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História Single By 30 - (Malec - Clace) - First, First Date


Escrita por: Kira_Lightwood

Notas do Autor


Olá amoras!

Gente houve um equívoco!! Eu esqueci de colocar uma curiosidade sobre o capítulo anterior e pra ficar melhor eu vou colocar aqui mesmo.

"All My Life, além de ser a música que o Magnus cantou e o nome do capítulo, o ator Harry Shum também protagonizou o filme de mesmo nome que saiu a pouco tempo. Infelizmente ainda não saiu no Brasil, (se alguém tiver algum link dele legendado me mandem por favor!! 🙏)

É isso, e me perdoem eu sou muito esquecida kkk

Enfim, boa leitura! ♥️

Capítulo 6 - First, First Date



 Fevereiro,

               2009.

                          Central Park Point of View ✔️


– Meu Deus, estou tão cheio! – Magnus diz deitado ao lado do melhor amigo nos colchonetes, observando as várias estrelas pintando o céu daquela noite de verão – Porque todo acampamento tem que ter marshmallows?

Depois de insistir para a Mãe de Alec deixar eles acamparem no parque, - a mesma só concordou pois tinha marcado um jantar romântico com o marido, coisa de gente velha - eles se divertiram bastante. Comeram besteira, assistiram filme no cinema do estacionamento que tinha ali perto, andaram de bicicletas pelo quarteirão, comeram mais besteiras enquanto contavam histórias de terror e agora estavam se preparando para dormir ao ar livre.

– Eu acho que dormir num campo de futebol não é bem acampar.

– Mas essa festa do pijama está bem legal. – riram do comentário do mais velho.

– É.. exceto pelo sprinkler de irrigação espetando minhas costas. – Alec se remexeu desconfortável e acabaram gargalhando, depois de um tempo perguntou – E você já decidiu?

– Não, ainda estou decidindo: Universidade da Califórnia ou Brown.

Na escola as pessoas que iriam se formar só falavam sobre isso. Saber sobre a faculdade era muito importante pois é o caminho da qual você vai começar sua própria vida de adulto. Dava medo, em certo ponto.

Sério, você devia ir com a gente pra Universidade da Califórnia. – Alec sugere para o amigo.

– Você e a Cat se juntaram contra mim. – revirou os olhos mas estava sorrindo.

– Bem, por um bom motivo. Olha só, nossos amigos vão estar lá e ainda vamos estar perto de casa. Vai ser igual o ensino médio. Mas com menos aulas e mais festas. – Alec olhou para o asiático encarando o céu e viu que ele ficava muito mais bonito quando ria assim.

– Eu não sei.. – suspirou – eu penso na Universidade da Califórnia como um plano B. Se eu começar em Brown e não gostar, eu sempre posso me tranferir pra lá, sabe? – confidenciou e olhou para Alec, o sorriso fixo mostrando o aparelho dele morreu na sua seguinte frase – Eu queria que você tivesse tentado entrar na Brown.

– É, eu não quis arriscar.

Alec se sentia tão pequeno e incapaz de deixar sua cidade, sua família, para poder estudar em outro estado. 

Tinha muita admiração pelo Magnus ser tão cheio de vida e corajoso o bastante para explorar mais da vida, mesmo que os pais dele não sejam presentes e uma família unida como a de Alec, Magnus não perderia nenhuma oportunidade que lhe será proporcionado. Seria alguém muito importante no futuro..

E encarando o horizonte no silêncio estranho depois daquela conversa, eles adormeceram.

🍦

Dias atuais..

Alec foi o primeiro a acordar da noite maravilhosa que teve, e se viu em uma cama que não era sua, com Magnus ao seu lado.

Choque foi sua primeira reação, depois algo como satisfação o pegou de jeito. 

Sorriu se virando de lado e pegou a mão que estava estendida sobre o travesseiro no meio deles. Magnus também se mexeu, repetindo os movimentos do amigo e sorrindo com os olhos minimamente abertos, segurando a mão que afagava as costas da sua.

– Oi.. – o asiático encara melhor o moreno ao seu lado com os cabelos que agarrou tanto na noite passada arrepiados ao acordar.

–Oi. – Alec também sorriu bobo com os olhos puxados do outro meio inchadinhos e a cara amassada que tanto afagou e beijou ontem.

Era meio surreal e nostálgico ambos acordarem ao lado um do outro. Agora muito diferente de quando eram garotos, mas foi bom. Incrivelmente bom.

