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História Slow - O desespero grita nas paredes da minha mente


Escrita por: PickMeJooheon

Capítulo 10 - O desespero grita nas paredes da minha mente


Fanfic / Fanfiction Slow - O desespero grita nas paredes da minha mente

Meu corpo queimava em brasa pelas mãos poderosas de Jooheon sobre meu corpo. A forma como ele acariciava cada pedaço de pele com devoção, a maneira como seus olhos não diminuíram o desejo sobre mim e como marcava com seus dentes e lábios os lugares mais escondidos da minha pele. Tudo nele era intenso de uma forma quase insuportável, mas que despertava cada parte do meu lobo.

O corpo posicionado as minhas costas me mantinha pressionado contra o vidro do box do banheiro, enquanto puxava meus cabelos somente para beijar o ponto em meu pescoço onde queria marcar. Cada rosnado ao pé do ouvido causava-me arrepios que faziam minha excitação ficar mais evidente para o alfa. O calor de nossos corpos eram sufocantes, assim como o cheiro de cio que vinha de Jooheon tomava minha consciência. 

Jooheon era insaciável e eu estava amando isso.

Meu corpo entrava em combustão enquanto ele me penetrava lentamente, levando-me ao êxtase somente com movimentos tão lentos. Sua boca colada ao meu ouvido sussurrava coisas sujas e provocantes para levar meu lobo a loucura, assim como meu corpo que já chegava ao limite da intensidade daquela paixão.

A cafeteira apitava incessante avisando que o café estava pronto, mas minha mente estava longe, mais especificamente teimando em lembrar das últimas horas.

— Você não pode fazer isso comigo. Eu ainda estou no final do cio, meus instintos não passaram completamente. — dei um pulo ao sentir a voz ser sussurrada em meu ouvido e suas mãos puxavam meus quadris para colar ao seu.

— Desculpa, não sabia que já tinha voltado. — um ofego escapou dos meus lábios quando sua mão invadiu o roupão que eu usava acariciando meu mamilo.

— Só peguei o necessário para a viagem. — sua língua escorregou pelo meu pescoço em direção ao lóbulo da minha orelha. Se eu não tivesse plena noção do meu corpo, poderia jurar que era eu quem estava no cio, tudo  ficava tão quente quando ele me tocava. Contudo, de repente ele parou com as carícias e me virou para olhá-lo — Nós precisamos conversar sobre algo importante. Nós usamos camisinha?

— Somente na primeira vez. — respondi manso, virando-me para encher uma xícara de café quentinho.

— Então… Nós, digo eu e você, teremos um filhote em breve? — o nervosismo em sua voz era evidente, o que me fez querer rir. 

Cadê aquele alfa inconveniente que fala tudo o que pensa sem medo?

— Não. — ri com os lábios sobre a xícara antes de tomar um pouco do conteúdo.

— Como não se não nos protegemos?

— Eu tomo contraceptivo. — desde que eu havia começado a namorar com Kwangji tomava anticoncepcional e não havia parado desde então.

— Hum, entendi. Mas um dia... você gostaria de ter um filhote comigo? — perguntou incerto.

— Nosso relacionamento ainda é muito recente, Jooheon. Como você disse, eu também não quero apressar mais as coisas e um bebê é coisa séria. Quero muito ter a oportunidade de te namorar primeiro, te conhecer por inteiro.

Por mais que as vezes meus pensamentos tomassem o rumo de acelerar meu relacionamento com o alfa, um filhote ainda não fazia parte dos meus planos. Nosso relacionamento ainda era fresco demais para um bebê inocente vir ao mundo sem ter a certeza do que os pais queriam. Era um passo muito sério a ser tomado e ambos tínhamos que estar em consenso.

Claro que eu teimava em querer uma marca dele e que isso também era levar o nosso namoro a um nível maior de seriedade, contudo o instinto do meu lobo era o que impulsionava esse desejo. Meu ômega reconhecia a conexão intensa que tínhamos e queria tomar aquilo em outros patamares.

Jooheon bufou audível.

— Tudo bem, eu vou descer suas malas e você deveria ir se vestir, Hyungwon já chegou. — ele virou as costas para sair da cozinha, mas agarrei em seu braço trazendo seu olhar pra mim novamente. Seu semblante havia se fechado e tristeza apareceu em seus olhos.

