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História Sister Regina - Capítulo XII


Escrita por: coradevil

Capítulo 13 - Capítulo XII


Após as duas entrarem no quarto, Rubi foi até a porta a fechou.

“Você realmente não conseguiria tirar o espartilho sozinha.” Disse Ruby ao ajudar Regina a retirar aquela peça de roupa.

“Sim, eu sei.” Respondeu Regina sorrindo. “Então, me conte o que aconteceu para Madre superiora te trazer para cá.” Pediu Regina enquanto terminava sozinha de retirar suas roupas.

“Como eu já lhe disse, mamãe não era exatamente o melhor tipo de pessoa na concepção da vovó. Quando meu pai ia se casar com minha mãe, vovó não aprovou o casamento, pois minha mãe nunca foi uma mulher como aquelas que se espera que seu sobrinho se case.” Começou a contar.

“E que tipo de mulher era sua mãe, então?” Perguntou Regina, agora apenas com sua roupa íntima.

Rubi esperou alguns momentos para continuar a falar, apesar de não conhecer Regina, de alguma forma ela sentia que podia confiar na moça. “Minha mãe era dona de um bordel aqui na capital, meu pai a conheceu lá e se apaixonou por ela, minha mãe, que não era boba nem nada, se aproveitou da situação e quando meu pai a pediu em casamento e ela aceitou, mas depois, quando ele  pediu para ela abandonar o bordel, ela não se submeteu a isso e continuou com seu empreendimento.”

“Sua mãe te levava junto com ela para o bordel quando seu pai morreu? É por isso que você está aqui?” Regina ainda não havia colocado o vestido branco e cinza de noviça e ela se aproximou da morena.

“Minha mãe não me levava, eu ia junto. Há uma grande diferença nisso.” Sorriu. “Claro que a Madre não sabe desse detalhe.” Ruby diminuiu ainda mais o espaço entre as duas. “Eu acredito que sei que tipo de mulher é você, eu vejo nos seus olhos o mesmo que já vi em muitas mulheres daquele bordel, inclusive na minha mãe e até mesmo em mim. E eu gosto disso. Só não confunda as coisas, eu não sou muito chegada em mulheres.” A noviça piscou e deu dois passos para trás, se afastando. “Termine de se vestir, temos que ir almoçar.” Regina assim o fez, vestiu-se e logo as duas saíram do prédio dos dormitórios para irem até o refeitório.


 

Por ser uma instituição que abrigava um grande número de freiras, havia dois horários para realizar as refeições, dessa forma não ocorria superlotação do refeitório e todas poderiam comer tranquilamente.

Ruby e Regina se serviram e estavam indo em direção a uma das mesas próximas ao fundo do refeitório. “Tenho que te apresentar à alguém.” Disse Ruby acelerando os passos enquanto Regina a seguia. As duas chegaram a uma mesa onde havia apenas uma mulher sentada, ela usava vestes de freira e um colar com um pingente em forma de cruz. Não era possível ver seu cabelo por conta do véu preto que utilizava, mas seus olhos eram de um tom de azul muito claro. “Boa tarde, irmã Cruella.”

“Boa tarde, Ruby querida.” A mulher olhou para as duas enquanto elas se sentavam. “Como você se chama, garota?”

“Regina.”

“Cruella é a segunda em comando aqui do convento.”

“Teoricamente, não é mesmo, querida? Sua avó me mantém bem afastada do comando, exceto quando se trata do orfanato, ela parece odiar crianças mais do que eu.”

“Pelo menos você não precisa se preocupar com nada já que ela se ocupa de tudo.” As duas riram. “Mas se algo acontecer com a vovó, você é a sucessora, ela gostando ou não.”

“Espero que nada aconteça a ela tão cedo, não é mesmo? Estou bem confortável dessa forma.” Voltou sua atenção a jovem Mills. “Então, Regina, qual a sua história, querida?” A freira foi direta. Gostava de basear seu julgamento sobre as pessoas a partir de seu passado. “Porque você não parece ser mais uma daquelas garotas devotas que sonham em entrar em um convento.” Soltou praticamente a mesma frase que Ruby, o que fez com que Regina ficasse um pouco desconfortável, parecia que todos estavam curiosos para saber sobre sua vida e ela se lembrava do que sua mãe lhe disse sobre dar mais informações do que o necessário. “Vamos, Regina, conte. Em um lugar como esse, pessoas como nós devem se manter unidas.”

“Nem adianta perguntar, porque, quando eu o fiz, ela não me contou tudo.” A morena achou aquilo curioso. ‘Como ela sabe?’

“Por que você acha isso?” Perguntou Mills.

“Eu já disse que vejo em seus olhos o mesmo que vejo em mim, então aquilo não deve ser tudo.” Sorriu.

“Ela não confia em você ainda, Ruby.”

“Uma pena.” Virou-se ficando de frente a Regina. “Pois eu confio em você.” Falou e depois virou-se novamente. “Já até lhe contei minha história.” Dessa vez falava com Cruella. “Por que você não conta o que fez para ela? Talvez assim, depois de saber nossos segredos, ela conte os dela.”

“Quer saber o que eu fiz para estar presa a este lugar, querida?”

A jovem podia ver maldade nos olhos de Cruella, não sabia explicar, mas sentia um certo medo daquela mulher, ela parecia ser aquele tipo de pessoa que deve-se manter distância ou que deve-se fazer com que ela se torne sua aliada. “Sim.” No fundo queria saber o que uma mulher como Cruella estava fazendo em um convento.