Magnus começou a rir do pensamento que teve, nunca imaginaria que um dia acordaria nos braços do seu melhor amigo depois de uma noite de sexo maravilhosa entre eles, era no mínimo engraçado. Alec também sorria e abraçou o menor que se escondia no travesseiro embaixo de si enquanto ele mesmo se escondia e cheirava o pescoço caramelo, contendo a risada do outro e a sua própria.

Ficaram um tempo abraçados, as vezes se olhando bobos e alegres aproveitando a companhia, até que Alec fala:

– Certo, é hora de levantar. – tirou a coberta que o cobria só de cueca, e pulou para cima do de olhos amarelados com as mãos dos dois lados da cabeça do mesmo – Café?

– Sim, vou querer a garrafa inteira.

Alec levantou e foi procurar as roupas que estavam espalhadas pelo quarto, colocou uma calças jeans que encontrou e uma blusa de manga longa branca enquanto conversavam.

– Foi um casamento legal. A comida estava ótima. Estou tão feliz pela Catarina e pelo Ragnor. A gente devia dar um presente pra eles.

Magnus se sentou encostando na cabeceira com o cobertor enrolado ao corpo, observando Alec na tentativa de colocar o relógio que era do seu pai. Apesar de não gostar muito do presente que ganhou anos atrás de Robert, ele sempre usava para alegrar o pai.

– É, eu estava planejando isso. – o asiático diz pensando que também estava muito feliz pela amiga.

– Você quer fazer o check-out mais tarde? Curtir aqui um pouco, talvez?

– Você quer ficar?

– É, já que estamos aqui. Esse treco não está funcionando. – se refere ao relógio e desiste de colocá-lo, o guardando na mala – Vou até o café do hotel. Leite de amêndoa e dois cubos de açúcar?

Arriscou cerrando os olhos esticando as mãos na frente do corpo em uma pose de adivinhação. Era bom nisso.

– Uau, é assim mesmo que eu peço meu café. – Magnus diz encantado e pega seu telefone que estava na bancada – Uma chamada perdida da Cat. Vou ligar pra ela enquanto você vai lá.

– Você vai contar pra ela? – Alec pergunta mais sério se sentando ao seu lado na cama.

– Sobre isso? Talvez. Você sabe que nós contamos tudo um pro outro. – os olhos azuis encararam com divertimento os âmbar e ele riu – Ela já me mandou uma mensagem porque estava pensando em comer uma laranja, Alexander. – riram e depois de um suspiro perguntou – Você vai contar pro Jace?

– Se o assunto surgir. – deu de ombros – Você sabe, eu prefiro ficar em silêncio, o Jace que é um fofoqueiro incoveniente.

🍦

– Cara! – falou com entusiasmado assim que o loiro atendeu sua ligação.

Você está falando desse jeito só pode significar uma coisa. Meu plano funcionou! – Jace estava sentado no chão da academia onde se podia ouvir ao fundo pessoas treinando – Você transou, seu cachorrão.

– Não foi pelo seu plano, – deixou claro – mas eu tive uma noite incrível.

Estava no hall do hotel onde algumas pessoas transitavam.

Então quem foi? Alguém da banda? Um padrinho? O pai da noiva? Ou um velho rico? Por favor diz que foi um velho rico..

Jace chutava sem parar, então Alec o cortou suspirando apaixonadamente mas sem que ninguém percebesse.

– Minha pessoa favorita. – sorriu grande.

Como assim, eu não estava lá. – constatou indiferente – Espera.. você ficou com o Magnus! Espera, eu não sou a sua pessoa favorita? – fez bico triste com a mão no peito mesmo o amigo não vendo.

– Foi incrível.. – ignorou as falas do loiro – Depois de todos esses anos.. foi tudo perfeito!

Eu estou feliz por você, mas tem certeza que não é só o clima do casamento?

– Eu sei, todo mundo fica com alguém em casamentos, mas não foi desse jeito. E o Magnus não é um desconhecido. – completou, todos falavam a mesma coisa mas ele estava certo do que sentia pelo asiático – É pra valer.

Tem mil caras falando a mesma coisa nesse hotel, agora mesmo. – Jace diz sarcástico – Tenha cuidado.

– Eu acho que vai dar tudo certo. – garantiu com desdém pronto para desligar.

Mas, rapidinho, eu não sou sua pessoa favorita?

🍦

O que aconteceu ontem? Você desapareceu. – Catarina fala ao telefone.

– O Alec e eu..

Você contou pra ele? – interrompe o amigo, que ainda estava na cama.

– Não mas.. nós acabamos ficando ontem. – solta esperando o surto da amiga.

Três.. dois..

O quê?! Meu Deus!

