História So Cold,but So Hot - Sorry?

1 Semana depois...

Jane's POV 

- Cala boca, Taylor... - Revirei os olhos enquanto terminava de passar à geleia na torrada - Já cansei de ouvir você falar essas bobagens...

- Qual é... Se eu fosse ele, já estava em outra... - Como se estivesse com toda razão, virou mais um gole do suco de laranja rindo.
       

Imediatamente derrubei a torrada, sujando toda a mesa de geleia. 

- O-Outra? - Passei a mão tentando limpar minha proeza.

Não. Definitivamente Nash não iria atrás de outra...    Claro que não. 
Franzi as sobrancelhas apenas em pensar na hipótese. 

- Quantos anos você tem mesmo? - Gargalhou apoiando os pés na cadeira a sua frente.

- Taylor! - Repreendi.

- Não se faça de desentendida, Jane! Já cansei disso... - Foi a vez dele revirar os olhos - Caramba, para de ficar com ele então, sei lá, para de falar com ele, para de rir das piadas dele, para de ficar sorrindo feito idiota! Mas que caralho... Que... Merda. - Bufou encarando-me.

- E-Eu gosto dele...

- Então chega! Corre pra ele. Ta esperando o quê? Quer dar uma de Maddie, é? 

- Não! Ah! Cansei... Chega desse assunto... 

- Quantas vezes vocês já se atracaram essa semana mesmo? - Fez-se de desentendido enquanto olhava para o céu azul mar que fechava o entardecer - Duas? - Acariciou o queixo rindo - Sendo que uma delas foi na frente de uma criança... 

- A gente não transou dessa vez!! E foi um trabalho para convencer a Sky de que Não estávamos nos beijando... - Suspirei como se aliviasse-me de algo - Quer saber? Vai se foder Taylor, chega desse assunto... 

- Ela acreditou nessa história furada? RÁ RÁ. Da próxima ela pega vocês no quarto... - Gargalhou eufórico. 

- Vira essa boca pra lá! - Bati de leve em seu ombro.

- Casa comigo logo - Sorriu maliciosamente.

- Se eu for ser herdeira de tudo isso... - Apontei para o jardim atrás de nós - Aceito - Ri limpando a mão nas calças - Será que eles já vão chegar..? - Disse ansiosa - Faz tempo que não vejo o Jack... 

- Sei... o Jack... - Semicerrou os olhos Por conta do sol - Olha, não quero bagunça em casa... Vocês vão dormir aqui, mas sem sujeira! 

- Nossa... Falou o Sr.limpo. - Rimos e logo em seguida, alguém toca o portão.

- Eu vou lá... - Levantei e ouvi Taylor me chamar.

Olhei para o mesmo aguardando a resposta.

- Tem um...   Deixa... - Riu pegando o celular do bolso.

Revirei os olhos saindo da área da piscina e passando por dentro da cozinha, até o jardim da frente, onde ficava o portão... Depois de um ano, abri com a chave.

- Desculpa a demora, é que eu me perco toda no meio dessas chaves... - Ri fraco finalmente encarando o ser a minha frente - Nash...   Entra... Acho que já já alguém chega... Até melhor eu esperar aqui... - Olhei para fora do portão dando espaço para que ele passasse.

- Ata, beleza... - Passou por mim ajeitando a pequena mochila em suas costas - Vou indo lá com o Taylor...

Ele não se ofereceu pra ficar comigo. Meu subconsciente gritava tão alto que cheguei a prensar mais forte meus lábios, com medo de que escapasse algo. Agora, todas aquelas bobeiras que Taylor me dissera pareciam ser verdade... Será que ele estava certo? Não queria mais ficar em cima de mim porque estava deixando-o de saco cheio? Meu coração acelerava de preocupação, não queria que isso acontecesse! Na verdade... 

 - N-Não quer ficar? - Sorri tentando parecer o mais amigável possível.
Apenas aproximou-se devagar, e delicadamente tocou minha bochecha com uma das mãos, a mesma estava tão quentinha que chegava a me fazer fechar os olhos demostrando o quanto estava bom. Deslizava-a até meu queixo calmamente e com seu polegar aproximava-se cada vez mais do canto de meus lábios, onde limpou retirando  em seguida.

