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História Skin H I A T U S - Ela se foi?


Escrita por: jeromivaleska

Notas do Autor


eu iria postar esse cap amanha mas aconteceram umas coisas, espero que gostem.

Capítulo 11 - Ela se foi?


Fanfic / Fanfiction Skin H I A T U S - Ela se foi?

 

Em outra vida

Eu seria sua garota

Nós manteríamos todas as nossas promessas

Seríamos nós contra o mundo

Em outra vida

Eu faria você ficar

Para não ter que dizer

Que você foi aquele que foi embora

Aquele que foi embora



 

 

Savannah 

 

20 minutos antes.

 


— Oi – beijei seus lábios – O que você queria? – ele parecia aflito.

— Então Sav, preciso te contar uma coisa. Mas primeiro, preciso que me prometa outra.  Promete?

— Depende. O que foi?
 


— Primeiro, isso foi antes de eu te conhecer. Eu estava com raiva e queria me vingar de você, mas independente disso tudo, quero que saiba que já passou. Eu estou com você agora.


— Credo Henry, fala logo. Está me deixando preocupada.

— A Marisa está grávida.  Sete meses.



— O que? Como assim, de quem?



— É meu. Vai ser uma menina.

 


— O que... como você pode... Henry... você me pediu em noivado, eu aceitei. Nós combinamos de não haver mais mentiras, e agora você me vem com essa? Faz três meses que estamos juntos... Henry. E você só me fala agora? Que consideração! Estou impressionada, sinceramente não sei como me deixei cair nesse teu papo.  – pego minha bolsa.



— Espera, Savannah. ESPERA, PORRA! EU TO PEDINDO PRA VOCÊ ESPERAR, CACETE! – segura meu braço.


— EU NÃO TENHO MAIS O QUE FAZER AQUI, HENRY! VOCÊ FEZ A SUA DECISÃO. NÃO QUERO ESTRAGAR UMA FAMÍLIA, PASSAR POR DESTRUIDORA DE LARES. TENHA SUA FILHA COM A MARISA E SEJA MUITO FELIZ! EU VOU SUPERAR – ele tenta me beijar mas me esquivo – PARA, NÃO FAZ ISSO! NÃO COMPLICA MAIS AS COISAS! EU SEMPRE TE AMEI, CARA. VOCÊ NUNCA DEU VALOR PRA ISSO E AGORA QUE EU VEJO. COMO FUI TÃO TOLA, MEU DEUS!  ESPERO QUE VOCÊ SEJA MUITO FELIZ E QUE E CULPE TODAS AS NOITES SE ALGO ACONTECER COMIGO – não sei porque disse aquilo, mas algo me alertava que era a coisa certa a fazer.

— NÃO, SAVANNAH! ME ESCUTA, EU JÁ TE DISSE, FOI ANTES DA GENTE...



— E VOCÊ NÃO PODERIA SE PREVENIR? CAMISINHA SERVE PRA QUÊ?



— Eu não usei com você também – isso soou como uma ofensa, e das grandes.



— Agora está me comparando com ela? Ok, Henry. Pode ficar a vontade, eu estou fora. Desisto – respiro fundo e vou em direção a porta, mas ele continua atrás.



— Espera, por favor. Isso não pode ser mais forte que a gente, Savannah! Por favor. Se você quiser, eu te deixo ir, mas pelo amor de Deus, não acaba com tudo. Não assim. E fica aqui pelo menos, você está sem condições de dirigir – ligo meu carro e ele vai com o dele atrás- SAVANNAH – bate no vidro – FICA!

 

 

 

10 minutos antes.

 

 

 


— Desencosta.


— Não.


— Eu vou arrancar, Henry. Sai daí.


— Não. Se quiser, passa por cima.


— Ok – arranco o carro e ele cai no chão, mas logo entra no seu e vai atrás.

 

Nunca dirigi tão rápido, ainda mais com alguém me seguindo. Henry estava logo atrás e mesmo com o meu carro no máximo, ele me alcançava tão facilmente. Duas chamadas dele no meu celular, então resolvo atender para ver se ele desiste.

