensar em fazer algo que possa prejudicá-lo. 

Com isso, acabo adiando minha decisão e, quando me dou conta, o fim de semana já passou. Eren já voltou para sua rotina de trabalho e eu continuo em seu apartamento, sem receber nenhum tipo de questionamento sobre minha estadia prolongada. Na realidade, ele parece até satisfeito com esse detalhe. 

Não passamos muito tempo juntos durante a semana, já que Eren sempre chega tarde do trabalho e às vezes ainda permanece algum tempo resolvendo coisas no notebook. Entretanto, ele consegue dispor de alguns momentos para sustentar uma conversa boba, assistir a algum filme na televisão ou até mesmo para ficar quieto ao meu lado, em total silêncio, enquanto se enrosca em mim com a desculpa de que está com frio. 

Está tudo indo tão bem, que até chego a esquecer da minha pilha de problemas. 

 

 • • • 

 

Na noite de quarta-feira, chego em casa sentindo meu corpo inteiro moído, parecendo que um rolo compressor me atropelou. Entretanto, quando abro a porta e encontro Armin saindo do banheiro e trajando apenas um roupão de banho, essa sensação se esvai como fumaça. 

Até chego a reclamar sobre a exaustão, mas mesmo assim, sem esperar que o garoto me responda alguma coisa, caminho até ele e envolvo sua cintura em meus braços. 

Poucos minutos depois, ele já se encontra esparramado em minha cama, com seu roupão atirado em algum lugar insignificante no momento. Ele resmunga sobre ter acabado de tomar banho, mas me ajuda a me livrar da gravata e a desabotoar a camisa. 

Inicialmente, não faço questão de esconder toda a urgência que me preenche, a descontando por completo em meus atos repentinos e possivelmente abruptos. Contudo, na hora de enfim tornar nossos corpos um só, tento ser o mais cuidadoso possível para que não provoque dores a Armin. Ainda que nossos corpos desejem um ao outro, proporcionar segurança e conforto para ele se mantém como minha prioridade durante todo o ato. E em meio às suas facetas de prazer, pude notar que meu excesso de carinho repentino pode ter lhe deixado meio espantado de um modo positivo. 

Sinceramente, até eu mesmo me sinto surpreso com a forma que tenho começado a me importar bem mais. Tudo isso por conta dessa sensação morna que se alastra em meu peito e que acaba tomando conta das minhas ações, mesmo que eu sequer perceba. 

Quando tudo acaba, permanecemos um tempo largados na cama, procurando por um ar que parece ter desaparecido em poucos minutos, enquanto apreciamos mudamente a presença um do outro.

Até que me recordo que sequer almocei durante o dia tão atarefado. 

— Fica aqui, hum? Eu vou fazer alguma coisa pra gente comer. — digo a ele, então me levanto, me vestindo com o roupão dessa vez. 

Armin ri de leve e se vira preguiçosamente em minha direção, os fios loiros caindo de maneira tão bela em seu rosto parcialmente corado. 

— Isso é um bom sinal, significa que pelo menos você lembrou de fazer compras essa semana. — ele brinca, gesticulando com uma das mãos — Pode ir lá. Vou ficar quietinho aqui. 

Acabo rindo ante sua fala, apreciando o clima ameno que mais uma vez surge em nosso convívio praticamente constante. 

Sem mais rodeios, caminho até a cozinha e procuro pelos ingredientes necessários nos armários. Porém, antes de conseguir preparar qualquer coisa, ouço o som o interfone e o atendo em seguida. O porteiro me informa de que há um entregador com uma encomenda em meu nome e que ele já permitiu que o rapaz subisse pelo elevador. 

Acho tudo muito estranho, tanto pela informação repentina, quanto pelo fato de que não me lembro de ter comprado alguma coisa. Mesmo assim, não hesito em aceitar quando abro a porta e o entregador me oferece o pacote. 

Na verdade, é um envelope vermelho bastante robusto e estufado. 

Quando o abro, uma parte de mim já consegue teorizar sobre o que se trata, mas é com enorme surpresa e choque que vejo as diversas fotos minhas com Armin. O sangue fervente sobe por minha face, conforme folheio as fotos, notando que há algumas dele entrando em meu carro, outras de nós dois conversando com os rostos bem próximos e outras de Armin entrando em meu condomínio. Tem até uma de nós dois se beijando e, só de olhar para o local, sei que essa foto foi tirada no início desta semana, quando fomos ao mercado pela manhã e aproveitamos para passar em outra cafeteria mais afastada da cidade. 

Ao terminar de olhar todas as fotos, pego o envelope à procura de algum bilhete do remetente, mas não há nada, muito menos alguma pista que me faça pelo menos inferir quem possa ter sido a pessoa responsável por me enviar isso. 

Tento pensar, mas falho miseravelmente quando sinto a cabeça pesar e a mente enuviar quase que de imediato. Sei o que essas fotos significam, só não consigo entender o objetivo da pessoa que as tirou. 

