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História Single (Chifuyu Matsuno) - Dezessete


Escrita por: blacktass

Notas do Autor


boa leitura 🦋 obrigada pelos comentários!!!! 🥰💖

Capítulo 17 - Dezessete


Você se sentia esgotada, seus ombros estavam tensos e suas costas doíam tanto. Havia uma pressão tão grande que você deitou no sofá de barriga para baixo e fechou os olhos, desejando dormir mais. Apenas para não pensar nesses sentimentos de angústia que transbordavam seu coração.

Não demorou muito tempo e sentiu dedinhos tocando o seu braço.

— Bom dia — você abriu os olhos e  seu irmão olhava para você. — Dormiu bem?

— Você tá bem? — ele perguntou com uma carinha de preocupação.

— Melhor agora.

— Eu ouvi você e o papai gritando ontem. Depois olhei pela janela e o Chifuyu e ele brigavam feio. Acho que ele me viu na janela, mas não tenho certeza...

— Ele estava sorrindo enquanto brigava?

— Sim!

Você riu ao imaginar o sorriso arrogante de Chifuyu no rosto.

— Você tá doente?

— Acho que sim. — você fechou os olhos sentindo a mão do seu irmão na sua testa. — O que você acha?

— Não sei, mas o Chifuyu deve saber. Que tal a gente chamar ele? Queria jogar videogame com ele de novo...

— Não... Ele parecia meio ocupado. Não vamos atrapalhá-lo.

Com todas as forças restantes que o seu irmão implantou em você com aquele carinho e atenção, você se levantou e preparou um belo café da manhã para ele.

Depois de muita insistência, você se juntou a ele para comer de novo. Vocês conversaram sobre os desenhos que ele assistia.

— E como foi ontem? A mamãe disse que você saiu!

— Foi legal. Joguei um jogo de dança.

— Sério? Da próxima vez me leva?

Você riu ao imaginar seu irmão no meio daquele grupo de amigos.

Depois do café da manhã, você não quis ficar parada. Procurou verduras, carne e grãos nos armários e geladeiras e amarrou os cabelos para cozinhar. Enquanto preparava o almoço, você escutou a porta bater. Alguém havia chegado em casa.

— Mamãe! — seu irmão gritou com entusiasmo.

Seus ombros relaxaram e você suspirou de alívio. Você fritava o frango e cozinhava o arroz, olhou para sua mãe entrando na cozinha com os olhos cansados.

— Está tudo bem?

— Desculpe por ontem. — sua mãe disse. — Tentamos voltar ao normal e tudo isso acontece...

Você não respondeu. Logo você teria que lidar com todas aquelas feridas não curadas, de qualquer maneira. Apenas aceleraram o processo da dor para você.

— Aonde a senhora estava?

— Dando um fim nesse assunto. O Hanko ficou naquela nossa antiga casa...

— Quanto mais longe melhor. Muita consideração por ele. — você murmurou.

— Não diria consideração, acho que só queria me livrar o mais rápido possível. — sua mãe sentou em uma das cadeiras — Só quero um pouco de paz na minha mente. Acho que já errei mais do que o suficiente com todos dessa casa. Está na hora de crescer também.

Você estava de costas para ela, mas deu um sorriso de gratidão ao remexer a panela.

— O Chifuyu está bem?

Você pensou como aquela situação era irônica. Quando tudo estava bem entre vocês dois, menos a sua família perguntava dele. Agora que o relacionamento está em ruínas, só naquela manhã você já ouviu o nome dele mais do que esses meses que esteve com ele.

— Sim.

— Eu soube que ele e o Hanko...

— Já resolvi isso com ele. — você botou as panelas na mesa.

— Mas e então? — sua mãe se levantou para pegar os pratos e talheres.

Você arqueou as sobrancelhas esperando que ela concluísse a pergunta.

— Como foi ontem? Você se divertiu? Ele foi gentil com você?

— Ele sempre é muito gentil comigo. — você engoliu seco. — Foi tudo bem ontem, nós dançamos e... rimos muito.

Sua mãe começou a servir os pratos enquanto a ouvia.

— Convide ele de novo para comer aqui. Não sei o que está rolando entre vocês, mas quero que tudo esteja certo dessa vez.

— A senhora acha que estamos juntos?

— Vocês não estão?

— Não... Nunca rolaria nada entre nós. — assim que concluiu a frase, lembrou de ter pedido aquele beijo.

Sua mãe não respondeu, apesar de você notar a hesitação dela para dizer alguma coisa.

Depois de comer, você subiu as escadas com moleza. Seu quarto estava uma bagunça. Sentou na cadeira e encarou o mangá que Chifuyu emprestou a você naquele dia.

Não hesitou em olhar para a casa dele, mesmo com as janelas abertas, não havia nada para olhar.

Você se esparramou na cama. Exausta.

E foi assim até a segunda de manhã.

Se arrumou preguiçosamente para o trabalho, tomou o café devagar na esperança de não encontrá-lo quando saísse.

Pensando agora, você sabe que só descontou nele aquela raiva possessa que estava. Até agora, parecia que toda aquela gentileza de Chifuyu era paga com suas respostas vacilantes.

Por um segundo desejou encontrá-lo quando abrisse a porta de casa e correr até ele pedindo desculpas, mas quando abriu, não tinha nenhum sorriso e cabelos com mechas loiras esvoaçantes para ver.

E assim, você chegou ao estágio.

— Ei, [seu nome]. — Yuzuha sussurrou ao seu lado — Você está bem?

— Claro. — você suspirou. — Foi a Hina que contou pra vocês?

