História Smallbump - Dofia - Capítulo 10

Dove POV

Finalmente a semana havia passado e a sexta chegado e sim, eu estava nervosa. Sofia e eu jantaríamos hoje, nos conheceríamos um pouco mais e eu estava quase surtando. 

Ela havia me dado uma chance pra tentar e eu não iria desperdiçar principalmente porque havia duas pessoas em jogo: Justin e Kai. A preocupação de Sofia também era a minha mas eu estava disposta à fazer tudo por eles e eu faria. 

Sai da empresa dirigindo até minha casa e quando cheguei fui direto pro banho, sai minutos depois e fui até meu quarto escolhendo uma roupa e sapatos. Me olhei no espelho e sorri com o resultado, esperava que Sofia gostasse também. 

Peguei as chaves do carro e minha carteira então fui pro andar debaixo da minha casa e esperei pela mensagem da mulher, quando ela disse que estava pronta eu sorri saindo de casa. Dirigi até sua casa calmamente e com mais ansiedade ainda e quando eu cheguei respirei fundo. 

- Vamos Dove, é só um encontro. - Neguei com a cabeça. - Está parecendo uma adolescente, Camila zoaria muito você. - Suspirei. - Ok vamos lá. - Sai do carro indo em direção à porta da casa da mulher tocando a campainha em seguida. - Caramba. 

- Boa noite Dove. - Encarei a mesma que vestia uma calça jeans azul claro, botas pretas, uma regata de gola e seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo e em seu rosto uma leve maquiagem. - Dove? 

- Hã... oi. - Pigarrei. - Desculpe, boa noite Sofia. - Dei um beijo em sua mão. - Você está... deslumbrante. 

- Obrigada. - Sorriu. - Você também está deslumbrante. 

- Obrigada. - Estendi minha mão. - Vamos?

- Claro. - Ela pegou a mesma e eu sorri com o contato, abri a porta do carro pra ela que agradeceu e eu fui para o banco do motorista. - O que está ouvindo hoje? 

- AirSuply. - Liguei o mesmo e ela sorriu. - Gosta?

- Muito. - Dei partida. 

- As crianças estão bem? - O restaurante não era tão longe então logo chegaríamos. 

- Sim, perguntaram sobre você o dia inteiro. - Riu. 

- Senti saudades deles. - Comentei pois havia visto eles e a mulher apenas duas vezes na semana. - E de você. - Encarei ela quando o semáforo ficou vermelho. 

- Eles também sentiram. - Sorriu ficando vermelha. 

- Eu imagino. - Voltei a olhar pra estrada. 

- Também senti saudades de você. - Suspirei olhando pra ela de relance. - Chegamos. - Estacionei o carro abrindo a porta saindo em seguida enquanto fazia o mesmo com a de Sofia. - Obrigada. 

- De nada. - Sorri entregando a chave para o manobrista. - Não conheço aqui. 

- É lindo, você vai gostar. - Entramos no mesmo. - Reserva no nome de Sofia Carson. 

- Senhorita Carson, por favor me acompanhe. - Seguimos ele e eu olhei encantada pro local, dava pra ver Nova York dali. 

- Uau. - Ela riu. - É realmente lindo. 

- Eu sei. - Nos sentamos. - Vim uma vez com Cameron e Lina e me apaixonei. 

- Vocês são bem ligados né? - Assentiu. 

- Lina é a mais nova e Cam o mais velho, sempre cuidou de nós. - Riu. - Ele é bem protetor quando quer. 

- Preocupante. - Brinquei. - E seus pais?

- Estão morando em Londres. - Encarei ela surpresa. - Minha mãe sempre quis morar lá mas naquela época as coisas eram um pouco mais difíceis. - Concordei. - Eles não queriam nos deixar nem Justin ou Kai mas eu falei pra eles viverem e quando quiserem nos ver só vir. 

- Concordo totalmente.  - Sorri. - Tenho muita vontade de visitar a Claire novamente. 

- Vocês se davam bem? - Assenti. 