Magnus afastou um pouco o telefone do ouvido mas deu pra ouvir muito bem os gritinhos histéricos e risadas da melhor amiga.

Catarina estava no carro esperado Ragnor guardar as malas para irem embora do hotel.

Isso é tão emocionante. Mais emocionante que meu bebê. – olhou pela janela do carro no instante em que Ragnor, que estava mexendo nas malas, olhou interrogativo para ela, e se apressou em explicar – Nosso bebê. – falou um pouco mais firme e deu atenção ao amigo – O que aconteceu? Como foi?

– Foi bom. Muito, muito bom, na verdade. – diz sincero.

Eu sabia. Ninguém dança daquele jeito sem saber o que está fazendo. – concordou com "Umhum" mordendo o lábio e Ragnor a encarou com uma expressão de dúvida engraçada – Não olha assim pra mim! Eu tenho 18 anos de comprometimento no meu útero.

Magnus ignorou o que quer que o casal esteja discutindo no momento.

– Cat, eu estou surtando um pouco.

Você acabou de transar com o seu melhor amigo, então..

– Nós fomos de 0 a 100 tão rápido, me entende?

Diz a pessoa que fez um pacto de casamento com o melhor amigo. – insinuou.

– Uma coisa é falar sobre casar daqui a cinco meses, outra coisa é acordar do lado dele cinco horas depois.

Isso não é bom? E aquela história de querer casar com ele?

– Quando você soube que queria casar com o Ragnor? Nunca teve dúvidas? – questionou aflito.

Eu soube assim que o vi. – sorriu terna – Nunca foi diferente.

– Bem, eu conheci o Alexander quando eu tinha uns 12 anos então pra nós é diferente. – se remexeu na cama.

É bastante diferente.

– Eu estou um pouco sobrecarregado agora. Eu sei que eu disse que poderia casar com ele mas não sei se quero namorar com ele. Faz sentido? – encolheu os ombros e respirou fundo – Não sei. Talvez eu só precise de um tempo para me acalmar.

Você precisa sair daí. Não passou o efeito da fadinha de casamento.

– É, eu estava pensando a mesma coisa.

🍦

Depois de voltar da academia e tomar um banho gelado, Jace encontrou sua ruivinha ainda dormindo em sua cama.

Tinham passado a noite juntos fazendo coisas de casais como comer pizza enquanto assistiam a algum filme sem graça no sofá, dar uns amassos, dormir na metade do filme e acordar pela madrugada para irem dormir na cama.

Ele estava mesmo caidinho pela mulher baixinha e brava, perdidamente apaixonado mesmo que não revelasse por orgulho mesmo. Não era de namorar e sempre partia pra outra no segundo encontro, mas com Clary não. Ele gostava de passar o tempo com ela, sair com ela, e pela primeira vez, trazer alguém pra casa e gostar disso. Da companhia.

Agora, depois de uma rodada de sexo matinal, estavam ofegando e suados.

– Eu vou sentir falta disso. – Clary fala com a mão no peitoral do loiro.

– Do que você está falando? – respirava com dificuldade.

– A Cat ligou, ela chamou a gente pra encontrar com ela e com o Ragnor hoje á tarde. – apoiou o cotovelo na cama segurando o rosto com as mãos, encarando o loiro – Ela nunca aprova meus namorados então, infelizmente, esse foi nosso sexo de despedida. – deu tapinhas no peitoral dele em simpatia e bem humorada.

– O quê? – retirou a mão dela e continuo com a mão atrás da cabeça – Pra começar, você não subiu muito o nível com aquele seu ex, Sebastian.

Fala com implicância e nojo o nome do ex da ruiva, e não estava ligando se estava sendo pouco infantil. O cara era um idiota.

– Tecnicamente, ele não roubou meus móveis, ele só pegou emprestado por tempo indefinido. – fala irredutível e um pouco irritada quando Jace revira os olhos – Mesmo assim, eu posso levar o filho do Brad Pitt com a Madre Teresa e a Catarina vai achar alguma coisa de errado nele.

– Uau, Pitt e Teresa. – argumenta para si próprio – Eu adoraria sentar e tomar um café com o filho deles.

– É sério! – cutuca as costelas do amante arrancando risadas contidas dele – Ninguém passa pela minha irmã.

Jace se senta melhor e fica mais sério encarando os olhos verdes exuberantes de Clary.

– Parece um desafio. – diz sedutor.

– Mas não é!

– Com certeza, parece que é.

– Eu.. acho que.. entendo como poderia ser interpretado assim. – ela concorda veemente.

