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História SLAVE TO LOVE - Expectativa x Realidade


Escrita por: Sasciofa

Notas do Autor


Boa noite pessoas do meu ❤
A autora quase fofa, voltou à ativa. Sendo assim, temos nuvens carregadas no céu, que prometia bonança para os nossos personagens 😉

Capítulo 25 - Expectativa x Realidade


Fanfic / Fanfiction SLAVE TO LOVE - Expectativa x Realidade

Expectativa  x Realidade 

 

 

CHRISTOPHER 

 

Minha relação com Mari, é tudo que sonhei e muito mais.

Mesmo tentando ser positivo a maior parte da minha vida, bem lá no fundo, nunca acreditei que pudesse ser amado plenamente e tão pouco viver um relacionamento equilibrado. 

Se bem que às vezes, percebo alguns impulsos de super proteção por parte dela. Principalmente, em situações em acredita que estou me colocando em perigo, mas para mim são corriqueiras. 

E depois da última consulta, em que ela me acompanhou, esse cuidado aumentou. Já que o Dr. Dunhil foi taxativo ao dizer, que mesmo tendo recuperado a sensibilidade em alguns pontos das pernas e dos pés, será muito difícil que eu volte a andar. A não ser, que ocorresse uma cura milagrosa. 

Porém, o que ele podia afirmar, é que eu passaria a sofrer com as dores das quais já vinha reclamando, só que agora com mais intensidade e frequência. E por isso, aumentou minha dose de analgésicos e que de forma alguma, eu deveria deixar de toma- Los.

Saí arrasado da consulta, por mais que eu negasse, ainda tinha um pouco de esperança em voltar a caminhar. E à partir da entrada de Mari em minha vida, desejei mais do que nunca isso. 

O que me adiantou tanto esforço e sacrifícios na fisioterapia, se só recuperei a sensibilidade para sentir mais dor e  vou ter que continuar usando essa bendita cadeira ?!

Porém, logo me arrependi de pensar assim. Cada centímetro que eu era capaz de sentir, significa muito. Representa horas de esforço e sofrimento, de mais a mais, eu já sabia que a probabilidade era pequena.

E o que interessa, é que Mari me aceita como sou.

 Se bem que desde o dia do churrasco, notei uma mudança no comportamento dela. Talvez ela tenha ficado constrangida, por conta da situação com os degraus. Porém, não me senti envergonhado ou rejeitado.

Mari não tem ideia de quantos lugares, não estão preparados para receber um deficiente. E no caso dos amigos dela, não houve uma intenção deliberada, o que em alguns locais fica óbvio. 

Esses locais dificultam o acesso, como se ter um frequentador deficiente, prejudicasse de alguma maneira a imagem do estabelecimento. 

Tentei conversar com ela sobre o assunto, mas isso nos levou a uma discussão. 

 

FLASHBACK ON

 

Era domingo, o dia após o churrasco que infelizmente teve que ser interrompido por conta do mal-estar da anfitriã. Tinha amanhecido um dia ensolarado e sugeri a Mari que fôssemos caminhar no Central Park. Ela havia me dito que gostava de caminhar ao ar livre e, às vezes até arriscava dar uma corrida, portanto o dia estava perfeito. 

Porém, a reação que recebi em resposta ao meu convite, foi surpreendente. 

- É melhor não. – disse evitando me encarar – Não acho legal te deixar esperando, enquanto corro e me divirto. Nós podemos achar outra coisa para fazer juntos.

- E por que você acha que preciso ficar te esperando, Mari ?

- Ora, Chris !!! Não complique as coisas. -responde me dando as costas – Não quero te expor à mais nenhuma situação constrangedora. 

Por um instante, fiquei sem ar ... Mariane não podia ser preconceituosa, por Deus não !!!

- Eu não estou complicando, apenas quero esclarecer. – falei em um tom frio, tentando conter a raiva que sentia naquele momento – Posso te acompanhar, enquanto você caminha ou corre, desde que você não queira dar uma de Usen Bolt. Sempre que Julian tinha um tempo, fazíamos isso. E a qual situação você está se referindo? 

Ela passou as mãos pelo cabelo e finalmente me encarou, em seu olhar vi pela primeira vez, algo que preferi acreditar ser compaixão. 