Abri os olhos sem entender.

- Geleia... - Lambeu o dedo sorrindo divertido - Ta toda suja... 

Aquilo estava extremamente sexy... Fazendo com que meu coração quase saltasse pela boca...

 - Acho melhor não... - Piscou descaradamente - Depois a gente se fala... - Deu as costas sorrindo.

Que ótimo! Quem eu matava primeiro?! Ele ou o filha da puta do Taylor por não ter me avisado?! Argh! Ele deve achar que eu sou uma... Sei lá!   Retardada...

Bufei logo ouvindo a campainha, aproveitando que estava ao lado do portão, abri.

- Jane! - Seus braços envolveram-me carinhosamente e agora me sentia reconfortada.

Maddie. Sempre sendo... Maddie.

- Eae Cam! - Fizemos um toque estranho logo caindo na risada - Entra gente... O Nash acabou de chegar - Sorri torto. 

***

 O som do  liquidificado triturava em minha cabeça tanto quanto os morangos que Taylor, JJ e Nash haviam colocado dentro do mesmo, já tínhamos dividido:

Eles ficariam responsáveis por arrumar as bebidas e a comida, eu e JG por ir comprar as coisas e cuidar do carro de Taylor, que por mais tosco que pareça... É a pior parte. Se eu quebrasse aquele carro... Só Deus sabe o que seria de mim. E por fim Maddie,Cam, Matt e Amy iriam arrumar a sala com os colchões e escolher os filmes.

 Estávamos eu e Maddie, na mesa do lado de fora, contando os trocados que tínhamos para comprar as coisas.

- É uma pena que o Shawn não possa vir... - Puxei assunto vendo que Maddie parecia não se importar - Que foi? 

- Sei lá... O Cam não gosta muito dele... Acho que se ele viesse ia ficar um pouco desconfortável. - Sorriu fraco enquanto brincava com uma das moedas. 

Fiquei em silêncio.

Embora soubesse que Maddie tinha um carinho enorme por Shawn, Cameron não estava nada bem com essa história de " Eu estou machucando Maddie Allen" Talvez fosse pior do que a morte para ele... O amor que tinha por ela, era algo fora do normal. Sonho de qualquer menina.

Suspirei ao pensar minha vida em relação á isso.

 - Jane eu tenho que te contar uma coisa... - Olhou finalmente para mim.

- Você e o Cameron transaram? - Um sorriso fraco cessou em minha face.

- Não, sua louca! - Riu - É que... - Abaixou o tom - Acho que to lembrando algumas coisas... - Sussurrou mais baixo ainda.

- Como assim?! A gente tem que falar isso para o médico, Maddie! - Sorri de uma bochecha a outra.

- NÃO! Não... Ainda não Jane, por favor! Eu to contando isso só para você... - Disse tentando tranquilizar a situação - Eu não sei muito bem... Eu me lembro  de você... Acho que era primeiro dia de aula... Você e o Nash falando... Francês, eu acho... Isso! Era francês... - Olhou para a parede pensativa.

- Maddie, isso é muito bom! - Alegrei-me - E o Cam? - Com apenas uma frase consegui acabar com toda sua expressão feliz.

- É isso Jane...   Eu não me lembro dele! Em lugar nenhum...   - Colocou as mãos no cabelo desesperando-se - Ele não estava na sala... Nem no refeitório... - Dizia tudo muito rápido e sem pensar segurei em seus braços parando-a.

- Calma Maddie! Eu sou lerda, fala devagar... Tem certeza? - Tentei amenizar o clima.

- Tenho... - Relaxou o corpo suspirando fundo. 

- Você lembrou pouca coisa... Ele vai aparecer... - Sorri e a mesma retribuiu sem graça.

- E você e o Nash? - Sorriu maliciosamente deixando-me tensa.

Falar nele já estava me irritando. 

Tudo nele estava começando a me deixar com o estômago embrulhado.

- Queria poder esquecer ele. - Bufei sem pensar.