— Espera, o que foi? Por que ficou triste de repente? Você disse que não queria apressar as coisas entre nós — coloquei minhas mãos uma de cada lado do seu rosto tentando decifrar aquele sentimento.

— Já nos conhecemos há meses e desde que te olhei nos olhos sei o quanto você é certo pra mim. Desde o primeiro instante eu sabia que meu lobo te pertencia, Changkyun. Mas tudo bem você ainda ter dúvidas, eu esperei para ser seu amigo, fiquei ansioso esperando nosso primeiro beijo e não será diferente agora. Vou esperar você estar pronto para ser meu também, porque eu te amo. — o ar faltou em meus pulmões e minha visão ficou turva, pude sentir os sentimentos brilhando aos olhos lindos daquele alfa — Eu quero ter filhotes com você, formar uma família ao seu lado. Mas eu entendo que ainda esteja fragilizado por causa do seu antigo namorado. Meu lobo te escolheu e sei que o seu também me escolheu, Changkyun, e juro que vou sempre te deixar feliz. É só o que eu quero agora, sempre te fazer feliz.

Jooheon se inclinou sobre mim e deixou um selinho casto sobre os meus lábios, mas meu corpo ainda estava aceso por causa das lembranças que nem pensei muito antes de aprofundar o beijo e puxá-lo para juntar nossos corpos. Em um impulso, sentei sobre a bancada abrindo minhas pernas enquanto passeava minhas mãos sobre a sua pele por baixo da camisa, um ofego saiu dos seus lábios fazendo todos os pelos do meu corpo se arrepiarem. Eu precisava dele. Quando abri seu cinto para começar masturba-lo, alguém pigarreou da entrada da cozinha.

— Não poderia ter esperado mais alguns minutinhos pra entrar, Hyungwon? — Jooheon bufou frustrado tentando arrumar sua ereção na cueca ainda de costas para o outro alfa.

— Não queria ser empata foda, mas precisamos pegar a estrada. — ele tentou esconder o riso da situação e meu namorado choramingou apoiando sua testa em meu ombro.

— Por que ele tinha que ter a chave da sua casa? — tanto eu, quanto Hyungwon rimos da manha do alfa.

Quanto mais o carro avançava, mais a paisagem mudava. De casas e prédios da cidade onde nós morávamos, para uma rodovia vazia e rodeada por árvores. A cada minuto eu me sentia mais nervoso de ter que rever minha família, principalmente minha mãe, mas não tinha mais como fugir daquele encontro. 

Já podia ver a entrada da fazenda que minha família possuía e a bile subiu a minha garganta causando um amargor na boca. Eu não tinha muitas lembranças ruins daquele lugar, mas as que eu possuía eram suficientes para me fazer querer ir para longe e todas tinham apenas uma responsável, uma alfa chamada Gyeong.

Quando o carro estacionou em frente a grande casa de construções antigas, meu coração estava quase saltando pela boca. Pelo menos aquela tortura não duraria muito mais do que um dia. Senti Jooheon pegar em minha mão para tentar acalmar o nervosismo que crescia cada vez mais. Saímos do carro de mãos dadas nos despedindo de Hyungwon — que iria para fazenda ao lado, onde seus pais moravam — e caminhamos até a porta que não demorou meio segundo para ser aberta e uma linda garota alfa saltar em meu pescoço.

— Ah, Jina? Você engordou? — a garota desfez o abraço para acertar um tapa no meu braço.

— Seu moleque, eu deveria te dar uns tapas por ficar tanto tempo sem voltar para casa e ainda me ofender. Você é um péssimo irmão — o sorriso em seu rosto deixava claro que aquela era a sua intenção, mas sua atenção foi para Jooheon ao meu lado — Hum, quem é o bonitão? 

Quando abri minha boca para apresentá-los outra voz feminina se fez presente.

— Esse é novo namoradinho do seu irmão. O antigo meteu um pé na bunda dele e o deixou zerado. — mamãe vinha caminhando devagar para o lado de fora da casa, sua postura e carranca ainda eram as mesma de que eu me lembrava — Um ômega digno não teria sido enganado tão facilmente. 

— Oi pra você também, mãe. — respondi baixo sem olhar em seus olhos.

— Se dirija a mim como Gyeong. Você fez suas escolhas, então tome essa como uma consequência.

O clima havia ficado tenso para todos parados na porta. Jooheon enrijeceu ao meu lado e seu cheiro ficou um pouco mais forte que o normal. Ele não fazia ideia de como seria o dia ali, mas eu tentaria manter tudo na paz.

