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História Sinners - .surpresas.


Escrita por: LovePizzaS2

Notas do Autor


Uncover- Zara Larsson
Sugestão da @GrangerPotter2, thanks my love❤

Capítulo 52 - .surpresas.


Fanfic / Fanfiction Sinners - .surpresas.

Narrado por Max Thunderman

O sol havia se posto, as luzes haviam sido acesas e a festa, finalmente havia começado. Havia a música incessante e as crianças correndo de um lado a outro.

Era inexplicável a sensação de estar no meio daquelas pessoas, todas humildes e felizes, comemorando o simples fato de a terra ter feito o que fazia todo o ano: dado o seu fruto.

Eles dançavam e riam. Se dividiam em rodas de conversa pelo interminável gramado sob as luzes alaranjadas das lâmpadas. Depois de um tempo levantavam e iam a outro grupo iniciando outra conversa.

E eu observava tudo maravilhado com a simplicidade. Não se preocupavam com as roupas, com a limusine, com a decoração perfeita e ninguém brigava por coisas fúteis. Eles apenas se divertiam todos juntos sem se apegar aos detalhes.

– Você devia comer isso! – Phoebe me levou de volta a realidade com uma risada melódica. Ela se divertia como nunca antes, e eu me perguntava se ela pensava em todos que deveriam estar ali e não estavam. Pela alegria estampada em seu rosto não – É a melhor coisa que já comi na vida, prova!

Ela empurrou um pedaço de algo que eu identifiquei como sendo uma espécie de massa fina e fui obrigado a abrir a boca para receber o alimento.

Mastiguei por pouco tempo e conclui que era, sem dúvidas, a melhor coisa que já tinha comido na minha vida. E Phoebe pareceu satisfeita em ver isso em meu rosto.

– Isso é ótimo! É o que? – perguntei.

– Tapioca! – disse Phoebe – Já tinha ouvido falar, mas nunca tinha comido! É uma comida brasileira, quem fez foi a Alicia, sabia que ela é brasileira? Eu não sabia!

– Vivendo e aprendendo – falei enquanto engolia. Phoebe sorriu voltando a olhar em volta. Eu sorri e observei o bilho nos olhos dela – Eu sei que esse não é o casamento dos sonhos de garota nenhuma mas...

Ela se virou alarmada.

– Não diga isso! – ela puxou minhas mãos e olhou nos meus olhos. Transmitia a mesma paixão que meses antes na nossa primeira vez, e eu tinha uma estranha certeza que transmitira a mesma paixão dali seis meses, dali dois anos, dali dez ou cinquenta anos. Eu sempre veria aquele amor enraizados em seus olhos – Max, isso...

Ela se virou apontando ao redor.

– Isso é magnífico! É mais do que eu poderia sonhar – disse ela – Está tudo tão lindo e tão divertido...e o mais importante é que é com você.

Eu sorri involuntariamente.

– O casamento mais magnífico, caro e cheio de luxo não teria sentido se não fosse você me esperando no final do corredor – sussurrou ela – Então está perfeito.

Ela tocou meu rosto e ficou na ponta dos pés para me dar um beijo. Cada beijo vindo dela era um novo arrepio no meu corpo todo.

– O casal sorria! – nos separamos e olhamos para o lado a tempo de ver o flash piscar em nosso rosto. Mary sorriu olhou a tela da câmera – Ficou linda! Vamos ter que mandar revelar elas!

Eu ri.

– Acho que está mais que na hora da dança dos noivos, não é mesmo? – Philip gritou de pé sobre uma mesa vazia. Phoebe e eu nos olhamos sorrindo.

– Acho que nos devemos uma dança – falei estendendo a mão. Ela riu e pegou, a guiei até a parte mais iluminada do gramado e olhei para os músicos. Eles assentiram e a principio não fui capaz de reconhecer a música, mas quando a melodia se encaixou a letra cantada por ninguém menos que Nora, eu suspirei maravilhado encarando minha irmãzinha agarrada ao microfone no palco improvisado.

Ela sorriu para nós e eu tive isso como meu incentivo para puxar Phoebe para perto e iniciar a dança no ritmo da música, ao som da voz doce e perfeita de Nora.

