História Sinners - .luta travada.

Narrado por Phoebe Thunderman

Quando Mayhem se levantou e gritou para que seus soldados nos matassem, Link no mesmo instante, usando a telecinese e me ergueu do chão e jogando contra uma janela alta que se estilhaçou sem que eu tivesse como evitar.

Caí em algum carpete fofo e rolei com um gemido alto de dor. Senti cortes, senti dores em partes do corpo que nem imaginava que pudessem doer, mas assim que parei, achei uma forma de lidar com a dor e me levantei, a tempo de ver Link passar pela mesma janela.

– Você não vai sobreviver pra me desafiar mais uma vez – ele disse com toda a sua fúria enquanto usava a telecinese mais uma vez.

Uma espada que decorava a parede daquele escritório. Ela voou até a mão dele, olhei em volta e percebi que havia uma katana em um vidro do outro lado da sala. Corri até lá na tentativa de alcançar a espada para lutar, mas Link me puxou com telecinese pelo pé e eu tentei com todas as forças me agarrar a algo enquanto deslizava de bruços pelo chão. 

Consegui por sprte agarrar um pedaço de vidro assim que senti ele puxar meu braço e me virar. 

Chutei entre suas pernas com toda a força e ele se curvou enquanto eu cravava em sua perna o caco de vidro. 

Ele gritou de dor e raiva e caiu de joelhos enquanto eu corria novamente. Cheguei até a katana e usei telecinese para fazer com que ela quebrasse o vidro e voasse até minha mão.

Tirei da bainha e me virei a tempo de ver Link jogar o caco de vidro ensanguentado no chão e se levantar tomado de fúria e raiva.

– Devo admitir que você é mais esperta do que eu pensava – disse andando na minha direção e girando a espada no ar. Ele a desceu rapidamente na minha direção, mas ergui a katana e o impedi de me atingir, fazendo o som do metal se chocando ecoar na sala como um ruído horrível – Tudo isso é vontade de encontrar o seu irmãozinho de novo?

– É vontade de te mandar pro inferno! – disse entredentes empurrando a espada dele e girando para atingi-lo com força, mas ele se defendeu com a espada e me deu uma rasteira.

Caí no chão e senti a dor da cabeça batendo contra o mármore coberto pelo fino carpete. Link desceu a espada tomado de raiva, mas o empurrei com telecinese e o joguei contra o teto. Ele bateu a cabeça e deixou a espada cair.

Me levantei enquanto ele caía no chão completamente tonto e o ergui com telecinese mais uma vez.

– Você é um babaca – falei. Ele riu e senti meu corpo voar e se chocar com uma mesa de vidro. Senti algo atravessar minha pele e gritei alto com a dor sentindo o estilhaço penetrar na carne nas minhas costas.

Link se aproximou e me ergueu com rapidez fazendo doer o dobro do que já doía. Senti meu corpo enfraquecer que e ele me segurou pelos braços. Juntei o que me havia de forças e dei uma cabeçada no nariz dele. Link cambaleou para trás e tentei usar meus poderes, mas ele fechou as mãos em volta da minha garganta me sufocando.

O nariz dele sangrava e ele me olhava com todo o ódio.

– Sabe quanto lutei... – disse ele apertando mais e mais. Não conseguia pensar em nada a não ser tirar aquelas mãos de volta de mim – Pra conquistar isso? Quanto tempo planejando!!!

Ele me soltou e caí de joelhos, fraca e respirando fundo em busca de ar. Link me puxpu pelo braço e agarrou meus cabelos andando na direção da janela estilhaçada que dava para a sala de jantar. Ele me fez olhar para baixo.

Mais da maioria dos soldados caídos. Candy estava desacordada no chão com sinais claros de uma luta feia. E Mayhem estava apanhando feio do meu pai e do Ray.

Eu sorri. Estavamos ganhando.

– Tudo isso se desfez em menos de quinze minutos por causa da sua falta do que fazer – ele puxou mais meus cabelos. Eu ainda sentia aquele vidro cravado na minha pele. Link aproximou a boca do meu ouvido grudando seu corpo no meu de forma que me causou repulsa.

– Mesmo que me mate, nós já ganhamos – sussurrei satisfeita.

– Não conte a vitória ainda, Phoebe – disse Link sussurrando no meu ouvido, fazendo eu me encolher – Eu fiquei sabendo que você e o Max tiveram um frutinho pequeno dessa relação proibida e repulsiva.

Rangi oa dentes. Tentando encontrar forças.

– Vou atrás da sua pequena aberraçãozinha e então vou eliminar sua raça repugnante da face da terra – ele rosnou.

– Se aproxima da minha filha e vai ver que o inferno parece um parque de diversões perto do que vou fazer com você – disse entredentes.