 

 

 

5 minutos antes.

 



— Me esquece, porra. Eu estou indo embora.


— Não, mas a gente nem se despediu.


— E não vamos, me deixe ir. Por favor. – desligo e quando olho pra frente uma luz amarela me cega.

 

 

 

 

 

Agora.

 

 

Dizem que quando se está a beira da morte, você vê toda a sua vida passar diante de seus olhos. E foi isso que eu vi, enquanto aquela luz do caminhão ficava mais forte, até ele tocar o vidro e me esmagar por inteira, senti cada osso do meu corpo se quebrar, bati minha cabeça  e mesmo assim continuava consciente. Vi meus primeiros natais, os feriados em família, vi vovó cozinhando meus biscoitos favoritos, vi papai comemorando cada jogo de futebol, meus irmãos brigando, vi meu primeiro teste, vi minhas amigas sentadas comigo, conversando. Me vi chorando por coisas tão burras e reclamando de outras que nem precisavam, me vi sentir orgulhosa de cada feito meu e vi todas as noites felizes com meus amigos. Senti meu corpo sair do carro como se fosse uma misera grama perto de muitas toneladas. Eu também vi Henry fazendo carinho no meu cabelo, o vi me pedir em namoro, vi meu aniversário, vi meus fãs gritando meu nome pela primeira vez, me vi compondo. Vi meu vô conversar comigo, antes de falecer. Vi minha mãe recebendo seu primeiro cartão de dia das mães, vi meu cachorro de infância, senti o cheiro do perfume doce que usavam no meu antigo quarto. Vi meu antigo bairro, vi gente gritando meu nome. Vi Henry anunciar que seria pai, vi meu coração se quebrar mais uma vez. Vi o amor que me deixara tão feliz me destruir por inteira. Meu corpo começou a doer de todas as formas possíveis, eu não sentia nada e só o que conseguia ver era a ambulância chegando, Henry gritando, me sacudindo e dois policiais o puxando, ele chorava. Vi o motorista ser algemado, provavelmente estava bêbado. Senti meus olhos começarem a pesar e senti medo de morrer. Morrer ali, numa estrada, em cima de vidros quebrados. Meu sangue não parava de sair, minha cabeça estava cortada. Meus olhos continuaram a pesar e os socorristas me colocaram na maca. Henry também foi. O vi na ambulância, conversando comigo mesmo vendo meu estado. Eu queria falar, dizer que estava doendo, tentei pedir para ele fazer aquilo parar. Cada palavra parecia a coisa mais difícil, elas  não saiam. Minha respiração também não, minha cabeça doía e ele continuava me sacudindo, cada toque parecia um choque. Talvez eu não devesse falar, talvez fosse melhor ele me ver daquele estado e se culpar pro resto da vida miserável.  Chegando ao hospital eu vi seus olhos azuis mais uma vez,  e eles estavam mais escuros. Vi aquele par de pérolas azuis chorando, eles me lembravam o lago que meu pai levava a família pra pescar. Olhei para o seu cabelo e lembrei de como ele me lembrava um príncipe. Até que meus olhos foram fechando e eu o vi mais uma vez, até eles se fecharem. Ficou tudo escuro, então eu tinha morrido?



 

 


— REANIMAÇÃO. VAI! – vi um cara tentar me reanimar, vi no aparelho e meus batimentos estavam tão fracos. Não era possível. Meu corpo estava ali, sangrando e todo machucado. Como eu poderia estar aqui? – VAMOS, OXIGÊNIO! CONSEGUIMOS ESTABILIZAR OS BATIMENTOS, AGENDE A CIRURGIA! PRA JÁ! – a enfermeira saiu rápido e eu fui atrás. Henry estava ligando para a minha família, chorava e soluçava ao mesmo tempo. Pareceu aflito e quando viu a enfermeira, saiu atrás.

— MOÇA, COMO ELA ESTÁ? VAI FICAR TUDO BEM?