- Assim... Meio que esse seria meu papel... E posso te jurar que não é nada legal... - Riu fraco e só então me toquei. 

- Tem razão. - Rimos  - Mas sei lá... Preciso de um jeito para pelo menos tirar isso da minha cabeça. Que podemos ser o casal "margarina". - Sinalizei aspas com os dedos fazendo Maddie rir mais ainda, e antes que dissesse:

- Posso saber o motivo das risadas? - Jack G aparece do nadaapoiando-se á mesa.

- Rá Rá Rá, não. - Ri.

- Você está muito agressiva ultimamente, Hein? - Rimos.

Maddie's POV 

- Vai ficar tarde, melhor vocês irem logo - Fomos até a cozinha e de lá pude ver Nash praticamente esticado para ouvir nossa conversa.

- O quê? - O mesmo disfarçou jogando-se no sofá.

- A Jane e o Jack vão no supermercado comprar as coisas pra gente comer... - Sentei-me ao lado de Cameron, que automaticamente confortou-me em seus braços.

- hm. - Mergulhou a cara no celular como se não desse importância - E a Amy? 

- Acabei de falar com ela, parece que não tem como ela vir... - Taylor apareceu com os colchões, e jogando-os no chão disse:

- Aqui. Bom serviço - Empilhou os dentes direcionado-se mim e Cameron.

- Eu vou atrás dela, sem problemas... - Matt sorriu colocando os sapatos - Depois vocês arranjam outra coisa pra mim fazer... - Abraçou Jane e assim sairam pela porta.

Como uma sincronia perfeita do fechar da porta, Nash resmungou algo tão baixo que mesmo se estivessem ao seu lado não conseguiriam compreender. Jane e ele estavam nessa de ir e vir outra vez... E pelo que conheço deles nenhum dos dois iria pedir desculpas tão cedo.  Ri encarando a expressão emburrada de Nash e Cameron automaticamente olhou-me divertido parecendo entender o que estava pensando, as vezes chegava a variar pensando sobre como ele conseguia adivinhar exatamente o que queria sem dar um pingo de esforço... Me dava medo. 

 Interrompendo-me completamente de meus pensamentos, devagar... E com seu jeito doce e meigo, abraçou-me causando-me arrepios relaxantes por todo corpo.

- Tá tudo bem? - Preocupou-se - Não quero te machucar outra vez... - Disse manhoso mordiscando lentamente o glóbulo de minha orelha.
Aquilo era bom demais... Era como um carinho que nunca recebera antes... 

- A gente podia testar... - Sorri enquanto encarava aqueles olhos  encherem-se de

- Ótima ideia... - Sem ao menos esperar, molhou seus lábios tocando os meus.

Por que eu tive de ir mexer com ele? Sabia exatamente que ele ficaria desse jeito... Sua perna desesperadamente tentava subir por cima de minha cintura enquanto sua língua enlouquecia-se cada vez mais dentro de minha boca. 

A dor intensificava-se a cada momento. 

Não demonstre isso,Maddie... Não demostre. 

Se apenas passasse pela cabeça de Cameron a hipótese dele estar me machucando, pararia na hora. 

Então, na tentativa de aliviar uma dor sequente, mordi seus lábios fazendo-o gemer alto e alguém pigarrear em resposta.

- Da um tempo, Nash... - Cameron irritou-se ainda em contato com meus lábios. 

Minhas bochechas coraram e calmamente apoiei minhas mãos no peito de Cameron empurrando-o.

- N-Não... - Insistiu.

- Chega Cam. - Olhei ao redor finalmente nos afastando.

- A Jane já ta chegando, Nash... Não precisa azarar... - Dallas e seu jeito enfurecido deixaram completamente um silêncio ao ambiente.

- Olha Cameron, eu não to azarando ninguém... Até porquê, eu não preciso disso... - Riu debochado - Eu não fico por ai dependendo de uma menininha. Não me leve a mal Maddie.

- Ui a gatinha ta revoltada... - Cameron cantarolou com seu jeito incrivelmente irritante, bati em seu braço repreendendo-o com o olhar.

