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História Skinny Love - Cold as you


Escrita por: writerintxedark

Notas do Autor


Demorei mas estou aqui! Primeiramente, feliz ano novo! (um pouco atrasado, ou bem atrasado).
Nos vemos lá embaixo! xoxo Alex.

Capítulo 23 - Cold as you


Fanfic / Fanfiction Skinny Love - Cold as you

“E agora que eu estou aqui sentada pensando, eu nunca estive em nenhum lugar gelado como você.” – Cold As You.

Era Janeiro, e ainda havia muita neve dispersada sobre a cidade. As luzes coloridas do Natal ainda estavam por ali. O frio do inverno ainda era árduo, mas era confortável, pelo menos para mim.

Michael e eu andávamos no parque naquela tarde. Nossas mãos dadas, cobertas por luvas; o que me deixava frustrada, eu gostava de sentir sua pele quentinha, e aquela lã quase me impedia daquilo. Ele ficava imensuravelmente adorável dentro daqueles casacos de frio, com uma touca de lã prendendo os cabelos pretos. Suas bochechas rosadinhas e lábios levemente arroxeados pelo frio.

— É nessas horas que sinto falta da Austrália — ele disse, inclinando-se para mim. — Eu odeio esse frio.

— Esse frio é ótimo — contrariei. — Verões são odiáveis.

— Fica quietinha, floquinho de neve — ele disse, depositando um beijo nos meus lábios gélidos.

Ficamos caminhando por mais algum tempo, até que ficamos congelados demais para continuar ali. Michael e eu fomos para a minha casa, como fazíamos quase toda tarde. No caminho nós falamos sobre coisas aleatórias, até que chegamos ao assunto Ohio. Sua expressão se contraiu como se sentisse dor ao pensar naquilo. Seus lábios se comprimiram numa linha, rígidos.

— Falta menos de um mês — ele disse com amargura, enquanto deslizávamos pela calçada.

— 31 dias. É bastante tempo. — eu disse, mesmo estando certa de que aquilo era mentira.

— Eu queria que tivesse uma maneira mais fácil disso acontecer, de você não ter que abrir mão de nada. — ele disse baixinho, chutando a neve de seus pés.

Eu levei minhas mãos até seu rosto gélido, o segurando, fazendo-o me olhar. Seus olhos verdes perdidos demais para me olharem realmente. — Não estou abrindo mão de você, Mike. Nunca faria isso, e você sabe disso — eu disse convicta, minha voz quase falhando. — Eu... Eu só não quero te perder — eu sussurrei.

Michael não falou nada, apenas entrelaçou seus braços ao meu redor, me aconchegando num abraço apertado. Seguimos para a minha casa em silêncio — num silêncio confortável, porque qualquer palavra errada poderia desmoronar o castelo de cartas que construímos sobre a água.

Ficamos enrolados numa manta no carpete da minha sala, tomando chocolate quente. Meus peixinhos estavam perto da lareira — Larry e Jerry —, para tentarem se aquecer. Minha mãe disse que eles não durariam muito no inverno e eu me preparava para um enterro toda manhã.

— Não quero que eles morram — eu disse, olhando para o aquário. Os dois peixinhos estavam escondidos agora. — Todos morrem — eu disse num tom de desconsolo, me encolhendo nas mantas.

— Eles vão ficar bem, eu acho — ele disse, mas sua voz não transmitia muita confiança no que dissera. Ele não queria me iludir, eu deduzi.

E como sempre, no fim da tarde, Michael foi para a sua casa, deixando seu lugar aquecido no meu coração. Fiquei sentada embaixo da minha janela até mamãe chegar. Depois que jantamos, fui para a cama.

Aconcheguei-me embaixo dos cobertores, deixando apenas meu rosto para fora. De repente ficou difícil de respirar, o ar pareceu sólido demais para ir para os meus pulmões. Minhas mãos inquietas seguravam meu peito, como se algo fosse cair dali. Slides de como poderia ser no próximo mês rolaram pela minha mente. Michael magoado demais comigo por tê-lo deixado; eu magoada demais por tê-lo magoado. Nós estaríamos longe demais para segurar o mundo um do outro. E eu não sabia se ainda sabia como viver sem ele.

Mas eu já estava complexa, eu iria para Ohio. Mas não estava a fim de pagar o preço por aquilo. Michael deixava claro, sempre que tocávamos no assunto, que aquilo seria o nosso fim. Mesmo que eu estivesse convicta de que faria o possível para não ser o nosso fim.

“Eu não queria que tudo acabasse assim... Não queria te perder assim”, ele disse, enquanto estávamos deitados na minha cama.

