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História Snowman - Capítulo Único


Escrita por: _Sadness

Notas do Autor


Devo me desculpar pelo pequeno plot sem sentido algum, e pelas poucas palavras, mas assim que vi ser seu aniversário no dia de hoje, meu cérebro entrou em alguma espécie de pânico.
Tentei lhe presentear, mas quem sabe não tenha saído como o esperado, me desculpe.
Após muito pensar, e assistir filmes de inverno em pleno verão, pensei que algo pudesse ser aproveitado, contudo, olhando de maneira mais aprofundada, após dormir por duas horas e acordar quem sabe mais sã, percebi que não está lá aquelas coisas. Me desculpe.
Enfim, essa fic é para a minha Carol, muito obrigada por ter surgido em minha vida, não sabe como é especial para mim, como falo de você para todos à minha volta, e como me emociona com cada palavra dirigida à mim.
Me desculpe mais uma vez, por esse presente não tão à altura da sua amizade, mas fui quase pega de surpresa, prometo que no próximo ano farei algo melhor.
Muito obrigada por tudo.

Capítulo 1 - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction Snowman - Capítulo Único

Maybe you will never know...

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 Snowman

 

Hoje faz cinco anos desde que você se foi, meu querido.

Por quantas noites liguei para seu quarto no hospital, na esperança de que sua voz rouca e distante me atendesse, acalmasse meu espírito de que não passara de um sonho ruim. Em todas me perturbei com os toques sem fim. Algumas, a enfermeira atendeu, pedindo que não ligasse novamente; em outras, gritos irritados me ordenavam que esquecesse aquele número, você não estava mais lá, afinal.

Percebi que não estava. Porque está em mim, não é mesmo?

A cada xícara de cappuccino, a cada fumaça causada pelo frio extremo. Você está em todo o lugar, sempre que estou, lá está o seu sorriso.

Ainda escuto seu sotaque forte ecoando por entre as paredes, o dialeto engraçado que por vezes me deixava sem compreensão alguma de suas palavras.

Nossas fotos estão nos mesmos lugares. Aliás, até mesmo nossa cama, desfeita da mesma maneira com que a deixamos da última vez em que fizemos amor. Tenho dormido na sala. Fico imaginando o que diria se me visse no sofá. De certo alguns ultrajes me seriam dirigidos. Não é de todo ruim. Gosto de observar a lareira enquanto tento pegar no sono.

É difícil, sabe? Sem você aqui.

Tudo é difícil. Acordar, dormir, tomar um banho, me alimentar. Tudo parece apenas um bolo sufocante na garganta. É difícil até mesmo respirar.

Os anos passaram rápido, pelo menos. Acho que isso é algo bom, ou não sei. Não que você vá voltar para mim, mas com o passar do tempo, quem sabe, o meu fim se aproxime. E logo estaremos juntos.

Você podia voltar para mim, o que acha?

Tudo bem, não direi mais bobeiras, sei que isso te irrita. Estou sempre falando, e na maioria das vezes não me dou conta do que sai de meus lábios.

Infelizmente, poucas foram as vezes em que disse eu te amo.

Dizem que os mortos recebem mais flores que os vivos porque o remorso é mais forte que a gratidão. E aqui estou, transbordando de remorso pelas vezes que tive a oportunidade de lhe confessar, mas nunca o fiz. Tão orgulhoso que sou.

Eu te amo, Jung Daehyun. Eu, Kim Himchan o amo com todo o meu ser.

E de forma quase trágica o amarei para sempre.

Como é aí no céu? Deve estar no céu, claro. Os anjos te tratam de forma carinhosa? Diga a eles que você é meu. Conte para os querubins nossos momentos juntos.

Que tal aquela vez em que fomos ao parque? Nevava tanto, e ainda assim insistiu para que sentássemos, observássemos a brancura da neve que despontava do céu como as penas de um pássaro machucado.

“Meus lábios estão congelados, hyung” você disse, e com um sorriso malicioso nos lábios respondi “Então daremos um jeito nisso” antes de pregar-lhe um doce beijo.

Pude me sentir em casa naquele instante. Não em um abrigo físico, digo, no meu lar. Você era o meu lar, meu amor. Você é o meu lar.

E por isso ainda acordo com a garganta seca pela madrugada, sentindo-me completamente desprotegido. Dizem que na vida, quando se perde o telhado, ganha as estrelas; mas não vejo nada, meu céu está nublado. Um completo e atordoante escuro sem o brilho dos teus olhos.

Me desculpe pelas frases de auto ajuda, é o que tenho lido em meu tempo vago, tentando desesperadamente não lembrar de nós.

Ainda naquele banco na praça, pedi que me esquentasse então. Não dizia meu corpo, mas você não entendeu. Raras vezes você entendia o que eu dizia, sabe? Disse que meu coração estava frio, mas tudo o que fez foi sorrir e passar seu braço por meus ombros.

Aqui estou, sentado nesse mesmo banco, olhando para o mesmo local onde me derrubara, segurara meus pulsos sobre minha cabeça e dissera que jamais me abandonaria.

Pensei que houvessem lhe ensinado a não prometer o que não se pode cumprir, meu amor.

Você se foi, enfim. Me abandonou.

E por isso o sol brilha lá no alto, distante demais para derreter o gelo que nos cobre. Meu coração está frio novamente. Tentei de tudo, contudo, nada me aquece como o toque dos seus lábios, seu abraço, sua voz forte, seus olhos marcantes.

Oh, me desculpe pelas lágrimas, acreditei que, com o inverno aqui dentro, tudo estivesse congelado.