Nobody sees, nobody knows
(Ninguém vê, ninguém sabe)
We are a secret can't be exposed
(Somos um segredo, não podemos ser expostos)
That's how it is, that's how it goes
(É como isso é, é como isso será)
Far from the others, close to each other
(Longe dos outros, perto um do outro)

Eu podia ver os olhares maravilhados de todos pela forma delicada de eu conduzir Phoebe, e Nora de olhos fechados, cantando a música com todo o coração.

Olhei nos olhos de Phoebe. Ela sorriu. Eu sabia que pensava o mesmo que eu, que ela sentia a letra da música.

Longe dos outros, perto um do outro.

Eu deixei claro a ela com meu olhar que não me arrependia e jamais me arrependeria de ter feito aquilo. De ter abandonado tudo e todos por ela, de ter deixado para trás meus melhores amigos e nossa família. Ela me bastava e sempre bastaria.

Eu sorri acariciando a bochecha dela e a beijei. Palmas e mais palmas soaram.

We could build a universe right here
(Nós poderíamos construir um universo aqui)
All the world could desappear
(Todo o mundo poderia desaparecer)
Wouldn't notice, wouldn't care
(Eu não notaria, eu não me importaria)
We can build a universe right here 
(Nós podemos construir um universo aqui)
All the world could desappear
(Todo o mundo poderia desaparecer)
I just need you near
(Eu só preciso de você por perto)

Me afastei mantendo a testa dela colada na minha e sussurrei.

– Eu te amo – eu disse – E jamais vou me arrepender de ter decidido te amar.

●------■------●

Após beber, comer, dançar, brincar e fazer outras infinitas coisas, a festa da colheita chegou ao fim quando o sol ameaçava nascer novamente.

Todos se despediram, alegres e realizados, principalmente Alicia, depois de pegar o buquê de Phoebe.

E por fim, Phoebe e eu chegamos à nossa casa. Dolores e George ofereceram-se para cuidar das crianças depois que Chloe, Billy e Nora dormiram na casa deles de tão exaustos.

Eu mesmo estava exausto, mas isso não me impediu de puxar Phoebe e fazê-la se assustar quando a ergui do chão antes de passar pela porta.

– Max! – ela riu – O que foi isso?

– É o dever do noivo, não?  – falei chutando a porta com cuidado e passando por ela com Phoebe nos braços. Suspirei e a coloquei no chão alguns passos depois, com um estalo horrível da coluna, que por sorte ela não notou. Desencadearia uma grande reflexão sobre o peso atual dela.

Phoebe tirou as floress da cabeça e jogou no sofá.

– Foi incrível – comentou ela – Me diverti como não fazia a muito tempo.

Eu sorri.

– A noite ainda não acabou sra. Belgrado – eu disse dando ênfase ao nosso novo sobrenome. Ela sorriu com malícia. 

– Não disse isso em momento algum – Phoebe disse. Eu ri e apontei as escadas.

– Tenho uma surpresa – eu disse – Mas pra isso eu vou te vendar.

Phoebe franziu a testa. Eu podia ver que estava curiosa, desconfiada e ao mesmo tempo empilgada em descobrir o que havia no andar de cima. E eu mais ansioso ainda pela reação dela.

– Tá legal – disse meio receosa.Puxei do bolso um lenço e a vendei sem demora. Depois passei a mão pelas costas dela e segurei sua mão com a outra, dando sustentação e equilíbrio para ela subir as escadas – Você poderia muito bem ter me vendado já lá em cima, seria muito mais fácil.

– Será que nem na nossa lua de mel você pode parar de reclamar? – falei. Ela bufou, mas ficou em silêncio.

Depois de subir as escadas a guiei até o final do corredor. Phoebe se virou para mim com uma careta.

– Andamos demais, nosso quarto é logo no topo das escadas, onde está me levando? – perguntou ela.

– Espere e verá – falei. Phoebe estava visvelmente impaciente – Pare.

Ela parou e me inclinei para abrir a última porta. A empurrei com cuidado para dentro e posicionei bem na entrada do quarto.

Com as mãos trêmulas de ansiedade, eu removi a venda permitindo que Phoebe visse.

Ela olhou em volta e então ficou estática. Seus olhos se iluminaram e um sorriso se formou em seu rosto de orelha a orelha, maravilhada. Ela tapou a boca e me olhou desacreditada.