 

Eu mal consegui dormir naquela noite, enquanto eu pensava na minha futura dor. Enquanto eu tentava me convencer que ele estava errado; de que ele não seria capaz de desistir assim tão fácil de mim. Enquanto eu derramava as lágrimas antecipadamente.

Meus olhos estavam rodeados por olheiras roxas naquele dia, meus lábios rachados e minha pele sem cor alguma. Eu não tive o trabalho de pentear meus cabelos ou tirar meu pijama. Eu só queria ficar encolhida sobre a minha cama e aproveitar a solidão. Eu queria poder pensar um pouco.

Não respondi as mensagens dele naquele dia, e ao contrário do que eu queria, tirei meu pijama. Tomei um banho rápido e me vesti para o frio árduo que estava lá fora. Dispersei-me pelas ruas congeladas, até a casa roxa no fim da rua. Toquei a campainha algumas vezes, ouvindo os passos pesados na madeira. Adam abriu a porta, de mal humor.

— Não me lembro de ter contratado uma palhaça para vir aqui hoje, megera — ele disse, em tom de zombaria. Mas logo após me envolveu num abraço, um abraço que eu tanto sentira falta.

— Estava sentindo sua falta, dude — eu disse, enquanto nos afastávamos lentamente. Ele me segurou pelos ombros, com os olhos marejados.

— Sua megera! Senti tanto a sua falta, meu Deus — ele disse, me empurrando para trás. Eu ri, batendo no seu braço.

Ficamos o resto da tarde jogados na sua cama, contando tudo que acontecerá no tempo que mal nos falávamos. Adam e Tyler haviam se reconciliado, mas ele continuava frustrado: Tyler não queria que ninguém mais soubesse sobre eles. Adam também havia sido aceito em três universidades, e a que eles mais cogitava era Stanford. Ele estava animado para ir para a Califórnia, “Muita praia e garotos que queiram me assumir para seus pais”, ele disse, amargurado.

Contei-lhe sobre ter sido aceita na Scott Willamette High School, e ele deu gritinhos agudos, enquanto chacoalhava a cama. Eu me senti realmente feliz por ele estar me apoiando naquilo, e amargurada pelo Mike não conseguir fazer o mesmo. Mas vi seu olhar se entristecer quando lhe contei sobre o que Michael achava sobre aquilo, e como eu me sentia mal por aquilo.

— Garotos são complicados, menos eu, eu sou quase garota — ele disse, me fazendo rir baixo. — Mas, Lena, faça o que achar certo, tudo bem? O que importa até bem aqui na minha frente — ele batucou seu dedo no meu nariz; dei-lhe um sorriso sincero, me acolhendo nos seus braços mais uma vez.

No fim da tarde, quando voltei para casa, me sentia realmente feliz. Uma felicidade que só Adam podia despertar em mim. Fechei a porta atrás de mim, pendurando meu casaco no cabide do hall. Enquanto eu deslizava pelo chão, podia ouvir uma voz bem conhecida na cozinha. Sua voz de veludo me despertou, me fazendo quase correr até onde ele estava.

Michael estava sentado ao redor da mesa, enquanto ele e minha mãe conversavam sobre algo. Os dois riam espontaneamente, sem notar que eu estava ali.

— Alena ficou realmente feliz por ter sido aceita nessa escola — minha mãe disse, enchendo uma xícara de café e colocando a sua frente. — Ela sempre foi muito sonhadora, sabe? — Michael assentiu, como se se sentisse orgulhoso por mim.

— Eu sei... Ela é incrível — ele disse, abaixando a cabeça, como se estivesse envergonhado. Minha mãe concordou, bebericando seu café.

Voltei um pouco para trás, entrando na cozinha como se tivesse acabado de chegar. Michael me lançou um sorriso caloroso, acompanhando meus movimentos até ele. Mamãe me serviu uma xícara de café. Bebi o líquido rapidamente, enquanto Michael nem tocara no seu — ele odiava café.

— E então, Mike, depois que se formar, pretende continuar na música? — minha mãe perguntou aleatoriamente. Ele assentiu, sem muito ânimo.

Nós subimos para o meu quarto, em silêncio. Michael agora estava quieto, distanciado. Quando ficamos sozinhos no meu quarto, ele deslizou seu corpo até a janela, fitando o lado de fora. Fui até ele, receosa. Ele me olhou, seu olhar amargurado.

— Onde você estava? — ele perguntou baixo, seu cenho franzido.

— Eu estava com o Adam — respondi. — Decidi visita-lo, estava com saudade...

— Por que não respondeu minhas mensagens? Nem retornou minhas ligações? — ele indagou, irritado. Sua voz era ríspida.

