História Snap-psg - Festa desastrosa Pt. II

Cavani me pediu desculpa algumas vezes e eu disse que estava tudo bem, afinal, a culpa não é dele. Passei os olhos por todo lugar, procurando Zlatan. Me arrependi dessa ação quando o vi beijar Daphne e ela o abraçar. Lágrimas vieram aos meus olhos, mas logo me contive e fui atrás de Lara, antes que eu terminasse me jogando do alto desse lugar.

- Com licença, posso roubar minha amiga um pouquinho? — sorri para Lara e Trapp, e eles sorriram de volta.

- Volto já. — Lara sorriu para ele e Trapp assentiu, e logo depois beijou a testa de Lara.

Puxei ela para longe da multidão e fomos parar na escada de incêndio do lugar. A abracei e comecei a chorar, e ela me pergunta repetidamente o que tinha acontecido. Ela tirou um lenço de papel da bolsa e começou a limpar meu rosto, que estava começando a ficar sujo de preto por causa do rímel.

- Vai me dizer o que está acontecendo ou não? — Ela me olhou nos olhos enquanto limpava minhas lágrimas.

Contei tudo para ela, desde ontem até o presente momento. Ela apenas ficou calada ouvindo tudo, e enquanto eu chorava mais um pouco e falava.

- Vocês realmente precisam conversar. E você precisa dar um ponto final nisso. Não da pra ficar com Zlatan e Marco ao mesmo tempo. Já chega. — Lara fala sério, e quando ela fala assim, é porque as coisas realmente precisam ser resolvidas.

- Zlatan mal terminou de me olhar com aquela cara de monstro e foi direto para os braços da loira, me deu vontade de matar ele! — passei a mão no cabelo e tentei ajeitar a maquiagem no espelho do pó compacto de Lara.

- Você estava falando com Marco no celular, queria que ele fizesse o que? Sorrisse e dissesse que está tudo bem? — Lara me repreende e a olho com cara de culpada. — Agora fique aqui, já volto, vou buscar uma água para você.

Assinto e ela se vai pela escada, e aproveito para olhar direito a fofoca no Paris Match.

 “Ela não se cansa, não é mesmo? Depois de aparecer com Marco Reus, agora ela decidiu ficar com alguém mais perto, uma coisa mais em casa.

Ontem recebi esse maravilhoso vídeo de um leitor da nossa revista que estava em uma balada aqui em Paris, e me disse que eles dois pareciam muito íntimos e estavam muito agarrados um ao outro.

Infelizmente não temos mais que isso, mas fica o vídeo para vocês tirarem suas próprias conclusões. Se estava bom, apenas Edinson Cavani poderá nos contar.

Quem será o próximo alvo de Bárbara Chiarelli?

Lenora Sydoux”

Contive a vontade de jogar o celular na parede e o guardei na bolsa. Eu adoraria apertar o pescoço dessa mulher. Mas também entendo que esse é o trabalho dela, sujo, mas é o trabalho dela.

Ouvi a porta da escada ser aberta e vi Lara lá em cima. De repente ela empurrou Zlatan para dentro e colocou a cabeça entre a porta e a parede.

 “Não saiam dai até se resolverem, é uma ordem.” Ela gritou e fechou a porta.

Zlatan me olhou de lá de cima e eu o olhei. Não disse nenhuma palavra e continuei sentada no mesmo degrau onde eu estava. Ele desceu e se sentou ao meu lado.

- Lara gritou comigo. — Zlatan quebrou o silêncio e imaginei Lara apontando o dedo na cara dele e gritando. Ele me entregou uma garrafa de água e eu só peguei porque chorar dá sede.

- Você merece.

- Bárbara, eu nem sei por que você está tão irritada comigo. — Zlatan mantém uma expressão cínica e sinto vontade de socar esse nariz dele.

- Quer por ordem alfabética ou cronológica? — ele revira os olhos.

- Fale.

