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História Sinners - .viagem.


Escrita por: LovePizzaS2

Capítulo 24 - .viagem.


Fanfic / Fanfiction Sinners - .viagem.

Narrado por Max Thunderman

Segundas-feiras eram os piores dias, isso ninguém na face da terra poderia negar.

Mas com aquele conjunto maldito de situações fez aquela subir direto para o topo da lista de piores dias da minha vida.

Faziam dois dias que a nossa vizinha tinha sido brutalmente assassinada por um vilão sádico que queria destruir minha família, estava preso em um relacionamento falso pra manter em segredo minha relação incestuosa com minha irmã gêmea e o pior de tudo: tive que acordar às 05:00 da manhã! Que tipo de monstro faz alguém acordar antes do sol nascer?

No entando, graças a Oyster ali estava eu, arrastando uma mala para fora do meu quarto e me perguntando a que horas eu veria a luz do dia.

– Max você pegou...caramba, você tá péssimo! – Phoebe disse na ponta das escadas. Como sempre, ela estava animada, perfeitamente arrumada e acordada, enquanto eu tentava me lembrar se tinha escovado os dentes.

– Eu acordei às cinco horas, Phoebe – falei. Estava mal humorado, e isso era algo bem visível – Devia estar feliz que eu consegui tomar um banho.

Ela revirou os olhos.

– Você é dramático demais – disse ela. De certa forma era reconfortante ver Phoebe tão alegre e empolgada. Era bom que ela se distraísse de toda a coisa com Mayhem, e se pra isso ela precisava viajar e estudar, que fosse. Mas ela poderia muito bem fazer isso depois das dez da manhã! – Bem, eu pensei em como vamos ficar isolados nas monstanhas por cinco longos dias, íamos acabar ficando entediados em algum momento...

– Na verdade já estou entediado – falei apoiando o queixo na alça da mala. Ninguém morreria se eu fechasse os olhos por alguns segundos.

– Como eu ia dizendo! – disse Phoebe erguendo o tom com impaciência, ela detestava ser interrompida – Eu peguei uns filmes na internet que ainda não assistimos e uns jogos.

– Aham – falei sonolento.

– Max? – ela chamou. 

– Que?

– Max, olha pra mim! – ela disse. Bufei e abri os olhos. Phoebe mantinha os braços cruzados. Ao lado dela, as duas malas e a mochila. Tentei com todos os neurônios pensar em coisas que pudessem ocupar tanto espaço, mas minha mente só chegou até o secador de cabelo.

– Pode falar, eu tô ouvindo – me espreguicei.

Phoebe olhou em volta, ato que não entendi já que nossa família toda estava dormindo. Se aproximou de mim como se fossemos traficar drogas.

– Eu concordei em ajudar com esse plano seu e do Oyster – disse ela séria.

– Na verdade foi só...

– Me escuta! – ela disse irritada – Eu concordei em ajudar, mas precisa me prometer que vai falar com ele sobre isso antes.

Franzi a testa. Phoebe suspirou como se estivesse tentando explicar a uma criança de três anos porque o céu é azul.

– Cherry é virgem – disse ela sem rodeios. Assenti meio surpreso com a franqueza dela – Peça pra ele ser cuidadoso, romântico...ela merece algo melhor do que...uma transa qualquer num quarto de motel.

Suspirei e Phoebe me olhou nos olhos pidona.

– Quero que Cherry tenha algo tão especial quanto eu tive –falou ela conseguindo arrancar pela raiz todo meu mal humor e colocar o sorriso mais idiota no meu rosto.

– Vou falar com o Oyster – prometi. Ela sorriu.

– Agora vamos logo – disse Phoebe – O ônibus sai em meia hora e eu quero estar lá na hora certa.

Eu ri.

– Eu aposto que vamos ser os primeiros a chegar – falei enquanto puxava minha mala – Garanto que a maioria nem acordou ainda.

●------■------●

A chamada foi feita três vezes. Três vezes para checar se todos os dez alunos estavam naquele ônibus minúsculo. Me peguntava como serviram todas as malas. Só as de Phoebe deviam ter enchido o compartimento de carga. Meus ombros ainda doíam de ter que ajudar ela a carregar aquilo até a escola.