- Ontem na casa da Carina !!! – a voz embargada e a distância que mantinha de mim, estavam me dilacerando – Eu não sabia o que fazer !!! Não me atentei sobre a possibilidade e ...

- Você se sentiu envergonhada por estar comigo, é isso ?!- interrompi, pronto para cortar o mal pela raiz.

- Não !!! Meu Deus, como você pode pensar isso ?! – agitada andou de um lado para o outro, enquanto falava – Só não quero que você sofra !!! Me senti culpada por você ter que passar por aquela situação. Eu te amo demais.

- Eu não sofri com o que aconteceu ontem, Mari. Já passei por situações piores.- disse conduzindo a cadeira para próximo dela – Porém, nesse instante estou sofrendo ...

- Por que, meu amor ?! O que eu posso fazer para te ajudar ?! – perguntou praticamente em pânico. 

- Porque achei que você estivesse arrependida de estar comigo ...

- Nunca !!! Eu te amo, Chris !!! –  me interrompeu, sentando em meu colo.

- Hum... E você pode começar a me ajudar, me dando um beijo. 

- É pra já, meu amor.

 

FLASHBACK OF

 

Todavia, depois desse pequeno atrito, ela passou a ser mais cautelosa, me fazendo lembrar da forma de agir de Julian. E eu para evitar brigas, finjo não perceber, tento relevar. 

Mas sinto que depois daquele churrasco, algo mudou na forma como Mari me vê... 

 

 

Depois de um dia produtivo no trabalho, decidi fazer um jantar especial para minha princesa. Ela vem trabalhando muito, assumindo novas responsabilidades no escritório e o novo projeto está sugando suas energias. 

Após um longo banho, preparei uma massa e uma bela salada. Coloquei o vinho preferido dela para gelar e estava pronto para ir busca -la, quando o meu celular tocou com uma chamada dela.

- Oi, princesa !!! Já estou indo te buscar.

- Oi, Chris. Foi justamente por isso que liguei. – havia ao fundo vozes e uma música tocava – O pessoal do escritório vai sair para jantar e dançar, eu vou com eles. Depois pego um táxi para voltar. 

- Ah, entendo.- tentei esconder meu desagrado-Tudo bem, bom divertimento. 

- Até mais tarde, bebê. 

Certo, o pessoal do escritório ... será que ninguém do grupo namora, é casado?

Ou só vão os funcionários ?

Essa pergunta ficou martelando em minha mente, enquanto eu guardava o jantar na geladeira e arrumava a cozinha. Tinha perdido completamente o apetite. 

E pensando bem, eles tinham decidido sair somente ao final do expediente? 

Porque se ela demorasse mais um minuto para ligar, eu já estaria no caminho do trabalho dela. Não quero ser o tipo de namorado que sufoca, entendo que ela queira fazer outras coisas que não me envolvam, mas essa saída repentina me parece estranha. 

Sem conseguir parar de pensar nessas perguntas, liguei para ela.

Dane- se se vou parecer um idiota carente e ciumento !!!

Na segunda tentativa, ela atendeu com um tom de alarme na voz:

- Chris, aconteceu alguma coisa ?! Você está bem ?!

Por que ela sempre me atende com esse tom alarmado, como se a qualquer momento tivesse que me levar à um hospital? 

- Estou bem, Mari. Quero te perguntar uma coisa... – fiz uma pausa e fui direto ao ponto – Quando vocês combinaram esse programa ? E só foi o pessoal do escritório? 

- Chris, o pessoal já vinha falando sobre isso há alguns dias, mas eu não tinha me decidido a vir. E algumas pessoas vieram com seus respectivos parceiros, mas já tinham decidido vir, assim que foi cogitado o programa. Mas por quê,  você está me perguntando isso? 

- Por nada. Curiosidade apenas. – falei friamente.

- Olha, se você quiser vir para cá ...

- Não, de forma alguma !!! Divirta-se. 

- Eu só não te chamei hoje a tarde, porque depois do jantar, vamos dar uma esticada e sair para dançar. E pensei que você, talvez não quisesse ...

- Você pensou, Mariane ?! Pensou mesmo ?! – o sarcasmo era óbvio na minha voz, assim como a mágoa – Olha, vou desligar. 

- Chris ...

Ainda ouvi quando ela me chamou, mas encerrei a ligação. 