Jace via tudo da maneira dele, Clary até gostava do jeito infantil dele as vezes, mas um relacionamento não poderia ser levado na brincadeira o tempo todo. E isso a assustava. 

– Fala pra Cat que eu estou pronto, que eu não vou desistir e que eu esperei por esse momento a minha vida toda. – Jace diz com determinação.

Tudo com ele tem que ser tão intenso? Pensa a ruiva.

– Ou eu posso só confirmar que vamos sair com ela hoje. – ela fala devagar.

– Ou você pode só confirmar que nós vamos, pode ser também. – retorna a pose deitado com as mãos na cabeça, exibindo seu corpo musculoso e tão levemente dourado.

– Mas é sério, estou avisando. Se ela não gostar de você nós dois não vamos dar certo.

– Dá pra você relaxar? Ela vai gostar de mim. Você já olhou pra mim? – apontou para si mesmo – Eu sou um Jace entre os homens. – abriu a boca em choque com a própria frase – Uau que poético. Vou colocar na bio do Twitter.

– Não..

Sim.

Afirmou encarando o teto com admiração por si próprio. Clary suspirou encarando aquela reencarnação de Narciso. 

🍦

Com os cafés em mãos depois de ter passado no restaurante do hotel, Alexander seguiu para o quarto que ele dividiu com Magnus. O encontrou arrumando as malas.

– Ei. A gente não ia ficar mais? Adiei o check-out. – se aproximou.

– Eu só quero voltar pra estrada, sabe? – o menor diz fechando o zíper de sua bolsa sem olhar o , agora amante?

– Tudo bem. – o moreno segura o papelão com dois copos de café e entrega um ao parceiro – Aqui.

– Obrigado. – Alec se aproxima para um beijo mas Magnus tampa a boca – Cuidado. Bafo matinal.

O asiático estava claramente fugindo do mais velho. Estava confuso e inventando coisas para não ficar em momentos mais "íntimos" com o melhor amigo, e Alec percebeu isso mas não quis pressionar.

– Certo..

– Não esqueça seu terno no armário. – Magnus fala indo para o banheiro, deixando um Alec desnorteado bebendo o café.

– Ok.

Depois de arrumar tudo e fazer o check-out, Alec e Magnus levavam as bolsas para o carro. Magnus estava indo na frente e Alec logo foi ter com ele, não aguentando a curiosidade que o estava atordoando, pergunta:

– Você queria mesmo sair daqui logo?

– Eu só quero chegar em casa, Alec. – diz acompanhando o amigo que estava ao seu lado enquanto caminhavam pelo grande jardim até chegar no estacionamento – Casamentos são muito desgastantes.

– Você está tranquilo com o que aconteceu ontem? – parou no lugar e Magnus fez o mesmo.

– Sim, é claro. – explicou rápido – É que isso é tão novo, entende?

– Novo.. bom?

– Alexander.. eu gosto de você, ok? Estou feliz por tudo isso. Eu só sinto que nós pulamos alguns degraus. – confessou.

– Você acha? – riu e voltaram a caminhar – Quer dizer, nossa história agora é assim: nós nos conhecemos no ensino médio, fizemos um pacto de casamento, não nos vimos por 12 anos, nos reencontramos, namoramos outras pessoas e aí ficamos em um casamento.

– Não esqueça a conversa estranha até o carro que rolou depois. – acrescentou divertido – Não sei, eu queria que fosse diferente, sabe? Queria que você me chamasse pra sair, ou.. sei lá.

– Tive uma idéia. – pararam em frente a uma fonte – Vamos reescrever nossa história. Você quer sair comigo?

– Quando? – Magnus perguntou sorrindo.

– Que tal agora?

– Eu adoraria. – mostrou o sorriso lindo que tinha, e Alec fez o mesmo.

Deixaram as bolsas no carro e foram caminhar pela floresta que ficava ao redor do hotel, tinha ótimas trilhas e uma vista linda do horizonte pois a localização era em um ponto alto.

– Por que não vamos ver aquela trilha?

Alec apontou para uma clareira entre as grandes árvores onde tinha um caminho com cercas de um lado e uma vista esplêndida de um penhasco.

– Aqui? – Magnus olha ao redor e seguem perto da cerca de madeira.

– É. Eu pesquisei no Yelp e a resenha diz que é perfeito pro primeiro encontro. – Alec sorri dando de ombros e se encosta na cerca.

– Então.. – Magnus apoia os cotovelos e fica de frente para o amigo.

– Então.. – Alec repete sem graça ou sem o que falar mesmo.

