História Snac - Apresentações.

Capitulo 4.

— Não ser inimiga, apenas amiga.

Ele passou por mim e dando um leve empurrão em meu ombro. Eu fiquei perplexa. O que eu tinha feito de errado? Seria a mesma coisa da escola antiga? Balancei minha cabeça de um lado pro outro afastando esses pensamentos, eu não deveria pensar assim, era uma nova chance. Escutei uma gritaria  vindo do corredor do lado, caminhei até lá e vi uma rodinha de alguns rindo e gritando "briga". Um de meus defeitos sempre foi ser curiosa, então não resisti e fui até lá.

Tentei chegar mais perto do centro da rodinha, demorou, mas consegui. Vi que era uma menina discutindo com um garoto. Eu não estava entendendo nada com a gritaria, então perguntei pro menino ao meu lado que começou a me encarar como se estivesse me analisando. Depois de alguns segundos que pareciam horas, ele finalmente me respondeu:

— Esse menino é o Gustavo — ele apontou para o menino que estava discutindo com a menina —, e vamos dizer que o Gustavo é um pouco folgado com os alunos, principalmente com novatos. — então eu não era a única novata, fiquei um pouco mais aliviada — Mas todo mundo está acostumado com ele mexendo com as meninas com mais corpo, vamos se dizer, e essa novata não é nada mal. — ele olhou pra novata e deu um sorriso malicioso, mas logo voltou a olhar para mim — Mas eu nunca te vi aqui, bom, eu me chamo Mark Walter. — ele estendeu a mão.

Dei um sorriso. Consegui fazer um colega.

— Eu me chamo Alexia White. — apertei a mão dele.

A gritaria ficou mais forte ainda, nos viramos e vimos que a menina tinha dado um tapa nesse Gustavo. O pessoal foi a loucura, e a menina saiu dali pisando duro. Assim que ele fez isso a galera foi desfazendo dali, os únicos que restaram foi eu, o Mark e o Gustavo. Não me importei com ele, aliás, pra aquela menina ter feito isso, ela tinha um bom motivo.

— Mark, você sabe onde fica a torre um? — perguntei chamando sua atenção, percebi que ele estava a olhar a tal novata.

— Sei sim — finalmente ele voltou a prestar atenção em mim —, aliás, estou indo pra lá agora. É a apresentação dos novatos e está todo mundo indo pra lá.

Gelei. Quando o Derek falou apresentação, pensei que a gente iria se apresentar para a diretora. Essa é a lógica. Nunca imaginei que teria que me apresentar para a escola toda. Todo mundo vai ficar me olhando e eu sou péssima pra falar em público, eu não vou consegui. E se eu falar alguma besteira? E se eu passar algum mico? E se eu ninguém gostar de mim? Vai ser igual a escola antiga. E se..

— Alexia? Você tá bem? — Mark estalou os dedos.

— É.. acho que sim. E-Eu não pensei que a gente ia se apresentar para a escola inteira.

— Relaxa, pra vê se você se sente melhor, na minha apresentação eu joguei um espinho bem no coque da diretora.

Dei uma gargalhada. A cena deveria ter sio hilária.

— Espinho? Poder legal. — comentei.

O moreno deu risada. Ele era um pouco alto, seu cabelo era castanho escuro como seus olhos. Ele era moreno e um pouco forte. Seu cabelo era curto e liso. Mark tinha seu charme.

— Mas e você? Qual é o seu poder?

— Meu poder não é uma coisa... como eu posso dizer? Meu poder não é uma coisa na qual eu possa me orgulhar. — desabafei.

— Ah, que isso? Não importa qual poder seja, todos devemos se orgulhar dele. — ele deu um sorriso consolador.

Não pude de devolver um sorriso. Acho que esse foi o melhor conselho que eu já ouvi.

Andamos até a torre um — que por sinal, não ficava muito longe — e já estava cheio de alunos. Meu nervosismo voltou. Mark falou que eu tinha que ir até aquela portinha que dava pra onde a diretora provavelmente estaria e os novatos também. Então ele foi se sentar com seus amigos. Respirei fundo e fui. Quando eu estava chegando até a porta, vi que a garota que estava brigando a pouco tempo estava perdida. Resolvi ajudar.

— Ei, você é novata né? — perguntei, mesmo sabendo a resposta.

— Está tão óbvio assim? — ela deu um sorriso tímido

— É, um pouco — dei risada —, mas é por que eu também sou novata e percebi que você estava um pouco perdida e resolvi vim ajudar.

Ela apareceu aliviada.

— Poxa, obrigada. Eu sou a Amber. Amber Collins.

— Alexia. Alexia White.

Entramos pela aquela porta e vimos que tinha só mais três novatos. Uma menina e dois meninos. A menina era parda, tinha cabelo ondulado, não era muito alta, devia ser do meu tamanho. Seus cabelos eram pretos e seus olhos castanhos escuro. Era uma morena bonita. O garoto era loiro, seu cabelo era tão liso que escorria um pouco pelo seu rosto, tão branquinho que dava até pra vê suas sardas. Seu olho era um verde misturado com castanho. O outro garoto já tinha cabelo preto, seu olho era verde e ao contrário do outro garoto, seu cabelo tinha um topete. Seu rosto era de poucos amigos.