Logo meu pai surgiu de algum lugar junto a Jaebum e meu cunhado, Youngjae, e todos me abraçar levando o clima tenso para longe dali. Pegamos nossas malas e entramos na casa, nada havia mudado desde que fui para a cidade vizinha para estudar. Nem mesmo as pessoas, apenas papai que parecia um pouco mais velho.

Depois de conversar um pouco com Jina e papai, subi para o quarto junto a Jooheon para descansarmos um pouco antes do almoço. Ele estava estranho e muito quieto desde a cena na porta, disse poucas palavras quando perguntavam algo a ele e aquilo me incomodou.

— Pode me dizer o que está te incomodando? — disse assim que fechei a porta do quarto que dividiriamos.

— Ainda estou tentando entender o motivo de sua mãe ter te tratado daquela forma — sentou-se na beirada da cama e logo sentei em uma de suas pernas abraçando seu pescoço.

— Sobre aquilo, esqueça. Não é nada que precise se preocupar.

— Como não? Você não faz ideia da raiva que eu senti quando ela abriu a boca para te ofender. Eu poderia ter avançado sobre ela, Changkyun.  — apertou a minha cintura com possessão.

— Ela sempre me tratou assim por ser um ômega. É complicado. A família da minha mãe é composta só por alfas há mais de três gerações e segundo ela, eu era um bebê indesejado que veio com o gene ruim para estragar a família. Ela é uma alfa tradicional e antiquada, quando eu saí de casa para fazer faculdade só dei mais motivos para ela me odiar. Ela é daquelas que acredita que um ômega tem que ser recatado e pertencer ao lar. Não pode trabalhar ou estudar, entende? Ela fez isso com papai quando se conheceram.

— Estamos muito a frente disso.

— Eu sei, mas não vamos nos importar com isso, certo?

— Vou tentar. — segurei em seu rosto olhando em seus olhos, tentando passar um pouco de confiança de que tudo ficaria bem, mesmo que nem eu acreditasse naquilo. Beijei seus lábios em busca de conforto.

Acordei assustado, sem lembrar onde estava. Procurei qualquer coisa que fosse reconhecível naquele quarto olhando diretamente para a mesinha de canto onde havia um porta retrato da família toda. Meu pai, minha mãe e meus três irmãos juntos e sorrindo como se tudo fosse um lindo arco-íris. Se não fosse o detalhe, minha mãe em uma ponta daquela fila de pessoas sorridentes e eu posicionado na outra.

Merda!

Eu estava em casa depois de tanto tempo e sem saber como agir com alguém da própria família.

Jooheon não estava no quarto comigo e isso me deixava apavorado de que ela já pudesse ter o encurralado e dito coisas preconceituosas ou difamações ao meu respeito.

Peguei meu celular de cima da cama, pronto para ir procurá-lo quando vi uma mensagem sua no scran avisando que havia saído com Hyungwon e Jaebum. Alívio tomou meu coração só em saber que ele não havia se tornado vítima das palavras da minha mãe.

Desci para a cozinha sentindo um cheiro familiar da comida que meu pai fazia, só ele conseguia fazer com que me sentisse confortável naquela casa. Abracei-o por trás sem que ele notasse minha presença assustando-o com aquele movimento.

— Senti tanta falta desse cheiro. — disse abraçando mais forte ainda deitando a cabeça em suas costas.

— Deveria ter voltado para casa mais cedo então — Kevin desfez o abraço virando para me encarar.

— Me desculpa, pai. Jae tinha me dito que você estava mau desde que fui para outra cidade, mas eu não podia voltar — levei meu olhar ao chão para não ter que olhar em seus olhos e ver tristeza estampada.

— Eu sei. O importante é que você está aqui agora — voltou para a pia lavar alguns legumes e o acompanhei cortando alguns temperos para ajudá-lo.

Daqueles momentos eu sentia falta, meu pai era o porto seguro.

— Então, me fale tudo sobre você e Jooheon — ele sorriu dócil e eu corei. Acho que ele não precisava saber de tudo.

—  Jooheon é fantástico. Ele é meu vizinho — e lhe contei tudo o que precisava saber sobre meu relacionamento. Claro que ele se preocupou quando contei sobre a situação com Kwangji, mas logo passou quando afirmei que já estava bem e que Jooheon era meu novo começo.

