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História Skyriver - Mar de Almas


Escrita por: Zordon1711

Capítulo 6 - Mar de Almas


Fizemos um massacre maior do que a Morte fez no dia do Grande Batismo. 

Quando chegamos na Terra da Magia, se bem me lembro deviam ser umas 20:00 horas, por aí. Ficamos até de madruga limpando a cidade e resgatando sobreviventes de áreas de risco. Os corpos ficaram espalhados por toda a cidade, mas por algum motivo de algum tempo eles começaram a virar uma fumaça azul. Glow City estava segura novamente, e muitas pessoas conseguiram sobreviver ao ataque, principalmente aquelas que não foram para o Grande Batismo.

Estávamos exaustos, nossas manas esgotadas, junto de nossa energia. Minhas pernas doíam, de tanto correr e pular por aí, levando sobreviventes no colo ou utilizando magia. Mesmo assim, ainda tínhamos duas coisas a fazer antes de descansar. A primeira era ver a situação do povo, e a segunda, ver a praça da prefeitura, local que não tínhamos ido ainda, onde ocorreu o Grande Batismo, onde sempre ocorre, na real.

Nós tínhamos levados todos eles para a área residencial onde encontrei Violet. Agora que a cidade estava segura, os avisamos que poderiam retornar às suas casas. Muitos estavam em bom estado, e os feridos eram poucos. Violet os curou usando uma magia simples de cura, que levava tempo para restaurar os tecidos e parar a hemorragia, além de demorar para restaurar sua linha de vida.

Uma pequena aula sobre anatomia Nephil. Os humanos normais possuem o corpo, que é invólucro material e físico para a alma, que seria os seus sentimentos e personalidade. Um corpo com uma alma não é considerado vivo, se não tiver uma linha de vida. A linha de vida seria como... seus pontos de HP, pontos de vida, de um jogo de RPG. Um corpo com uma linha de vida, e sem uma alma, também não é considerado vivo. Além do corpo, a alma e linha de vida, para um humano ser considerado vivo ele ainda tem que ter uma linha de sangue, ou seja, que o corpo esteja "vivo", com um coração bombeando sangue pelas veias e artérias. Isso seria a linha de sangue.

Resumindo, para que um corpo seja considerado vivo, ele deve estar "vivo" pela linha de sangue, com os órgãos funcionando e tudo o mais, e com o sangue circulando. Além de possuir uma alma, que seria seu "corpo" espiritual e mágico, e uma linha de vida. Quando um corpo não possui uma linha de vida, ele é considerado morto, da mesma forma se ele estiver sem uma linha de sangue ou uma alma.

Os humanos dotados de magia, os Nephils, tanto quanto outras raças mágicas, tem duas linhas extras. Além do corpo material, do corpo espiritual, a alma, a linha de sangue e vida, nós possuímos uma linha de magia, que é fisíca, como veias, que nos permite utilizar nossas habilidades mágicas, e uma linha de aura, uma linha mágica. Aura seria o encontro da alma com a linha de sangue, ou seja, "vida espiritual e material", como dizem os estudiosos. Com essas duas linhas, podemos utilizar diversos poderes dignos de um jogo de RPG, só que com mais liberdade, claro.

A linha de magia de um Nephil, ao nascer, é composta por mana. Mana seria o alimento sagrado dos Judeus, mas aqui a mana é um líquido de coloração azul cristalino brilhante. Por mais que seja a mais comum, não é a mais poderosa. A composição de uma linha de magia pode ser trocada fisicamente, a partir de um cirurgia, que o único lugar que eu vi que faça isso foi na Nova China. Mas ela pode ser trocada por métodos mágicos, como rituais. Já ouvi casos de pessoas com mais de uma linha de magia.

- Essas pessoas devem ter passado por muita coisa. - Disse Violet, enquanto terminava de curar um ferimento no ombro de um homem.

- Com certeza. Um genocídio desse nível não acontece a anos na Terra da Magia. Por sorte, o povo é ensinado bem. - Ray falou, enquanto ajeitava sua máscara.

- Há muitas coisas sem sentido nisso tudo. - Falei enquanto fitava a parede da casa. Ray e Violet olharam para mim. - Se estão se perguntando, eu aponto os pontos. Aponto os pontos. É esquisito falar isso.