- Demais mas Claire sempre foi a rebelde da família. - Rimos. - Isso deixava Bonnie de cabelos em pé. 

- A relação de vocês continua igual? - Acenei positivamente. - É uma pena. 

- Foi o que ela quis. - Dei de ombros. - Eu insisto mas quando largo de mão já era. 

- Entendo. - O garçom veio até servindo o vinho. - Deve ser chato. 

- No começo era mas agora eu lido melhor com ela. - Sorri. - Um brinde?

- À que? - Levantei minha taça. 

- A vida. - Ela fez o mesmo e então brindamos, beberia só um gole pois estava dirigindo. - Como foi sua semana? 

- Cansativa como sempre mas agitada de um jeito bom. - Sorriu. - Recebi uma aluna nova e ela é deficiente auditiva mas nossa... dança muito. 

- É lindo ver pessoas correndo atrás dos seus sonhos mesmo com os problemas que a vida dão né? - Assentiu. 

- Me enche de esperança. - Sorriu. - É incrível. 

- Eu imagino. - Bebi meu vinho. - E a Broadway? Desistiu? 

- Não. - Deu de ombros. - Ainda quero dançar lá mas no momento meu estúdio é minha prioridade. 

- Até porque é o melhor de Nova York. - Corou. - Sério, você comanda ele muito bem. 

- Obrigada Dove, eu tento e Lauren também ajuda. - Concordei. - E a sua semana? 

- Contratos, reuniões, parcerias. - Revirei os olhos. - Nunca desejei tanto um fim de semana como esse. 

- Descansar é bom. - Concordei. 

- Sim mas eu queria te ver também. - Ela corou. - Estava ansiosa por esse jantar. 

- Eu também. - Sorriu. - Você quer pedir agora?

- Claro. - Peguei o cardápio.

**

- A comida é maravilhosa. - Sofia concordou. - Sério, eu amei. 

- Que bom que gostou. - Sorriu. - Adoro a vista daqui. - Olhou pela janela. 

- É perfeita. - Continuei olhando pra ela e quando a mesma percebeu corou. - Já quer ir? 

- Sim e nem tente, a conta é minha. - Assenti rindo vendo o garçom vir até nós. 

Sofia pagou pela conta e nós saímos do restaurante esperando o manobrista trazer o meu carro, agradeci abrindo a porta pra ela e então entrei no mesmo dirigindo de volta pra sua casa. O clima estava leve, agradável e apesar  do silêncio era algo totalmente confortável. 

- Bom, está entregue. - Parei em frente a casa da garota. 

- Você quer entrar um pouco? - Encarei ela. - Ainda está cedo, podemos tomar alguma coisa e conversar. 

- Se estiver tudo bem pra você. - Ela riu. 

- Vamos Dove. - Assenti saindo do carro vendo ela fazer o mesmo indo até a porta da sua casa. - Fique à vontade. 

- Obrigada. - Sorri olhando aquele lugar que estava se tornando tão conhecido por mim. 

- Quer beber alguma coisa? Um vinho talvez? - Encarei ela. 

- Pode ser. - Sorri, qualquer coisa iria pra casa de Uber e voltaria pra pegar meu carro no dia seguinte. 

- Eu já volto então. - Assenti me sentando no sofá esperando pela mulher. 

Sofia POV

A noite com Dove estava sendo mais agradável do que pensei tanto que eu não queria que acabasse, havia escolhido aquele restaurante por ser um dos meus favoritos não só pela comida mas pela vista também. Conhecer mais da garota me fez ficar um pouco mais tranquila em relação à ela, Dove parecia ser bem decidida e isso me deixou feliz. 

Chegamos em casa e eu convidei a mulher para entrar e tomarmos um vinho, sabia que ela estava dirigindo mas qualquer coisa eu levava ela em casa. Peguei o mesmo juntamente com as duas taças e voltei pra sala vendo ela encarando as fotos que estavam na estante. 

- Eles tinham 3 anos aí. - Me olhou. - Kai tinha 2. 