Estava muito bom para ser verdade, eu devia saber !!!

Mariane era igual às outras pessoas que acham que um deficiente, não pode frequentar uma danceteria. Eu posso não dançar convencionalmente, mas poderia ter ido e aproveitado a noite na companhia dela, ter apreciado a música. 

Na verdade, ela não quis minha companhia e a razão é óbvia: sente vergonha de estar comigo. E eu idiota, achando que dessa vez, seria diferente. 

Mas não vou permitir que ninguém me faça sentir inferior. E por mais que eu a ame, não vou permanecer em um relacionamento, em que minha parceira tenta me manter afastado do seu convívio social. 

 

 

Mais uma vez decepcionado, fui para o meu estúdio. 

Trabalhar é minha válvula de escape, me transporta para outros lugares. Cada joia que desenho adquire um significado e, nesse momento, eu só queria ser normal. Sendo assim, não consegui desenhar nem mesmo um simples anel.

Pela primeira vez, em anos estou desejando algo que não posso ter e sinto a revolta se avolumar em meu peito. 

Sem perceber, acabei por desenhar a mim e Mari, em pé abraçados. Ela me olhava com amor e a cidade de Nova York era o plano de fundo, porém sem seus obstáculos. 

Olhei para o desenho e vi refletido meu sonho.

Meu sonho impossível. 

- Chris !!! Bebê !!! – Mari entrou intempestiva, com uma expressão de preocupação. – Por que você não respondeu ?! Quer me matar de preocupação ?!

- Eu não ouvi.- disse diminuindo o volume do aparelho de som – E você sabe que quando estou trabalhando, me desligo completamente. Mas o que está fazendo em casa ?

- Eu desisti de ir dançar ...

- Ora, e por que ? Não há nada que a impeça. – mais uma vez não consegui controlar o meu sarcasmo. 

- Christopher  ...

- Sim, Mariane ?

- Eu não sei o que você está pensando, mas não ...

- Realmente, não sabe.- a interrompi bruscamente.

- Você pode por favor, me deixar falar ?!- disse irritada. 

- À vontade. – me ajeitei na cadeira, pois repentinamente passei a sentir uma dor intensa.

Droga !!! Só me faltava essa, pensei, tentando me lembrar se havia tomado a medicação da noite para dor.

Obviamente que não, já que não tinha comido nada.

- Christopher, você está me ouvindo ?! – questionou ficando à minha frente com as mãos na cintura. 

- Eu ... desculpe. O que você disse? – tentei focar minha atenção nela, mas as ondas de dor nas costas e nas partes em que recuperei a sensibilidade, estavam me deixando atordoado. 

- O que foi ?! Você está pálido ...

- Eu não ... – uma forte náusea impediu que eu falasse. 

- Ai meu Deus !!! Amor, me diz o que você está sentindo !!!

Fechei os olhos, tentando me recuperar e conseguir dizer alguma coisa. 

- Mari o meu remédio .,. Eu preciso deitar ...

Trêmulo e suando frio, deixei que ela conduzisse a cadeira até o quarto. Precisei de ajuda para me deitar e quando ela ajeitou minhas pernas na cama, senti as lágrimas que tentei conter, escorrendo pelo meu rosto. 

Mari trouxe os comprimidos e me ajudou a tomar. 

Ficou ao meu lado, segurando minha mão e parecia estar fazendo uma oração. 

Após alguns minutos, consegui respirar normalmente e, consequentemente pensar com clareza. 

Puta que pariu !!!

Tudo o que eu menos queria na vida, é que ela me visse frágil desse jeito. E olha o que me acontece !!!

Agora, que eu a tinha perdido de vez.

- Obrigado, Mariane. – falei olhando rapidamente para ela.

Não vou suportar ver a pena em seu olhar. 

- Bebê, o que está acontecendo ? 

- Você sabe o que está acontecendo ... Nós. Eu e você. Acabou.

Se era para terminar, que fosse rápido e de uma vez. 

Que doesse de uma vez por todas !!!

 

 

CARINA 

 

Medo me resume. 

O silêncio de Douglas, me aflige mais do que se ele estivesse exigindo algo.

Depois daquele dia, ele simplesmente sumiu. Andei sondando Will e até da academia, tinha desaparecido. 

Eu não sei o que fazer, me sinto perdida.