- Ah Zlatan, eu estou cansada de você. Você não me respeita, está sempre dizendo que estou atrás de macho, ou como você mesmo disse: uma Maria chuteira. E você está sempre desconfiando de mim, sempre tirando suas próprias conclusões, e pra fechar com chave de ouro, aparece com essa loira, levando ela pra jantar e os caralhos. Você nunca me levou para jantar. Como você quer que eu te leve a sério, como quer que eu fique com você desse jeito? — ele fica paralisado, apenas sua respiração pode ser ouvida em meio aos meus gritos.

Como eu disse, eu precisava gritar.

Algumas lágrimas ainda caiam enquanto eu falava, as limpei com as costas da mão e bebi um grande gole de água para tentar me acalmar.
Sua testa se contraiu, e sua boca está entreaberta, os olhos caídos e sem brilho me deixam confusa sobre o que ele está pensando. Ele pisca algumas vezes e brinca com a própria mão, sem dizer uma palavra sequer.

- Quer saber, eu vou embora. Aproveite a festa. — Me levanto e subo um degrau, sendo obrigada a parar quando Zlatan segura meu tornozelo, me impedindo de andar.

- Sabe, você é um caso a ser estudado. — ele se levanta e fica de frente para mim, com os olhos ainda foscos e sem vida.

- Não, você quem deveria ser estudado pela NASA. Se você não tem nada melhor pra dizer, eu vou embora. E por favor, me deixe em paz Zlatan. Daphne deve estar te procurando. — uma lágrima caiu do meu olho direito, e a limpei rapidamente.

Zlatan segurou minha mão, e sussurrou: “por favor, me escute”.
O encarei e pude perceber a tristeza que ele carregava no olhar, e os vincos na sua testa estavam mais evidentes por sua contração.
Suspirei pesado e passei as mãos no cabelo, tentando arruma-los de qualquer maneira.

- Estou ouvindo.

- Você sabe que eu sou explosivo, e eu não penso no que falo, as vezes sou bem injusto…

- Você é um ogro.

- Que seja, quer me chamar de Shrek? — ele se irrita e seguro um sorriso.

- Não. Você é o burro mesmo. — cruzo os braços e viro o rosto.

- Você está agindo feito criança.

- E você age feito idiota na maior parte do tempo, e eu não jogo isso na sua cara.

- Você vai me deixar falar ou não? — ele levanta a voz e bato os pés no chão, impaciente.

- Fale.

- Como eu ia dizendo, às vezes sou injusto com você, mas meu histórico amoroso não é dos melhores, eu confiei demais em Helena e olha o que eu ganhei? Um par de chifres que arrasta no teto de qualquer lugar que eu passe. — ele aponta para a testa e percebo uma veia saltar na mesma. — Eu tenho medo que isso aconteça comigo novamente. Você entende?

- Sim, eu entendo que você tem problemas de confiança, mas você não precisa me ofender todas as vezes que concluir precipitadamente que eu estou com alguém. — ele estala os lábios e olha impaciente para o chão.

- Já reparou que a gente vive para brigar?

- Não tenho culpa que você gosta de ser o dono da razão e que eu nasci barraqueira. — ajeito a bolsa no ombro e prendo o cabelo em um coque. — Zlatan, eu sou louca por você, mas desse jeito não da. Você nunca vai confiar em mim, e eu não posso ficar com alguém assim. Eu não sou Helena.

Subo as escadas e o deixo lá dentro. Mil pensamentos invadem minha cabeça, e um desconforto toma o meu estômago. Eu quero chorar no ombro de alguém e fazer alguma coisa errada.
Lara está beijando Trapp e eu não quero atrapalhar a vida deles, olho ao redor e todos estão acompanhados de alguém. Sinto a presença de Zlatan ao meu encalço e ando mais rápido, entrando no meio das pessoas. Ele desviou o caminho e foi até Daphne, e ela sorriu para ele no mesmo instante que o viu na sua frente.

Que vontade de regurgitar.