Me sentei no sofá da casa que estávamos, e Violet estava demorando na cura. Talvez não estivesse prestando atenção no que estava fazendo e estava focada no que eu ia dizer. Percebendo isso eu a avisei:

- Violet. - Fiz um sina com a cabeça, apontando o ferimento do homem. Ela voltou a realidade, e curou completamente o ferimento do homem, que agradeceu, pegou uma espada que estava encostada na parede, e saiu para procurar sua família.

- Tá, pode continuar. - Ela disse, se sentando no sofá oposto. Ray permaneceu escorado na parede.

- Um: Por que a Morte faria isso? Dois: Por que as almas continuam na Terra? Três: Por que enviar servos fracos daqueles? Quarto: Por que justamente nesta época? E não em outro Grande Batismo? - Eu falava, enquanto enumerava com os dedos.

- Bom... Eu... Realmente não sei responder. - Violet deu de ombros e deitou no sofá.

- Os servos foi para limpar o resto. - Ray rompeu o silêncio, frio como sempre. - Mas o por quê de serem fracos eu não sei. Sobre a época, não sabemos o que aconteceu nos últimos dois anos aqui. - Ele relaxou as costas na parede. - E... Por que Bill nos enviou? Onde estão os Cavaleiros Celestiais?

- Mortos.

Todos se assustaram. Violet pulou do sofá, com as mãos brilhando com sua magia preparada. Ray puxou as adagas, e eu me levantei e puxei as espadas, olhando para todos os lados.

- Calma gente, sou eu caramba. - Ao olharmos para cima, vimos o que parecia partículas roxas e rosas flutuantes, que mudavam de tom para um azul, e depois para verde.

- Que porra é essa Bill? - Disse, totalmente assustado e puto com ele.

- Magia, consigo me comunicar com vocês e os ver mesmo estando na Haled. - A voz dele parecia que estava sofrendo alterações de um modulador de voz,

- Eu não tava falando disso cace... - Antes que eu já começasse minha série de xingamentos, Ray me interrompeu.

- O que quer dizer com mortos? Não é possível, eles são os melhores guerreiros de toda a ExoTerra! - Ray mostrava admiração por eles.

- Acontece que a maioria eram pais e mães que não batizaram seus filhos, e não se usa uma amadura, com feitiço para esconde-la ou não, numa cerimônia daquelas.

- E tu me fala isso só agora! Vai toma bem no meio daquilo que você chama de... - Violet que me interrompeu dessa vez.

- Praça...

- É... não, não é praça, é aquilo que todo mundo usa para cagar, chamado... - Eu ainda estava pê da vida com ele, e apontando para aquelas partículas, eu ia destroçar ele nos xingamentos, mas pelo jeito Violet não queria briga, por que ele me interrompeu de novo.

- Não, a praça, precisamos ir para lá. Bill, depois você explica o resto pra gente.

Ela saiu apressada pela porta, Ray olhou para mim, deu de ombros e foi junto.

- Eu ainda te xingo tudinho, purpurina. - Abaixei a mão e segui Violet.

- Por que saiu apressada? - Ray e eu perguntamos juntos, em uníssono. Fizemos um high five em comemoração à nossa mente conectada.

- Eu... tenho que ver uma coisa. - Ela parecia muito preocupada.

Olhei preocupado para ela também. Provavelmente percebeu alguma coisa que não havíamos notado antes.

Ao chegarmos na praça, encontramos a estátua de Lorde Schincariol IV sem a cabeça. Mas à frente, vimos um amontoado de corpos. Muitos, mas muitos corpos. Milhares de pessoas mortas, cobrindo todo o piso asfaltado na frente da prefeitura. Sobre o grande altas, os padres estavam caídos sobre ele, uns até com a cara dentro das bacias.

- Bill, quando que isso aconteceu? - Violet não parecia horrorizada com a visão, mas continuava com aquela cara dela de que descobriu algo.

- Já falei, ontem. - A purpurina voltou do nada.

- Você sabe que o fuso horário daqui e de lá é muito diferente né?

- Ah, sim. Esqueci. Bom... - Ele ficou em silêncio por alguns segundos - Na Terra da Magia, isso aconteceu faz três dias.

- Como na Haled aconteceu ontem e aqui já faz três dias? - Perguntei, confuso.

- Nem queira entender.

- Não vou querer mesmo.