– Você não viver pra isso, Lincoln – Link me soltou no mesmo instante e tive que me segurar para não despencar lá embaixo. Me virei com dificuldade e vi Allison. Ela estava machucada, havia lutado. Ela segurava a katana em uma mão contra a garganta de Link e o orbe na outra.

Eu levei a mão as costas e puxei aquele caco de vidro, sentindo ele rasgando mais meu músculo e deixando uma dor alucinante. Gemi e me arrastei até me apoiar na parede.

Allison estava chorando enquanto Link mantinha os braços erguidos.

– Você não quer fazer isso, Allie – disse ele engolindo seco.

– Tem razão – disse ela. Todo o rancor, a mágoa, a dor transparecendo na voz dela. Tudo que havia sofrido nas mãos dele – Não quero, mas você não me deu escolha!

– Você seria minha rainha, Allison! – ele gritou – Isso não é suficiente?

– Não quando é sobre o cadáver dos inocentes!– ela gritou – Eu nunca fui assim...nunca fui desalmada como você.

– Então porque me seguiu até hoje? – ele perguntou entrededentes.

– Porque eu te amo! – ela berrou angustiada – Eu me apaixonei por esse ser humano terrível e abominável que você é! E esse foi meu maior erro.

– Me mate então – disse ele dando de ombros – Se tem coragem me mate, Allison!

Ela me olhou. Conflitada entre o dever e o amor. Entre escolher o bem de uma cidade e o homem que ela amava. Ser capaz de morrer por alguém e precisar matar essa pessoa devia ser o pior dos castigos.

Em seguida olhou para Link e soltou a espada no chão. O pavor me dominou por breves segundos antes de ver a esfera brilhar na mão dela e Link cair de joelho tendo os espasmos da descarga elétrica removendo os poderes de Max de dentro dele.

Eu sorri de canto para Allison, sentindo minha consciência se perdendo junto com o sangue que manchava o carpete.

– Você não vai mais controlar a minha vida – disse Allison – Nunca mais...

– Vadia! – Link gritou enfurecido. Tentei impedir, mas ele foi mais rápido que eu. Puxou a espada do chão e quando estendi a mão, ele já havia feito ela atravessar o coração de Allison.

Sobrenaturalmente consegui gritar e usar telecinese para arrancar Link de perto dela e lançar janela a fora, sem ao menos me importar onde ele acabaria parando.

Olhei para Allison. Ela mantinha a boca aberta enquanto caía de joelhos, ainda surpresa por não ter visto de onde veio o golpe. Cambaleei até ela e Allison caiu em meus braços. A amparei esquecendo da minha dor por um tempo. Allison se virou colocando a cabeça no meu colo.

– Preciso de ajuda! – gritei aflita. Eu tremia e tinha os olhos cheios de água. Via toda a triste história com Cherry se repetir diante dos meus olhos – Socorro!

– Pheebs – Allison chamou e a olhei – Shhh...

– Você precisa sobreviver – sussurrei.

– Não vou – Allison disse.

– Allie...

– Tudo bem – ela sussurrou. O sangue correu na lateral da boca dela. Os olhos transbordavam. Mas ela sorria. Estava realmente feliz!

Ela ergueu a esfera e colocou na minha mão.

– Devolva ao Max quando encontrá-lo – disse ela afoita, estava ficando sem tempo – E diga que eu peço desculpas por tudo... diga aos meus pais que eu sinto muito que eu...eu...

– Não fale, por favor – falei começando a chorar.

– Sejam felizes pra isso ter valido a pena – sussurrou ela – Obrigada por ter sido minha melhor amiga, apesar de tudo...

Ela olhou para o teto.

– Finalmente fiz algo bom – sussurrou ela – Estou feliz por ter feito do mundo um lugar melhor pra Hyacinth...

Allison puxou o ar com força. Estava sufocando. Me desesperei e tomei sua mão. Por fim ela cuspiu sangue e sorriu para mim enquanto fechava os olhos.

– Continue sendo uma heroína, Phoebe Thunderman – disse ela num fio fraco de voz. E eu soube no instante seguinte que Allison havia partido. E senti uma dor horrível...no coração.

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Usei um pedaço da minha capa para estancar o sangue do meu ferimento e usei as escadas para chegar a sala de jantar.

Meus olhos ardiam de tanto chorar, e eu estava furiosa. Entrei e vi o local basicamente vazio. Todos os soldados havia fugido. Candy estava amarrada murmurando e fazendo birra em um canto, sendo supervisionada por Nora e Chloe. Mayhem estava preso com cordas em uma cadeira cercado por meus pais e Ray.

Mas Link havia sumido.

Me aproximei. 

– Cadê ele? – rosnei.

Meus pais se olharam e suspiraram.

