História Sirens - She Will Never Come Back.

P.O.V. Justin Bieber

Não foi fácil achar Claire. Parecia que todas pistas que tínhamos sobre ela eram totalmente inúteis. Telefone, ela havia trocado. Não morava na mesma casa de antes. Peter havia entrado na jogada de novo, e ajudava na delegacia, mas não havia adiantado nada. Perfis em redes sociais, e-mails, tudo havia desaparecido. Nós precisamos procurar por ela pessoalmente. Foram dias rodando o bairro que encontraram Amanda; onde mataram o Carter e arredores. As semanas de procura finalmente resultaram em alguma coisa, e nós encontramos a garota.

- Então, srta. Marin. - Eu disse, colocando gelo e uma dose de whísque no copo. - Acho que você sabe o porque está aqui. 

A garota estava sentada na mesa de jantar da mansão.

Encostei no batente da porta de correr, da sala de jantar. O lugar que eu havia visto Amanda pela última vez.

A garota me encarava. Os olhos azuis gélidos estavam sem brilho.

- O que você quer, Justin? 

- Ah, então você sabe o meu nome?! - Dei um sorrisinho debochado.

- Não se faça de sonso. - Ela murmurou.
Caminhei até ela, e puxei uma cadeira, sentando na sua frente, e virei para Claire.
- Cadê ela?

Claire não me respondeu.

- Claire. Cadê a Amanda?

- Olha, eu não tenho nada a ver com isso. - Ela disse, prestes a se levantar. - Então eu vou pegar as minhas coisas, e vou embora, ok? Não estou apta a falar sobre a Amanda. 

Chaz, que estava por ali, caminhou até Claire.

- Senta aí, garota. - Ele empurrou Claire, que voltou a se sentar.

A menina bufou, e se virou para mim. 

- Não há nada para falar da Amanda. Ela não vai voltar, Justin.

Assenti, virando a dose de whísque, ainda com o copo na mão.

- É claro que ela vai. Nem que eu tenha que ir buscar ela no inferno.

- Amanda era um anjo. Acredito que ela tenha ido para o céu.

Me virei para ela. A garota abaixou a cabeça, e comprimiu os lábios.

- O que quer dizer com isso? - Silêncio. - Claire... O que dizer com isso?

- Justin...

- Onde Amanda está?

- Ela não vai voltar. - Ela disse, baixinho, e percebi a voz embargada.

- Onde Amanda está? - Repeti a pergunta, e Claire me encarou. Os olhos, marejados.

- Amanda está morta, Justin. Ela não vai voltar.

Apertei a mão em volta do copo.

- Claire, facilite para mim e para você. Me diga onde Amanda está e aí vai ficar tudo bem. Eu irei atrás dela e nossa vida vai voltar como antes.

- Não há o que ir atrás. Você vai encontrar nada. Amanda morreu. Eu não tive coragem de contar aos pais dela. Eles ainda acham que ela está desaparecida. - Lágrimas escorriam pelas maçãs do rosto da garota, o manchando devido à maquiagem. - E é tudo culpa sua, Bieber.

- Onde ela está? - Perguntei para Claire, que não respondeu. - ONDE ELA ESTÁ? - Gritei, e ela começou a chorar mais ainda.

- Claire. - Disse Christian que estava na sala, chamou por ela, incrivelmente calmo. - O que aconteceu com a Amanda? 

A garota olhou para Christian, os olhos azuis agora estavam vermelhos. 

- Ela está morta, Christian! A Amanda morreu!

- VOCÊ ESTÁ MENTINDO! - Gritei mais uma vez, jogando o copo de whísque na parede. 

- Você quer que eu diga o que, Bieber? A Amanda morreu! Ela não vai voltar.

Ryan e Chaz permaneciam quietos, apenas observando a situação. Percebi que o loiro começou a ficar nervoso.
- Justin...

- Ela está mentindo, Ryan! Ela está mentindo! A Amanda está viva! Eu sei disso, nós vamos encontrá-la. E ela sabe. - Apontei para a loira.

Claire começou a falar tudo muito rápido, e eu tinha meio que uma dificuldade para entender o que ela dizia.

- No dia que nós nos encontramos, eu meio que planejei uma coisa estranha com ela. Ela tinha achado um celular aqui, em algum lugar da casa. Eu falava com ela frequentemente e nós planejamos uma fuga. - A garota pareceu hesitar um pouco, e olhar para os meninos antes de prosseguir. - Eu não sei como, mas ela conseguiu sair da casa. O plano era que a gente se encontrasse em um cruzamento aqui, perto de um shopping e depois eu levaria ela de volta para casa, para a Carolina do Sul. Quase deu certo. - Ela suspirou, e fez uma pausa antes de continuar. - Ela foi atropelada. Eu vi tudo. Já era tarde. Chovia, o movimento da rua estava um pouco baixo. A pista estava molhada, os motoristas estavam sem controle, corriam muito. Ela foi atravessar a rua correndo, o semáfaro tava verde. E então um caminhão atropelou ela.

Levantei da cadeira.

- Ela está mentindo. Ela está mentindo. Ela está mentindo. - Passei as mãos pelo cabelo loiro.