- São lindos. - Sorri abrindo o vinho servindo ela. - Foi difícil? 

- Não mesmo. - Entreguei sua taça me sentando. - Justin e Kai tem uma conexão que me assusta, quando eram bebês mesmo ele sendo mais velho um sentia o que o outro também sentia. 

- É assustador mesmo. - Assenti. - Mas de uma forma boa. 

- Sim. - Bebi o vinho. - Eles sempre foram muito unidos, é raro eu ver os dois brigando. 

- Isso é bom. - Bebeu o seu. - Claire e eu vivíamos em pé de guerra quando éramos crianças. 

- Meus irmãos e eu também. - Rimos. - É algo normal eu acho por isso digo que eles não são. 

- Quero só ver como Noah será se Camila e Lauren forem ter outro por agora. - Sorri. 

- Lauren falou comigo, super apoio a ideia. - Concordou. - E você? 

- O que? - Me encarou.

- Não pretende ter filhos? - Deu de ombros. 

- Nunca fiz planos ou se fiz não me lembro. - Apontou pra cabeça e eu assenti, o acidente. - Mas ter esse contato com Noah despertou isso em mim, é algo tão... 

- Especial. - Concordou. 

- Sei que não é a mesma coisa mas ele de certa forma ajudou e seus filhos também. - Sorri. - Eles são as crianças mais amáveis que já conheci, incluindo o Noah. 

- Justin e Kai tem um jeito único de conquistar alguém. - Assentiu bebendo. - Sempre tentei educar eles de forma correta, trabalhei minha vida toda pra ter o que tenho hoje e dar o melhor à eles mas mesmo com isso se lembrarem de serem humildes. 

- Você está certa. - Concordou. - E eles fazem isso muito bem. 

- Sim, me deixa orgulhosa. - Suspirei feliz. - Mais? - Vi que sua taça já estava vazia. 

- Claro. - Peguei a garrafa depositando mais um pouco. 

**

- Nesse dia o meu pai deixou Claire e eu de castigo. - Gargalhei novamente. 

- Vocês realmente aprontavam muito quando crianças. - Assentiu rindo. 

Já estávamos na segunda garrafa de vinho e o clima ficava cada vez melhor com Dove contando suas histórias de quando era mais nova assim como eu contava as minhas ou alguma dos meus filhos. 

- Era bom. - Deu de ombros. - Meu pai nos deixava de castigo mas ficava com dó depois e tirava. - Sorriu fraco. 

- Sente falta dele? - Suspirou colocando sua taça na mesa.

- Todos os dias. - Voltou a olhar as fotos. - Ele foi o único resquício de amor que tive na minha familia além da Claire. 

- Sinto muito. - Me sentei mais perto dela colocando minha taça na mesa também. - Não consigo imaginar a dor que deve ter sido pra você. 

- Hoje em dia eu lido melhor com isso. - Sorriu. - Mas as vezes sinto muita falta dele principalmente quando brigo com Bonnie. 

- Tenho certeza de que ele nunca te abandonou. - Me encarou e eu vi seus olhos mais verdes que o normal. 

- Eu sei que não. - Sorriu e em seguida seus olhos percorreram meu rosto me deixando nervosa. 

Dove me encarava como se pudesse ler minha alma e aquilo estava me deixando nervosa e ansiosa, desci os meus pelo seu rosto parando em seus lábios tão convidativos e quando voltei a olhar pra ela a garota também encarava os meus. Não tinha como negar que ambas desejavam aquilo porque Dove nunca fez questão de esconder e eu queria mas sabia que ela não avançava em respeito à mim por isso aproximei meu rosto do seu devagar.

Senti nossas respirações se misturarem, olhei em seus olhos novamente que ainda estavam presos em meus lábios então não esperei mais e juntei os mesmos em um beijo. Ouvi o suspiro baixo de Dove e em seguida sua mão segurar meu rosto, nossos lábios se encontraram de forma tímida apenas se conhecendo até que ela pediu passagem com a língua e eu cedi. 