Apenas a companhia deles dois era o que fazia o momento valer a pena. Mesmo que estivesse um pouco estranho, eles iriam devagar. O que era doze anos quando agora tinham todo tempo do mundo. 

– Já que é um primeiro encontro, prazer em conhecê-lo Alexander. – Magnus o cumprimenta com humor.

– Prazer, Magnus. Eu tenho que dizer, eu estava meio receoso que sua foto de perfil fosse enganosa mas você é ainda mais bonito pessoalmente. 

Magnus cora por alguns segundos antes de coçar a garganta.

– Eu estou bem contente que você não é um serial killer. – ponderou sério apontando para moreno de olhos claros e completou – Mas o encontro ainda não acabou.

– É verdade. – assentiu e riram.

– É tão assustador sair com um desconhecido. – o mais novo puxa assunto.

– É, é meio intenso.

– Eu te contei do cara que me convidou para um evento de rap juggalos?

– É sério? – Alex riu desacreditado com a confirmação do amigo – Eu já te contei que no meu primeiro encontro com o Raphael eu quase amarelei?

– Sério?

– É, ele veio direto do hospital e estava todo.. – parou de falar negando com a cabeça com o rumo que a conversa seguia – A gente não devia falar de outras pessoas no nosso primeiro encontro.

– É, é um mau sinal falar de ex no primeiro encontro. – Magnus fez careta.

– Eu estou tão acostumado com a gente falando sobre tudo. Mas a-gora, a gente está.. – Magnus riu com ele se atrapalhando nas palavras – Digo, ainda podemos falar sobre tudo. É só..

– Claro. – dispensou e voltaram a observar o lugar com o sol da manhã e o vento fresco balançando as folhas das árvores.

Alec sentia como se pisasse em ovos para ter uma conversa normal com o amigo depois que eles deram esse passo na relação, que era uma grande amizade de infância.

Magnus também estava sem graça mesmo querendo que isso dê certo de alguma forma entre eles. Gostava demais de Alexander, não podia ignorar seus sentimentos, mas vê-lo como um namorado agora o deixava apreensivo.

– Que tal você me contar alguma coisa que eu não sei sobre você? – Alec sugere.

– Certo. – pensou – Bem, você não me conhecia bem durante minha fase festeira tailandesa.

– É mesmo? – fingiu surpresa e riu – Conta como foi.

– Foi a minha fase mais louca. Eu dancei até o sol nascer. – Magnus relembra nostálgico fazendo Alec sorrir com as aventuras do amigo – Acho que fritei por 10 horas, direto.

– "Fritou", com ecstasy? – Alec pergunta receoso.

– É. – arqueou uma sobrancelha para a expressão indecifrável de Alec – É um mau sinal? Não era uma coisa que eu fazia sempre.

Alexander não imaginava que esse Magnus tão calmo e sereno que conhecia era do tipo que se drogava e ia para raves, quer dizer, ele não via o amigo á 12 anos, então não fazia idéia do tipo de situações que o amigo já vivenciou. Com certeza muito mais que ele.

– Não, tudo bem. – se adiantou, ele não era nenhum preconceituoso com esse tipo de assunto, só estava surpreso e não sabia escolher as palavras certas – Não sabia que você era esse tipo de pessoa.

– Que tipo de pessoa? – Magnus ri nervoso.

– Eu não quis dizer isso.. – Alec gagueja e fecha os olhos pela escolha errada de palavras.

– Talvez a gente deva mudar de assunto. – Magnus fala um pouco irritado. Entendia a presunção do moreno mas não queria mais falar sobre isso.

– Desculpa, não está dando certo. – disse se referindo a conversa e Magnus concordou – Você quer dar uma volta?

– Ok.

🍦

Catarina e Ragnor já estavam no apartamento de Jace.

Depois que chegaram em casa arrumaram a mala e descansaram. Receberam uma mensagem de Clary avisando que podiam o visitar pois já estavam esperando o casal para apresentar o novo possível namorado.

A ruiva não era dessas, mas resolveu preparar uns aperitivos que sabia que a irmã gostava, Jace quase nunca usava a cozinha então foi fácil achar os ingredientes e preparar os tira-gostos. Não estava querendo agradar a irmã, jamais admitiria tal alegação.

– Jace, o que você faz da vida? – Cat pergunta curiosa.

– Nada. – disse com orgulho. – Tive a sorte de vender meu último negócio e agora estou vivendo desse dinheiro.

– Que sonho. – Ragnor diz maravilhado.

– É um sonho estar desempregado e assistindo seu dinheiro acabar? – Clary ri desacreditada e nervosamente.