Cheguei a cogitar a possibilidade de contar para Will, mas sabendo como ele é orgulhoso, logo descartou essa ideia. Preciso de outra alternativa ... só não sei qual.

Maldita a hora, que me envolvi com esse cafajeste. 

O sexo era bom, mas não vale essa dor de cabeça. 

E o que mais me irrita, é me sentir nas mãos dele.

 

 

Mesmo tendo conversado com Maya e traçado um plano de ação, decidi tomar as minhas próprias providências. 

Fui para o apartamento de Douglas e com muita lábia e persuasão, consegui entrar no edifício. O porteiro, só não soube me informar ao certo, se ele estava em casa. 

Mas pelo pouco que conhecia da rotina dele, decidi apostar que ele não estava. Afinal, às dez da manhã e em pleno dia da semana, ele deve estar trabalhando. 

Abri a porta sem dificuldade, entrei e de imediato fui assaltada por uma onda de lembranças. Não posso negar, que passei bons momentos ao lado dele. Porém, para mim foi só sexo, contudo agora eu estava encrencada justamente,  porque o meu parceiro entendeu de outra maneira. 

Mais uma vez, o machismo imperando. 

Os homens tem esse tipo de conduta há séculos e, não são julgados por isso. Inclusive, tem teorias apoiadas pela ciência de que isso faz parte do instinto deles.

Ora, mas se todos somos humanos, qual a diferença entre o homem e a mulher ?!

Simples : a falsa moral que usam para nos subjugar  !!! 

Fazer com que nos sintamos inferiores e, desta forma usurpam nossos direitos. 

Saí do meu embate psicológico e comecei a vasculhar o pequeno apartamento. Eu nunca tinha notado como ele era metódico com suas coisas e o ar de impessoalidade, que imperava ali. De forma alguma, esse local se parece com um lar.

Não há nada fora do lugar, louça suja na pia ou uma toalha esquecida no banheiro. Tudo em seu devido lugar.

Também não há fotos dos pais, amigos ou possível namorada. 

O closet impecável, parecia nunca ter sido usado. Porém, olhando mais atentamente, vi o que parecia um pôster no fundo de um dos armários. 

Afastei os ternos e me surpreendi com uma foto minha em preto e branco, praticamente em tamanho natural !!!

Um arrepio de horror perpassou pelo meu corpo, Douglas estava se adequando perfeitamente no perfil de um psicopata. 

Ainda perplexa, fui para o pequeno escritório. 

- Olá Car !!! Eu sabia que você não ia resistir e tentaria achar o vídeo. – Douglas estava sentado em sua cadeira e sorria vitorioso – Presumo, que tenha visto a sua foto ? Aquela é uma das minhas preferidas, mas é óbvio que tenho outras. 

Eu permanecia estática, parada à porta.

- Não vai dizer nada ?! É a primeira vez, que te vejo sem palavras. 

O riso sarcástico, me fez despertar do choque. 

- Seu filho da Puta !!! Não pense que vai se dar bem !!! – avancei nele, porém ele segurou meus pulsos com força e riu.

- Eu já me dei bem, meu amor ... você está aqui !!!

- Seu idiota, escroque, cafajeste !!! Eu te odeio !!!

- Odeia ?! Seu corpo diz outra coisa ...

Me empurrou na parede e elevou meus braços, mantendo -os presos com uma mão, enquanto a outra passeava despudoradamente pelo decote da minha blusa. 

Me senti traída, quando meu corpo traiçoeiro, correspondeu ao toque dele. A camisa fina, a qual ele rasgou sem cerimônia, não permitia esconder os bicos turgidos dos meus seios. 

- E então Car, você vai negar que me deseja ?!

O encarei profundamente, antes de responder : 

- Nem sempre a mente e o corpo, estão em sintonia. 

Em um golpe rápido, dei uma joelhada em sua virilha, fazendo- o urrar de dor. Ele tentou me segurar, mas chutei com toda força sua mão e ouvi o som dos ossos se partindo. 

- Sua Puta !!! Você me paga !!! – gemeu em agonia. 

- Isso é só o começo !!! Você mexeu com a mulher errada. 

Saí sem olhar para trás, mas tremendo com medo do que ele possa fazer.

Preciso conversar com Will.

 

 

 


Notas Finais


Beijos de Luz 💋💋💋


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