— Eu precisava pensar... Em tudo que está acontecendo. Precisei de um tempo para mim — eu disse, cautelosamente, escolhendo as palavras que diria.

— Um tempo de mim, você quis dizer — ele murmurou, apático. — Você é sonhadora demais para ficar presa a um cara como eu, certo? — Ele debochou, sorrindo duramente em seguida. Maneei a cabeça, incrédula.

— Você só pode estar brincando — eu ri, sem humor. — Achei que você tivesse entendido. Não estou te deixando, nem nada do tipo... Só não quero jogar uma oportunidade como essa no lixo! — eu disse, suspirando.

Michael não argumentou, nem lançou alguma das suas contradições negativas, ele apenas beijou minha bochecha e se dispersou para fora. A porta bateu levemente quando ele saiu por ela, me deixando ali, atônita. Pela janela do meu quarto o vi sair embaixo da chuva de neve que caia lá fora. Em pouco tempo eu já não podia mais vê-lo.

— Por que Michael foi tão cedo? Estava fazendo panqueca para nós — minha mãe indagou enquanto eu descia as escadas. Dei de ombros, me jogando no sofá.

Fiquei o resto da noite vendo filmes aleatórios que passavam na TV, sem interesse algum. Nenhum era o suficiente para distrair meus pensamentos naquele momento.

Quando já estava tarde demais para eu continuar matando tempo ali, fui para o meu quarto. Eu teria que encarar a solidão alguma hora, encarar a realidade que batia na minha porta. Mesmo que não fosse o que eu queria. Mesmo que fugir não adiantasse em nada, era o que eu mais queria. Fugir, apenas fugir. Como uma covarde.

 

Ao contrário do que pensei, consegui dormir naquela noite. Mesmo que o meu Castelo estivesse desabando sobre minha cabeça, eu consegui a manter na sanidade.

Não havia mais tanta neve naquele dia, o sol estava praticamente escondido atrás das nuvens, mas ele conseguiu derreter um pouco da neve que cobria a cidade. Guiei meu corpo pelas ruas movimentadas da cidade, com passos lentos, tentando me preparar para o que viria a seguir. Para qual Michael eu encontraria quando chegasse lá.

Bati palma no seu portão algumas vezes, até que Karen, sua mãe, veio atender. Seus olhos cansados como sempre, e seus cabelos louros mal arrumados. Michael era realmente muito parecido com ela. Ela abriu o portão para mim com um sorriso gentil, fazendo sinal para que eu entrasse. Assim fiz, acompanhando-a até a sacada.

— Michael está lá encima — ela disse, amigavelmente. — Não o leve muito a sério hoje, tudo bem? Ele está um pouco... Sensível — assenti, sorrindo.

Subi até lá lentamente, até parar enfrente ao seu quarto. Bati levemente na mesma, ouvindo murmúrios do outro lado. Ele destrancou a porta e a abriu, escorando-se no batente.

— Não sei porquê está aqui — ele disse, áspero.

— Estou tentar consertar as coisas — respondi.

— Não se pode consertar tudo, sabe? Às vezes só não se pode consertar tudo — sua voz ainda era áspera, mas era mais controlada. Seus olhos estavam olhando por sobre meus ombros.

— Por que está fazendo isso comigo? Está sendo difícil para mim também, mais do que você pode imaginar — eu disse com exaustão, deixando meus ombros caírem sobre meu torso.

— Eu não quero que tente se explicar. Faça o que acha certo. Faça o que o seu coração mandar. Não há mais nada que eu possa fazer, Alena — ele disse, fechando a porta. E eu continuei parada ali, atônita.

Ele tinha acabado de desistir de tudo, de nós. Ele desistiu de tudo que éramos e que um dia poderíamos ser. Ele deixou escapar por entre seus dedos algo que ele disse que nunca deixaria ir. Eu quase pude ouvir o som de todas as promessas que fizemos, se quebrando ali, na minha frente. Naquele momento, tudo que um dia significava tudo para mim, virou nada. Virou pó e voou com o vento.

Estávamos acabados. O meu “para sempre” estava em chamas. E o que costumava me curar, tinha acabado de fazer o corte mais profundo de todos. Meu mundo inteiro se virou no avesso em um segundo. E a minha única certeza se tornou uma incerteza sombria.

 

“O futuro não está gravado em pedra. As circunstâncias mudam.” (Crepúsculo – Stephenie Meyer) 


Notas Finais


Vamos todos chorar em coro agora. Bom, eu acho que ainda tem uns 3/4 capítulos por virem, então, se preparem. Mas eu atualizo tão constantemente (saquem a ironia) que vai demorar para acabar, haha.
Bom, nos vemos aí nos comentários, amores!
Bjbjbjbjbj *-*


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