A verdade é que por vezes me lembro de você naquela cama, me fitando assustado. Isso não deveria ter acontecido. Eu deveria tê-lo confortado melhor. Entretanto, por vezes observei seu choro baixinho, quando acreditava que estava dormindo de mau jeito no sofá duro do quarto daquele hospital.

Todas as vezes que o observei adentrar aquela máquina... O tumor era de fato tão grande que até mesmo eu conseguia vê-lo, ainda que estivesse cego pelo desespero. Queria acreditar que iria sobreviver. Mas boa parte de seu cérebro já não respondia.

Tentei não chorar na sua frente, quando aos poucos me dizia coisas sem sentido, voltava a agir como um garotinho, assustado por todos aqueles enfermeiros, incomodado com o cheiro de iodo.

Eu te amei até o último instante.

E continuo a amá-lo.

Já sentiu uma dor a ponto de chorar sabendo que iria perder a pessoa que mais ama no mundo? Você se sente inútil, impotente. Porque por mais que tente lutar, no fundo sabe que não há nada a ser feito.

E não havia. Por isso estou sozinho.

Lembra-se de nossa música? Se fechar os olhos sei que poderei ver os seus olhos. Eles brilham para mim mesmo após tanto tempo.

Você amava a neve, sentia-se completo, dizia que todos ficavam mais bonitos no inverno; menos eu, que sou bonito o ano inteiro. Ainda que odiasse o calor, sempre saíamos para tomar sopa de frango no verão. Nunca fui boa companhia, não é mesmo? Sempre falei mais do que devia, o deixando por vezes sem palavras, sem brechas para alguma conversa civilizada.

Me perdoe.

Será que se fizer um boneco de neve e vesti-lo, você aparece e me diz que está mal feito, retira seu cachecol e tenta conserta-lo?

Talvez deva ir para casa, quem sabe o vislumbre de seu local favorito esteja afetando meus sentimentos. Tudo o que eu queria era você aqui, me pedindo um chocolate quente como se eu pudesse fazê-lo em meio às árvores.

Hoje, sei que poderia. Faria de tudo, contanto que estivesse aqui.

Ah meu amor, logo será natal. Outra data festiva que passarei sozinho. Lembra-se do quanto nos esforçávamos para decorar a casa? Dizia que mal via a hora de fazê-lo com nossos filhos.

Nunca levei jeito para isso, você sabe, mas sempre que passava alguma criança por nós, ficávamos horas sonhando se aquele pedacinho de gente fosse nosso.

Tento ser forte. Mas a verdade é que ainda dói. Mesmo após esses cinco anos, sinto como se a ferida ainda estivesse aberta em meu peito, e todas as vezes que estou sozinho, e escuto sua voz ecoar desleixada pela casa, seguida de meus soluços amaldiçoados, fossem algum castigo divino.

Você amava o inverno, e eu aprendi a amá-lo por você.

Sei que nunca voltará para mim, mas não consigo parar de pensar nisso. Parece que com o passar dos anos vou ficando cada vez mais psicótico. Quem sabe não me tornarei um velho caduco, perguntando por meu amado a cada segundo.

Fitar a entrada de nossa casa não me parece tão seguro. A fachada que pintamos, as janelas as quais passávamos horas admirando pelo lado de dentro. Lembra-se da guirlanda que sua mãe nos presenteou no natal em que descobrira sobre o nosso relacionamento? Lembra-se do quão nervosos ficamos para contar? Pois é, lá está ela, reluzindo mais que todas as luzes coloridas dos pisca-piscas.

Quem sabe eu não deva realmente construir um boneco de neve. Apenas para ter algo ao qual me extasiar ao olhar pela janela.

Gostaria que não tivesse ido. Tantas coisas tínhamos para fazer que agora se transformaram em meras lagrimas.

Não ficou lá aquelas coisas, você sabe, talvez pela minha esperança de que apareça e me dê uma bronca. Acho melhor ir para dentro, fazer um chocolate quente para dois e tomá-lo fitando a cadeira vazia à minha frente. Passei tanto tempo aqui fora que meu nariz parece ter congelado. 

Espere, antes, devo fazer algo.

- Moço, ele está chorando? – Uma voz infantil despertou-me de meu monólogo, referindo-se à pequena lágrima que desenhara no olho esquerdo da minha frágil escultura mal feita.

- Sim.

- Não o deixe chorar, moço.

- Mas se está triste, você deve chorar. – Rebati. Não acredito que discutia com uma criança. Ainda fitava minha obra de arte.

- Talvez ele esteja triste porque está com frio. Eu sempre choro quando tenho frio.

E então eu fiz algo que não devia.

O menininho, meu amor, ele tinha os seus olhos... O mesmo brilho.

- E está com frio agora?

- Um pouco.

- Quantos anos você tem? – Me ajoelhei, tentando parecer dócil, mas todo o meu ser tremia. Era você. Seu modo de falar, de me fitar curioso, inocente.

- Quatro.

E você se foi há cinco.

- Onde estão seus pais? – Questionei após enlaçar meu cachecol no pequenino pescoço.

- Não tenho. Me criei nas ruas, moço.

- É você, não é? Voltou para mim.

Devo tê-lo assustado, meu amor, mas me perdoe, não pude conter os soluços, pois mesmo sem controle, me curvei em um choro desesperado. Eu pedi, e você voltou.

Confesso que não sei o que devo fazer. Por mais que desejasse com todas as minhas forças, nunca acreditei realmente que aconteceria.

Daehyun-ah, você voltou, meu boneco de neve funcionou. Está aqui.

- Não chora, moço, olha, se quiser posso devolver o cachecol.

- É seu, meu menino. Tudo o que é meu, é seu, meu pequenino da neve. Quer tomar chocolate quente?

Quer nunca mais me abandonar?


Notas Finais


Espero que tenha gostado e, Feliz Aniversário!


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