– Link fugiu – disse minha mãe. 

Eu estava com raiva. Muita raiva.

Por tudo. Cada dor que eu sentia se misturou dentro de mim a ponto de eu abrir passagem entre eles até alcançar Mayhem. Arranquei sua máscara e pela primeira vez vi o rosto dele.

Um homem grisalho, muito bonito com barba rala e um rosto cheio de cicatrizes. Olhei no fundo dos olhos inexpressivos. 

– Onde ele foi? – perguntei baixo de forma ameaçadora. Mayhem nem se moveu ou fez menção de me responder. Dei um soco no nariz dele – Responde!

Mayhem me olhou ainda sem se abalar, o nariz sangrando e meu ódio crescendo. 

Estendi a mão e com a telecinese consegui fazer a mesma espada que Link havia usado para matar Allison, voar até minha mão. Ergui ela e coloquei a ponta ensanguentada contra a garganta de Mayhem.

– Phoebe – meu pai chamou.

– Ele matou a Allison – eu disse entredentes – Ele matou ela e eu vou matar todos vocês! 

– Não faça isso, você não pode se rebaixar ao nível deles – disse Ray tocando meu ombro. Me esquivei.

– Eu perdi o Max. Eu perdi a Allison – eu disse olhando nos olhos de Mayhem – Minha filha vai crescer sem o pai dela por sua causa!

– A culpa nunca foi minha, Phoebe – disse Mayhem mansamente, mesmo com a espada pressionada contra sua garganta – Eu só revelei os seus erros, mas foi você que os cometeu.

Paralisei.

– Foi você quem cometeu incesto e escondeu dos seus pais. Você quem engravidou do seu irmão – disse Mayhem – A vadia aqui é você, não eu.

– Cala a boca – rosnei empurrando a espada. Ele gemeu e uma fina linha de sangue correu na garganta dele.

– Phoebe, querida – meu pai segurou meu braço – Não faça isso...vai se arrepender.

– De matar esse desgraçado? – retruquei.

– De matar uma pessoa – disse meu pai. O olhei nos olhos – Você sempre foi boa. Não mude agora... Nós sabemos que você tem passado bons bocados...mas siga sendo a Phoebe de sempre... seja o exemplo pra Hyacinth.

– Seja a heroína – disse minha mãe – Ele vai pagar por tudo que fez...na cadeia.

Respirei fundo e olhei nos olhos dele. Cheio de ódio e de rancor...e vi a mim mesma. Eu estava me tornando aquilo. Um poço de sentimentos horríveis e solidão. Não podia me tornar aquilo.

Puxei a espada e Mayhem respirou fundo. 

– Você vai viver pra apodrecer em uma cela – falei olhando nos olhos dele – E sua única companhia vão ser os rostos de quem você atormentou, vindo ser seus pesadelos.

– Você ainda vai me ver de novo, Phoebe Thunderman – disse ele. 

– Esperarei ansiosa – falei. Joguei a espada no chão, dei as costas e parti.

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Subi na varanda exausta, cansada e ferida. Meus pais, Ray e meus irmãos estavam limpando a bagunça na prefeitura, e mais tarde iriam atrás de uma forma de destruir a barreira.

Mas eu estava esgotada.

Abri a porta e sorri ao ver Oyster e Cherry dormindo no sofá, cercados de brinquedos, mamadeiras e fraldas. Tudo estava a maior bagunça e me aproximei do carrinho devagar para não acordá-los. Cinth estava acordada e abriu um sorriso ao me ver.

– Parece que você conseguiu colocar esses dois pra dormir – eu disse alisando a bochechinha dela. Fui tomada por toda a agonia e caí de joelhos na frente do carrinho, mantendo a mão dentro dele.

E chorei baixinho. Senti a mãozinha minúscula de Cinth agarrar meu dedo.

Aquela noite tinha acabado comigo. 

Ver Allison morrendo em meus braços me devastou. Eu queria salvá-la. Queria libertá-la e ver ela seguir com sua vida, encontrar alguém que a valorizasse e que fosse feliz.

Apenas isso.

Mas a vida dela foi interrompida, apenas por ter amado a pessoa errado. No fim não éramos tão diferentes.

Solucei alto e cobri a boca.

Segundos depois ouvi Oyster e Cherry se movendo no sofá. Não os olhei, apenas senti os braços dele me envolverem.  Eles não fizeram pergunta alguma, nada capaz de me fazer me fazer sentir pior. Apenas me abraçaram sabendo que independente do que tivesse acontecido eu precisava daquilo.

– Está tudo bem agora – disse Cherry enquanto eles me apertavam. 

– Tá tudo doendo – sussurrei soluçando.

– Eu sei – disse Oyster – Mas estamos aqui com você.