- Tá. Ok, Justin. Você acha que ela está mentindo. Mas e se ela não estiver? - Chaz disse. - E se a Amanda estiver mesmo morta? Ficar procurando e procurando e procurando não vai nos levar a lugar nenhum. 

Me virei para o moreno.

- Você está me questionando? Você acha que eu estou errado?!

Chaz suspirou, mas era visível sua irritação.

- Eu acho Justin, que ficar procurando a Amanda pelo resto das nossas vidas não nos garante que uma hora nós vamos encontrá-la. Nós procuramos por ela durante semanas e só conseguimos encontrar una pista sobre ela quando fomos atrás da Claire. E o fato da Claire, uma pessoa que era melhor amiga da Amanda e que disse que ia ajudar ela a fugir...

- Amanda não fugiria. - O interrompi 

- ...virar para a gente e dizer que a Amanda tá morta, dá o caso como encerrado. A história acabou por aqui. Não há mais o que procurar.

- Justin. - Ryan chamou minha atenção. - O Chaz tá certo. Nós falamos com tudo e todos. Rodamos o estado e arredores atrás dessa garota. Falamos com amigos, inimigos e desconhecidos. Amanda nunca saía da mansão, algumas pessoas disseram que viram ela aqui no dia da festa e nunca mais. Fora isso, ninguém viu, ouviu ou falou nada sobre Amanda.

Eu estava encostado na parede da sala de jantar. Claire estava quieta, apenas observando a situação.

- Você não contou para os pais dela?

Ela negou.

- Fui para o hospital com ela. Eu disse para os médicos, e depois para os policiais, a verdade: eu era amiga dela. Quando o médico disse que ela havia falecido, eu levei mais ou menos uma hora para me tocar do que havia acontecido. Mas depois que tive que fazer as coisas por mim mesma. - Ela fez uma pausa. A garota chorava de soluçar. - Corri atrás de tudo que precisava. Me questionaram um monte de coisas sobre ela, e eu inventei uma desculpa. Eles meio que desconfiaram, mas todo mundo sabia que havia sido um acidente de carro. 

- Enterro?

- Ela foi cremada. 

- Que merda de garantia eu tenho que você está falando a verdade?

- Que merda de garantia você tem que eu estou mentindo?

Encarei a garota por alguns segundos.

- O que vai fazer com ela? - Chaz perguntou. - Você sabe que não pode soltá-la, não é?

Assenti.

P.O.V. Christian Beadles

Eu realmente não sabia o que fazer. Se acreditava no que a minha intuição dizia ou em Claire. Enquanto uma dizia que Amanda estava viva, por aí, tentando re-montar sua vida aos poucos, a outra dizia que ela estava morta. Que eu nunca mais a veria.

Eu já deveria ter me acostumado com isso, com o fato de que as chances de eu nunca mais ver Amanda eram grandes, mas eu ainda acreditava que um dia ia sair um pouco desse "mundo" que eu vivo com uma mochila nas costas dizendo que não sabia onde ia nem quando voltava, só para ir atrás da morena. Só pra saber como ela está, se casou, teve filhos ou viveu mesmo fugindo de Justin, trocando de identidade a cada década.

Mas não. Claire continuava dizendo e dizendo que ela estava morta. Que ela não iria voltar e que todas as buscas por Amanda eram inúteis. O que, pra falar a verdade, pareciam ser mesmo. Eles pareciam procurar uma agulha num palheiro. Não sei se o fato de o Justin estar emocionalmente abalado haviam atrapalhado as coisas, mas com ele desse jeito, as coisas pareciam mais complicadas para os meninos. Não só para eles como para mim também. Como cegos no meio de um tiroteio.

Como eu disse, não sabia de Claire estava realmente estava certa. 

Depois que Amanda virou as costas para mim, naquele dia, no meio daquela chuva, não tive coragem de ficar observando ela desaparecer de vista. Entrei no carro e saí dali o mais rápido possível. Eu preferia acreditar que quem estava dando as costas para alguém ali, era eu para ela.

Eu tinha uma relação totalmente indeferente a Madison. Para mim, se ela estava ou deixava de estar não me fazia a mínima diferença. Com Claire, eu sabia que a nossa relação seria no mínimo, impossível. Ela sabia o que havia acontecido com Amanda, enquanto eu havia virado as costas para Mandy (literalmente) e não sabia de mais nada, estava de mãos atadas. 

Mas eu nunca havia me dado bem com uma pessoa como era minha relação com Amanda, pois ela era ela mesma sem tirar nem pôr, então eu sabia que não havia necessidade nenhuma de fingir que gostava dela, que ela era uma pessoa importante para mim. Mas mesmo assim, a história acabava por aqui. Eu havia ajudado uma das coisas que eu mais gostava na minha vida fugir para longe de mim.

- Christian. - Justin me chamou. Ele balançou a cabeça em direção à Claire. - A srta. Marin vai passar a noite aqui. Mostre um quarto para ela. 

Encarei ele, e depois olhei para os meninos. Ryan se manifestou.

- Eu levo ela lá para cima. - Ele pegou a garota pelo braço, a levantando da cadeira. - Coloco ela no quarto da...

- Não. Não quero ninguém no quarto da Amanda.