— SENHOR, SE ACALME – ele parecia mais nervoso – ELA TEVE UM TRAUMATISMO CRÂNIANO, DUAS COSTELAS QUEBRADAS E UMA FRATURA NO FEMUR. VAMOS PARA A CIRURGIA, ANTES QUE OCORRA MORTE CEREBRAL. SINTO MUITO


— NÃO, NÃO! ISSO NÃO PODE ACONTECER! A CULPA FOI MINHA, MEU DEUS! – começou a sacudir a moça pelos braços – EU PRECISO VÊ-LA! POR FAVOR


— NÃO SENHOR, NÃO POSSO DEIXAR! EU SINTO MUITO, A VIDA DA SUA AMIGA ESTÁ EM JOGO. POR FAVOR SENHOR, ME SOLTE -  tentativa inútil. Me meti entre os dois, passei as mãos pelo rosto de Henry, gritei com ele, mas nada acontecia. Parecia que eu era invisível. “Não faz isso, por favor! Se acalme. Eu te amo, tudo vai ficar bem. Eu estou bem, não vê? Eu estou na sua frente! Seja feliz, por favor.” eu disse. Mas nenhum dos dois escutou- ENFERMEIROS! PRECISO DE AJUDA AQUI, ESSE MOÇO PRECISA DE UMA AJUDA- dois homens, seguranças, saíram e pegaram Henry pelos braços. Ele tentou insistir, se debateu mas os caras eram muito fortes. O levaram pra sala enquanto meus irmãos chegaram. Corri pra abraça-los, mas nada aconteceu, de novo. Eles estavam chorando, minha irmã desmaiou quando soube do meu estado. Eu senti uma tremenda vontade de chorar, então sai dali. No outro corredor, onde a enfermeira entrou, era a sala de cirurgia. Vi meu crânio aberto, estava sangrando. O médico estava calmo, por incrível que pareça eles precisam estar.  Meu coração apertou. Fui para a recepção e diversos paparazzis estavam lá, uma mulher falava enquanto outro filmava. “Noticia de ultima hora: Savannah Essien, jovem estrela da música acaba de dar entrada a UTI deste hospital. Nossas fontes confirmam que foi um provável acidente na rota 49, o motorista estava bêbado e já está preso! Elas também confirmam que Henry Cavill, suposto affair da cantora, também está lá dentro. Daqui a pouco mandaremos mais notícias, aguardem.”  Sai pra fora e tentei xingar essa jornalista, como ela podia? Minha família estava ali, sofrendo e ela passando isso num jornal?. Mas eu só sai.  Voltei pra recepção e ele estava lá, desesperado. Sentei ao seu lado, sua camisa estava suja com o meu sangue, mas ele parecia não se importar. Cada lágrima que saia de seu olho, partia meu coração.


— OLHA PRA MIM, EU ESTOU AQUI! DO SEU LADO, HENRY! ME NOTA, POR FAVOR. – passei a mão pela sua barba e fui para sua frente. Comecei a gritar. – POR FAVOR, MEU AMOR. ME NOTA! EU TE DESCULPO POR TUDO! EU AMO VOCÊ, HENRY. – ele continuava a chorar sem dizer nenhuma palavra. Meus olhos estavam cheios de água, meu coração se despedaçou mais uma vez quando ele começou a se culpar.

Meus pais chegaram, de mãos dadas e meu pai beijou a testa da minha mãe quando ela desabou. Sempre achei tão linda a forma como os dois se tratavam, o companheirismo. Então eu os abracei. Vi minha vó apertar os olhos, ela sabia que eu estava ali. Sempre foi sensitiva, nunca decepcionou. Ela foi e abraçou Henry, disse que iria ficar tudo bem e que não era culpa dele. Beijou a sua testa e fez um carinho na barba, ele retribuiu com um beijo na sua bochecha.