– Como dona de um pequeno negócio, entendo o dilema do Jace. – a morena diz para o futuro cunhado – Oito ou oitenta, certo?

– Exato. – o loiro aponta – Vou te contar meu último lance.

Clary estava temerosa sobre o quanto Jace poderia ser imodesto e um pouco narcisista e a irmã não gostar dele. Ela gostava muito desse loiro oxigenado mas se a irmã não aprovasse, não iria dar certo.

– Jace, não.

– Jace, sim. – Ragnor se anima.

– Está preparado?

– Estou.

– Eu criei um aplicativo de memes. O nome era "Comeme que é?"

Houve um silêncio e a ruiva já estava preparada para a desaprovação mas ficou sem entender quando o casal á frente começou a gargalhar bem alto.

– Que engraçado!

– Você gostou? – Jace pergunta inusitado.

– Adorei.

– O quê? – a ruiva questiona incrédula – Você odeia trocadilhos. Outro dia você xingou um restaurante a quilo. "Aquilo que se come".

– Eles forçaram a barra, irmãzinha. – Cat dá de ombros com um sorrisinho.

– Eu quero propor um brinde. – Jace chama a atenção – Ao nascimento. Ao nascimento dessa bela.. cha.. cha.. Shakira. – aponta para os aperitivos e o vinho em cima do balcão.

– É "charcuteria". – Ragnor corrige.

– Ao nascimento da amizade. – diz convicto piscando para o casal e todos erguem a taça, logo decreta: – E acima de tudo ao nascimento do bebê de vocês, um futuro rei ou rainha que unirá nosso povo e protegerá nosso reino.

– Que lindo.

– Saúde

– Saúde pra você.

Todos sorriem e Catarina murmura um "Ele é um bom partido" para Clary que bebe seu drink com os olhos cerrados para a irmã.

🍦

– Então.. Conte pra mim algo que eu não saiba sobre Alexander Lightwood. – Magnus propõe – O que você fez depois da faculdade?

– Comecei a trabalhar para os meus pais.

– Só isso? Você acaba de se formar e no dia seguinte já está batendo ponto? – fala bebendo seu café.

– Bem.. basicamente, sim. Eu me formei em administração e minha mãe tinha machucado o joelho e eles precisavam de mim. – o moreno explica e acrescenta mais empolgado – Eu quase ajudei a fundar a Massive Supply.

– Massive Supply, a marca de acessórios?

– É.

– Mas eles são gigantes..

– Meu colega de faculdade, Jordan, foi um dos fundadores. Ele estava procurando um administrador mas eu não tinha certeza se eu era qualificado. E com tudo que estava acontecendo em casa não parecia a coisa certa. – negou encolhendo os ombros.

– Você já pensou em procurá-lo de novo?

– Engraçado, eu falei com o Jordan umas semanas atrás e ele disse que abriram algumas vagas.

– Alexander! Você tem que tentar!

– Mas é em San Francisco.

– Então você vai morar na sua cidade natal e trabalhar pros seus pais pelo resto da vida? – incita.

– Você fala como se fosse ruim. – Alec fala ressentido.

– Não quis dizer isso. – foi sincero – Só, sabe, se arrisque. Eu morei em Singapura, e foi incrível.

– Mas você era mais novo. É diferente quando se tem 30 anos.

– Não é, não.

– Magnus, minha vida viraria de cabeça pra baixo. – Alec fala exasperado – Eu tenho responsabilidades aqui com meus pais, com o negócio, e se não der certo? Eu desistiria de tudo só pra voltar como um fracassado.

– Foi isso que eu fiz. – reclinou sentido – Eu não me sinto um fracassado. Você acha que eu sou um fracasso?

Magnus saiu de sua cidade como um jovem que queria se aventurar, conheceu lugares e pessoas, se divertiu e aproveitou muito; e agora voltou sem um emprego fixo ou relacionamento estável. Lá no fundo ele se sentia derrotado mas ao menos ousou e fez quase tudo que queria.

– Eu não disse isso. Eu só quero dizer que.. não era certo pra mim.

– Pra mim, parece que você só está com medo.

– Você não entende. – Alec olha pra baixo acovardado. Era assim que se sentia, um covarde.

– Certo, talvez eu não entenda mesmo. É melhor a gente voltar para o carro.

Deram meia volta e seguiram para casa.

🍦

Na casa de Jace, enquanto Ragnor e ele batia um papo estranho sobre como Jace poderia ser ator de filmes e séries e trabalhos inusitados, Clary e a irmã terminavam de limpar a cozinha.