Encontro Cavani no bar observando a festa e encosto ao lado dele. Ele balança o copo com whisky na minha frente oferecendo a bebida, tomo da mão dele e viro tudo que estava no copo de uma vez só, e ele abre os olhos assustado.
Ele pede dois shots de tequila e fico um pouco receosa, mas ele me convence a beber.

- Arriba, abajo, al centro y adentro. — falamos juntos e o líquido dourado rasga minha garganta, e faço uma careta. Cavani ri e pede mais outra rodada.

- Você vai beber até parar de fazer careta. É melhor não fazer mais uma. — Pego o copinho de vidro e o encaro, balanço positivamente a cabeça e olho para cavani, que recita as mesmas palavras de antes.

 “Arriba, abajo, al centro y adentro”

E dessa vez não fiz careta, mas pulei para tentar espantar o álcool, o que não foi uma boa ideia, pois pareceu que eu estava mais bêbada do que antes. Solto o cabelo e o arrumo.
Tomamos uma dose de whisky e nos encostamos na parede, um ao lado do outro.

- Você fuma? — pergunto.

- Não… por quê? Você fuma? — ele me olha curioso e nego com a cabeça. — Então por que a pergunta? — Edinson observa meu rosto atentamente e vira de frente para mim.

- Quero fazer algo errado. Sei lá, fumar sempre foi contra meus princípios. — ele ri fraco e balança a cabeça, fazendo seus cabelos brilhantes balançarem conforme seus movimentos.

- Vem, vamos dançar e causar mais uma fofoca.

Edi me puxa para a pista e eu não hesito, já que não coordeno mais corretamente os meu atos. O dj está tocando Drake, exatamente a mesma música que tocava quando Zlatan invadiu meu quarto de hotel em Londres. Uma nova sensação de desconforto quis se apossar de mim, mas logo tratei de espanta-lá para longe ao dançar com Edi.
Ele segurou firme na minha cintura e se balançava junto a mim, seguindo meu ritmo. Seus olhos acompanham os meus e ele sorriu, de um jeito que me fez sorrir com ele. Ele me girou e fez com que eu ficasse de costas para ele, e me segurou nos quadris com firmeza, encostando em mim. Joguei a cabeça para trás, encostando no seu ombro e o vi sorrir mais um pouco.

Segurei na sua nuca e continuei sentindo a batida da música em mim, não sei se a bebida está causando essa sensação, mas é como se tivesse um grave batendo dentro de mim, e isso é bom.
Fechei os olhos e sorri, e na minha mente eu só via Zlatan. Abri os olhos rapidamente e ele estava a uma distância razoável de mim. Beijando Daphne.
Respirei fundo e olhei para cima para tentar espantar as lágrimas que vieram no meu rosto, e Edi me abraçou, mas eu não chorei.

- Não se preocupe Edi, eu não vou chorar. — ele sorriu com candura e beijou minha testa.

- Edinson! — uma voz masculina grita animado e eles se cumprimentam.

Ou eu estou muito bêbada, ou Sergio Kun Agüero está aqui.

- Desculpe o atraso, demorei para encontrar esse local. — ele coloca uma das mãos no bolso da sua calça jeans branca e sorri, mostrando seu conjunto de dentes brancos e bonitos.

Ta bom, eu o odeio, mas ele é muito gato.

- Sem problemas, ainda tem muita festa para rolar. Essa é minha amiga, Bárbara, mas acho que vocês já se conhecem. — Edinson põe a mão nas minhas costas e me empurra um pouco para frente, me fazendo tropeçar um pouco, mas nada que me faça cair.

- Sempre tropeçando… — Agüero sorri e reviro os olhos.

- Sempre interrompendo. — o imito irônica e ele sorri cínico.

- Vou buscar uma bebida. Mais um Whisky? — Cavani me pergunta e eu assinto. — Já volto. — ele nos deixa sozinhos e ficamos encarando um ao outro por algum tempo.

- Quer dançar comigo? — Sergio estende sua mão para mim e eu o deixo no ar, colocando os braços para trás.

- Você já me causou muitos problemas, não acha? — ele levanta as sobrancelhas e me olha de lado.

