História Snow - Capítulo 11

Os fogos estouravam no céu escuro, colorindo a noite fria. A neve tinha dado trégua novamente, no entanto Hinata gostaria que uma tempestade caísse para combinar com seu humor.

Os últimos acontecimentos a estavam deixando irritada e com uma grande dor de cabeça. Na verdade desde que Tsukiyomi mexeu na sua mente, a dor só aumentava. Unindo isso com o fato de ter deixado Naruto, e a expressão que seu pai lhe lançou, fazia sua irritação aumentar.

Ela apertou o corpete e suspirou. O vestido era leve, seria usado apenas na primavera, no entanto providenciaram um manto de veludo para colocar sobre a roupa. Toda preta, como o seu humor. Ela colocou as botas, procurando aquecer os pés e se olhou no espelho.

Estaria feliz de participar se o proximo líder fosse uma boa pessoa. Mas Madara era manipulador e cruel. Nada de bom aconteceria durante a liderança dele. E ela seria a primeira...

O salão, preparado especialmente para a nomeação do novo líder, estava cheio. Ela percebeu que Hiashi já estava irritado com o atraso dela, enfim, suspirou e se sentou ao lado do pai.

As palavras dos anciões era calmas e levemente pausadas, fazendo seus olhos ficarem pesados. Hinata quase pulou de susto ao sentir seu pai se levantando e caminhando para a frente. Parecia que tinha cochilado um pouco.

Hiashi segurou a espada na sua frente. O brasão dos Hyuugas brilhando em dourado atrás do homem. Ele citou solenemente as palavras do líder e chamou Madara até ele. O Uchiha se ajoelhou em frente e jurou livrar o mundo dos demônios, em toda a pompa das palavras antigas. Recebeu a espada de Hiashi, em um gesto de extremo respeito.

Seu olhar se fixou por alguns em Hinata e depois desviou para os outros caçadores que aplaudiam animados. Ela sentiu um frio constante se instalar em seu interior.

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A madrugada seria prolongada provavelmente. A música não parava, alguns dançavam, outros bebiam, crianças corriam. Hinata sentia os olhos de Madara cravados nela. Já estava se tornando sufocante, mas onde quer que ela ia, o líder observava os passos dela.

Por fim, se cansou e se sentou, bebendo o vinho que lhe ofereceram. Se não conseguia se desviar, ficaria quieta em um lugar só.

Hinata sorriu quando tocou os lábios, se lembrando da sensação de ser beijada. Perdida em seus devaneios depois de um tempo.

-Você parece feliz...

Ela entrelaçou os dedos sobre o colo e olhou na direção oposta, evitando contato visual.

-Bem, desculpe mas... - Hiashi hesitou alguns segundo - Recebi uma proposta para você.

-Não estou interessada - respondeu imediatamente cortando a fala do pai.

-Na verdade não tenho como recusar, a não ser que você me diga o nome do homem pelo qual está apaixonada.

A morena se irritou, se virando para o pai que parecia calmo.

-Que diferença faz se você mesmo diz que não pode recusar?

-Foi uma grande honra essa proposta, inclusive todo o conselho aprovou. O máximo que posso fazer é dizer que minha filha já está apaixonada por um bom caçador e que ele deseja lhe tomar como esposa...

-Quem fez a proposta? - ela olhou ao redor

-Uchiha Madara.

-Mas ele me odeia...- ela sussurrou com as mãos trêmulas - Sempre odiou. Ele está brincando...

Hiashi suspirou. Por alguns momentos ele pensou sobre o que falaria, quando se deu por satisfeito finalmente encarou sua filha.

-Você é especial, assim como a sua mãe era. Madara vai cuidar bem de você, e com o tempo você vai aprender a viver com ele. É assim que as coisas são -ele continuou falando mesmo com a morena negando - Quando seus filhos nascerem você vai finalmente entender. Vai ama-los apesar de tudo.

-Não vou me casar com ele! Não vou aprender a amar ninguém - ela falou firme.

-Já está decidido. Infelizmente eu não tenho um nome para interceder diante do conselho.

-Isso não é justo! - ela se alterou

-O conselho acha que você precisa de alguém para te manter perto. Eu já sou velho Hinata, e mesmo assim eles não confiam tanto em mim. Madara por outro lado é a pessoa que eles mais confiam para te manter...segura.

-Ou seja, eles querem me manter presa. Como fizeram com a mamãe. - Hiashi suspirou com a resposta da filha

-Não foi bem assim - tentou argumentar

-Não? Eles nos deixaram fora do acampamento! Nunca aceitaram ela e nunca me aceitaram. Tudo isso por causa do nosso sangue. Se nós vivessemos aqui ela não teria...