Matthew's POV 

Pela terceira vez tocava a bendita campainha da casa de Amy.

 Por incríveis minutos minha cabeça martelava em raiva por ter dispensado Jane e Jack com o carro... 

- Ah! Que ótimo! Deus ouviu minhas preces... - Pulei para trás assustado ao ouvir sua voz carregada de ironia. A porta estava aberta dando-me o desprazer de ver tal pessoa.

- Oi pra você também Amy - Segurei em seu punho puxando-a para fora - Então, pegou sua mochila? - Entrei para dentro da casa sem permissão alguma enquanto puxava-a delicadamente junto a mim, pegando a mochila em cima do sofá - Ótimo. - Encarei sua expressão indefinida, segurando o riso - Eu vim te buscar para a casa do Taylor. - Sorri mostrando todos os dentes, querendo irritá-la.

- Eu sei... Eu. Sei. - Repetiu a segunda vez desprendendo seu punho de mim com brutalidade  - Que seja... Cade o carro? - Saímos para fora da casa e assim, a mesma trancou a porta.

Ela queria bancar uma daquelas meninas chatinhas que não dão a mínima para você...  Não que eu quisesse que ela babasse por mim, assim como a maioria.  É óbvio! Eu só queria que... Por que diabos ela tinha que querer um carro? Metida... 

- Olha desculpa te informar, rainha da mortadela, mas como você pode ver, não tem nenhum carro aqui - Sorri cínico - Já ouviu falar em ônibus? - Ri andando em direção ao ponto.
- Como assim?! Eu não vou sair daqui sem um carro. - Mesmo não vendo-a já imaginava sua cara de "nojo".    
Continuei andando sem dar a mínima e como esperado, ouvi seus paços desesperados atrás de mim. 

- Ué desis...

- Continua andando Matthew. Apenas ande. - Segurou em meu braço com medo do escuro.

***

- Vem Amy! - Coloquei a mesma a minha frente e fui guiando-a até os últimos acentos do ônibus.

E assim que sentamos a mesma não se aquietou ao dizer:

- Por que é que você me levou na frente? - Se ajeitou no banco que espremia-nos mais do que sardinhas em uma lata. 

- Eu não ia deixar aqueles caras ficarem te encoxando. - Revirei os olhos - Espera... Você não achou que eu queria te...

- Não! Não pensei nada... Esquece isso. - Colocou a mão em meus lábios e automaticamente, sorri - Para de rir seu idiota - Bateu em meu ombro.

- Droga. Maldita hora em que fui te buscar... - Resmunguei baixo.

- Vocês disse que... 

- Eu disse? - minhas sobrancelhas juntaram-se automaticamente.

- É, você disse que...

- Não. - Interrompi - Eu disse que... Só vim aqui pra não precisar trabalhar na casa do Taylor. - Ri sarcástico.

Olhei um tempo pela janela e quando me virei, ela me encarava como se fosse o culpado pela morte do peixinho dela quando pequena, se é que ela tinha um... Ter uma dona como: Amy. Não deve ser nada legal... 
Enquanto toda essa trama de peixinhos assassinados passava-se por minha cabeça, seus lábios pareciam se aproximar tanto, que nem mesmo alguém de fora séria capaz de adivinhar quem deu iniciativa para aquele beijo acontecer. Meus olhos já estavam fechados e nossos lábios cada vez mais juntos, nossas bocas abriam-se automaticamente impedindo-nos de perceber quem deu passagem para que nossas línguas ficassem juntas... Terminamos o beijo suavemente e nos encaramos, olhei ao redor percebendo que ninguém dava a mínima para o que tinha acontecido ao lado do acento deles, ia dizer alguma coisa, mas ela disse antes que eu pudesse me manifestar:

- Isso não teve significado... Não tem problema. Podemos fazer mais vezes... - Disse como se estivéssemos resolvendo um problema de matemática, assenti.
- Tem razão... Ninguém precisa saber, porque não tem importância. - Sorri e ela retribuiu.
Chegamos á um resultado não tão exato... Mas legível em uma prova. 
Juntamos nossos lábios mais uma vez. E outra. E mais uma, até que chegássemos a casa de Taylor. 