- Seu namoradinho bruto está com outra pessoa hoje. — ele olha para Zlatan e Daphne, que se beijam feito cães no cio.

Que vontade de regurgitar.

- Ele não é meu namorado. Quer dançar, então vamos dançar. É bom que você seja um dançarino melhor que Edinson, ou eu pisarei no seu pé. — Me irrito e puxo o braço dele, que cambaleia um pouco ao ser puxado. Ele se encosta em mim e sorri, como se estivesse gostando daquilo.

Ele segura minha cintura e acaba com qualquer espaço que havia entre nós. O encarei séria, e ele continuou com o mesmo sorriso no rosto. Sigo o ritmo de Work e rebolo de frente para ele.

- Se você rebolar mais um pouco eu não vou controlar meus instintos.

Ele mordeu o lábio e olhou para o lado, fitando o chão. Suas mãos desceram para minha bunda, mas não o impedi. Olhei discretamente para a direção que Zlatan estava e ele nos olhava irritado, abraçado a loira.
Ideias passaram pela minha cabeça e quero executa-las. Se ele está esfregando essa loira na minha cara, também o darei algo para ver.
Segurei com as duas mãos na nuca de Agüero, que encostou sua testa na minha.

- Você está me provocando. — ele sussurrou e eu sorri.

- Talvez essa seja a intenção. — sussurrei no ouvido dele, que beijou meu pescoço, me fazendo arrepiar.

- Você está me deixando louco. — ele apertou minha bunda e eu gemi.

- Estou sentindo, bem na minha coxa. — sorri maliciosa e ele também.

Ele me puxou pela nuca e me beijou com voracidade, sua língua quente se encontra com a minha e eu sinto seu gosto mentolado, misturado com álcool. Ele me agarra para que nosso corpo não se desgrude por nenhum segundo.

Uma mão surge entre nós e nos separa, e me assusto com aquela ação tão rápida. Vejo um soco ser dado bem no olho de Agüero, que leva a mão ao rosto e olha para Zlatan. Daphne corre para nossa direção, bem como alicia e Olívia, e começo a ficar histérica.

- O que você fez? Está louco Zlatan? — Grito na direção dele, que parece não me ouvir e parte novamente para cima de Agüero, mas não deixo ele concluir seu movimento, me pondo na sua frente.

- Sai da minha frente Bárbara! — Zlatan me olha furioso e seu maxilar está travado. Alicia e Olívia nos observam e olham uma para a outra. — Saia! — ele grita e estende os braços para me empurrar, o que faz alicia ter um reflexo incrível.

Ela segura um braço dele e dá uma rasteira nele, que cai feito uma gelatina molenga no chão. Meu nível alcoólico me faz rir da cena e ele se levanta furioso, encarando Alicia.

- Controle-se Zlatan, na minha frente o senhor não vai desferir nenhum golpe contra uma mulher. — ela fala com autoridade, e ele desvia sua atenção para Agüero, que está com as mãos no rosto.

O soco dado por Zlatan fez o supercílio dele abrir, fazendo o sangue escorrer por seu rosto e camisa cinza. Ele olha para o sangue nas mãos dele e praticamente voa em cima de Zlatan, e eles rolam no chão brigando. Começo a chorar e tento tirar Zlatan de cima de Sergio, e a loira puxa o meu braço, fazendo-o doer.

- Não toque nele, ele é meu! — ela grita com sua voz fina e insuportável, fazendo um ódio subir pelas minhas entranhas.

Cavani aparece assustado com dois copos de whisky, um em cada mão. Tomo um dele e jogo o líquido no rosto da loira, que parece não acreditar no que eu fiz.
Jogo o copo com força no chão, e Sergio e Zlatan param de brigar e nos observam.