Mas por fim tudo deu certo e me sentei ao lado de Oyster no fundo do ônibus. Pelo menos o assento era confortável.

– Cara, eu te amo demais! – disse Oyster com um sorriso de orelha a orelha. Chacoalhei a cabeça, ele era realmente um bobão.

– Eu já disse que é um prazer te ajudar, mas olha, tem condições, okay? – falei sério. Estava sentado na janela e ergui levemente a cabeça para visualizar Cherry e Phoebe nos assentos bem a frente. Voltei a me ajeitar e me inclinei para Oyster que aguardava ansioso – Precisar fazer algo especial.

Ele franziu a testa. 

– Olha, cara – segui – É a primeira vez da garota. Vai devagar, seja romântico, pense em coisas que deixariam tudo mais aconchegante.

Oyster assentiu entendendo e riu em seguida.

– Max, eu já planejei tudo! – disse ele – Comprei as flores, velas, champanhe...e caramba isso é caro

Assenti me lembrando o preço do vinho. Oyster suspirou e sorriu olhando para o corredor.

– Vai ser perfeito. Precisa ser – disse ele. Eu sorri de orgulho, Oyster havia aprendido direitinho – Foi a Phoebe que te pediu pra falar comigo sobre isso?

– Sim – falei – Ela disse que queria que Cherry tivesse algo tão especial e mágico como ela teve.

Oyster prendeu a risada e franzi a testa sem entender o que tinha dito de errado.

– Cara, sua irmã falou com você sobre a primeira vez dela? – ele sussurrou. 

– Phoebe e eu compartilhamos muitas coisas – dei de ombros.

– Inclusive uma conversa sobre a virgindade dela? – perguntou ele – Ela te contou detalhes?

Respirei fundo. 

– Era quase como se eu estivesse lá – falei. Oyster fez uma careta.

– Deve ter sido nojento, que vergonha. Acho que jamais falaria algo assim com alguém da família – disse ele parecendo impactado com aquilo – Vocês dois devem ser bem íntimos mesmo!

Eu abri um sorrisinho enquanto me ajeitava para dormir.

– Você não tem ideia – sussurrei, mas por sorte ele não ouviu.

●------■------●

Era mais frio nas montanhas. A temperatura caiu tão bruscamente que tive que pegar um casaco, o que nos resultou uma parada em um posto de gasolina e o resto da viagem ouvindo as meninas reclamarem sobre quão imundo o banheiro era.

Mas quando por fim paramos diante do motel, me senti aliviado. Já podia imaginar me aconchegando na cama cheia de cobertores e dormir o resto do dia.

Era quase horário do almoço, o que ainda nos dava cerca de uma hora e meia para nos acomodarmos.

– Sabem das regras: nada de vandalismo, nada de roubo, nada de gritos, nada de brigas – instruía o professor enquanto entrávamos e eu tentava carregar minha mala e uma das malas de Phoebe e acompanhar o grupo. O professor se virou – Não estou nem ai para o que vão fazer no tempo livre, mas quero todos aqui nesse salão nos horários marcados. Refeições serão feitas em conjunto. Lembrem, estudos primeiro, promiscuidades adolescentes depois.

Olhei em volta. Não parecia nem um pouco com um motel. Era mais uma cabana gigante de inverno. A recepção tinha enormes janelas de vidro permitindo ver a vegetação do lado de fora. Era uma construção de madeira rústica, impressionante.

Haviam as escadas, e tinham algumas pessoas por ali, andando de um lado a outro. Pelo visto estava tudo bem movimentado.

– Tenho as chaves dos quartos aqui, vou chamar por duplas e vocês pegam e somem da minha frente até meio dia – disse o professor. A medida que chamou os nomes, as duplas pegaram as chaves e sumiram pelas largas e decoradas escadas – Kate e Meegan. Finn e William. Louise e Janett. Oyster e Cher...

Ele parou e franziu a testa. Em seguida, o Sr. Grover ergueu a cabeça e estreitou os olhos na nossa direção. Phoebe, Oyster, Cherry e eu estávamos apenas parados esperando que ele não reclamasse das mudanças.