O quarto era um dos menores da casa, e não demorou para reformar. Pintei as paredes de um tom cinza claro e coloquei o berço branco bem no meio, debaixo do mobile que George comprou. Coloquei uma cômoda e enchi as prateleiras com ursos de pelúcia. E aos poucos, fui dando forma ao quarto do bebê.

– Max...– sussurrou – Fez isso tudo? Como eu não notei!

– Você esteve bem ocupada nas últimas semanas – falei – Billy me ajudou, o que achou?

Ela se aproximou do berço e deslizou os dedos pela madeira, quase receosa em tocar. Ela pegou o urso de pelúcia que estava dentro do berço.

– Isso ficou tão perfeito...é tudo tão lindo – sussurrava olhando cada detalhe. Me aproximei e recebi um abraço apertado e um beijo estalado na bochecha. Em seguida ela se afastou e abraçou o urso – Você vai ser o melhor pai do mundo! 

Eu sorri satisfeito em ouvir aquilo. Phoebe sorriu e levou a mão a barriga de repente. Fiquei esperando uma explicação, mas ao invés disso ela sorriu mais ainda.

– Que foi? – perguntei.

– Me dá sua mão – pediu. Franzi a testa – Vamos!

Desconfiado eu estendi e Phoebe levou minha mão até a barriga dela. Colocou sobre ela e moveu delicadamente. Franzi a testa enquanto ela buscava o local perfeito.

– Aqui – disse ela pressionando levemente minha mão contra a barriga inchada e firme. Esperei, esperei até que... tomei um susto mínimo que me fez rir– Sentiu isso?

Era um cutucão. Muito fraco, mas forte suficiente para que eu sentisse contra a pele dela. Em seguida outro.

Fui tomado de uma euforia repentina e ri mais uma vez. Era meu filho ali, se mexendo e mostrando quão forte era.

Eu estava sentindo meu filho se mover dentro dela. Tudo pareceu mais real.

– Ele está bem agitado hoje – disse Phoebe sorridente – E sabe quando você está perto. Toda vez que você fala perto de mim ele se mexe.

Eu sorri e me ajoelhei e segurei a barriga dela com as duas mãos, então, sob o tecido mesmo eu beijei. Phoebe riu acariciando meus cabelos e eu só podia sorrir de emoção.

– Eu te amo – sussurrei para a barriga dela – Seu pai te ama muito.

Em resposta, o mais forte chute da noite. Eu não poderia estar mais satisfeito.

●------■------●

Eu jamais pensei que me tornaria o tipo meloso, e no entanto lá estava eu, mandando flores para Phoebe por estar completando uma semana de casamento.

– Você está sendo um exemplo pra esses homens – disse Dolores assim que terminei de escrever o bilhete que Philip deveria entregar a Phoebe com o buquê de flores.

– É só minha humilde obrigação – falei sorrindo – Phoebe é minha esposa e é meu dever mimá-la. Ainda mais agora que ela completou seis meses de gestação. 

– Ela anda muito estressada – comentou Dolores compadecida – Até a dispensei dos trabalhos essa semana.

– Ela fica reclamando que está gorda, que está retendo líquido, que se sente um balão – revirei os olhos. Dolores riu.

– Acredite querido, vai passar assim que o bebê nascer – ela deu tapinhas no meu ombro.

– Assim espero – falei.

– Pode pegar pra mim os sacos de farinha no depósito? Acabou na cozinha e Mary quer fazer bolo de milho – pediu ela.

– Claro! Vou agora mesmo – falei com um sorriso e me afastei da casa. O deposito não ficava tão longe, de modo que em alguns minutos eu estava lá.

Ao entrar na porta avistei os fardos de farinha e fui até eles, mas antes que os pegasse, vi uma sombra e me virei alarmado.

Francesca estava péssima. Parecia não dormir a dias pelas profundas olheiras. Estava com os cabelos soltos e desgrenhados. Ela me olhou com certa selvageria e indignação.

– Porque ela? – sussurrou com os olhos vermelhos cheios de lágrimas.

– Francesca, o que é isso? Você me assustou – declarei.

– Eu amo você, Max – disse ela – Desde que chegou aqui, que me tratou de forma tão doce eu tenho feito de tudo pra que desistisse dela e ficasse comigo.

– Francesca...

– Eu tenho dinheiro! – ela apontou para si mesma com um grito – Posso te dar tudo que quiser...só me ame.