Terminamos de fazer o almoço enquanto conversávamos tranquilamente, havia algum tempo que eu não conseguia fazer uma ligação calma para casa, então conversar com meu pai tão a vontade era ótimo. Mas instantes antes de arrumarmos a mesa, minha mãe entrou na cozinha com um olhar superior sobre nós.

— É assim que tem que ser, ômegas fazendo trabalho de ômegas — olhou em meus olhos como um desafio.

— Já fazem décadas que a nossa sociedade evoluiu essa questão. A culpa não é minha se o seu pensamento ainda é antiquado para achar que meu lugar é enfiado em uma cozinha. Evolua, mãe.

— Gyeong pra você. É isso que vai falar para seu alfa quando ele te cobrar um serviço doméstico? — caminhou até parar em minha frente com apenas a mesa nos separando.

— Jooheon não é assim. Você não o conhece — fechei minhas mãos em punho segurando a minha raiva de anos ouvindo-a falar aquelas coisas somente para mim.

— Ah, você se ilude muito achando que a vida é um dos livros que já leu. Quando você for marcado por um alfa será o fim da linha para essas suas atitudes rebeldes, Changkyun. Entenda, você nasceu ômega. Seu lugar é cuidar da casa, se encher de filhos e fazer seu papel na cama. Apenas isso — ela puxou uma cadeira e sentou me olhando de queixo erguido, antes de um sorriso sarcástico surgir em seu rosto — Vai ter que foder muito bem para que alguém diga que te ama — senti meu pai pegar em meu braço para impedir que eu fizesse algo impensado — Seu papel na nossa sociedade é saciar nossas necessidades instintivas de foder e procriar, vai ser assim com você também, meu querido ômega. Isso não é um conto de fadas.

— Você não entenderia um relacionamento como o nosso, nós nos amamos e amor é algo que você não conhece por isso diz coisas maldosas para me atingir.

— Você é tão inocente. Amor é só uma palavra para descrever que o sexo é saciável. — Gyeong levantou-se da cadeira e deu a volta na mesa aproximando-se de mim — Vou te dizer o que vai acontecer daqui para frente. Ele vai te marcar e assim que isso acontecer toda a sua vidinha de fantasias vai acabar. Ele te forçará a sair da faculdade, te manterá somente em casa, você carregará várias crias dele e no final, se você não for tudo aquilo que ele quer, Jooheon arranjará alguém que seja. 

— Chega. Isso é o que você deseja para mim, mas não é o que eu quero. Não quero casar ele, nem ser marcado por ele só porque a sociedade impõe e muito menos ter filhos dele — nesse momento eu já despejava lágrimas grossas pela fúria que me consumia — Pessoas como você jamais entenderiam o que eu quero de verdade, porque são hipócritas demais para ter empatia. Eu só quero ser amado. Amor e nada mais. Se acontecer um casamento, uma marca ou filhos é porque foi consequência de um amor forte, não por obrigação de manter a sociedade feliz.

Seu olhar ficou estático em mim enquanto falava as coisas das quais ela não entendia. Eu podia sentir sua aversão a tudo o que eu havia dito sobre o amor, mas o seu desprezo por mim era ainda maior. Quando ela abriu a boca para falar novamente, um rosnado alto soou fazendo meus ouvidos tremerem e uma dor profunda atingi-los.

— Chega! — Jaebum entro na cozinha com uma expressão raivosa no rosto — Há anos eu te vejo tratando Changkyun mau e me mantive calado, mas eu estou cansado disso. Ele não é um saco de pancadas para descontar sua raiva.

— Chang, vá atrás do Jooheon. Ele pegou a conversa pela metade e fora de contexto. — Hyungwon entrou na cozinha alguns segundos depois de meu irmão e sua cara me dizia que a reação de Jooheon não havia sido boa para o que tinha escutado.

Merda! 

Eu não precisava daquilo no momento, Jooheon era tudo o que eu precisava para voltar a ser completo e perde-lo agora só acabaria de destruir os cacos que ficaram.

Na minha cabeça, uma voz desesperada ecoava para que eu fosse logo atrás dele. E não precisou de mais um grito para que eu corresse para onde quer que ele tivesse ido.

Somente Jooheon foi capaz de me mostrar o amor de verdade.


Notas Finais


Postagem rápida, pois estou sem tempo para prolongar muito. Os plantões no hospital estão acabando comigo.

Próximo capítulo será o último 😭


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