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História Sinestesia - Para Park Chanyeol


Escrita por: Melted

Notas do Autor


Enfim, fim.

Capítulo 2 - Para Park Chanyeol


                         Berlim, Alemanha, 19 de janeiro de 2016

É estranho, não acha? Tudo que acontece no mundo, principalmente o que acontece com as pessoas. O tempo passa rápido, tudo se desgasta e envelhece.

Mas você não.

O tempo é dito pra curar todas as feridas, mas a ferida de ter te deixado sozinho não se curaria nem se milhões de anos tivessem se passado.

Queria que você tivesse tomado mais do meu tempo, que preenchesse cada parte da minha alma com a sua antes que eu partisse.

Você diz que não tem problema, mas você sente minha falta, não é?

Eu também sinto a sua. O tempo todo.

Sabe, Chanyeol, você é como uma borboleta mantida em cativeiro. Pequena e segura em seu casulo, mas borboletas sabem voar.

Você sabe, mesmo que diga que não.

Não se trata de nenhum de seus trejeitos, manias ou tiques. Não se trata sobre as cicatrizes que a vida fez em você. Tudo isso é sobre seu coração.

E posso te dizer que ele é muito mais brilhante do que as estrelas.

Eu não sei escrever de forma tão bonita quanto você, não sei ter a sua sensibilidade que me deixa sem ter o que dizer. Não sou um poeta nato, porque essa parte eu sempre deixei pra você.

Me lembro quando você disse que eu tinha cheiro de pôr do Sol e gosto de amanhecer. Você me disse também que eu era a presença com a cor mais doce que você já tinha visto.

E eu não soube te responder, porque as suas palavras faziam com que meu peito se desmanchasse tão rápido quanto as balas de menta e hortelã se desmanchavam em minha boca.

Ou nas nossas, porque eu sempre acabava te beijando antes mesmo de terminá-las. Você acabava ficando emburrado quando eu fazia algo do tipo, mas no final de tudo, estava lá sorrindo junto a mim. Junto aos meus lábios.

Eu nunca fui muito bom em línguas, e é muito irônico que eu tenha aprendido alemão, não acha? De qualquer forma, não sei fazer sinestesias, apenas metáforas.

Se, metaforicamente, eu dissesse que seu beijo tem gosto de americano, você ficaria bravo? Me pergunto se sim, já que você odiava café, mesmo que você me diga que agora bebe.

Você não precisa beber café, Chanyeol, você sabe que não. Se quiser sentir o meu sabor, meu cheiro, meu toque e minha cor, apenas peça para mim. Eu te mostraria tudo de novo, só para que você pudesse me desvendar.

Procure a mim se precisar, porque não importa onde eu esteja, juro que ainda vou te atender e te acalmar. Eu estou aqui, mesmo que minha vida não dure pra sempre.

Você vive se gabando por eu te dizer que você é meu sabor de sorvete favorito, mas não te tiro o mérito, já que gosto muito mais de você do que de sorvete de baunilha.

Eu viveria de você, sem nenhuma dose de cafeína diária, porque você é suficiente para manter minha consciência acordada.

Aqui é extremamente frio, então vivo embolado em casacos e tomando coisas quentes. Semana passada eu pedi leite com morango em um café qualquer. Não tinha o mesmo gosto do que o que você costumava beber, talvez porque a preparação fosse diferente, mas acho que o gosto não era igual só porque não era o seu.

Você sempre me dizia pra comprar um se eu queria tanto beber, no entanto, em minha defesa, eu alegava que queria o seu. Porque só tinha graça se eu roubasse do seu copo, deixando um bigode engraçado em cima dos meus lábios.

Eu continuava tomando o seu, porque isso fazia com que você sorrisse e tivesse que limpar aquela manchinha em meu rosto. No final das contas era só mais uma desculpa para que você me tocasse.

Seus toques são como café preparado na hora, acalentador e quente. Me sentia confortável entre seus braços, porque eles me deixavam seguro e protegido do inverno rigoroso do lado de fora.

Você sabe, sete horas separam Berlim de Seul. Sete horas me separam de você, e isso não é irônico? Meu número preferido é sete.

Me lembro daqueles dias nublados, que você dizia ter gosto de chá de camomila, já que te dava uma sensação de calmaria. Eu lia algum livro enquanto você se deitava em meu colo, querendo que eu acariciasse seus cabelos.

Em um fim de semana qualquer, eu me recordo de estar lendo Harry Potter pela milionésima vez, já estava no último livro da coleção. Você me perguntou qual era meu número favorito de repente, porque afirmava que saber os números que as pessoas gostavam definiam muito sobre elas.

Eu sorri e te respondi que era o número sete. Você quis saber o motivo, e eu simplesmente disse que sete era o número mágico mais poderoso.

Eram sete livros, eram sete anos de estudo em Hogwarts, eram sete irmãos Weasley, eram sete horcruxes. Mas, principalmente, te digo que a sala precisa fica no sétimo andar.

Eu preciso muito de você, mais do que você pensa. Preciso ao ponto de pedir para que a sala se abra e que eu possa te encontrar lá dentro, esperando por mim.

Chanyeol, você diz que eu sou seu ansiolítico, que eu faço todo o caos dentro de você parar. Mas sabe, acho que fiz de você o meu ansiolítico também, porque sua presença é a única coisa que me conforta.

Eu te amei desde o início, de todas as maneiras. E te amo mais a cada dia que passa, mesmo estando longe.

São sete horas de distância entre eu e você, então eu vou fazer questão de subtraí-las até que se torne hora nenhuma. Então, assim que ler esse e-mail, trate de colocar o seu relógio para despertar.

Acorde, mesmo que a ressaca ainda faça sua cabeça doer, mesmo que seja inverno e esteja frio.

Me encontre daqui à sete horas naquela cafeteria de sempre. Não se atrase nenhum minuto, porque eu voltei pra te aquecer.
 



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