– Quem riscou o nome do Max e colocou a Cherry? – perguntou ele. Cada segundo de silêncio parecia um prego a mais no nosso caixão.

– Ahn...fui eu! – disse Phoebe – A verdade é que Max tem tido problemas com biologia e eu prometi a nossa mãe que ajudaria ele com isso, então... como a Cherry é ótima, pensei que pudéssemos trocar e ajudar os meninos.

Ele não pareceu engolir aquela história, nem por um segundo. Ele nos olhou dos pés a cabeça e suspirou cansado.

– Não estou com nem um pongo de paciência pra lidar com isso – disse ele jogando a chave para Oyster que deu alguns passos relutantes ao lado de Cherry enquanto passavam pelo professor. O sr. Grover se inclinou para Oyster – Use camisinha se não quiser ser um professor amargurado e divorciado com três filhos daqui alguns anos.

Oyster arregalou os olhos e assentiu. Ele puxou Cherry com delicadeza, e a loira se virou sorrindo para Phoebe. Elas trocaram um olhar cúmplice antes de Cherry e Oyster sumirem de vista.

– E vocês dois – disse Sr. Grover entregando a chave para Phoebe – Não destruam o quarto.

●------■------●

Assim como eu planejava, me joguei na cama enorme e fofinha assim que Phoebe e eu entramos no quarto. No terceiro andar, com uma sacada que permaneceria fechada graças ao frio, e um lugar completamente quentinho mais parecia o paraíso.

– Você é inacreditável! – disse Phoebe – Nm tirou os sapatos!

– Por favor, só quero descansar! – choraminguei.

– Pode descansar o quanto quiser, mas quando tirar os sapatos! Vamos dormir aí, Max! – disse ela olhando em volta.

Suspirei e me sentei direcionando um olhar malicioso a ela. Quando Phoebe notou sorriu de volta.

– Então quer dizer que você não vai me fazer dormir no sofá? – perguntei fingindo estar surpreso. Phoebe riu, a risada mais maravilhosa do mundo. 

Meu coração ainda saltava quando ela sorria, e eu tinha a sensação de que seria assim para sempre.

Ela se aproximou da cama e deitou ao meu lado, tomando cuidado de manter os pés longe dos lençóis. 

– Acho que a cama é grande suficiente pra gente – disse ela.

– Na verdade grande até demais – falei me aproximando mais dela. Phoebe sempre cedia aos meus joguinhos e essa era a melhor parte do nosso relacionamento: as provocações.

– Ah, é mesmo? – perguntou ela. Assenti puxando os cabelos dela para longe do pescoço e exibindo a pele lisa e macia dela.

– Vamos ter que ficar bem pertinho pra não passar frio – falei. 

– Você é sempre tão bondoso, Max – disse ela com um tom provocativo – Disposto a aquecer sua pobre irmãzinha.

– Ora, Pheebs, jamais deixaria você passar frio quando meu corpo tem calor suficiente pra nós dois – sussurrei enquanto aproximava os lábios da sua orelha. Mordisquei de leve e pude perceber a respiração dela começar a ficar irregular. Já estava me inclinando mais sobre ela até que Phoebe se afastou bruscamente e se levantou me deixando cair de cara na cama. Me ergui confuso e olhei o sorrisinho no rosto dela – O que foi isso agora?

– Isso, foi meu modo de dizer: espere – disse ela indo até as malas empilhadas ao lado da porta – Temos que descer pra almoçar em uma hora, vamos arrumar tudo por aqui. 

Ela vasculhou em busca do fecho da minha mala.

– E depois do almoço? – perguntei.

– Temos a primeira aula sobre as espécies de plantas medicinais das montanhas – disse ela tranquilamente trazendo a mala e jogando sobre a cama na minha frente. Me afastei para não ser atigido e observei ela abrir.

– E depois da aula? – perguntei.

– Vamos ver um filme com todo mundo – disse Phoebe analisando a bagunça na minha mala com visível agonia.

– E depois do filme?

– Jantar – disse ela impaciente – Você em algum momento se deu ao trabalho de ler o cronograma?