- Olha aqui sua loira falsificada, ninguém grita comigo desse jeito. Esse ai que você está chamando de “seu” só te procurou porque eu e ele brigamos, mas sabe o que estávamos fazendo antes dele te procurar? Fodendo em um hotel maravilhoso em Londres! E sabe o que ele estava fazendo quando misteriosamente sumiu aqui? Ele estava conversando comigo, tentando se explicar para mim. Você acha que ele é seu? Não! Ele não é! Sua ridícula, a única coisa que ele quer com você é depositar esperma, e quando se cansar de você, vai procurar outra igual a você: uma vagabundinha de quinta.

Daphne levanta a mão para me dar um tapa na cara, mas sou mais rápida e seguro a mão dela, dando um soco em sua boca. Ela segura meu cabelo e eu puxo o dela, arrancando um pedaço do seu mega-Hair, fazendo ela gritar e soltar meu cabelo, aproveitei-me disso e dei vários tapas na cara dela, que se afastou de mim e saiu dali rapidamente.

- Que sururu é esse aqui? Arrasou nos tapas! — Lara aparece ofegante, acompanhada de Kevin, que não entende nada do que está acontecendo.

- Aquela idiota veio querer me arrasar, mas ninguém me arrasa! — Lara grita e pula, adorando todo aquele circo.

- Você viu o que você fez? Arrancou um pedaço de cabelo dela. Você é uma selvagem. — Zlatan grita comigo e eu rio sem emoção.

- Leva pra ela, quem sabe ela não queira colocar de volta. — coloco o pedaço de cabelo na mão dele e ajudo Agüero a se levantar do chão. — Vem, vamos embora daqui. — ele se levanta e vem para o meu lado, ainda sangrando muito.

- Você não vai sair daqui com ele, ou eu não me chamo Zlatan. — ele segura meu braço e me puxa para perto dele, me fazendo sacolejar.

Lara solta a mão dele do meu braço e o empurra, dando um tapa no peito dele em seguida.

- Se encostar um dedo sequer nela, o bagulho vai ficar muito louco pro seu lado. — A pequena arruma forças de onde não tem e se põe na nossa frente, para surpresa de todos.

- Lara, não precisa disso. Eu vou dar um jeito nesse supercílio dele, você lembra onde guardou as coisas de enfermaria? — ela assente.

- Guardei no armário do banheiro principal. Vão logo antes que ele comece a sentir dor, qualquer coisa me liga. — ela me empurra e deixo a festa com Agüero, com todos os olhos nos acompanhando.

Zlatan não parecia nada feliz, obviamente.
 

***

Chegando em casa, coloquei Sergio sentado na borda da banheira e comecei a limpar o sangue no seu rosto com água. Ele reclamou quando joguei o iodo no ferimento, mas mesmo assim não se mexeu.

- Você não vai me dar pontos né? — ele afastou minha mão e me olhou assustado.

- Não, eu vou fazer um ponto falso. Eu não tenho anestesia local aqui para te suturar. — dei um tapa na mão dele e continuei limpando o machucado.

- Desde quando você sabe de primeiros socorros?

- Desde que eu sou formada em enfermagem? — ele pareceu surpreso com minha réplica e não soube o que responder.

Comecei a colocar o curativo e ele reclamou um pouco quando tive que juntar a pele no lugar correto. Depois de pronto, limpei ainda o sangue que escorreu enquanto eu fazia o curativo.

- Pronto, se doer é só tomar um analgésico mais forte e é bom você ir ao medico pegar uma receita de anti-inflamatórios também. E tome um banho quando chegar ao seu hotel, pelo amor de Deus. — lavo as mãos e me olho no espelho, tentando entender tudo que aconteceu.

- Então não vai rolar mais nada? — ele sorriu, mas mesmo assim parecia decepcionado.

- Você deve gostar de apanhar, só pode ser.

- Nem um beijinho para sarar o machucado? — ele me agarra pela cintura e me encosta na parede.

- Ok, talvez um beijinho… — ele encosta sua boca na minha e nos beijamos por alguns minutos. — E agora que já te dei o seu beijo, pode ir.

Ele roubou um selinho de mim e saiu pela porta da frente, e eu fiquei aqui pensando no que eu fiz.

Eu fiz merda.