Hiashi se levantou, ajeitando seu mantos sobre os ombros. O queixo levantado e rijo dizia que ele não argumentaria mais.

-Não fuja. Provavelmente você está sendo vigiada. Não haverá uma cerimônia adequada, pois o conselho não autorizou. Amanhã a tarde vocês trocarão seus votos. Vá para casa e descanse.

Hinata abriu a boca várias vezes mas não encontrou as palavras. Seu pai a entregou e simplesmente saiu dali, deixando-a para trás. Ela pensou em Naruto. Não seria bom ir atrás dele, Madara era esperto o bastante para ter escolhido os melhores caçadores para vigia-la. Sem mais o que fazer ela deixou a festa e foi para casa.

Subiu as escadas sentindo as pernas pesadas e abriu a porta do quarto, tendo o cuidado de trancar o lugar. Jogou o manto sobre o tapete e se sentou ao lado dele, fechando os olhos.

"Se concentre", as palavras de Naruto invadiram sua mente.

Ela sentiu a vaga presença de alguns caçadores ao redor da casa. Respirou impaciente e apoiou as mãos espalmadas sobre o piso de madeira. Cada um deles foi tomando forma, ela conseguia sentir eles bem atentos e poderia até dizer que a respiração saía regular... Era quase como se pudesse toca-los com os olhos fechados, quinze homens. Não, havia uma mulher, eram quatorze homens e uma mulher.

As mãos ardiam em resposta ao esforço e ela abriu os olhos encarando o brilho lilás, como da última vez.

"É parte de você. Você pode controlar se toma seu corpo e com qual intensidade"

Era um trabalho pesado e cansativo. Hinata sabia que poderia se machucar, mas não poderia contar com ninguém no momento. Ela forçou o brilho a se espalhar pelos seus braços e corpo. Quando finalmente ficou coberta, se sentiu leve. Como se tivesse tomado uma dose de adrenalina, a morena sentia que poderia conseguir tudo e aquela sensação era muito boa.

Quando sentiu sua pele arder, ela se forçou a deixar o poder ir embora, resultando apenas em pequenas marcas vermelhas nas mãos e braços. Talvez pudesse controlar aquilo. Passou algumas horas do restante da madrugada fazendo isso, até ver a luz do sol. Tomou um banho e dormiu a manhã inteira.

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Madara colocou a armadura negra sobre a roupa. O manto matrimonial estendido sobre a cama, perfeitamente alinhado, estava a espera. Ele sorriu radiante. Seus planos estavam indo no caminho certo. Já tinha em mãos seis dos grandes espíritos e uma parte da energia vital do Ichibi. Já era o suficiente para dar andamento em suas conquistas. Quando eliminasse todos os demônios do mundo, finalmente seria o homem mais poderoso da terra, sendo o senhor supremo.

Aquela idéia de ter grande poder em mãos o deixou extasiado e cheio de autoconfiança. As batidas na porta ecoaram pelo quarto.

-Já está na hora, senhor. - um dos empregados avisou.

-Estou descendo - ele colocou o manto sobre a roupa, amarrando o cinto com firmeza.

Finalmente tinha vencido. Todo o poder estava em suas mãos. Não podia negar que de longe Hinata era a moça mais bela da aldeia. Se o seu sangue não fosse contaminado, haveria uma grande fila de pretendentes.

Nenhum caçador iria querer ter filhos com sangue de demônio e Madara não era exceção. Mas ele queria Hinata para satisfaze- lo, ela ainda era desprezível por se manter viva e Madara jamais permitiria que uma criança vindo dela nascesse. Ainda poderia se casar com uma caçadora e ter belos herdeiros.

Mas a possibilidade de ter uma mulher tão atraente em sua cama lhe causava uma satisfação incrível.

Caminhou calmamente para a casa de reuniões dos anciãos. Lá ele teria finalmente aquela mulher insolente para ele apenas.

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Naruto caiu com as patas firmes no chão. Sentiu o corte próximo ao pescoço e sacudiu os pêlos, agarrando o homem com uma das caudas e o jogando contra uma rocha. Rodeou o espaço em uma corrida certeira, derrubando mais cinco dos homens.

-De onde vieram tantos? - ele se viu cercado.

-Eles não estão brincando - o outro respondeu encostando nas costas da raposa.

-Eles nunca brincam Bee - Naruto conteve a vontade de virar os olhos - Mas você viu o Gaara, eles não querem matar.

