História Sleeping Monsters (Emison) - Entre a Espada e a Parede...

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- CADÊ A HANNA? - pergunta Emily gritando, sem se importar com a possibilidade do seu pai   ouvir a sua voz alterada.
- Amor eu...
- Não me chama de amor! Eu sei muito bem que você me levou embora do seu Castelo ás pressas, porque sentiu que o seu pai tinha levado a Hanna pra lá...
- Eu não sabia que era a Hanna! - afirma Alison tentando se defender...
- Então é verdade? - a morena pergunta, enquanto deixa o seu corpo cair sobre o sofá - O que vocês fizeram com ela? Vocês mataram a Hanna?

- De uma certa forma, sim e não... Emily... eu preciso te contar algo... e você precisa ser forte...

Música do capítulo: Sara Bareilles/Gravity

PDV EMILY

No momento em que a Alison diz que eu preciso ser forte, eu sinto o resto das poucas forças que já tenho, me abandonarem por completo:
- Pode falar... O que vocês fizeram com a Hanna? - pergunto com a voz meio que embargada, por conta do medo do que estou pra ouvir...
- Em.. a sua amiga foi capturada pela minha madrasta, que a levou pra Transilvânia... Então sim, você tem razão quando diz que eu quis te tirar de lá rapidamente, mas eu juro que fiz isso pra te proteger, até porque eu não sabia quem estava no Castelo além do meu pai e da Paige. Quando eu voltei pra casa, senti a presença de uma humana, e logo percebi que só podia ser uma das Descendentes, pois a ida da minha madrasta até Rosewood, jamais poderia ser em vão. Eu sabia que eles tinham uma carta na manga, mas devido á minha aproximação a você, e ao fato de eu ter eliminado o Noel, eles não me colocaram ao corrente desse plano...
- Continua! - eu ordeno com uma certa ansiedade, pois percebo que no meio de tudo que ela já me falou, o pior está pra chegar.
- A Hanna estava desmaiada, e eu aproveitei pra fingir que não a conhecia... No entanto o meu pai entregou o direito de captura á minha madrasta, condenando a sua amiga á morte...
- Direito de captura? - eu pergunto interrompendo o seu discurso.
- Sim... Significa que quando um Vampiro captura um inimigo, é ele quem decide o seu destino, e a Paige decidiu eliminar a Hanna...
- Oh meu Deus! Pobre Hanna! E a culpa é toda minha - eu digo, enquanto começo a chorar desesperadamente.
- Calma Emily - ela pede ao mesmo tempo que se ajoelha aos meus pés - Eu consegui convencer a minha madrasta a poupar a vida da Hanna, tornando-a numa de nós...
- O quê? - eu pergunto enquanto a encaro com toda a minha fúria.
- Eu.. eu... Emily eu mordi a Hanna, e dentro de três dias ela despertará de um sono profundo, sem alma e sem vida... Dentro de três dias a Hanna se transformará numa Vampira!
- Não, não pode ser! Você não podia ter feito isso com ela - eu a acuso, empurrando-a pra longe de mim.
- Ela já estava condenada á morte amor... Foi o único jeito que eu encontrei pra que você não perdesse a sua amiga pra sempre.. Me perdoa, mas ou era isso, ou neste momento ela estaria morta - diz Alison se justificando.
- Mas agora ela está morta na mesma... Meu Deus! O que eu vou falar pro pai dela?
- Você não deve contar a ninguém o que aconteceu, pelo menos até que ela desperte do seu sono e seja iniciada...
- Iniciada? - eu pergunto confusa...
- A iniciação, é um ritual onde todos os Vampiros da Transilvânia comemoram a chegada de uma nova filha, que ao ser transformada por mim, se torna numa protegida direta de Vlad... Nesse ritual, a primeira coisa que fazem, é trazer um humano até ela, pra que a mesma prove o sabor do sangue e receba o seu poder....
- Não tou entendendo nada - eu digo, mostrando estar bastante confusa.
- Todos os Novos-Vampiros, apenas recebem o seu poder, quando bebem sangue pela primeira vez. No caso da Hanna, eu não permitirei que isso aconteça, pois ao provar o sangue de um humano, a sua amiga se perderá pra sempre. Dentro de sete dias, eu a trarei até você sã e salva! - ela afirma, enquanto se aproxima de mim novamente.
Eu me atiro em seus braços, e me detenho por alguns minutos com a cabeça encostada em seu peito, enquanto escuto o seu coração batendo, algo que me acalma bastante...
- Você promete que vai cuidar da Hanna?
- Juro amor! Juro pela imortalidade de Vlad que nada de mal vai acontecer com ela...
- Porque você está nos ajudando, sendo que chegou a me dizer que somos suas inimigas?
- Porque só de te imaginar sofrendo, todo um abismo se abre dentro do meu peito...

Ao sentir a sinceridade das suas palavras, o meu corpo se arrepia, e quando dou por mim, estou colocando a mão no peito dela, que na verdade, também já é um pouco meu...
Alison me oferece o seu apoio e o seu carinho, enquanto eu passo a madrugada toda chorando, até que por fim adormeço, não sem antes ouvi-la dizer:
- Voltarei em breve amor meu! E trarei a Hanna livre de qualquer perigo...