Segurei seu rosto aprofundando o beijo que ficava cada vez mais intenso, meu corpo inteiro se arrepiou quando ela chupou minha língua. O beijo continuou até que o ar se fez presente e quando nos separamos eu encarei a garota que estava de olhos fechados. 

- Uau. - Ri baixo. - Sinto que estou sonhando. 

- Não está. - Abriu os olhos me encarando e eu os vi brilhar. - O que? 

- Esperei tanto por isso. - Sorri mordendo meu lábio. - Tantas vezes quis te beijar mas não quis invadir o seu espaço e queria ter certeza se desejava também. 

- Eu aprecio isso. - Fiz um carinho em seu rosto. - Eu também quis outras vezes mas ainda estava com medo. 

- Não está mais? - Suspirei baixo. 

- Bem menos do que antes. - Sorriu. 

- Isso quer dizer que podemos tentar? - Ela me encarava ansiosa e eu não aguentei e juntei nossos lábios novamente. - Estou gostando disso. 

- Eu sei. - Ri. - Podemos tentar mas com calma ok? Tem o Justin e a Kai e... 

- Não irei magoar vocês. - Olhei em seus olhos. - Vou te mostrar que falo a verdade. 

- Tudo bem. - Sorri vendo ela encarar meus lábios como se pedisse permissão. - Dove?

- Hm? - Ri baixo. 

- Você pode me beijar ok? - Ela assentiu. 

- Ok. - Continuou olhando e eu neguei com a cabeça rindo beijando ela em seguida. - Desculpe, ainda estou em choque. 

- Estou vendo. - Riu. - Está tarde. 

- Sim, eu vou pedir um motorista. - Se levantou mas eu segurei seu braço. 

- Não vou deixar você ir embora essa hora e não estou em condições de dirigir. - Me olhou. - Fica, eu ajeito o quarto de hóspedes pra você. 

- Tem certeza? - Assenti me levantando. 

- Sim. - Sorri. - Se quiser tomar um banho eu te empresto alguma roupa, tenho algumas que nunca usei. 

- Tudo bem. - Peguei as taças e as garrafas levando até a cozinha. 

- Vem. - A garota me seguiu pro andar de cima e eu fui até meu quarto pegando a toalha, roupas e coisas pra higiene dela. - Escova nova, Lauren dorme aqui às vezes quando Camila viaja e nunca trás a dela ou do Noah. 

- A cara dela. - Rimos. - Obrigada. 

- De nada, vou ajeitar o quarto. - Assentiu. - Se quiser pode usar o banheiro do corredor. 

- Claro. - Ela foi até ele e eu até o quarto de hóspedes. 

Ajeitei o mesmo pra garota e por mais que eu quisesse que ela dormisse comigo ainda estava cedo pra tal coisa, era melhor irmos com calma. Deixei tudo pronto ouvindo uma batida na porta minutos depois. 

- Pronto. - Sorriu. - Onde... 

- Eu cuido disso. - Assentiu me entregando a toalha. - Vou tomar o meu também. 

- Certo. - Me encarou. - Obrigada, pela noite e por tudo. 

- Foi agradável. - Assentiu. - Boa noite Dove. 

- Boa noite Sofia. - Sorri me virando pra sair porém senti sua mão em meu braço o que me fez morder os lábios ansiosa. - E-eu posso t-te dar um b-beijo de boa noite? - Céus, ela era tão fofa. 

- Sim. - Me virei vendo ela se aproximar capturando meus lábios. 

Abracei seu pescoço retribuindo o beijo enquanto ela me mantinha ali com suas mãos em minha cintura, nossas línguas se tocavam e nossos lábios se exploravam se conhecendo mais e mais. Quando o ar se fez presente Dove me deu alguns selinhos e encostou sua testa na minha. 

- Agora sim, boa noite. - Sorri deixando outro beijo sobre seus lábios. 

- Boa noite Dove. - Andei até a porta saindo do quarto indo até o meu. Suspirei feliz pensando que talvez pudéssemos dar certo.