Penso em ligar para Mikasa, mas desisto assim que lembro que ela tentou me alertar sobre isso e que provavelmente vai apenas jogar as consequências dos meus erros na minha cara sem pensar duas vezes. Jean também está fora de cogitação, porque primeiro teria que explicar tudo do início para ele. E depois, teria que lidar com uma reação semelhante à de Mikasa, ou pior. 

Então, é quando me lembro do dossiê a respeito de Armin, das informações sobre o tal cara que já nem lembro o nome – o tal acusado de extorsão e lenocínio. Sendo assim, também não preciso de mais nada para concluir que aquele pirralho de rua também está envolvido nisso. Afinal, quem mais poderia ter passado informações de onde estávamos ou onde iríamos nos encontrar? 

Um riso amargo deixa meus lábios, logo que me recordo de que agora ele está em meu quarto, jogado em meio aos meus lençóis, como se tivéssemos algum envolvimento sério. Como se fôssemos namorados

De repente, me lembro de como Armin vem se entregando com facilidade, demonstrando estar mais receptivo aos meus carinhos e retribuindo na mesma dedicação. Agora, não consigo pensar que tudo isso não passou de uma encenação, uma armadilha para me deixar vulnerável ao plano de extorsão que eles devem estar arquitetando desde o início. 

No fim das contas, Mikasa estava totalmente certa em me alertar sobre os riscos que essa loucura toda iria trazer. 

Seguro com força o envelope, disparando ao quarto em passos firmes, pronto para confrontar Armin e me deixando levar pela raiva e incerteza. 

Quando chego ao cômodo, o encontro enrolado nos lençóis, deitado de bruços e abraçado a um travesseiro confortável. De supetão, ele se senta quando me vê entrar no quarto e franze as sobrancelhas assim que nota meu semblante sombrio e carregado. 

— Ei, o que aconteceu? 

Prendo a respiração diante de sua pergunta, aflorando ainda mais meus nervos que não parecem querer aceitar esse tom falsamente preocupado. Então, apenas jogo as fotos sobre ele, tão transtornado a ponto de nem me importar se o choque do lançamento tão agressivo pode machucá-lo. Ele se protege com os braços, mas quando as fotos caem sobre a cama, ele se inclina levemente para analisar algumas delas. Instantes depois, seus olhos azuis se voltam para mim, totalmente espantados e apreensivos. 

— Me diz quanto você quer. — digo quase em um rosnado. 

— O quê? — questiona bobamente, sem entender. 

 Armin volta seu olhar para as fotos e pega uma delas, encarando-a como quem não quer acreditar no que está vendo. Acabo rindo debochado ante seu gesto de negar com a cabeça, demonstrando um espanto que não me convence nem um pouco. 

Como ele consegue encenar tão bem?  

— Você acha mesmo que eu sou algum idiota, Arlert? — cuspo o questionamento sobre ele e seus olhos se arregalam ainda mais, surpresos com o fato de que sei seu sobrenome. 

— Como você sabe...? — sua fala se esvai, antes de finalizar. 

— Da mesma forma que sei sobre você e seu... Como é mesmo o nome? Sei lá... cafetão? É isso mesmo? — pergunto, ácido e cortante — É ele quem está te ajudando com isso, não é? Vocês tramaram isso juntos. E foi ele quem tirou e enviou as fotos, não foi? Ou será que foi você mesmo? 

— Você... você andou me investigando? — ele indaga incrédulo, ignorando completamente as perguntas que fiz anteriormente. 

Acabo rindo outra vez, me controlando para não acabar fazendo alguma besteira. O fato dele continuar mentindo mesmo com tantas provas faz o sangue borbulhar em minhas veias. 

— Você achou mesmo que eu seria idiota a ponto de colocar alguém como você na minha casa, sem antes pesquisar nada a respeito? 

Os olhos azuis se espantam novamente, antes de se estreitarem em clara chateação. 

— Alguém... como eu? — ele repete sem esconder a mágoa diante do meu tom ríspido. 

Quase vacilo nas minhas acusações quando noto sua expressão totalmente sentida. Armin parece tão confuso quanto eu mesmo diante dessas fotos, mas logo trato de enfiar na minha própria cabeça que isso tudo não passa de mais um de seus truques para tentar me enganar outra vez. 

Já caí em suas encenações fajutas e, de certa forma, me sinto traído agora. Não importa o que mais ele faça, nada será capaz de me fazer voltar atrás, não quando a mágoa que sinto, misturada com o ódio, falam tão alto em minha mente. 

E pensar que cheguei a imaginar que estava me apaixonando, que pediria Armin para parar de se prostituir e ficar somente comigo, dessa vez do jeito certo. Tinha até feito planos secretamente de lhe dar um futuro fora das ruas...

Estava há semanas remoendo essas possibilidades, pensando que talvez pudesse estar sendo equivocado ou que estivesse prestes a cometer outro erro... pelo visto, estava mesmo. 

— É, exatamente isso. Alguém como você. — reforço, o tom frio o atingindo e o fazendo se encolher — Alguém que é pior do que uma vadia. Uma puta suja! 

