Snape acordou bem cedo, assim como Hermione. A moça havia dormido no sofá já que como não se falaram mais, o homem se negou a tentar ser cavalheiro e oferecer a cama.
"Ela pode transfigurar aquela coisa afinal de contas!" Pensou o mestre tentando encerrar o debate interno.
Quando foi para a cozinha o café já estava pronto e antes que falasse algo uma coruja chegou, com cartas para a jovem.
Ela saiu para lê-las deixando Snape se perguntando como estava Londres
- Snape?
Ele se virou para a jovem.
- O que é Granger?
- Essa carta talvez seja de seu interesse. - Disse ela lhe entregando a correspondência. Um contato breve entre eles aconteceu quando a carta foi passada, mas ambos ignoraram qualquer arrepio e desviaram o olhar.
Snape abriu e logo reconheceu a letra, era Minerva.
"Cara srta. Granger,
Ontem foi o julgamento de Severus, graças a Harry conseguimos provar que ele esteve o tempo todo ao nosso lado.
Ele despertou?!
Me mantenha informada!
M.M"
- Então ela sabe?
- Tive que informar a diretora, porque fugi com você de Hogwarts.
- Disse a ela como sobrevivi?
Hermione negou um pouco vermelha.
- Não, e peço que não diga a ninguém.
Snape ergueu a sobrancelha.
- Vergonha Granger? - Perguntou sentindo-se estranho.
A jovem avaliou o sonserino a sua frente e sorriu.
- Tenho meus segredos professor e dizer como o salvei acarreta dize-los.
- E que segredos são esses?
Hermione sabia que Snape assim que tivesse uma biblioteca ao alcance pesquisaria sobre a situação que o deixou com vida, e que fazia da morena algo além de uma bruxa.
- Sou uma sirena e decidi compartilhar minha vida com você. Não conte a ninguém e não morra ou morro junto. - A morena disse de uma só vez, em um rompante de coragem.
"Uma Sire...uma sereia? Não..."
- Uma sereia? - Perguntou Severus com a cabeça a mil.
- Isso, meia para falar a verdade.
Snape olhou as pernas da menina meio chocado.
- Porque todo mundo sempre olha as pernas. - Avanna disse do nada assustando o casal.
- Que susto! - Hermione berrou causando risos na outra.
- Desculpe pombinhos, consegui o transporte de vocês para Londres, quando precisar é só avisar.
- Obrigada! - Mione disse, mas ainda brava pelo susto.
- Você está mesmo dizendo que tem cauda? - Severus ignorou transporte ou qualquer outra frase.
- Mostre a ele Mione! - Avanna opinou meio saltitante.
- Você que me disse "Se você se mostrar a alguém te mato." - Disse a morena lembrando do primeiro aviso de Avanna.
- Eu sei Mionezinha, mas você é filha da sua mãe, que já foi expulsa. Além disso ele é experto, não vai contar, se não eu mato ele. - Claro que Avanna disse a última parte brincando, não queria matar a sobrinha irritante que tinha.
Hermione olhou de Avanna pra Snape e de Snape pra Avanna.
- Não!
Severus agarrou Hermione pelo pulso e saiu arrastando ela floresta adentro, mesmo não fazendo ideia do caminho certo.
- A direita. - Gritou Avanna ajudando o homem.
Assim que chegaram a borda do rio ele encarou a jovem, que não parecia feliz por ter sido arrastada.
- Preciso ver.
Hermione pensou e repensou. Ao encarar o mestre viu curiosidade, espanto e mais um misto de coisas que faziam seu coração estúpido acelerar.
"Sentimentos idiotas..."Pensou ela antes de pular.
Ela necessitava se concentrar e quando o fez Snape pode ver uma sirena jovem e hibrida bem a sua frente.
Fascinado. Era a palavra para descrever bem como Severus Prince Snape se sentia.
Os olhos e os dentes a tornavam assustadora, mas ainda havia traços da jovem Granger ali. Os cabelos longos e rebeldes, apesar da pele em tons de azul ainda se via a delicadeza feminina.
- Linda não é?
- Sim! - Severo disse sem perceber causando espanto em Hermione e risos em Avanna.
Percebendo a situação se virou para Avanna.