– O que diabos foi aquilo? – a ruiva pergunta depois de colocar uma bandeja na pia e se aproxima da irmã arrumando a bancada.

– Como é que é? Ou melhor.. – faz um olhar malicioso e canta sobre os protestos da irmã mais nova – Comeme que é?

Com direito a dancinha e uma série de "Ôhuohuo.."

– Eu gostei dele! Achei incrível!

– Sério?

– Sim.

Tinha algo estranho.

– Ele só falou sobre ele mesmo. Ele fez um brinde brega. Ele usa perfume da Axe.. – Cat suspirou pelo desvaneio da irmã – de propósito! Você odeia tudo isso.

– Eu gostei do brinde. – sugeriu.

– Você dispensou um cara porque o umbigo dele era pra fora. – indagou á morena.

– Pessoas de umbigo pra fora deviam ter um aplicativo isolado pra elas. – se defendeu.

– Eu estava tão nervosa o dia inteiro antecipando as críticas sobre o Jace e como você ia destruir nosso namoro porque você sempre faz isso. Por que você não fez isso? – questiona exasperada, não conseguia entender a calmaria em que a irmã estava.

– Clary, porque eu vi o jeito que ele olha pra você. E dá pra ver que você gosta muito dele.

– Como? – cruzou os braços arqueando uma sobrancelha.

– Instagram.

– Você tem Instagram? – isso sim era inesperado.

– Perfil super secreto. – diz animada recebendo um olhar dramático e acusatório da mais nova – É a primeira vez na história que você tem mais fotos com um cara do que com seu café da manhã. E eu adoro aquela foto de vocês no aquário.

– No aquário? Você procurou fundo. Pelo menos curte da próxima vez. – murmura revirando os olhos.

– Clary, eu sei que você valoriza minha aprovação. E eu aprovei. Não estraga, ok? Ele se importa com você o bastante pra dar um brinde brega pro seu futuro sobrinho que ele claramente copiou de Game Of Thrones. – Clary deu um sorrisinho com a declaração – E eu não quero você fazendo match com meu bebê no colo.

– Eu não vou fazer isso. – a ruiva diz em descaso – Vou ser uma tia incrível. Vou dar todos os conselhos que a mãe careta dele não dá. – afirmou convencida.

– Eu não vou ser uma mãe careta! Vou ser uma mãe.. legal. – sorriu presunçosa com um olhar engraçado fazendo a ruiva rir.

– A primeira regra das mães legais é nunca dizer que você é uma mãe legal, Catarina.

– Certo, entendi. – riram e se abraçaram.

– Estamos tentando um momento. – Clary fala boba.

– Estamos mesmo.

– Vamos tirar uma selfie de irmãs. – sugeriu ainda com os braços ao redor da cintura que já crescia seu futuro sobrinho ou sobrinha.

– Claro, pro meu perfil secreto. – pegou o celular abrindo na câmera – Um, dois, três. – tiravam bastante fotos de várias poses diferentes – Como você faz para posar tão bem?

– É só fingir que tem algo fedendo, mas você ainda é sexy. – explica fazendo um bico sedutor e olhos apertados por cima do ombro.

– O quê?

🍦

Alec estacionou no apartamento de Magnus e o ajudou com as bolsas. Seguiram em direção á varanda e o asiático deixou suas coisas em um canto e se aproximou do amigo que estava no último degrau da pequena escada.

– Obrigado. – agradeceu ficando de frente e no penúltimo degrau, consequentemente da altura do mais velho.

– Acho que hoje eu disse algumas coisas que saíram errado. – Alec declarou sem jeito.

– Tudo bem. Acho que nós dois estamos cansados, pelo casamento.

– É.. deve ser isso. Mas ei, prazer em conhecê-lo hoje. – quebrou o clima estranho e estendeu a mão em direção ao outro.

– Ah é, claro. – Magnus aceitou o cumprimento sorrindo – A coisa do primeiro encontro.

Alexander continuou segurando a mão do amigo e Magnus se aproximou lhe dando um selinho demorado nos lábios.

– Até mais tarde, Alexander.

E entrou em casa.

🍦

Já estava ficando tarde quando Cataria e Ragnor decidiram ir embora.

– Foi um prazer te conhecer, Catarina. – Jace deu um abraço na cunhada.

– E você também..

– Não sabia que podia abraçar. – Ragnor fala ao lado da mulher se preparando para abraçar o loiro também.

– Vamos embora. – Cat puxa o marido pois se não ele viraria a noite com os amigos – Até mais, Clary.

– Tchau, gente.

– Tchau.

Clary fecha a porta.