Nash's POV 

Contava mentalmente quantas pedras de gelo seriam necessárias para me deixar de cabeça fria. 
Não que estivesse quente. Talvez... 
Acho que em palavras exatas, estava mutuamente, cheia. Jane estava querendo me tirar do sério demorando daquela maneira abusiva. Acha que me deixaria com ciúmes.

E pra que ciúmes?! Rá! Ela pode ficar com o Jack se quiser... Pode ficar com quem quiser! 
 Isso já aconteceu antes, não iria me importar se acontecesse outra vez. 

- Nash, o Gelo... - Uma voz baixa soou em minha cabeça.

- Muito. Muito gelo... - Mordi o lábio, ciente de que nem isso faria-me esfriar. 
Encarei janela á fora, só então pensando na possibilidade de uma voz paralela ter me chamado. 
  Levo um susto ao sentir algo gelado em meu rosto.
- Me da o gelo, Nash - Johnson riu jogando mais água em mim - Ta maluco? - Tirou a bandeja de gelo de minhas mãos.

Pisquei encarando-o assustado.

- Não, é que... 

- Chegamos! - Jane correu para a cozinha onde estávamos, rindo.

Motivo? Com certeza, Jack.

- Que demora... - Resmunguei ainda parado.

- É que tinha muita coisa pra trazer... - Colocou as sacolas sobre a bancada ao meu lado, querendo se explicar.

Eu não queria explicações.

Não precisava delas...

Fazia-me parecer ciumento ou qualquer merda do tipo,  por isso não respondi.
 

Permanecemos em silêncio e enquanto Jack brincava de dividir os gelos em copos coloridos que haviam na casa de Taylor, eu e Jane tirávamos em uma sincronia perfeita, as  coisas da sacola.

Parecíamos até aquelas típicas séries americanas... As crianças entrariam pela porta... E aí, agiríamos feito o casal perfeito que enfrenta suas pequenas crises passageiras... 

Mas o fato era de que não éramos um casal...

E as crises não eram pequenas, muito menos passageiras... 

- O Matt não estava com vocês, Jane? - JJ perguntou analisando o pote de sorvete e guardando o mesmo no congelador.

- Estava, mas ele quis voltar de ônibus com a Amy. - Riu fraco e Jack retribuiu.

- Meu deus, a Amy, junto com o Matt em um ônibus? Melhor comédia... - Disse sério fazendo os dois rirem. Todo meu corpo alegrou-se ao ouvir o som daquela risada... 

Ela tinha rido... Mas por que ela tinha rido?

Será que  era algum tipo de dilúvio? Ou algum sinal de que ela queria falar comigo?

Não Nash, não crie essas malditas expectativas. Não crie.

- E a Sky, Nash? Ta melhor? - Perguntou finalmente olhando para mim. 

Calma... Ela só quer saber da sua irmã que por um raio de milagre pegou uma maldita gripe, melhorando ainda mais o fato de Jane aparecer em casa a cada dois dias.

- Ta melhor sim - Sorri - Ela perguntou de você hoje cedo... - Ia dizendo animadamente até ser interrompido.

- Jane... - JG chamou a mesma- Já deixou as coisas? Vem, vamos lá fora... - Sorriu de lado saindo para a área de fora da casa.

Não fique com essa cara de babaca Nash! Repetia para mim mesmo.

 Tentei sorrir fraco, resultando em uma cara de bosta pior ainda. Virei-me para o lado do armário fingindo guardar alguma coisa, pelo menos de costas, não demonstraria estar como um babaca. Ouvi seus passos distanciarem-se.

- Ele não vai ficar com ela, relaxa Cara... - Johnson riu abafado tentando me acalmar.

- Eu não ligo... - Retruquei enquanto me aproximava da janela. 

Conseguia ver os dois de lá... Sentados no banco de frente para a piscina,fazendo-me pensar qual seria o motivo pelo qual ela ria tanto. Talvez um: 

" você viu a cara de trouxa do Nash? ele é tão babaca... " Ou " Por que você estava falando com aquele cara? Que otário! ".