Bufei e me deitei encarando o teto.

– Mas...depois do jantar – olhei para ela com uma faísca de esperança – Vamos poder ficar sozinhos, e então serei toda sua.

Eu sorri de orelha a orelha enquanto Phoebe puxava um dos meus moletons da pilha. Ouvi o som de algo caindo no chão e olhei para ela. Phoebe olhava para seus pés. Olhos arregalados e boca aberta. Por um momento me desesperei, até ela se abaixar lentamente e depois levantar segurando o que havia caído. Abri a boca levemente, por ter sido pego.

– Ah meu Deus! – disse ela. Eram algumas (muitas pra falar a verdade) camisinhas – Max!

Eu jamais fui um irresponsável, e agora precisava ter o dobro do cuidado, não podia ser o maior dos crimes, mas mesmo assim senti como se tivesse sido pego com drogas. Phoebe me olhou parecendo completamente perplexa por aquele achado.

– Em minha defesa, eu juro que foi por precaução! – falei me sentando. Phoebe não estava mais surpresa. Estava apenas...rindo? Prendendo a risada para falar a verdade.

– Precaução seria se tivesse duas, não...quantas tem aqui? São dezoito? – disse ela largando sobre a mala enquanto ainda se segurava para não rir.

– Eu não sabia se íamos...você sabe – me defendi morrendo de vergonha. 

Ela não aguentou. Phoebe começou a gargalhar, se curvou e estapeou o joelho. Ela ria tão alto que pensei que o professor viria para ver se estava sendo atacada por animais selvagens. 

Então ela empurrou a mala para o lado, com muita dificuldade por conta das risadas. Se aproximou de mim, que ainda estava sentado na cama com a maior cara de idiota e passou as pernas ao lado do meu corpo sentando no meu colo, ainda rindo.

– Ah...Não precisa ficar com vergonha – disse ela finalmente começando a se controlar. Suspirei – Está vermelho!

– Isso é tão constrangedor! – confessei.

– Hey – ela segurou meu rosto me forçando a olhar nos seus olhos. O sorrisinho ainda estava ali. Ela começou a distribuir beijos pelo meu rosto. Apertei as mãos em volta da cintura dela e apreciei seus beijos doces que vinham pelo meu pescoço, no rosto, nos lábios. Phoebe sabia como mexer comigo. Ela se afastou – Não precisa ficar com vergonha, somos bem grandinhos pra saber que isso vai acontecer.

– Mas não quero que se sinta...induzida, ou pressionada – falei olhando em seus olhos com sinceridade. Toquei seu cabelo – Jamais quero que vá pra cama comigo pra me agradar.

– Eu quero – disse ela convicta sem nem pensar – Quero pra te agradar. Pra me agradar. Pra satisfazer a nós dois.

Olhei em seus olhos escuros e brilhantes. Phoebe era tão perfeita que meu coração parecia a ponto de explodir quando olhava para ela. Alisei sua bochecha, a pele macia e levemente rosada e então a trouxe para perto, selando nossos lábios. Seus beijos eram tão reconfortantes e acolhedores que eu já podia chamar de lar. 

Ela se afastou. Suas mãos permaneciam juntas atrás da minha nuca. Ela me olhou nos olhos com um meio sorriso nos lábios. Virou a cabeça para o lado levemente e levou uma mão ao meu rosto. Os olhos acompanhando os traços invisíveis que ela seguia com o polegar.

Era inexplicável, jamais conseguria palavras capazes de descrever a paz e a satisfação que havia em olhar nos olhos dela enquanto ela me acariciava.

– Às vezes não parece real – sussurrou ela passando o polegar na minha boca – A sensação...de que se eu não te beijar eu posso morrer. Se eu não te tocar eu não posso respirar...é tão surreal.

– É amor, mais simples do que parece – sussurrei de volta – Não é complexo e complicado. É simplesmente amor, Phoebe.

Ela sorriu e colou a testa na minha. Até mesmo os gestos mais simples como aquele, eram capazes de tocar nossas almas.


Notas Finais


Quem já está amando a viagem?❤


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