Eu e Amber ficamos em um canto em silêncio. Acho que só se passaram alguns minutos, mas parecia que estava demorando séculos. O silêncio só foi quebrado com um barulho de salto. Ao olharmos lá estava um mulher não tão velha, estava bem vestida e elegante. Seu olho era preto e seu cabelo era uma castanho bem clarinho que dava até pra disfarçar um pouco de seus cabelos brancos  e estava prendido em um.. coque. Lembrei de Mark. Ela só podia ser a diretora.

Ela analisou pra cada um e por último ela posou seu olhar em mim. Seu olhar estava fixo no meu e por fim deu um sorriso largo.

— Devo imaginar que vocês já sabem quem eu sou. Pois bem, sou a diretora Celeste e queria dar as boas-vindas a sua nova escola, que será sua nova casa. Bom, pra vocês se enturmarem mais fácil, criamos essa apresentação para todos já conhecerem vocês. Então quando eu chamar, por favor, subam até o palco e mostrem um pouco de seus poderes. — Ela deu um sorriso largo.

Ela já estava se virando de costas quando um idiota resolveu a desafiar.

— E quem não quiser subir, mostrar seus poderem e se "enturmar"?— o moreno fez aspas com as mãos.

A diretora virou e caminhou até ele em silêncio.

— Você deve ser o senhor Matt Lewis, imagino. Bom, senhor Lewis, pra sua segurança acho melhor você ficar de bico fechado. Te garanto que você não vai me querer como sua inimiga.

O silêncio reinou no local. Os dois estavam se encarando sem falar uma palavra. Então a diretora se virou e começou a caminhar novamente para uma escada que dava acesso ao palco.

O silêncio novamente voltou.

— Cara, essa diretora é assustadora e bipolar — disse, a menina dos cabelos ondulados. — Como somos todos novatos melhor a gente se conhecer primeiro! Sou a Leticia Medeiros.

— Alexia White. — foi a minha vez de pronunciar.

— Nicholas Rodriguez. — o garoto dos cabelos loiros falou.

— Amber Collins.

Então todos olhamos para o Matt que fitava o teto. Ele percebeu que todos o olhava.

— O quê? — fez uma cara de poucos amigos.

— Estamos esperando você se apresentar. — Leticia falou, como se não fosse o óbvio.

— Vocês ouviram a diretora falando meu nome. Não preciso repetir.

— Não custa repetir. — cuspi as palavras, logo me arrependendo.

Ele me olhou nos olhos. Me senti um gatinho indefeso, como se eu fosse a presa. Felizmente, quando ele ia abrir a boca a diretora nos chamou. Fomos até o palco e a galera foi a loucura, muitos assobios, aplausos e algumas vaias. A diretora fez um discurso que eu não prestei atenção. Olhei para a plateia mas logo encontrei um par de olhos me fitando. Era o garoto que tinha falando pra mim sair da frente. Ele percebeu que eu peguei ele me encarando, mas não fez nenhuma questão de desviar o olhar, ao contrario de mim que fiquei igual um pimentão. 1x0 pro mané.

O primeiro que iria se apresentar seria o Nicholas, estava ansiosa para ver as apresentações dos outros e agradecendo por não ter sido a primeira. Estava curiosa para saber qual seria o poder do loiro. Ele era tão educado e tinha um jeito meigo de ser. Mas como dizem, as aparências enganam. Na hora em que eu pensei nisso, vi seu braço ficando de outra cor.. ele estava se transformando em ferro, metal, sei lá o que era aquilo. Em um segundo ele ficou completamente feito de metal, então ele deu um pulo tão alto que eu me surpreendi. Ao cair ele deu um murro no chão que fez um terremoto logo em seguida. Alguns caíram, e o outros gritavam adorando aquilo. Ele deu um rugido alto que fez até eco. Conclui que de meigo ali não tem nada.

A próxima seria a Amber. Ela disse que para mostrar o seu poder, precisaria de um voluntário. Um monte de gente se voluntariou, mas percebi que ela estava procurando outra pessoa. Ela deu um sorriso meio maléfico ao achar. Olhei na direção em que ela olhava e vi que era o Gustavo. Vi que a Amber era meio vingativa, vou anotar isso para não fazer nada contra ela. Ela falou para a diretora que escolheria o menino ali, ele parecia não fazer questão, mas a diretora não se importou. Ele subiu no palco com um pouco de receio, e ficou parado enquanto Amber o encarava. Então de repente ele gritou e caiu, gritava e gritava, todo mundo ficou assustado, o que fez Amber parar. Ela explicou que seu poder causava dor. A Diretora implorou pra ela não fazer isso com os outros alunos e a garota apenas assentiu.

Anotar também em não ser inimiga de Amber, apenas amiga.