Mas não importa... A cada sorriso dela para ele fazia-me revirar o estômago.

- Você ta pior que àquelas vizinhas velhas que ficam na janela com binóculos. - Johnson gargalhou, contudo, Ignorei. - Me ajuda aqui, Nash... Precisamos fazer comida para aquele bando de esfomeados...

Eu ia sair dali. Ia sair da frente daquela janela... Mas Gilinsky aproximava-se cada vez mais dela...

Por que tocava o rosto dela daquela maneira? Minha respiração ficava cada vez mais afobada.

Só eu podia tocar ela assim... Com carinho... E... Que merda ele estava fazendo?! Ele não podia fazer isso que estava pensando...

Sabia o que viria em seguida. E foi exatamente o que aconteceu. Os lábios dele tocavam os dela, e os dela retribuíam fazendo toda aquela vontade de beijá-la, que a dias estava acumulada em mim, transformaram-se em amargura. Molhei os lábios pensando poder sentir o que Jack sentia... Parecia tão bom para eles... A boca macia de Jane encostada na dele... Pareciam estar adorando... Meus olhos ardiam cada vez mais e a imagem embaçava-se como se eu fosse cair duro feito pedra ao chão.

- Nash, calma. Sério, deve ter...

- Vamos f-fazer as coisa, Jack... - Aproximei-me a ele evitando ao máximo encarar aquele "portal para o inferno".

***

 Já aviamos terminado de fazer as coisas para comer. Na verdade, já tínhamos terminado... E o terceiro filme passava na televisão. Todos já estavam dormindo e o motivo pelo qual eu não conseguia dormir, era uma dor tremenda, na cabeça, barriga, corpo... Literalmente não estava nada bem... O suor escorria minha testa e o desespero de fazer alguma coisa apenas afobava-me mais, estava deitado no colchão da ponta, no meio estavam Cameron e Maddie, abraçados, e no outro Gilinsky e Jane. Não sabia o que eles estavam fazendo, e nem importava-me saber.

Minha dor estava terrível... Só de imaginar os dois... Minha barriga revirava-se violentamente, como se fosse morrer. Não queria acordar ninguém, então sem olhar direito levantei-me do colchão, desligando a tv e deixando tudo completamente em silêncio. Não conseguia ver porra nenhuma naquele escuro, mas tive certeza de que Taylor e Jack J, que estavam no sofá cama, ao lado do meu colchão, estavam dormindo... Agilmente e quase sem forças pulei por cima dos cabelos de Maddie e fui até a cozinha posicionando as duas mãos na pia gelada, na esperança de conforto. Molhei a nuca e a testa com um pouco de água, minha barriga doía insuportavelmente, deixando com que gemidos baixos escapassem. Eu queria ir para casa... Queria poder chorar como uma criança mimada embaixo do meu cobertor sem que ninguém me perguntasse a razão...

Uma lágrima pequena lágrima escorreu minha bochecha ao pensar que não teria como voltar para casa em tal hora e em tal estado. 

- Nash? - Ouvi alguém sussurrar em seguida da luz fraca da cozinha ser acesa - Tá tudo bem? Você tá tremendo... - Olhei atentamente percebendo quem era. Jane.

- T-To... Pode v-voltar a deitar com o J-Jack... - Me apoiei na bancada praticamente caindo.

- Jack? - Aproximou-se de mim tentando me segurar.

- Não se faça idiota J-Jane, eu vi vocês se beijando no quintal! - Tentei não gritar e outra gota de suor escorreu por minha testa - E depois você ficou grudada nele! Eu não sou burro! - Lembrei aquela cena deixando com que uma sensação estranha me dominasse.

- Nash, você não entendeu direito... - Passou as mãos em meu rosto, limpando todo o suor que escorria do mesmo.

Àquelas mãos acalmaram-me, como se fosse a coisa que mais precisasse no mundo, meus olhos quase reviraram-se. Fazendo-me suspirar em alívio.