— Que rápida. Na verdade, ela contou só o básico. Acho que nem o Takemichi conseguiu tirar as informações do Chifuyu. Tudo o que sabemos é que vocês não estão se falando. — Yuzuha teclava no computador enquanto falava com você.

— Não é bem assim. Acho que é mais do tipo: ele não está falando comigo. Se bem que eu evitei ele esse fim de semana. — você pensou alto. — Acho melhor assim, de qualquer jeito, é assim que nossa relação acabaria uma hora ou outra.

— Que pessimismo. Vocês estavam tão bonitinhos na festa. — ela reclamou.

— É. Sempre tudo é bonitinho assim. — você murmurou.

┻━┻

— Quem vai buscar o seu irmão hoje? — Emma apressou o passo para acompanhá-la.

— Minha mãe.

— E que tal irmos à uma sorveteria? A Hina também está lá! — Yuzuha sugeriu.

Você realmente queria dizer não, mas ao olhar para suas amigas preocupadas, você se sentiu acolhida.

— Tudo bem. — você deu um meio sorriso sendo puxada por elas.

Hinata realmente já esperava em uma das mesas. Com um copinho de sorvete, ela ouvia música nos fones de ouvido.

— E aí! — ela sorriu ao vê-las.

Você sentou ao lado dela, Emma e Yuzuha sentaram de frente para vocês.

— Dê o veredito, [seu nome]. Estamos preocupadas com você. Se você quiser falar, estamos aqui. Se não, vamos tomar sorvete e tentar fazer você se sentir melhor. — Hinata saboreou outra colherada.

— São tantas coisas. Acho que seria chato ficar falando e falando... — você suspirou. Deitou sua cabeça na mochila sob a mesa. — Me sinto péssima, mas também exausta...

— É sobre a sua família? — Emma perguntou.

— Também. Também tem a ver com coisas do passado. Acho que o Chifuyu apareceu em uma hora ruim e acabei descontando nele... Me sinto horrível só de lembrar. — você choramingou. — Eu sou tão ruim...

— Ei! — Yuzuha a interrompeu. — Você não é ruim, nem horrível, nem nada desses sinônimos que estão circulando sua cabeça. São só situações que você passou e está enfrentando agora. Isso não faz você uma pessoa má. Não subestime o que você sente, não tem nada de ruim nisso!

— Pelo o que conheço do Chifuyu, aposto que ele não está com raiva de você. Claro, você provavelmente deve se desculpar, mas... — Hinata formulava uma frase. — Você está se cobrando demais, se cobrando por seus sentimentos e até pelas suas dores passadas...

— Parece meio brega dizer para você se permitir, mas não tenha vergonha de se abrir com seus amigos. Às vezes não é por soluções, é só para desabafar, sabe? Aquele peso enorme sair um pouco dos seus ombros. — Emma sorriu enquanto acariciava seus cabelos. — Não é nada vergonhoso precisar de ajuda, muito menos estar machucada.

— Parece que vocês sabem exatamente o que dizer. — você queria que saísse em um tom de piada, mas saiu mais como sarcasmo.

— Você chorou quando perguntamos dos seus amigos de escola. Então, na hora imaginamos que tinha alguma coisa por trás. — Yuzuha respondeu por todas. — Não precisa nos contar se não quiser, mas agora você está entre pessoas que te querem bem e te respeitam, acima de tudo.

Você sorriu.

— Acho que só preciso de um tempo para ficar bem, mas obrigada. Acho que nunca me senti tão querida. — e você falava sério.

Hinata te abraçou e Yuzuha e Emma seguravam suas mãos com carinho.

Vocês não tocaram mais naquele assunto, as garotas perceberam que você não estava pronta para conversar sobre suas feridas. Quando saíram da sorveteria, Hinata acompanhou você até uma certa parte do caminho.

— O Takemichi ficou preocupado com ele. — ela quebrou o silêncio de vocês depois de um tempo. — O Chifuyu teve várias fases, sabe? Desde o delinquente rebelde e revoltado até o destruidor de corações depois da Toman. Acho que ele só queria preencher aquele vazio...

— Ele me disse que ficava na sala de estudos. Era de esperar que ele mentisse. — você brincou com um tom de tristeza.

— Não, nem tudo é mentira. Eu sempre o via na sala de estudos, também percebia as meninas rodeando ele e os mangás de romance que ele lia com tanta empolgação. Acho que ele realmente não fazia na maldade, apesar de ser duro ver aquelas meninas procurando o Takemichi para ajudá-las a falar com ele... — Hinata lembrou. — Acho que ele só queria sentir aquilo de novo, sabe? Aquilo que o tal do Keisuke Baji fazia ele sentir.

— Espera... Isso que dizer que...

— Não sei. É só uma hipótese. — Hinata a interrompeu. — Claro que cada pessoa é insubstituível, mas provavelmente ele não havia se tocado disso, emocionalmente falando.

Você apenas ouvia.

— De repente, algo mudou quando ele saiu da casa da avó dele e passou a morar sozinho. Chifuyu sempre foi atencioso, aproveitava os momentos, mas tudo parecia mais... intenso pra ele.

Você ainda olhava para Hinata falando tão submersa em sua linha de pensamento.

— Não estou dizendo isso para que você se sinta culpada, mas que assim como você está lidando com feridas, ele também está. — Hinata virou para você. — Vocês estavam em ótima sintonia naquele dia, não deixe seus medos e pessimismo destruírem isso. Falo de uma amizade bonita, não necessariamente um namoro.

— Você é a melhor, Hina.

Ela sorriu com as bochechas coradas.

Ao se despedir dela, você saiu correndo para casa.

XOXO



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