- Garotos. - Violet chamou nossa atenção, enquanto continuava fitando os corpos. - Olhem bem.

Ray e eu subimos um pouco mais no morro onde estávamos, com uma visão área da cena. Até o purpurina parece que se aproximou.

Fiquei olhando aquilo por alguns minutos, até finalmente entender a situação. O massacre ocorreu faz três dias, mas ao olhar os corpos, eles continuam...

- Intactos...

- Exatamente. - Violet pulou do morro, parou do lado do padre morto, do qual conferiu a pulsação.

- Ele ainda possui pulso. É como se estivessem desmaiados...

- Então... isso só quer dizer uma coisa... - Ray pigarreou.

- Só estão sem alma. - Completei.

- Sky, consegue usar seu poder ocular? - Violet me perguntou.

Bom, eu possuo um poder ocular, mas não é um Sharingan. Tá mais pra um Byakugan. De qualquer foda, esse poder ocular é algo básico quando você fez o Regime Soulista. É uma magia que faz com que sua mana apure ainda mais seus sentidos oculares, fazendo você ver a linha de mana, sangue, vida, aura e alma da pessoa, além de outros resíduos mágicos. O único problema, é que eu não tenho muita mana, e para usá-lo eu precisaria de pelo menos metade da minha quantidade base, coisa que eu não sabia se tinha no momento, e acho que Bill percebeu isso.

- Aqui, para vocês. - A purpurina falou, séria.

Do nada, um brilho surgiu em nossos antebraços, como um bracelete. Ele se materializou, revelando um bracelete que cobri uma parte de nossos antebraços, de um metal que se parecia uma rocha, cinza escuro, com um tipo de painel digital, onde se encontrava três barras, um vermelha, uma azul e uma verde. Eu, como um grande e renomado gamer do mundo chamado meu quarto, reconheci na hora o que cada uma significava. A vermelha seria minha vida, ou seja, minha linha de vida. A azul minha mana, e a verde seria a Stamina ou energia, mas como é meio difícil de por isso em pontos, devia ser a barra de Aura.

- Como... - Perguntei, meio atônito. Era como se estivéssemos em um RPG de realidade virtual.

- Não é você que diz que tudo é possível com magia? De qualquer forma, esse bracelete deixa as coisas mais fáceis para vocês, principalmente para você SKy, que é um gamer renomado...

- Tu lê mentes cara?

- Ele mostra sua linha de vida, mana e aura em pontos - Ele me ignorou total. -  Além de ter um botão em baixo das barras, que abre um painel na frente de vocês, que cataloga os itens que vocês estão carregando.

- Resumindo, você transformou isso tudo num RPG real? - Falei, agora animado com esse novo brinquedo.

- Podemos dizer dessa forma. Ele também possui um link de alma com vocês, um Soulbound. É impossível retira-los do pulso. Mas assim como suas armaduras, vocês podem esconde-los.

- Lindo. - Eu estava fascinado com aquela parada.

- E então Sky? Consegue? - Violet perguntou mais uma vez, olhando impaciente para mim.

- Eu... não sei. Se eu usar sem ter a quantidade de mana necessária, vai demorar eras pra eu recarregar do negativo.

- Ele também cataloga habilidades. - Bill interviu.

- Ah.

Apertei no botão do bracelete, e um painel mágico apareceu na minha frente, com abas e catálogos iguaizinhos de um RPG, e pelo jeito eu podia personalizar. Mas sem perder tempo, selecionei minhas habilidades, e lá estava meu Olho Animal. É, isso aí. Esse é o nome do poder ocular que lhe permite ver as linhas mágicas das pessoas. Minha mana era suficiente.

- Pra já chefia.

Ainda em cima do morro, usei minha habilidade, e me impressionei.

Os corpos ainda possuíam uma linha de sangue, magia, vida e aura, mas não possuíam almas. Olhando mais acima, o que pareciam ser fantasmas circulavam toda a cidade. Era uma cena aterrorizante, uma quantidade imensa de almas cobrindo todo o horizonte.

Me assustei, e desativei a magia.

- O que viu? - Ray continuava calmo.

- Os corpos estão sem almas, mas apenas isso.

- Se assustou por isso?

- Não... é que...

- Fala, Sky! - Violet gritava lá de baixo.

Fazendo um suspense digno de novela mexicana, olhei para todos, e disse...

- Eu vi gente morta.



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