- Você não ta bem... - Cerrou os lábios - Toma isso... - Abriu a gaveta pegando algum remédio, pingando em uma colher e colocando-o em minha boca, sem me importar, engoli o mesmo - Vai melhorar... Vem, vamos deitar... - Acariciou meu braço. 
Vamos? Pensei, mas ignorei passando a mão na testa novamente.

- Eu não quero ser tarada nem nada, mas... - Colocou as mãos na barra da minha blusa, subindo a mesma de uma vez e deixando-a sobre a bancada - Bebe um pouquinho de água - Entregou-me um copo cheio sorrindo.
Molhou as mãos na pia e passou por todo meu corpo, costas, braços...

Sentia-me aliviado... Mas fui pego literalmente de surpresa quando as mesmas tocaram em meu abdômen, comecei a sentir leves choques de prazer e não pude deixar de morder os labios sentindo-a esfregar tudo por ali, revezando entre o peito e a barriga, meu corpo começara a estremecer bruscamente, estava gostoso de mais... E se não parasse isso, ia acabar agarrando ela ali mesmo.

 - A-Aah... - Deixei escapar fechando os olhos e sentindo suas mãos em minha pele - J-Jane, qual é..? - Resmunguei - Eu to bem... - deixei o copo na pia, tentando empurrá-la. Andei  até o batente da porta. 

Porra... Ela estava me deixando maluco. 

- Tem certeza? Não quer que eu fique com você? 

Aquilo foi uma das melhores coisas de se ouvir... Como se toda a dor tivesse passado... 

Mas como eu dizia que queria que ela me abraçasse e enchesse-me de carinho até que pegasse no sono? 

- Isso é um não? - Olhou para mim ainda sem entender.

- Não! Quer dizer...- Tentei sorrir fraco.

Ela não disse nada, e caminhou até a sala em silêncio, tudo ficou escuro e não pude ver para onde ela ia, droga. Ela deve ter voltado para o colchão dela.
Meu estômago já começava a dar cambalhotas outra vez , sentia o suor prestes a escorrer minha testa gelada. Sozinho, deitado, e morrendo por longas e difíceis horas...  
Voltei para meu colchão, evitando soltar um gemido de dor e deitando-me com muito esforço, um frio absurdo gelou em minha espinha e rapidamente puxei o cobertor para cima de mim, àquelas mãos frias tocaram em minha barriga, fazendo com que todo meu corpo arrepiasse e gritasse em felicidade e prazer novamente. 

- J-Jane... - Chamei seu nome baixinho e ela pediu silêncio enquanto se acomodava em meu peito.

Meu corpo estava gritando! Posicionei as mãos em sua cintura, puxando-a mais para mim e automaticamente uma de suas pernas subiram em minha cintura.

- Ta melhor? - Sussurrou rente á meu ouvido enquanto suas mãos suaves e tranquilizantes massageavam meus ombros e costas deliciosamente. Fechei os olhos, soltando um logo suspiro como resposta. 

Tê-la ali... Perto e me dando carinho, era a melhor coisa que poderia ter, confortava-me, e tornava de mim, uma criança indefesa.

- Nash... Olha... O Jack e eu...

- E-Eu não quero pensar nisso, por favor, Jane. - Apressei-me em dizer. 

E então, ficamos em silêncio por longos minutos... Ajeitei-a em meus braços e suas mãos instantaneamente pousaram em minha nuca. 

- Me desculpa? -Perguntou baixinho, como se estivesse cometendo algum tipo de pecado capital.

- Me perdoa você. - Tirei o cabelo de seus olhos - Espero tanto que as coisas mudem... - Deixei escapar. 

Estava tão fraco... Como se não pudesse evitar de distribuir carinho, como se não pudesse evitar de dizer bobagens... 

Um selinho molhado pegou-me completamente desprevenido, e assim, retribui selando-a  sequentemente. Não queria tornar do beijo algo sério, ainda estava um pouco mal e não queria desconforta-lá. 

Suas mãos desembaraçavam todos os cabelos que a dias estavam sem receber tal carinho. Era como se cada fio sentisse falta dela também... Fechei os olhos aproveitando cada segundo.
 