- Garota idiota! Parece até aquele velho xereta. - Rugiu, mas não resistiu e voltou seus olhos para Hermione.
- Mione leve ele para um passeio.
- Eu não posso criar bolas de ar. - Disse a moça como se fosse a coisa mais obvia da terra.
- Ave menina largue de ser irritante, eu crio. Entre na agua dr. educação.
Severo ia negando quando Avanna o empurrou com força.
- Gracinha vocês dois. - disse irônica enquanto Snape tentava sair da agua para mata-la.
Com um movimento afundou os dois e criou a bola de ar para o mestre não morrer de vez.
Avanna ficou observando o casal de longe. Snape era um homem amargurado e arrogante, mas se percebia que ele só precisava de um pouco de brilho.
"Talvez, talvez Hermione seja o farol que ele precisa" Avanna pensou dando um meio sorriso.
***
Dias depois...
Hermione sorriu ao ver a Toca.
- Mione! - Gina gritou pulando no pescoço da morena.
- Ai Ginny, assim vai me matar. - A morena disse rindo.
Gina largou a amiga ainda sorrindo.
- E como foi com seus pais Mi? - a ruiva disse com um olhar curioso e preocupado.
Harry, Ron e Luna saíram da casa salvando a morena da pergunta da Weasley.
Hermione havia mentido para os amigos sobre o Obliviate dos pais, até porque os dois eram bem capazes de fugir de alguns comensais graças a ajuda de Avanna. Mas como a morena era proibida de falar algo, foi melhor dizer que havia realizado aquele feitiço. E quando sumiu disse a todos que foi atrás dos pais e que só voltaria quando estivesse tudo certo. O fato é tinha que mentir para se livrar de Zafeu, mas odiava faze-lo principalmente quando se tratava de seus melhores amigos.
A casa dos Weasley estava lotada, mas ainda sim parecia vazia sem todos aqueles que haviam falecido durante a batalha final.
- Hermione querida! - Molly disse abraçando a jovem.
A morena abraçou a senhora tentando transmitir o quanto sentia saudades e o quanto sentia pelo falecimento de um dos membros daquela incrível família.
Todos os presentes comeram e conversaram de forma descontraída. Os mais jovens aproveitaram bastante, pois no dia seguinte seria realizada a reabertura de Hogwarts e logo o último ano do trio de ouro.
***
Avanna se sentou ao lado da irmã no banco da pequena praça.
- Aqui é frio. - Foi a primeira coisa que Avanna disse fazendo Martha rir.
- Oi para você também Anna.
Avanna revirou os olhos.
- Só o lorde Zafeu me chama de Anna.
- Eu sei, e isso sempre te irritou. Como minha filha está?
- A Mione é forte, está bem. Foi para uma tal de Oca ficar com aqueles bruxos.
- E o homem?
- Partiu antes dela para a escola. É uma boa pessoa.
Martha olhou a irmã com certo desespero.
- Avanna ela realmente....é amor?
- Quase, ele não entende a situação e Hermione muito menos. Mas não tem como negar que eles tem uma ligação e que a parte Sirena de Hermione depende dele.
- Papai sabe?
- Fofocaram para ele sobre Hermione. Ele não está feliz, afinal ela fez o mesmo que você.
- Ele não pretende tirar os poderes dela não é?
- Não, até porque ela é só metade sirena. Mas se qualquer coisa for revelada ao mundo bruxo, me foi ordenado... - Avanna parou, não precisava dizer para a irmã entender.
O povo Sireno era muito rígido com seus costumes e no reino de Zafeu as coisas eram ainda mais. Eram uma família antiga, como Merlin para os bruxos, logo Lorde Zafeu presava o nome e as atitudes tomada por cada membro. E em vinte anos mãe e filha haviam ido contra uma ordem, elas haviam se relacionado e salvado pessoas que não eram sirenas. O que para Zafeu era pior que um tapa na cara sirena dele.
- Avanna, por favor, ajude minha filha. Ela já passou por coisas demais naquele mundo bruxo, não precisa do próprio avô caçando-a por simplesmente amar alguém.
- Eu sei, eu sei. Vou fazer o meu melhor eu te prometo.
Martha olhou para a irmã e sorriu agradecida. Ambas pediam aos sete mares que no final tudo desse certo.
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