Armin abre a boca para dizer algo, mas as palavras se perdem antes mesmo de serem vocalizadas. Ele morde o lábio inferior trêmulo, as bochechas assumindo o tom rubro pela irritação.  E em um gesto de total vulnerabilidade, ele puxa um pouco mais os lençóis, tentando cobrir o corpo. 

— E nem tente negar. — continuo o acusando, ignorando covardemente todas as suas reações — Só você sabia quando e onde eu iria te buscar. Você armou tudo isso. Me manipulou para que eu confiasse em você, que permitisse que você ficasse aqui... Isso tudo para que você e seu comparsa conseguissem me arrancar ainda mais dinheiro. 

— Não! Você está errado! Eu não fiz nada disso! O Rivaille até tentou, mas...  — ele nega com a cabeça antes de terminar, abaixando a voz na última frase. Sem saber exatamente como explicar, ele volta seu olhar para as fotos de novo, uma das mãos afastando as mechas loiras que insistem em cair por seu rosto. 

Respiro fundo mais uma vez ao vê-lo continuar sem querer admitir sua participação nisso tudo, as narinas inflando pela raiva incontida. 

— Cai fora daqui. — ordeno, não querendo ouvir mais nada, nem pensando nas consequências. 

— Eren, me escuta, eu não-

— Eu mandei você cair fora daqui! — ordeno novamente, o interrompendo. 

Dessa vez não consigo conter o ímpeto de avançar até ele e o segurar pelos braços. Sem me importar com a intensidade da força do aperto, apenas o puxo bruscamente, tentando tirá-lo da cama. 

— Eren...?  — ele se sente confuso ao se ver sendo puxado de forma brusca, apenas tendo tempo de segurar um dos lençóis para continuar cobrindo seu corpo. — Eu estou sem roupas, seu imbecil! — e então, ele grita, desvencilhando-se do aperto. 

 Me forço a me conter, tentando normalizar minha respiração tão pesada. Quase me sinto culpado ao vê-lo esfregar os braços, as suas feições mesclando medo e raiva. 

— Vista as suas roupas e se manda daqui. — digo em um tom baixo e frio. 

Em seguida, deixo o quarto, temendo a possibilidade de acabar perdendo o controle de vez. 

Ao voltar para a cozinha, vou direto à prateleira de bebidas, onde procuro por uma garrafa de whisky e trato de tomar a dose quase toda de uma só vez. Como posso ter sido tão idiota, a ponto de deixar a situação chegar a esse estágio? Como pude me deixar levar desse jeito? Era tudo tão previsível... estava mais do que na cara de que tudo terminaria exatamente assim. 

Após tomar outra dose da bebida, apoio minhas mãos na bancada e deixo a cabeça baixa. Ainda não consigo acreditar que fui tão imprudente e irresponsável a ponto de me deixar ser enganado por qualquer um. 

Assim que Armin surge na sala, já devidamente trajado com suas roupas e apertando a alça da mochila que contém o resto de suas coisas, já estou na minha terceira dose da bebida e minha cabeça está latejando pela mistura de álcool e estresse acumulado. 

Ele engole em seco ao perceber que estou tão ou mais transtornado do que antes, mas mesmo assim tenta mais uma vez. 

— Eren, você tem que pelo menos me escutar...  

— Não preciso escutar nada que venha de você. Dá o fora da minha casa. — minha voz soa baixa e sombria, enquanto meus olhos permanecem fixo em minhas mãos apoiadas na bancada. 

— Eu não tenho nada a ver com aquelas fotos. — ele insiste em sua explicação, ainda que eu não queira ouvir — O Rivaille queria mesmo chantagear você, mas eu nunca passei nenhuma informação pra ele... Eu juro. 

Armin caminha em minha direção, tentando esticar uma das mãos para me tocar, mas desiste assim que direciono meu olhar afiado para ele. 

Ele recua e se encolhe no mesmo instante. 

— Sai daqui. — volto a dizer. 

Os lábios de Armin tremem novamente e posso notar que algumas lágrimas desesperadas se acumulam em suas pálpebras. Porém, agora já não me importo mais. 

— Eren, por favor. O Rivaille vai me matar se eu voltar assim. Eu não apareço há dias, e eu tinha que- 

— SAI DAQUI, PORRA! — grito totalmente desequilibrado e cansado das suas desculpas esfarrapadas, conforme arremesso a garrafa na parede e ela se quebra, o assustando. 

Armin então comprime os lábios, claramente contendo o choro, e ajeita a mochila em seu ombro. Sem mais forças para continuar com isso, ele caminha depressa até a porta e não se demora a finalmente deixar o local.


Notas Finais


Meu coração tá quebrado, sério.
Eu até demorei pra soltar esse capítulo – que era pra ter saído mais cedo –, porque tava criando coragem. Enfim, aqui estamos agora...
Para os que previram desastres, chegamos na pontinha do iceberg. O que será que vai acontecer agora com esses dois? Existem novos problemas agora... Vocês acham que foi mesmo Armin que enviou as fotos? 👀
Bem... só sei que estou realmente abalada. Mesmo assim, espero que tenham gostado desse capítulo tão amargo.

Obrigada por tudo! <3
Nos vemos no próximo, xoxo. ~


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