- Não dorme... - disse com a voz cansada e manhosa.

- Vou ficar com você... - Acariciei suas bochechas selando-a novamente.

Ficamos trocando carícias e aos poucos a velocidade de suas mãos em minha nuca foram diminuindo, deduzi que ela havia dormido e então beijei sua testa pegando no sono rapidamente.

***

Maddie's POV 

Algo extremamente irritante mexia em meu nariz, não deixando-me dormir. Argh! Odeioquando mexem em mim enquanto durmo! 

- Vai se foder, Cameron... - Resmunguei ouvindo sua gargalhada. 

- Acorda, só falta você! - Abri os olhos deparando-me com seu rosto frente ao meu.

- Alguém já te disse que seu nariz é enorme? - Ri sem conter enquanto sentava-me no colchão.

- Há há há, engraçada você. - Mostrou a lingua- A gente vai almoçar aqui antes de ir para casa... Passa comigo no mercado? 

- Aah... Ta bem - Cocei os olhos vendo que Jane e Nash dormiam praticamente colados - Você me disse que só faltava eu para levantar, Cameron. - Encarei o mesmo furiosa. 

- Não. Eu disse que só faltava você para ir comigo no 
mercado. - Riu ficando de pé - Vai logo se trocar.
Bufei indo em direção a mochila.

***

- Chega de chocolate, quero comprar uma outra coisa... - Cameron sorriu tirando o chocolate de minhas mãos e colocando-o na prateleira novamente.

- O quê? - Franzi a sobrancelha.

- Você sabe... Vai dormir em casa hoje... No meu quarto... As coisas acontecem, nunca se sabe. 

- Tem razão. - No mesmo instante, seus olhos brilharam como duas lanternas acesas.

- Ta falando sério? Tipo... Que a gente... Hoje? - Sussurrou não contendo a felicidade. 

- Talvez... Nunca se sabe... - Selei seus lábios brevemente rindo.

- Eu vou contar cada segundo pra isso... Eu quero que tudo seja perfeito, não vou deixar aquilo acontecer outra vez... - disse para si mesmo pensativo - Espera lá fora... Eu vou pagar as coisas e comprar o preservativo  - Sorriu abobado - Nunca pensei que seria tão bom dizer isso para você outra vez... - Suas bochechas ameaçaram ficar vermelhas - Me espera lá fora... 

- Ta bem... - Ri caminhando até o  banco do lado de fora do mercado. 

Para um sábado, até que a rua estava calma... O dia estava literalmente perfeito... Como se todas as coisas do universo tivessem a favor. Queria fazer Cameron feliz... Sabia o quanto ele estava esperando por isso. Sofrendo.

Mas essa é uma das coisas que mais me atraía nele, pous mesmo sentindo uma vontade incontrolável, ele tinha paciência... Sabia a hora certa, e respeitava minha vontade também.

- Com licença? - Uma menina muito bonita, que aparenta ter mais ou menos minha idade senta-se ao meu lado, sorri como resposta - Você por um acaso é a namorada do Cameron?  - Aponta para ele no caixa, que não conseguia parar um minuto de sorrir.

Como ela sabia o nome dele? Foi a primeira coisa que se passou em minha cabeça. Mas logo em seguida, pensei: Ela era muito bonita, talvez quisesse saber para se a resposta fosse "não" correria para os bracos dele... Então respondi apressadamente. 

- Sim. - Sorri, o que não era mentira. Éramos... Praticamente.

- Como esse cretino teve coragem de te usar outra vez?! - Assustou-me ao aumentar o tom enfurecida - Ele te traia todos os dias! Antes, durante e depois do período em que você ficou no hospital! Cada dia uma menina diferente... Iludindo a cabeça de cada uma... Eu já passei por isso, Maddie! Esse cara é um canalha! Ele só quer transar com você! Vai por mim. Eu sei muito bem.

Meu coração, literalmente parado.

Meus olhos tentavam não deixar com que uma mísera lágrima rasgasse minha bochecha. Tudo aquilo que pensei, sobre ele ser o cara mais sincero em quem podia confiar, havia evaporado.