NARRAÇÃO DA AUTORA:

Após regressar a casa, Alison vai direto aos aposentos onde Hanna se encontra, no mesmo estado de hibernação em que a deixou.
- Eu falei que não queria que ninguém chegasse perto dela - diz a Herdeira furiosa, ao ver que Paige se encontrava ali.
- Estou admirando cada detalhe da transformação da Descendente... É como se eu estivesse revivendo tudo que passei quando...
- Cala a boca! - ordena a loira a interrompendo - Eu já te proíbi de tocar nesse assunto. Chama a Mrs Grunwald, pra que ela venha me ajudar a preparar a Nova-Vampira pro ritual...
Sem proferir mais uma palavra, Paige sai dos confins do Castelo, pra logo em seguida aparecer a Mrs Grunwald, que assim que olha pra Herdeira, percebe certas mudanças na sua forma de estar.
- Eu sei o que estás pensando. Mais tarde te contarei tudo com calma.. Agora ajuda me a preparar tudo pro ritual da menina...
Mrs Grunwald, que criou Alison desde o dia em que nasceu, assente com a cabeça, obedecendo ás ordens da Vamp, que se encontra bastante agitada...

- Vai dar tudo certo, você vai ficar bem - diz a loira enquanto passa a mão pelo rosto gelado da amiga da Emily, sem entender de onde saiu aquele gesto protetor...
Com a ajuda da sua ama, Alison lava o corpo da Descendente, com água de rosas, usando apenas a mão esquerda como mandam os costumes.
Em seguida ela acende uma vela negra, e veste a Hanna com um robe da mesma cor, pra logo em seguida perfumá-la com uma essência de alfazema...
Pedindo a Mrs Grunwald que a deixe sozinha com o corpo inanimado da humana, Alison pega num sino benzido pelo Conde Vlad, fazendo com que ele toque nove vezes, um gesto que simboliza a dinâmica entre a evolução e a perfeição, ou seja, a morte da alma e a imortalidade do corpo...
Consciente que é chegada a hora de despertar a humana do seu estado solitário e isolado, pra um estado Vampiresco, a Herdeira, pega num punhal, corta a palma da sua mão, derramando assim o seu sangue num cálice, pra dar de beber a um corvo negro, de forma a pedir pra que ele leve o seu "Invocatus" até aos ouvidos de Vlad:

“Nesta noite negra, tu te tornarás uma Vampira, uma mestra da ida e da morte.

Eu acendo a Chama Nehra em honra do Senhor da Trevas, e te torno na Vampira que a minha mente criou.

De hoje em diante abandonarás as restrições do Caminho da Mão Direita, e com vontade te dedicarás a controlar o teu próprio destino.

Esta noite, te encherás de poder com a essência do Vampiro e serás invisível mesmo sob o dia escaldante. Saberás quando ser silenciosa e até mesmo quando deves orar...

Que se abram os Portais do Inferno!

Diante da nobre presença do Senhor Negro, eu proclamo o Juramento que te tornará uma Vampira, jurando que serás verdadeira com o teu próprio Ser, e o caminho para ti escolhido.

Salve Vampiro! Salve Senhor das Trevas!

 

Depois de tocar o sino novamente, Alison recebe um sinal em como a Iniciada foi aceite pelo Senhor das Trevas, decidindo então,   não sair por um minuto que seja do seu lado, até que ela desperte daquele sono profundo...

DOIS DIAS DEPOIS...

Enquanto isso, em Rosewood, o ambiente continua pesado, e por isso Emily decide ficar em casa, faltando até ao colégio, por não saber como encarar todos os que confiavam nela.
O olhar de cada um deles, principalmente da Spencer e do Caleb, era algo que nem permitia  que ela dormisse direito....
Isso, aliada á ansiedade que ela está sentindo por não saber nenhuma notícia da Hanna, faz com que ela sinta uma imensa necessidade de se isolar do resto do Mundo.
Contudo, se esconder nunca será uma solução viável, quando se tem uma missão importante em mãos, e é por esse motivo, que ao final da tarde, Wayne bate na porta do seu quarto, anunciando que o Ian e a Spencer estão ali pra vê-la:
- O seu pai nos falou que você tem estado doente - diz Ian assim que Wayne os deixa a sós.
- Eu não sei como me desculpar com vocês gente - declara a morena de cabeça baixa.
- Eu não te reconheço mais... Você passou de uma garota corajosa e decidida, a um bicho encurralado, que não sabe pra onde deve ir - diz Spencer perdendo a calma.
- Você nem apareceu no enterro da Sabrina. Ela era sua companheira de luta - diz Ian se juntando a Spencer nas acusações.
- Por favor, vão embora! Eu não aguento mais a minha cabeça me dizendo que a culpa de tudo que aconteceu é minha. Eu queria voltar atrás mas eu não posso - ela se justifica chorando compulsivamente.
- Então levanta desse sofá e vem ajudar a consertar um dos seus erros. Vamos vingar a morte da Sabrina, amanhã, assim que anoitecer! - afirma Ian olhando pra ela com determinação.
- Vingar como? - pergunta Emily confusa.
- Nós descobrimos que o pai da Herdeira de Vlad, está morando numa casa bem perto do cemitério. Toby e Caleb não podem ir connosco, pois a Lua Cheia já passou, mas nós três somos Deuses e podemos eliminá-lo sem qualquer esforço..
- Não! Eu não posso ir, aliás nenhum de nós deve ir... É perigoso demais - responde a filha de Dana, pensando que matar o pai da Alison, é algo do qual ela não pode participar.
- Emily... Além dele ser o responsável pela morte da Sabrina, ele também poderá nos levar até á Hanna. A nossa amiga, que é nossa irmã, lembra? - diz Spencer ironizando.
- Eu já sabia que ela ia amarelar! - afirma Ian olhando pra Spencer...
- Não é uma questão de amarelar gente...
- Ótimo  -diz Spencer cruzando os braços, enquanto fixa os seus olhos nos olhos da amiga -  se não é uma questão de amarelar, é uma questão de responder...

- Você vai nos ajudar ou não?