-Já percebi.

O polvo lançou uma espécie de barreira entre eles e os caçadores, densa como fumaça negra. Os dois correram, tendo alguns segundos de vantagem.

-Pela água Kyuubi! - Killer Bee se adiantou, quebrando parte do gelo formado na superfície da água.

-Droga, essa merda ta congelada Bee! - Naruto correu junto do outro.

-Com frio raposinha? - Bee mergulhou na água.

-Tsc... - Naruto pulou atrás dele.

Os dois nadaram um bom pedaço, chegando sem dificuldade na outra margem. Saíram já na forma humana e mesmo resmungando, correram antes que os caçadores os alcançassem novamente. Procuraram abrigo na aldeia mais próxima.

-Então eles estão caçando mesmo? - Bee tomou um gole do caldo quente.

Eles entraram no vilarejo secreto dos demônios, conseguiram roupas secas e seguiram para um restaurante, buscando por comida. Ver dois dos Grandes Espíritos juntos era algo raro e eles chamavam muito a atenção por onde passavam. Principalmente Killer Bee, conhecido como um hábil guerreiro e também muito admirado por todos.

-Parece que sim. Eu não consegui contato com nenhum dos outros, imagino que agora restem apenas nós dois. - o loiro fitou sua porção de gyoza, mordendo um com vontade.

-E você pretende ir contra o cara que capturou sete dos Grandes Espíritos? - Bee parecia surpreso - Qual o motivo?

-Ele matou meus pais. - Naruto deu de ombros.

Bee olhou para o loiro um tanto pensativo. Sabia que o demônio vivia para aquele propósito, encontrar o assassino dos seus pais. Mas como lidaria com alguém tão forte? Ele poderia ser o guerreiro com maior quantidade de energia, mas aquilo era ridículo.

-Mesmo se eu ajudar, mesmo que você consiga convercer a todos aqui - ele apontou para os outros demônios que prestavam atenção nos dois discretamente - Ainda assim terá poucas chances.

Naruto olhou para o teto por alguns segundos e quando iria falar algo, uma confusão do lado de fora lhe chamou a atenção.

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Hinata se olhou no espelho surpresa. Não acreditava que as mulheres haviam se empenhado em deixá-la tão bonita. O vestido negro, como mandava a tradição, contrastava com seus olhos claros e bem marcados pela maquiagem. A boca vermelha e as bochechas rosadas lhe davam um ar natural e saudável. E todas as vezes que ela se movia, as pulseiras e brincos tilintavam.

Respirou fundo, pegando a bolsa e passando-a pelo pescoço, arrumando suas coisas sobre as costas.

-Vamos! - seu pai entrou no quarto fitando a filha.

-Já estou pronta - disse determinada.

Hiashi estreitou os olhos e balançou a cabeça.

-O que é isso? - apontou para a bolsa

-São algumas coisas que eu vou precisar - ela segurou a alça, que passava entre seus seios.

-Depois podemos levar suas coisas Hinata. Está estragando o traje - falou sem paciência.

-Vou precisar já e não depois... E sobre o traje não faz diferença, não é? Papai - falou com ironia.

-Não... Não faz. - disse deppis de uma pequena pausa, ele se virou de costas e saiu, esperando que ela fosse junto - Ande logo. A noiva deve chegar antes do noivo e esperar por ele. Faça ao menos isso direito.

Os dois caminharam em silêncio, sob os cochichos e julgamento dos outros caçadores. Hinata conseguia ouvir vários comentários surpresos e cheios de maldade. Ali estava mais do que claro que ela não fazia parte daquele povo. Talvez ela não fizesse parte de lugar nenhum.

Apressou os passos e adentrou no salão, sequer olharam na direção dela, falando algumas coisas apenas com Hiashi. Ela baixou a cabeça e uniu as duas mãos a sua frente, deixando a estola dourada cair sobre suas mãos, representando que ela pertenceria totalmente ao seu esposo. Sentiu o estômago revirar com aquela idéia enquanto aguardava, como um criminoso aguarda pela sua sentença.

Madara entrou no salão alguns minutos mais tarde, cercado pelos mais fortes guerreiros do vilarejo. Vestindo a túnica preta ornada com riqueza de detalhes dourados. Caminhou devagar até o lugar onde ela se encontrava.

Ela não devolveu o sorriso do noivo, que se colocou a sua frente e continuou encarando o homem que lhe olhava com desdém e malícia. As palavras dos anciões passavam por ela e Hinata mal conseguia ouvi-las.