“Ótimo! Contarei depois que terminarmos de almoçar, em um lugar com um pouco mais de privacidade e com menos gente a nossa volta que possa estar interessado em escutar as conversas alheias.” Cruella falou a última parte em um tom de voz um pouco mais alto do que antes, Regina notou que aquilo havia sido direcionado a alguém que estava prestando atenção nas três, mas não sabia exatamente quem era.

“Minha avó tem ouvidos e olhos por todo o convento.”

“Sim, ela tem praticamente todas aquelas que vieram por vocação como suas vigias. Ou seja, a maioria das mulheres daqui.” Explicou com um certo desdém em sua voz. “Vamos, terminem de comer para podermos nos afastar desses abutres.”


 

Ao terminarem a refeição elas seguiram para o jardim do convento, que era localizado no centro do local. Era um espaço amplo, bem cuidado e com diversos bancos para que as freiras e noviças se sentassem e pudessem aproveitar um dia de sol para ler ali ou apenas passarem algum tempo a céu aberto.

As três sentaram em um banco mais próximo ao centro do jardim, onde havia uma fonte com uma santa de braços abertos como se acolhesse a todos.

“Tudo o que você possa ter feito, Regina, não se compara com o que eu fiz.” Começou séria e aquela declaração deixou a novata ainda mais curiosa. “Com doze anos de idade eu já havia matado meu pai e os dois homens com quem minha mãe se casou posteriormente. Eu os matei por envenenamento, usei uma flor que havia no jardim de nossa casa para isso, então todos acreditavam que eles haviam falecido a partir de causas naturais, menos minha mãe, ela desconfiava de mim, mas nunca fez nada a respeito.” Olhou em volta para ver se havia alguém próximo demais delas que fosse capaz de ouvir o que estava sendo cobrado. “Quando meu casamento já estava marcado, eu notei que ela poderia ser uma ameaça para mim, então eu a matei da mesma forma que havia feito com seus maridos e mais uma vez todos acreditaram ser uma tragédia natural. Então me casei e me mudei para a casa de meu marido. Tudo estava bem até o momento em que meu marido começou a me proibir de sair de casa como uma punição por eu não ter lhe dado um herdeiro, por algum motivo eu não podia, nem posso engravidar, ele estava possesso por eu não ser capaz de dar-lhe um filho. No aniversário de cinco anos de nosso casamento, ele havia se embebedado e quando chegou em casa ele partiu para cima de mim na tentativa de me matar. Ele dizia que se eu não pudesse dar-lhe um filho, então outra faria isso, mas primeiro precisaria se livrar de mim.” Ela tinha o olhar distante e o seu semblante, que antes estava indecifrável, agora apresentava um sorriso. “Ele estava bêbado demais e eu já havia matado antes. O único inconveniente que tive foi me livrar do corpo, não podia deixar alguém encontrá-lo ensanguentado dentro de casa. Encontraram o corpo dele em um beco sem nenhum bem, apenas com as roupas de seu corpo e uma garrafa de whisky. Foi morto por assaltantes, disseram quando fui identificar o corpo.” Suspirou e olhou em volta mais uma vez. “Casei novamente depois de algum tempo, eu tinha uma vida confortável devido a herança que recebi do meu falecido marido, mas eu queria mais, esse foi meu erro. Quando matei meu segundo marido, uma das criadas havia ouvido nossa briga e tive que matá-la também, caso contrário iria para a cadeia, ou pior, para a forca. Ainda assim, havia desconfiança sobre a minha participação na morte do meu segundo marido para ficar com suas posses, então, para mostrar que era inocente doei todos os bens para este convento e me tornei freira. Melhor freira do que morta, não é mesmo querida?” Riu levemente.

Regina ficou quieta por alguns instantes. “Como posso saber se isso tudo é verdade? Como posso saber se vocês não estão me enganando a pedido da Madre?” Aquilo fazia sentido, a Madre também havia ficado curiosa com a sua chegada.

“Garota esperta. Eu provarei que estou sendo sincera com você, querida.” Cruella se levantou. “Escolha uma mulher, qualquer uma.”

A jovem Mills ficou curiosa, olhou em volta e viu uma freira que lhe chamou atenção, era jovem e bonita de uma forma comum, sua pele morena e olhos escuros. “Aquela morena que está caminhando em direção à igreja.”

“Marian. Ela é uma das que se envolveram com o padre Robin, mas ele a dispensou faz algum tempo.”

“Então, ela faz parte do seu grupo de quem é melhor se unir?” Perguntou Regina.

“Não, ela sempre se faz de boa moça para a Madre e para todo o resto, só sabemos disso sobre Robin, pois Ruby é amiga do padre.” Sorriu. “Essa Marian já entregou algumas moças à Madre e elas sofreram castigos severos.” Sua expressão ficou indecifrável. “Foi uma bela escolha, querida.” O sorriso de Cruella fez com que Regina sentisse um calafrio. A freira se afastou e foi até um canteiro de flores brancas, as quais Regina nunca havia visto antes, pegou algumas flores, as cheirou e seguiu em direção aos dormitórios.

“O que ela fará?” Perguntou à Ruby que estava sentada ao seu lado. A morena de olhos verdes sorria.

“Ela matará Marian. Cruella plantou aqui no jardim do convento a mesma espécie de flor que usou para matar sua mãe e foram essas que ela acabou de pegar.”

 


Notas Finais




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