Eu me sentei e vi novamente as coisas, lembranças. Meu pai costumava dizer que elas é que nos deixam vivas, que revivem cada dia a nossa história. Lembrei do meu primeiro beijo, por incrível que pareça. Da minha primeira briga, da minha primeira vez. Senti uma enorme angustia, alguma coisa estava errada e resolvi voltar a sala de cirurgia. Os médicos chamaram todos lá.


— Bom, é o seguinte. Ela está em coma induzido, por enquanto. As costelas estão quebradas, o fêmur vai ser tratado e o traumatismo foi operado. Precisamos esperar, ela pode sair ilesa ou até mesmo perder a memória. Não posso afirmar, infelizmente. Só peço que aguardem.

— Ela vai ficar bem? Pelo amor de Deus, doutor. Faz ela ficar bem.


— É o que eu estou tentando, senhor.

 

 

                                                               Henry



Flashback on


 


— Será que vamos ficar juntos para sempre? – passou a mão pelos meus cabelos


— Se para sempre significa até nós morrermos, então eu acho que sim.


— Henry, você não acredita em vida entre o coma? Sei lá, essas superstições sabe? Amor que reencarna, essas coisas...

 


— Não, e você? – retribui o gesto e deslizei meus dedos por toda a extensão dos fios


— Ah...sei lá sabe? Acho que não posso afirmar, só quem passou essa situação pode, eu acho


— Se for assim nosso amor reencarnou?


— Sim, você foi o sapo e eu a princesa – começou a rir


— Então nessa vida você é o sapo, não é mesmo? Ha ha. Henry um, Savannah zero – Ela odiava ser contrariada e eu amava a contrariar. Savannah bufou e eu beijei seus lábios, ela se entregou para os meus e eu  a puxei para o meu colo.



Flashback off.

 

 

 

            Eu não sei o que vou fazer, sinceramente. Meus pensamentos e meu corpo estão tão embaralhados quanto um quebra cabeça de duas peças. Só sei que se ela se for, se Savannah me deixar, eu não acreditarei mais no amor. Minha mãe sempre disse que Deus era piedoso e nunca mataria alguém que faz o bem, então por que ele faz isso? Tira pessoas boas e deixa as ruins? Nos deixa na amargura de saber que talvez seja responsável pela desgraça de quem se ama. Deus foi criado para ser uma desculpa, aquela que nos serve de consolo quando todos já perderam a esperança, aquela que também é usada para filtrar a maldade humana. Eu desejo com todas as minhas forças que esse homem pague pelo que ele fez, que se culpe todos os dias pela bosta e que entre em ruína. Desejo que ela saia disso tudo e que, talvez, em algum dia, eu digo, talvez, possa me perdoar.

 

 

                                                   Savannah

 

Se esse for o fim da minha vida, que seja. A saudade e dor vai passar, com o tempo meus familiares e o resto se acostumará com minha ida. Meus fãs ficarão de luto por alguns meses, mas nada como o tempo após o tempo. Henry seria obrigado a continuar, ele tem uma filha pra criar. Acabaria aceitando o fato e chamando Marisa de volta, se tornando um pai de família admirável. E eu? Ah, eu não sei o que aconteceria comigo. Talvez eu ficasse em um modo preto e sem vida, minha alma segurando ate reencarnar ou eu pagaria pelos meus pecados. Mas isso não importava, não mais. Deixei de me importar. Tudo o que eu queria era descansar, ser feliz e desistir das mágoas.

 



E aquele corpo sem vida própria se foi.

 



Assim como o casulo vai quando da origem a uma borboleta.


 


Mas de lá nada saiu, apenas as marcas que um amor pode causar, além das feridas recém aberta.



Savannah se viu num poço que talvez fosse fundo demais para ela alcançar, seus braços já estão cansados e ela também, cansada de lutar.


Henry está além de qualquer palavra, qualquer frase ou qualquer sentido. Ele também se fora, aquele corpo vazio na sala de espera, era apenas um.


Sem vida, também.

 

 


E  a esperança se desconstruiu outra vez.



 

 

 



 


Notas Finais


:(


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