Quando Madara fez menção de segurar a estola que estava sobre suas mãos, ela se afastou.

-Não seja tímida - Madara riu estendendo a mão em um convite.

-Não me casarei com você - ela cuspiu as palavras

O som de surpresa das poucas pessoas presentes foi ouvido pelo salão, acompanhado do urro do Hyuuga mais velho.

-Hinata! - Hiashi se levantou furioso

-O quê? - ela jogou a estola no chão e retirou o véu negro - Falei que não me caso e pronto.

Ela desceu do altar, a passos lentos. Hiashi foi na direção da filha, como se tivesse vontade de empurra-la de volta.

-Não seja tão confiante pirralha - Madara a olhou sério. - Você não tem escolha.

Como se fosse uma ordem, vários homem apareceram das entradas do salão, provavelmente cercando o lugar também. Hiashi avançou sobre ela e segurou um de seus pulsos com firmeza.

A morena sentiu o corpo esquentar de raiva, concentrando-se como tinha feito a noite inteira. Se virou para o pai e sem controlar a força, bateu sua mão livre contra o braço do mais velho, conseguindo ouvir o som do osso se partindo.

Hiashi gritou surpreso ao ver o corpo da morena sendo coberto pelo brilho lilás. Ela sequer olhou para o pai, quando atingiu mais dois caçadores que correram em sua direção.

Seu corpo parecia quente e veloz, e ela não se importou quando atingiu mais dos homens que vinham em sua direção. Madara fechou as mãos em punhos, irritado com a petulância da garota. Se continuasse daquele jeito iria quebrar o selo.

-Já chega! - ele gritou e partiu na direção da morena.

O movimento foi rápido. Madara arregalou os olhos e girou o corpo, desviando do maior dano. Ainda assim seu ombro foi atingido.

As patas pesadas tocaram o chão e ela caiu de quatro, aprumando o corpo. O rugido saiu alto, enquanto o tigre tomava forma dentro do salão. Todos olhavam a cena espantados com o tamanho da fera. Quando Hinata se virou na direção da saída Madara gritou.

-É um demônio! Todos! Capturem! - ele gritou segurando o local que sangrava.

Hiashi sentiu as pernas tremerem mas se manteve de pé, encarando aquela que agora parecia tanto com a mãe. Talvez ela sempre fosse parecida, mas ele preferia ignorar os sinais. Praticamente não sentia seus braço latejar, devido ao choque de ver Hinata se transformar diante de seus olhos. Foi tirado do transe pela voz furiosa do líder.

-Ela quebrou o selo! Como? - Ele bradava para o Hyuuga.

O homem abriu a boca e fechou novamente, os gritos do lado de fora o fizeram correr acompanhado de Madara.

Quem conhecia Hinata, nunca poderia imaginar que ela seria capaz de ser a autora da cena que eles viam. Corpos de caçadores partidos em pedaços, rasgados cruelmente pelo caminho. Hiashi sentiu o corpo tremer ao se lembrar do quanto Tsukiyomi poderia ser cruel. Agora via sua filha se portar como o ser que mais odiava na vida.

-Perdemos ela! - ferido, um dos homens gritou.

-Vasculhem tudo! Matem qualquer demônio que encontrarem pela frente! Quero ela viva aqui e agora! - Madara bradou.

O líder se voltou para dentro, cruzando o olhar com Hiashi. Não deixaria que aquela pirralha estragasse seu dia. Teria que ter sangue em suas mãos para melhorar seu humor. Jogou o manto matrimonial no chão e seguiu para o armazém de armas.

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Naruto tentava entender a confusão. Um grupo pequeno de espíritos estavam agitados, gritando por socorro. Traziam algumas crianças feridas e pareciam ter saído de uma guerra.

-Mas que porra??? - O loiro soltou o palavrão enquanto alguns socorriam as crianças.

-O que aconteceu? - Killer Bee sacudiu um dos homens que tremia.

-Oa caçadores invadiram o vilarejo do sul - o homem estava pálido e tremia de medo - Quebraram as barreiras e entraram...

-Isso é impossível! - alguém gritou

-É verdade! - outro ferido confirmou - Eles tinham algo, um monstro. Ele tinha cheiro de morte e abateu quase todos em instantes. Nós quase não conseguimos fugir, mas minha família é veloz.

Naruto olhou para Bee. O vilarejo do Sul não era tão longe dali. Se fosse verdade, eles poderiam ser atacados em algumas horas.

-Acalmem-se! - Naruto falou - Vamos cuidar das crianças e nos preparar para um possível ataque...