– Me adicionem! – o loiro sorri acenando pelo vidro da porta para os novos amigos – Eu mandei bem, ou não? – se virou rápido para a mulher.

– Você mandou bem. A Cat disse que você ganhou o selo de aprovação dela.

O quê? – perguntou sorrindo para si mesmo e parou em frente da ruiva – Espera, o que isso quer dizer? Eu sou parte da família agora?

– Meu deus, não. Só quer dizer que você é meu namorado. – sorriu contida com a face espantada do agora namorado.

– Seu namorado? – ficou surpreso e riu desacreditado com as mãos na cintura – Legal. Eu quero propor um brinde.

Jace estava bastante feliz e Clary compartilhava dessa alegria.

– Não, nada de brinde. – afastou a taça de champanhe das mãos do loiro – Não.

– O qu.. – foi calado com os lábios da agora namorada – Pode ser também..

🍦

Alexander se encontrava sentado em sua cama, estava tentando descansar apesar de ser cedo ainda, mas não conseguia dormir pensando em Magnus. Até pensou em mandar uma mensagem para o asiático mas desistiu da idéia. Magnus poderia estar ocupado ou até mesmo dormindo. Bufou frustrado largando o celular.

Longe dali, Magnus lia um livro deitado de bruços em sua cama, quando recebeu uma mensagem.

"Não vou pra casa hoje, estou com meu namorado."

Era uma mensagem de Clary avisando que outra noite dormiria fora, mas Magnus estava feliz pela amiga. Ela estava com Jace que até que enfim admitiram o relacionamento já esperado pelos amigos próximos.

Isso o fez pensar sobre Alec. Sobre ele desejar estar em um relacionamento com o amigo, mesmo estragando a amizade ou não, sentir que deve estar perto e não sair do seu lado nunca mais.

Resolveu ir até lá.

– Oi. – cumprimentou o moreno depois de três batidas em sua porta.

Alec estava de moletom e uma camisa cinza, estava simples mas não menos bonito ou atraente. Estava adorável.

Oi. – Alec responde um pouco surpreso pela visita do mais novo.

– Eu tive um dia ruim e só queria conversar com meu melhor amigo, pode ser? – falou erguendo a cabeça para olhar nos olhos azuis já que era um pouco menor, e deu um passo á frente erguendo o saco com dois milk-shakes.

Alec sorriu pequeno e apontou para a sala. Fechou a porta e ambos sentaram no sofá. Ele estava calado com uma expressão abatida e procurava não encarar o menor. Magnus ignorou isso e falou:

– Então, eu.. eu tive um encontro hoje. Com um cara. – Alec murmurou alguma coisa que ele não entendeu então prosseguiu – Eu gosto muito dele.

– Isso é bom. – o moreno dá um mini sorriso.

– É, mas.. nós nos conhecemos a muito tempo então sair em um encontro com ele é diferente.

– Você quer ser amigo desse cara? – pergunta esperançoso, atento na resposta do outro.

– Eu acho que quero ser mais que amigo, mas também é estranho. – Magnus fala devagar e fica de frente para o mais velho – Alexander, logo depois da gente dormir juntos vem um dos piores dias da nossa amizade? Nós nunca nos tratamos como hoje. Maus sinais? Você é meu amigo mais antigo, e não um cara aleatório no Tinder. – fala chateado e Alec se aproxima mais dele.

– Eu sei que eu não fui a melhor versão de mim mesmo hoje.

– Eu também não, e eu queria muito ter sido. – diz sério e honesto.

– O que aconteceu?

– Acho que nos esforçamos demais. Esquecemos o que faz a gente funcionar tão bem. É.. é isso, sabe? – encara os lindos olhos azuis hipnotizantes e coloca uma mão no pescoço branquinho – É.. ficar de boa, e.. tomar milk-shake, e.. conversar sobre o meu dia com meu melhor amigo. – os narizes se roçavam e as respirações se misturavam. O beijo veio com saudade e calmaria.

– Assim é melhor. – Alec encara os lindos olhos âmbar puxados com um sorriso bobo mas logo fica mais sério.

– O que foi?

– E o pacto? – pergunta um pouco preocupado.

– Não sei.. Vamos não pensar nisso agora?

Alec hesita por uns instantes mas logo sorri.

– Claro.

Magnus toca no rosto o puxando para mais um beijo, Alec segura sua cintura e assim começam uma sessão de amassos no sofá da sala do moreno.




Notas Finais


Espero que tenham gostado anjos! 💜

Nos vemos semana que vem com att de Revenge or Love (se tudo der certo)

Bjosss 😘❤️


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