– Você precisa se acalmar – falei – A quanto tempo não dorme?

– Desde o dia do seu casamento, quando você me rejeitou – sussurrou ela – Eu não durmo, eu não como...porque eu te amo.

Ela deu um passo a frente. Engoli seco começando a ficar assustado.

– E você não me nota, não me quer – sussurrou com um olhar paranóico – Você prefere ter essa relação nojenta com a própria irmã ao invés de me amar!

Me agarrei a prateleira atrás de mim para não cair. Ela sabia. Como ela poderia saber?!

– Eu ouvi vocês...contando pros meus avós – disse ela com repulsa – Fui atrás deles pra avisar que Lydia havia vindo buscar o vestido e...ouvi tudo.

– Eu posso explicar – falei.

– Mas isso foi bom – sussurrou ela com um sorriso doentio – Porque só assim vamos poder ficar juntos.

– Você precisa de um médico – falei com delicadeza.

Francesca soltou uma gargalhada. Uma doentia, assustadora e fria gargalhada, que foi capaz de arrepiar meu corpo todo.

– Eu posso te salvar, fuja comigo e eles só vão levar ela – disse Francesca esperançosa. Eu franzi a testa. Do que diabos ela estava falando? 

Quando finalmente pensei no que poderia ser, minhas pernas perderam as forças e eu cambaleei. Senti o sangue se esvair do meu rosto e pensei que desmaiaria.

– O-o quê....v-você fez? – perguntei num sussurro. Ela sorriu com maldade.

– Eu entreguei ela pros seus pais – disse Francesca.

NÃO.

Eu teria questionado ela sobre como achou nossos pais, mas não tinha tempo para aquilo.

Minhas pernas voltaram a me obedecer por um milagre e muita força de vontade. Empurrei Francesca da minha frente e comecei a correr como nunca antes em minha vida. Meus olhos já embaçavam pelas lágrimas e eu sentia meu peito queimar.

Precisava fugir. Levar Phoebe para longe.

Eu atravessei a estrada de terra e avistei minha casa depois de quase três minutos de corrida. Tudo estava silencioso como sempre e eu sabia que as crianças estavam nos estábulos com Jason.

Então eu abri a porta de casa com um chute forte. Mas perdi as forças assim que entrei.

Phoebe estava sendo arrastada para a porta da frente por dois homens altos. Olhei em volta desesperado e me perguntando o que eu poderia fazer.

Kickbutt estava de pé e me olhou entristecida assim que passei pela porta. Phoebe me olhou em prantos, se debatendo e tentando se soltar. 

– Soltem ela agora! – gritei tentando correr até ela, mas foi segurado por mais dois homens – Me soltem!

Eu me debatia em vão, eles eram mais fortes. Ouvi alguém passar pela porte e se aproximar de Kickbutt.

– Achamos os três, estão no helicóptero – disse uma mulher. Kickbutt assentiu.

– Parem com isso – pediu Phoebe desistindo e se deixando sentar no chão sendo segurada pelos braços – Não podem simplesmente nos deixar em paz? 

– Eu bem queria – disse ela compadecida – Mas eu não posso.

– Por favor, por favor – implorei – Deixem a gente...pelo menos a Phoebe! Podem me levar, mas deixem ela!

– Os dois precisam responder à Liga – disse Kickbutt – Sinto muito.

Ela olhou para os seus capangas que nos seguravam e assentiu.

– Coloquem eles no jato que vai chegar em cinco minutos – disse ela antes de sair.

Olhei para Phoebe. Então era assim que acabaria. Tivemos o privilégio de quatro meses em paz, alegres e tudo acabaria porque uma adolescente mimada se apaixonou por mim?

Eu mal podia crer que aquilo estava acontecendo. Foi repentino demais, e impossível de processar.

Phoebe soluçava. Eles tiraram os cabelos dela do pescoço e usaram uma espécie de pistola para injetar algum soro nela. Phoebe gemeu e seus olhos foram se fechando. Seu choro parou de ser ouvido e ela desmaiou por completo.

Senti uma ferroada no meu pescoço e apaguei enquanto me perguntava se algum dia conseguiriamos escapar para sempre daquela maldita sina. Se algum dia poderíamos viver em paz. 

E me perguntava o que seria de nós dali em diante.


Notas Finais


Gostando? ❤
Não matem a autoraaa😍


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