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-Vamos avançar? - Danzou questionou o líder

-Não. Vamos nos preparar para pegar todos de uma vez. - Madara chutou o corpo à sua frente.

O Uchiha olhou ao seu redor satisfeito. O Juubi estava inquieto, o que queria dizer que os dois não estavam tão longe.

-Você quer mais poder? - ele se aproximou do demônio - Vai ter em breve. Vamos conquistar o mundo! - Sorriu, com os olhos cravados na floresta.

O demônio soltou um urro alto. Todos os caçadores se viraram para ele, com os pelos arrepiados. O monstro irradiava terror e destruição, porém eles confiavam cegamente que Madara tinha controle total sobre ele.

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O cheiro de sangue se espalhava pela floresta, mas Hinata não conseguia parar de correr. Primeiramente ela imaginou não ter um objetivo, mas agora percebeu que apenas corria para ele. Diminuiu as passadas quando conseguia senti-lo perto. Seu corpo ardeu em alguns pontos, indicando ferimentos, mas o que importava de verdade estava à sua frente.

Ela conseguia sentir muitos cheiros diferentes e pôde perceber que eles estavam agitados. Hinata baixou o focinho e deu mais alguns passos. Seu coração acelerou ao ver os fios dourados e ela conteve a vontade de correr, sabia que estava diferente e era bem difícil se concentrar em apenas uma coisa. Tinha muitos espíritos ao redor e ela estava em um tamanho difícil de esconder.

O suspiro que ela soltou saiu em forma de um rosnado baixo, como um gato ronronando. Vários rostos se viraram na sua direção e ela parou assustada.

-O que é isso? - Bee estreitou os olhos desembainhando a espada.

-Parece um espírito...-um dos homens falou confuso - Mas esse cheiro....

Naruto arregalou os olhos e deu um passo à frente, completamente surpreso. O tigre se encolheu um pouco sem conseguir desviar o olhar. Ela não queria tentar falar e ouvir sua voz sair diferente. Ainda não estava acostumada com aquilo.

-Hi..nata- estendeu a mão para o espírito.

Ela fechou os olhos e todos ficaram em alerta, esperando por algo. O cheiro dela ficava mais evidente a medida que o corpo diminuía, tomando a forma de uma mulher.

No instante que Hinata abriu os olhos, sentiu os braços de Naruto ao seu redor. Mas ao contrário de um abraço, ele lançou o corpo dela para o lado, fazendo-a bater contra a parede.

-Merda! - o loiro gritou e ela se voltou para ele, ainda tonta.

A camisa preta qo o loiro vestia tinha uma abertura na frente e a pele à mostra sangrava com um coete superficial. Bee estava surpreso com o movimento do amigo que tinha se colocado na frente da caçadora.

-O que está acontecendo Kyuubi? - Bee retornou à postura de ataque, acompanhado dos outros - É uma caçadora! Não sei que diabos aconteceu com ela, mas ela é o que é.

-Não se aproxime Bee - o loiro rosnou de volta.

-Eles estão nos caçando... Estão TE caçando... - Bee se moveu para o lado, mas Naruto se moveu junto

-Ela não vai fazer mal nenhum. Deixa eu falar com ela primeiro- O loiro sabia que uma luta seria muito ruim no momento, ele estava em grande desvantagem - Depois você fala...

-Conversar? - perguntou incrédulo - Tá brincando comigo?

-Bee...- ele quase implorou

Hinata se colocou de pé e acompanhou aquele diálogo. Se aproximou de Naruto devagar, perto o suficiente para poder toca-lo, mas se conteve.

-Não mesmo. - o homem deixou o manto sobressair em sua pele.

-Que droga Bee! - Naruto estendeu o braço para trás, em um pedido mudo, e Hinata segurou sua mão. -Confia em mim caralho!

-Na...Kyuubi... - ela chamou com a voz doce e ele conteve a vontade de olhar para a morena

-Calma Hime. -disse baixo, sem desviar o olhar do amigo - Só um tempo, ok?

Bee encarava os dois com desconfiança. Os outros gritavam para ele acabar com a caçadora, mas o homem mantinha os olhos sobre as mãos dos dois. Aos poucos baixou a espada fazendo o loiro suspirar aliviado.

-Se algo acontecer... - ele começou

-Por minha conta. - Naruto respondeu com um pequeno sorriso.

O loiro deu um rápido olhar para Hinata e a puxou consigo. Deu a volta pela casa e adentrou no quarto da hospedaria. Fechou a porta e finalmente se concentrou na morena.